Uma visita ao museu/casa Lasar Segall

Marcus Hemerly

‘Passado e futuro presentes: uma visita ao museu/casa Lasar Segall’

Marcus Hemerly
Marcus Hemerly
'Viúva' (Witwe), de Lasar Segall, pintada em 1920. Foto por Marcus Hemerly
Viúva’ (Witwe), de Lasar Segall, pintada em 1920. Foto por Marcus Hemerly

O cheiro de tintas parece assomar, ainda que de modo inconsciente, quando se entra na edificação localizada no nº 111 da Rua Berta, no tradicional bairro de Vila Mariana, em São Paulo (SP).

Erigido em 1932 a partir de projeto do arquiteto Gregori Warchavchik, a casa serviu de residência e ateliê de um dos mais importantes artistas que atuaram no Brasil, abrigando o museu em memória de Lasar Segall. Nascido em 1889 na cidade de Vilnius, Lituânia, à época pertencente ao território Russo, assentou um nome da Alemanha, intensamente receptiva à arte de vanguarda, tal como a produzida pelo artista. Exemplo de tal viés pode ser identificado no expressionismo, traduzido até mesmo no cinema produzido naquele país, onde sedimentou sua formação nas Academias de Arte de Berlim e Dresden. 

As linhas arrojadas e inovações de sua arte seriam recebidos de forma entusiástica em terras brasileiras, após sua imigração em 1923, onde se radicaria em definitivo e ajudaria a consolidar o movimento modernista, deflagrado na capital paulista pela Semana de Arte Moderna de 1922, que representou divisor de águas na literatura, pintura e música no Brasil. Mesmo aderindo posteriormente, Segall seria imortalizado naquele cenário, junto a nomes como Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Menotti del Picchia, responsáveis pela primeira fase do movimento, que se desdobrou em gerações após a realização da semana de 22.

Lasar Segall faleceu na cidade de São Paulo, em 1957, aos 68 anos, sempre em ativa produção nos campos da pintura, escrita, escultura, entre outras formas de expressão. 

Vista parcial da exposição. Foto por Marcus Hemerly
Vista parcial da exposição. Foto por Marcus Hemerly

O projeto do instituto cultural foi originalmente concebido em 1967, pelos filhos do artista com Jenny Klabin Segall, Mauricio Segall e Oscar Klabin Segall, com a criação de uma entidade civil sem fins lucrativos. A partir da Praça da Árvore, ao final da famosa Rua Luiz Góes, conhecida pelos habitantes como ‘a Rua que divide o mundo’, devido à incerteza quanto à sua alocação geográfica formal, está Museu, também próximo à Casa Modernista, outro importante centro de visitação local, cuja arquitetura é replicada pelos imóveis típicos que recebem os visitantes da antiga morada de Segall. Encartado entre polos de ensino superior, igrejas centenárias, bem como uma variedade de comércio e gastronomia, é ainda circundado pelo charme quase palpável de Vila Marina, que exala cultura e entretenimento.

Além do espaço destinado à exposição permanente da obra do pintor, a museu dispõe de rico acervo documental e fotográfico, oferendo atividades culturais, visitas educativas, além de uma diversificada gama de cursos e oficinas nas áreas de gravura, xilogravura, litografia e gravura em metal. Também é um espaço dedicado ao desenvolvimento e orientação de projetos individuais, escrita literária, história da arte, além de contar com uma biblioteca especializada em artes e fotografia e sala de cinema com exibições de obras de diversas nacionalidades. 

Vista parcial da exposição. Foto por Marcus Hemerly
Vista parcial da exposição. Foto por Marcus Hemerly

Atualmente, o Museu é qualificado como órgão federal, apoiado pela Associação Cultural de Amigos do Museu Lasar Segall – ACAMLS, a partir do aporte de recursos oriundos de instituições públicas e privadas, além do apoio de particulares.

No ano passado, o espaço recebeu mostra especial da pintura ‘Witwe’ ou ‘Viúva’, parte da exposição ‘Arte Degenerada’ após oito décadas de desaparecimento. Considerada perdida, a obra foi encontrada na Europa pelo marchand Paulo Kuczynski. O evento, ocorrido e maio de 2024, também exibiu gravuras produzidas pelo artista na mesma época, celebrando a importância do Museu, não apenas para a história da arte no Brasil, mas reafirmando a relevância internacional do artista. 

Aberto para visitação gratuita de quarta a segundas-feiras, entre as 11h:00 às 19h00, o Museu descortina uma área de jardim e café, adequado às regras de acessibilidade, oferecendo diversão e informação. Um verdadeiro cotejo de bom gosto entre passado e presente, num paralelo harmônico próximo à estação Santa Cruz da linha azul do metrô.

Marcus Hemerly

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MAB Margens – Feira de Artes Gráficas

5ª edição do ‘MAB Margens – Feira de Artes Gráficas’ acontece no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

Cartaz da 5ª edição do ‘MAB Margens – Feira de Artes Gráficas’

O Museu celebra o sucesso do evento que reúne artistas e coletivos sob sua marquise, diante do lago do Parque Ibirapuera, em meio à 22ª Semana Nacional de Museus

IMAGENS AQUI (compilado de obras + poster divulgação)
IMAGENS AQUI (obras individuais com créditos na legenda + fotos dos artistas)

Cartaz da 5ª edição do 'MAB Margens - Feira de Artes Gráficas'
Cartaz da 5ª edição do ‘MAB Margens – Feira de Artes Gráficas’

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, em meio à 22ª Semana Nacional de Museus reúne artistas e coletivos para celebrar um evento que já se tornou tradição no calendário cultural de São Paulo. Com gratuidade no Museu durante todo o dia 18 de maio (sábado), a 5ª edição da feira de artes gráficas MAB – MARGENS ocorre das 12h às 18h. Venha conhecer e refletir sobre “as margens” enquanto espaço-fronteira de produções, com artistas e coletivos que nem sempre são visibilizados no cenário das artes visuais. 

Como um manifesto vivo, o Museu oferece sua bela marquise diante do lago do Parque Ibirapuera para as produções de artistas inovadores, visando o diálogo e as trocas com o público, possibilitando o fomento da diversidade e a valorização. O objetivo é lhes oferecer espaço privilegiado de divulgação e venda de suas produções gráficas.

Para esta 5ª  edição, foi lançado um chamamento público, divulgado via redes sociais e site do Museu, por meio do qual foram selecionados 14 artistas e coletivos pela Comissão de Seleção formada por profissionais de diferentes núcleos de trabalho do Museu. Foram também convidados 5 artistas, cujos portfólios retratam a diversidade social brasileira.

Cartaz  da 5ª edição do 'MAB Margens - Feira de Artes Gráficas'
Cartaz da 5ª edição do ‘MAB Margens – Feira de Artes Gráficas’

Segundo Guinho Nascimento, um dos artistas que irão expor na feira, participar da MAB Margens é uma possibilidade de encontro. “É estar em comunidade pra ser e fazer mercado, entendendo a feira numa perspectiva que Exu apresenta: um lugar de movimentação, comunicação, prosperidade e caminhos. Assim, vai além de estar à margem do museu, é estar dentro. Não é a parede que nos distancia, porque a MAB é o quintal do Museu, aberto para comer, dançar, enfeitar, apreciar, rezar e celebrar”. 

Para a artista Neia Martins, a importância é, “estar no espaço do Museu Afro Brasil Emanuel Araujo e no coletivo de artistas que representam esse cenário cada vez mais inclusivo”.

Haverá ainda uma oficina que convida os visitantes à reflexão sobre articulações comunitárias em torno da cultura e do direito à cidade. Será realizada com mediação de Izabel Gomes, educadora popular e artista que divide suas histórias com as pessoas na região do Jardim Miriam, no JAMAC – Jardim Miriam Arte Clube.

O evento contará com a venda de bebidas e de quitutes do tabuleiro baiano do Alcides.

A 5ª MAB – MARGENS acontecerá na marquise do Museu, localizada na área externa do pavilhão Padre Manoel da Nóbrega no Parque Ibirapuera, próximo ao Portão 10. O acesso será livre e sem a necessidade de inscrição prévia, lembrando que no dia da feira a entrada do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo será gratuita.

Artistas e coletivos selecionados: 

CaiOshima

De um lado, o mundo da ginga; do outro, o equilíbrio. De família metade pernambucana, metade japonesa, o artista visual CaiOshima nasceu e cresceu nas duas culturas. Instagram: @Cai0shima

Cauã Bertoldo

Artista visual autodidata, produz imagens a fim de discutir o mundo estético que tange às questões das pessoas negras em sua pluralidade e subjetividades. Instagram: @cauabertoldo

Daiely Gonçalves 

Artista visual mineira, articula narrativas que se lançam sobre a representação do corpo e território em temas de raça e gênero por meio da pintura, desenho e gravura. Instagram: @daielygoncalvesart

Guinho Nascimento 

Educador e multi-artista, graduado em Artes Visuais pela Universidade Cruzeiro do Sul e em Dança pela Escola Viva. Instagram: @guinhonascimento @galopretoatelie

Hanna Gomes

Artista visual e designer de Salvador, explora visualmente os questionamentos sobre o ato revolucionário de sonhar, utilizando cores primárias e cenários tropicais ou desérticos. Instagram: @the.hannag

Juliana Mota 

Designer gráfico paulistana, trabalha com ilustração digital, pintura, bordado e a experimentação disso tudo junto. É inspirada pela mistura da natureza com retratos femininos. Instagram: @julianamotabordado

Katarina Martins 

Artista plástica e arte educadora paulistana, investiga o campo botânico e de manchas orgânicas, com ênfase na busca da beleza cotidiana, com diferentes técnicas da gravura e fotografia. Instagram: @katarinamartins_

Mayara Smith 

Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais (2024), é artista visual, designer gráfica e pesquisadora. Em seu trabalho aborda identidade e corpo negro, principalmente feminino. Instagram: @mayarasmith_

Neia Martins

Trabalha com escultura, pintura, desenho, calcogravura e seus segmentos. Instagram: @neia.vancatarina

ÒRÚ

Artista da zona leste de São Paulo, possui trabalhos voltados à ilustração e colagem digital. Instagram: @oru.artista

Pixote Mushi

Artista visual, trabalha com muralismo, arte 3D, xilogravura, pintura e educação artística. Iniciou sua carreira no graffiti e tem explorado temas como raça, sociedade e espiritualidade. Instagram: @pixote_mushi

Rodrigo Abdo 

Designer, ilustrador e artista preto. Seu trabalho observa o cotidiano e organiza coisas que estão no ar. Busca representar a rua, a juventude e questões sociais diversas.  Instagram: @vbdx_

Thiago Vaz 

Artista visual e arte-educador, faz um recorte especial sobre a arte urbana: graffiti e street art; pesquisa sobre os modos de ocupação com arte nos espaços públicos: zonas e territórios. Instagram: @thiagovaz.arts

Yaya Ferreira

Carioca, a artista visual multimídia é graduada em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Atua com ilustrações, grafitti e tatuagem, concentrando suas pesquisas em retratar pessoas pretas. Instagram: @arteprayaya

Artistas e coletivos convidados: 

Coletivo Anansi Lab

Laboratório de experiências transmídia que promove o letramento racial por meio de livros, revistas, papelaria, eventos, cursos, exposições e produtos digitais. Instagram: @anansi.La

Gejo Tapuya

Reúnem-se via editora especializada em prints, toy art, gravuras e street art. Buscam criar renda para artistas originários, negros e periféricos da cultura hip-hop, graffiti, pixação e outras manifestações culturais marginais. Instagram: @editora.marginal

Izabel Gomes

Artista popular autodidata, autora de estampas exibidas em diversas exposições, cujas inspirações relembram as memórias da sua infância, banhadas pelas belezas do Rio São Francisco.  Instagram: @izabel._gomes – @jardim.miriam.arte.clube

Nei Vital

Baiano que cresceu em São Paulo, se inspira em suas origens do cordel, em seus traços que mesclam o sertão com a metrópole. Instagram: @cordelurbano

Coletivo Xiloceasa

Coletivo formado por integrantes periféricos que buscam por meio da arte, manifestar suas ideias e desejos do cotidiano. Instagram: @xiloceasa

Sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo administrada pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura. Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu diretor curador, Emanoel Araujo (1940-2022), o museu é um espaço de história, memória e arte. Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo conserva, em cerca de 12 mil m2, um acervo museológico com mais de 8 mil obras, apresentando diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiro e abordando temas como religiosidade, arte e história, a partir das contribuições da população negra para a construção da sociedade brasileira e da cultura nacional. O museu exibe parte deste acervo na exposição de longa duração e realiza exposições temporárias.

Serviço: 5ª edição MAB MARGENS – Feira de Artes Gráficas 

Sábado, 18 de maio, das 12h às 18h, com gratuidade no Museu das 10h às 17h

Serviço: Oficina de Estamparia em Pano de Prato com JAMAC, arte e vida em superfície

Dia: 18 de maio Horário: 14h às 16h, com inscrições via site do Museu: www.museuafrobrasil.byinti.com

Na atividade, serão apresentadas técnicas de estamparia em tecido com os artistas do JAMAC (Jardim Miriam Arte Clube). A Educadora Izabel Gomes utiliza materiais simples e acessíveis para criação de padrões únicos e personalizados em panos de prato – uma superfície para contar histórias e ensinar a técnica de estêncil, criando desenhos a partir de memórias pessoais e coletivas. Não é necessário ter experiência prévia para participar, mas as vagas são limitadas! As inscrições podem ser feitas via site do Museu.

Endereço do Museu: Parque Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 10, São Paulo – SP ( acesso via transporte público ou veículo de aplicativo)

Funcionamento: terça a domingo, 10h às 17h (permanência até às 18h)

Ingresso: R$15 (meia entrada, R$7,50)

Grátis às quartas e em 18 de Maio de 2024, dia da 5ª Mab Margens

Estacionamento (Parque Ibirapuera)

Horário: das 5h à 0h

Acessos para automóveis: Portões 3 e 7

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Cartunistas

Sesi Sorocaba recebe a exposição fotográfica inédita ‘Cartunistas’ de Paulo Vitale

Cartaz de divulgação da Exposição fotográfica inédita 'Cartunistas'.
Cartaz de divulgação da Exposição

Temporada da exposição vai de 26 de abril a 29 de setembro de 2024, com visitação gratuita.

Dentre os retratados estão Mauricio de Sousa, Ziraldo, Paulo Caruso, Jaguar, Angeli, Laerte, entre outros.

O Foyer do Sesi Sorocaba exibirá a mostra fotográfica ‘Cartunistas’ de 26 de abril a 29 de setembro de 2024, de quarta a sexta-feira, das 14h às 19h; sábado e domingo, das 10h às 19h.

A exposição é um projeto inédito composta por retratos de 120 desenhistas da área do humor gráfico, retratados pelo fotógrafo Paulo Vitale em que cada foto pode ser considerada um cartum, refletindo características e estilo dos retratados.

Só assim para traduzir em retratos o humor que esses desenhistas produzem no cérebro das pessoas com temas políticos, sociais e sobre a própria existência humana.

Dentre os retratados, estão Mauricio de Sousa; Ziraldo; Paulo Caruso; Jaguar; Angeli; Laerte; entre outros.

Ao olhar o ensaio como um todo, a curadoria de Eder Chiodetto adotou o caminho de equacionar o espaço expositivo proposto para que ele pudesse receber a totalidade dos retratos realizados pelo fotógrafo.

Como a grande maioria dos(as) cartunistas olhavam diretamente para a lente do fotógrafo, agora na exposição o fotógrafo desaparece e cada retratado estará olhando nos olhos de cada espectador, criando uma conexão mais enfática entre público e cartunistas.

Paulo Vitale é fotógrafo, diretor de cena e autor.

Cursou História, na Universidade de São Paulo (USP) e fotografia no International Center of Photography, de Nova York. Percorreu mais de 50 países fazendo trabalhos editoriais, publicitários e autorais.

Tem mais de 100 capas publicadas nas principais revistas brasileiras.

Foi fotógrafo e editor de fotografia do Jornal O Estado de S. Paulo.

Editor de fotografia das revistas VEJA e ÉPOCA, e correspondente da Agência Estado, em Nova York. Paulo, e já retratou grandes personalidades, como Nelson Mandela, Oscar Niemeyer, Caetano Veloso, Mark Zuckerberg e Pelé.

Eder Chiodetto é curador de fotografia independente, autor, publisher da editora de fotolivros Fotô Editorial e diretor do centro de estudos Ateliê Fotô.

Foi curador de fotografia do MAM-SP, entre 2005 e 2021, e mentor do programa Arte na Fotografia, no canal Arte1.

Como curador já realizou mais de 120 exposições no Brasil, Europa, EUA e Japão.

A exposição ‘Cartunistas’ faz parte do projeto Espaço Galeria SESI-SP, no qual o foyer do teatro se transforma em plataforma expositiva, recebendo exposições de diferentes técnicas e formatos.

Criada em 2013, a iniciativa oferece exposições de artes visuais especialmente desenvolvidas para os centros de atividades do SESI-SP, propiciando a circulação de obras originais com embasamento curatorial e expografias específicas.

Serviço da exposição:

Temporada: 26 de abril a 29 de setembro de 2024
Horários: de quarta a sexta-feira, das 14h às 19h; sábado e domingo, das 10h às 19h
Local: Foyer Centro Cultural Sesi Sorocaba – Rua Gustavo Teixeira, 369, Vila Independência
Para agendamento de escolas e grupos deve-se enviar e-mail para:  cacsorocaba@sesisp.org.br

Horário visitação direta:

Horários: de quarta a sexta-feira, das 14h às 19h; sábado e domingo, das 10h às 19h.

Imagem do Cartunista Jal
Jal

Imagem do Cartunista Jaguar
Jaguar

Imagem da Cartunista Laerte
Laerte

Imagem do Cartunista Ziraldo
Ziraldo

Imagem do Cartunista Maurício de Souza
Maurício de Souza

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Museu da Língua Portuguesa

Museu da Língua Portuguesa faz formação em método de letramento a partir da escrita de cartas

Ciete Silvério - Projeto DePara durante o Festival Cultura e Pop Rua
Ciete Silvério
Projeto DePara durante o Festival Cultura e Pop Rua

Objetivo é que participantes conheçam a metodologia do projeto DePara e repliquem a ação, que também promove a retomada de vínculos afetivos.

Projeto de escrita de cartas, o DePara tem sido uma ferramenta de aproximação com letramentos e retomada de vínculos e cidadania desde quando foi criado, em 2023.

A fim de fomentar multiplicadores da iniciativa, o Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, promove a formação Método DePara: selar vínculos através da carta.

O público-alvo são pessoas interessadas em conhecer de perto o projeto e replicar a ação em outros grupos e outras realidades.

A atividade vai acontecer nos dias 30 de abril e 2 de maio, presencialmente, na Sala Multiuso do Museu da Língua Portuguesa, das 14h às 17h. Para participar, é preciso se inscrever, gratuitamente, pelo Sympla (clique aqui).

Nos dois encontros, serão apresentados o histórico do projeto DePara, sua metodologia e repercussão junto às pessoas atendidas.

Os encontros serão apresentados pela artista visual e educadora Carmen Garcia, parceira na concepção do projeto, que vai compartilhar sua experiência com esta atividade.

Nos encontros do projeto DePara, mesa, cadeiras e materiais para escrita são colocados na calçada do Museu para estimular as pessoas a se sentar e escrever uma carta.

A atividade tem o apoio de oficineiros e profissionais do Centro de Referência do Museu da Língua Portuguesa, realizador da iniciativa.

Professores, psicólogos, assistentes sociais e redutores de danos, entre outros, já participaram do projeto ao longo de sua existência.

No Festival Cultura e Pop Rua, realizado em agosto de 2023, em parceria com o Sesc São Paulo, com correalização da Prefeitura de São Paulo, o DePara ganhou protagonismo.

O projeto teve uma tenda própria, onde pôde apresentar produções desenvolvidas durante os encontros e viabilizar a escrita e envio de dezenas de cartas.

Imagem de destaque da Formação Método DePara.
Imagem de destaque da Formação Método DePara.

SERVIÇO

Formação Método DePara: selar vínculos através da carta
Dias 30 de abril (terça-feira) e 2 de maio (quinta-feira), das 14h às 17h
Inscrição pelo Sympla (clique aqui
Na Sala Multiuso do Museu da Língua Portuguesa
Grátis (haverá a emissão de certificado de participação)

Museu da Língua Portuguesa
Praça da Língua, s/nº – Luz – São Paulo

SOBRE O MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA

Localizado na Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa tem como tema o patrimônio imaterial que é a língua portuguesa e faz uso da tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo.

O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção.

O Museu da Língua Portuguesa é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, concebido e implantado em parceria com a Fundação Roberto Marinho.

O IDBrasil Cultura, Esporte e Educação é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão.

PATROCÍNIOS E PARCERIAS

A temporada 2024 conta com patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale e da John Deere Brasil; com apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA.

Conta ainda com a parceria das empresas Instituto Votorantim, Epson, Machado Meyer, Verde Asset Management e Paramount Têxteis.

Revista Piauí, Guia da Semana, Dinamize e JCDecaux são parceiros de mídia. A EDP é patrocinadora máster da reconstrução do Museu.

A reconstrução e a temporada 2024 são uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.

Museu da Língua Portuguesa – Comunicação

Alan Faria | | alan.faria@idbr.org.br – 11 99894 0702

Renata Beltrão | renata.beltrao@idbr.org.br – 11 99267 5447

Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo – Assessoria de Imprensa

(11) 3339-8062 / (11) 3339-8585

imprensaculturasp@sp.gov.br  

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Museu de Mariana abre as portas ao público

O novo equipamento cultural será inaugurado dia 28 de setembro de 2023, às 10h, com a presença da Ministra da Cultura Margareth Menezes

Museu de Mariana e Igreja de São Francisco de Assis
Museu de Mariana e Igreja de São Francisco de Assis – Nelson Kon

Complexo conta com o restauro de duas edificações do século 18

Pouco mais de quatro anos após o início dos trabalhos, o restauro do complexo que envolve a Igreja de São Francisco de Assis e a Casa do Conde de Assumar foi concluído, assim como a implantação do Museu de Mariana, que será oficialmente inaugurado.

O projeto foi coordenado pelo Instituto Pedra, em parceria com a Prefeitura de Mariana e a Arquidiocese de Mariana, apoio do BNDES, patrocínio do Instituto Cultural Vale, apoio institucional do IPHAN, e viabilização por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

Localizadas em uma das cidades com maior patrimônio arquitetônico no país, as edificações são exemplares excepcionais da arquitetura colonial brasileira, construídas no século 18, quando Mariana foi também capital de Minas Gerais. Ambos imóveis foram tombados em 1938, no início das atividades do IPHAN e estão inseridas no Conjunto Arquitetônico e Urbanístico da cidade.

Uma programação especial está marcada para celebrar com a comunidade marianense a inauguração dos equipamentos culturais (veja fim do documento).

Museu de Mariana
Museu de Mariana

Um museu de cidade

O Museu de Mariana é um museu de cidade, que tem o próprio município como tema central da sua exposição de longa duração. A proposta é de que seja um espaço de formação, debate e proposição, o que requer a participação dos moradores não apenas como espectadores, mas como agentes que possam se expressar e se articular no novo espaço público.

A Casa do Conde de Assumar é a primeira sede do Museu, que terá sua continuidade em uma outra edificação a ser restaurada futuramente, na Rua Direita. O visitante é convidado a interpretar o passado e pensar o presente tendo como referência a própria cidade. 

“Costumamos ouvir que uma cidade tombada é um museu; no Museu de Mariana, as relações entre o que está dentro e o que está fora dialogam e se complementam”ressalta Luiz Fernando de Almeida, diretor-presidente do Instituto Pedra.

A edificação é o principal item do acervo do museu, e ela não se restringe aos seus ambientes internos expositivos: o complexo conta também com um café e um jardim a céu aberto, todos acessíveis.

“O Museu de Mariana é dedicado aos cidadãos e é inaugurado com o objetivo de se tornar um novo ponto de encontro e lazer para a comunidade. Um espaço para novas histórias, encontros e reencontros com os públicos que o visitarão”, diz Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.

O projeto desenvolveu ainda um programa de educação patrimonial, o manual de conservação dos espaços restaurados e um projeto de gestão cultural visando a sustentabilidade do local. Além disso, para atuar na equipe do Museu foram contratados moradores e estudantes de Mariana, reforçando, assim, a inserção do novo equipamento na comunidade.

“A inauguração do Museu de Mariana é exemplo de projeto que está aliado não só à conservação do patrimônio cultural local, mas também ao desenvolvimento social e econômico da região ao reforçar sua atratividade turística. Investir nesse trabalho é investir no próprio povo marianense”, conclui Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.

Igreja de São Francisco de Assis
Igreja de São Francisco de Assis

Os patrimônios materiais

A Igreja de São Francisco de Assis, construída entre 1762 e 1794, preserva sistemas construtivos tradicionais do período colonial e um acervo artístico ímpar, sendo um dos bens culturais mais visitados na cidade de Mariana até a sua interdição ocorrida em 2013, devido ao risco de desprendimento de peças estruturais do seu arco-cruzeiro. 

A construção do edifício religioso contou com a participação de notáveis arquitetos e artistas como José Pereira Arouca, Manuel Costa Athaíde, Francisco Vieira Servas e Francisco Xavier Carneiro.

Já a Casa do Conde de Assumar, denominada Casa de São Francisco, possui grande relevância cultural. Com provável construção em 1715 para moradia do governador da Capitania Hereditária de São Paulo e Minas de Ouro – conde Dom Pedro de Almeida e Portugal –, foi posteriormente a residência de Dom Frei Manoel da Cruz, o primeiro bispo de Mariana.

Instituto Pedra

O Instituto Pedra é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que desenvolve ações no campo do patrimônio cultural.

Possui projetos nos estados do Pará, Maranhão, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo como, por exemplo, o projeto de restauração de fachadas do Edifício Copan e a restauração, com criação de centro cultural, da Vila Itororó em São Paulo; a recuperação do complexo arquitetônico e acervo histórico do Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro; o inventário do acervo de Frans Krajcberg e a restauração do Parque do Queimado na Bahia; a idealização da Escola de Ofícios Tradicionais de Mariana e a restauração da Igreja de São Francisco de Assis e da Casa do Conde de Assumar, em Mariana, entre outros.

Visite o site do Instituto Pedra: institutopedra.org.br

Instituto Cultural Vale

O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro.

Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa.

Nos anos 2020-2022, o Instituto Cultural Vale patrocinou mais de 600 projetos em mais de 24 estados e no Distrito Federal.

Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale.

BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, sendo o principal instrumento do Governo Federal para financiamento de longo prazo e investimento nos diversos segmentos da economia brasileira. O Sistema BNDES é formado por três empresas: o BNDES e suas subsidiárias – a BNDES Participações S.A. (BNDESPAR), que atua no mercado de capitais, e a Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME), dedicada ao fomento da produção e da comercialização de máquinas e equipamentos.

Visite o site do BNDES: bndes.gov.br

PROGRAMAÇÃO CULTURAL

Museu de Mariana

Abertura: 28 de setembro de 2023, às 10h

Visitação: Quinta a segunda, das 10h às 18h; Terça, das 13h às 21h; Quarta: Fechado.

Ingressos: R$ 10,00 – inteira / R$ 5,00 – meia.

Endereço: Rua João Pinheiro, 20 – Mariana / MG

Voltar: http://www.jornalrol.com.br

Facebook: https://facebook.com/JCulturalRol/




Museu da Energia de Itu promove Ação Educativa ‘Cotidiano do século XIX’

Atividade promove um passeio divertido pela história e cultura, estimulando o conhecimento e a criticidade a partir de fragmentos encontrados em prospecção arqueológica

Divulgação
Exposição Fragmentos do Cotidiano

O Museu da Energia de Itu, que integra a Fundação Saneamento e Energia, tem uma atividade especial para os estudantes durante o segundo semestre do ano. A Ação Educativa ‘Cotidiano do século XIX‘ pode ser conferida por grupos agendados, de terça-feira a sábado, das 10h às 17h.

Promovida pelo Setor Educativo do Museu, a atividade promove uma imersão cultural a partir de fragmentos encontrados na prospecção arqueológica realizada no jardim do Museu. Os visitantes serão convidados a traçar um perfil de comportamento dos moradores através da alimentação, utensílios domésticos e materiais de uso pessoal.

Divulgação
Exposição Fragmentos do Cotidiano

A proposta da ação educativa é apresentar um panorama do cotidiano do século XIX a partir da pesquisa arqueológica do Museu da Energia de Itu. A atividade promove um passeio divertido pela história e cultura, estimulando o conhecimento e a criticidade das crianças e adolescentes. Interessados em agendar grupos de estudantes podem entrar em contato com o museu pelo e-mail itu@museudaenergia.org.br, telefone (11) 4022-6832 e WhatsApp (11) 94805-4429.

A ação educativa faz parte do projeto da mostra “Fragmentos do Cotidiano”, que revela os hábitos dos antigos moradores do prédio que hoje abriga o Museu da Energia de Itu. A exposição está aberta à visitação até 31 de dezembro de 2023, também de terça-feira a sábado, das 10h às 17h.

Divulgação
Exposição Fragmentos do Cotidiano

Na mostra, o público de todas as idades pode conferir detalhes sobre atos históricos da cidade de Itu, origens indígenas da região, além de conferir itens raros como artefatos cerâmicos, utensílios domésticos e moedas antigas. ‘Fragmentos do Cotidiano‘ foi produzida com descobertas arqueológicas encontradas em prospecções no jardim do museu em 1999, executadas em conjunto com a Fundação Energia e Saneamento.

A exposição foi organizada pelo Grupo de Estudos do Museu da Energia de Itu, a partir da pesquisa do professor Paulo Zanettini. Conta com 11 painéis, vitrines, maquetes, artefatos cerâmicos, utensílios domésticos, fragmentos de vidros importados, fósseis bovinos e suínos. Os visitantes conhecem os hábitos alimentares dos antigos moradores e como eles realizavam o descarte de resíduos e lixo na área externa.

Divulgação
Exposição Fragmentos do Cotidiano

Fragmentos do Cotidiano‘ também apresenta conceitos sobre a arqueologia doméstica e aborda questões sobre o consumo desenfreado da sociedade atual e a reciclagem. Textos e imagens da exposição revelam os detalhes das prospecções arqueológicas realizadas no quintal do Museu da Energia de Itu em 1999, fatos históricos da cidade de Itu do século XVII ao XIX, as origens indígenas e o início da colonização na região. Ao todo, o acervo do local histórico soma cerca de 3,8 mil fragmentos.

Serviço

Museu da Energia de Itu

Ação Educativa ‘Cotidiano do século XIX

Exposição ‘Fragmentos do Cotidiano

De terça-feira a sábado, das 10h às 17h (bilheteria encerra às 16h15)

Valor do Ingresso: R$ 4,00

Valor da Ação Educativa: R$ 2,00

Agendamento de grupos de alunos para a Ação Educativa e contato com o Museu: e-mail itu@museudaenergia.org.br, telefone (11) 4022-6832 e WhatsApp (11) 94805-4429

Endereço: Rua Paula Souza, 669 – Centro, Itu

Sobre a Fundação Energia e Saneamento

Desde 1998, a Fundação Energia e Saneamento pesquisa, preserva e divulga o patrimônio histórico e cultural dos setores de energia e de saneamento ambiental. Atuando em várias regiões do Estado de São Paulo por meio das unidades do Museu da Energia (São Paulo, Itu e Salesópolis), realiza ações culturais e educativas que reforçam conceitos de cidadania e incentivam o uso responsável de recursos naturais, traba…

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Nova exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa revela o elo profundo entre a língua e a canção brasileira

Essa nossa canção entra em cartaz no dia 14 de julho. Mostra tem participação de artistas como Carlinhos Brown, Tom Zé, Xênia França, Teresa Cristina e Johnny Hooker, entre outros

Jacob Solitrenick
Xênia França canta “Garota de Ipanema”

Que relações profundas existem entre a língua portuguesa e a música cantada? Entre as letras de sucesso da música brasileira e a forma original que a língua assumiu no Brasil? Entre nossos diversos falares e os ritmos que nos fazem dançar? Entre as letras que não saem da nossa cabeça e a vida de cada um de nós? Essa nossa cançãoa nova exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa, explora a ligação visceral entre o português e a música – tão profunda no caso do Brasil que faz parte da nossa identidade como povo e da nossa memória coletiva.   

A mostra entra em cartaz no dia 14 de julho na sede do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, contando com o patrocínio máster da CCR, patrocínio do Grupo Globo, e com o apoio do BNY Mellon, da PwC Brasil e do Itaú Unibanco, todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.   

Com curadoria de Carlos Nader Hermano Vianna, consultoria de José Miguel Wisnik e curadoria especial de Isa Grinspum Ferraz, a mostra Essa nossa canção abarca diversos gêneros do cancioneiro brasileiro, promovendo conexões entre algumas das canções mais representativas da história da música nacional às formas contemporâneas de expressão musical. Da bossa nova ao sertanejo; do rock ao samba; do funk ao axé; do chorinho ao forró – a exposição reafirma a força da diversidade brasileira através da canção.   

Em Essa nossa canção, música e língua se unem como um sopro e se espalham como o vento pelo espaço expositivo, trabalhado com tecidos leves e formas onduladas. A experiência dos visitantes começa já no elevador, quando o público é surpreendido por uma intervenção sonora criada pelo produtor cultural Alê Siqueira a partir de vocalizes das músicas brasileiras. Cantos como “Ôôôôô”, “Ilariê”, “Aê-aê-aê” foram editados para formar uma única canção sem aquilo que convencionalmente se entende por palavra.  

Depois desse primeiro estranhamento, o público encontra a instalação sonora Palavras Cantadas, também de Alê Siqueira, na qual 54 músicas brasileiras são despidas do acompanhamento instrumental; cantadas à capela e entremeadas umas nas outras, parecem conversar entre si. A obra costura versos de faixas como Trem das Onze (Adoniran Barbosa), Salve (Mano Brown) e Nem Luxo Nem Lixo (Rita Lee e Roberto de Carvalho). O visitante perceberá que o trecho “Olá, como vai?” de uma canção se relaciona com “Eu estou aqui. O que é que há?” de outra, como se criasse uma história única composta por dezenas de vozes.  

A instalação é vivenciada em um espaço contido por cortinas, acolhedor e confortável, e conta com 14 caixas de som acústicas, que vão permitir a percepção de nuances das vozes criando um ambiente sonoro imersivo.   

Jacob Solitrenick
Carlinhos Brown canta “O Vento”

Na segunda sala da exposição, dez canções emblemáticas do cancioneiro nacional ganham novos intérpretes, promovendo ligações inusitadas entre as interpretações “clássicas” e a música brasileira contemporânea. Em vídeos dirigidos por Daniel Augusto, Carlinhos Brown interpreta O Vento, de Dorival Caymmi, uma canção-guia para o sopro musical da exposição Essa nossa canção.  

Jacob Solitrenick
Felipe Araújo e João Reis cantam “Tristeza do Jeca”

O cantor sertanejo Felipe Araújo e seu pai, João Reis, emprestam suas vozes para a caipira Tristeza do Jeca, de Angelino de Oliveira. Juçara Marçal canta Sinal Fechado, de Paulinho da Viola. Johnny Hooker e Luiz Tatit interpretam Conceição, de Jair Amorim e Dunga, sucesso no repertório de Cauby Peixoto. Cabem a José Miguel Wisnik e Xênia França a faixa Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, uma das mais conhecidas em todo o mundo.  

Dez slammers soltam a sua versão de Construção, de Chico Buarque; e dez fãs dos Racionais MC’s cantam o clássico rap Diário de um Detento. “Não se trata das melhores canções que o Brasil já produziu. Foram escolhidas por outro motivo: todas aparecem aqui por serem exemplos reveladores de determinadas relações entre canções e língua em território brasileiro. Do uso de frases bem coloquiais até o debate que questiona se o rap anuncia o ‘fim da canção’”, afirmam os curadores Carlos Nader e Hermano Vianna. 

O terceiro ambiente da exposição é dividido em dois espaços. Em um deles, o público terá a oportunidade de assistir ao documentário As Canções (2011), de Eduardo Coutinho. Para este filme, ele conversou com anônimos que cantam as músicas de que mais gostam e revelam histórias pessoais relacionadas a essas faixas. No outro, os cineastas Quito Ribeiro e Sérgio Mekler realizam obra inédita composta por pequenos trechos de músicas que estão em vídeos do YouTube com interpretações de Homem com H, conhecida na voz de Ney Matogrosso, Beijinho no Ombro, sucesso de Valesca Popozuda, Índia, do repertório de Roberto Carlos, e O Caderno, de Toquinho.  

Neste segmento da exposição Essa nossa canção, o objetivo é mostrar de que forma o público em geral, não só cantores, cantoras, instrumentistas e produtores, conseguem se apropriar das canções e registrá-las. Se antes era preciso ter acesso a engenhocas, como gramofones, ou ir a estúdios ultramodernos, atualmente basta ter um celular na mão. Haverá, ainda, uma linha do tempo em que serão apresentados aparelhos que serviram e servem para “aprisionar” a língua cantada, como vitrola, disco de 78 rpm, fitas K7 e iPods. 

Na última sala da exposição, a canção ganha materialidade no papel escrito e desmistifica-se a ideia de que, para a composição de uma música, basta a inspiração. Reproduções dos manuscritos de canções de nomes como a cantora sertaneja Marília Mendonça, o rapper e MC Xis e o sambista Cartola, com rabiscos em diversos versos, estarão expostas nas paredes a fim de mostrar as escolhas linguísticas que podem ser vitais para tornar uma canção inesquecível. 

Fotos da exposição serão disponibilizadas em breve. Em anexo, há imagens de Xênia França cantando “Garota de Ipanema”; de Felipe Araújo e João Reis em “Tristeza do Jeca”; e Carlinhos Brown que canta “O Vento”. 

SERVIÇO  
Mostra temporária Essa nossa canção  
De 14 de julho a março de 2024  
De terça a domingo, das 9h às 16h30 (com permanência até as 18h)  
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)  
Grátis para crianças até 7 anos  
Grátis aos sábados  
Acesso pelo Portão A  
Venda de ingressos na bilheteria e pela internet:  
https://bileto.sympla.com.br/event/68203  

Museu da Língua Portuguesa  
Praça da Luz, s/n – Luz – São Paulo  

Estação da Luz – Museu da Língua Portuguesa
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Esta%C3%A7%C3%A3o_da_Luz_-_Museu_da_L%C3%ADngua_Portuguesa_01.jpg

SOBRE O MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA  
O Museu da Língua Portuguesa é um equipamento da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, concebido e implantado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O IDBrasil Cultura, Esporte e Educação é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão.  

PATROCÍNIOS E PARCERIAS  
A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa tem Patrocínio Máster da EDP e Patrocínio do Grupo Globo, Itaú Unibanco e Sabesp – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O Apoio é da Fundação Calouste Gulbenkian.  

A Temporada 2023 conta com patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, da Petrobras e do Grupo Globo, com apoio do BNY Mellon, da PwC Brasil e do Itaú Unibanco, e com as empresas parceiras Marsh McLennan, Eaton, Machado Meyer e Verde Asset Management. Revista Piauí, Guia da Semana, Dinamize, JCDecaux e Helloo são seus parceiros de mídia. A Temporada é realizada pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.  

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