Serão dois encontros que acontecerão na próxima semana: um de Roteiro e Storyboard e outro de Direção de Arte
Visando compartilhar experiências de seus processos criativos, o diretor e roteirista sorocabano, Daniel Bruson, conduzirá uma oficina de Roteiro e Storyboard na próxima terça-feira (08) e outra de Direção de Arte na quarta-feira (09), ambas às 19h, online e gratuitas.
A ação é promovida por meio de seu mais recente projeto, Núcleo de Desenvolvimento de Animações e as vagas são limitadas.
Daniel Bruson, que atua como diretor de animação, roteirista, animador e artista gráfico, é reconhecido por explorar em seus trabalhos as misturas possíveis entre animação feita à mão e técnicas digitais.
Ele será responsável por ministrar as duas oficinas que acontecerão na próxima semana.
Na Oficina de Roteiro e Storyboard, que acontecerá na terça-feira (08), das 19h às 22h, Daniel vai demonstrar o processo de criação de roteiros e storyboards para audiovisual, suas funções dentro da produção, técnicas de escrita criativa, desenho e especificidades de cada formato, tudo com exemplos práticos de abordagens possíveis.
E no encontro de Direção de Arte, marcado para quarta-feira (09),das 19h às 21h, o diretor vai compartilhar exemplos práticos de trabalhos próprios e de outras pessoas, e o processo de elaboração da direção de arte para um filme de animação, por meio de esboços iniciais, artes conceituais, model sheets de personagens, desenhos de cenários, pesquisas de cores, texturas, atmosferas e outras referências, sempre com o foco na história a ser contada.
Daniel Bruson afirma estar empolgado para compartilhar suas experiências, como erros e acertos em projetos anteriores, além de exemplos práticos dele e de coisas que o inspiraram.
“Não sou perito em nada disso, mas a ideia do Núcleo é exatamente compartilhar esses processos, então essas oficinas também são a chance de ouvirmos o público e assim criarmos juntos um ambiente de aprendizado coletivo”
Daniel Bruson
Oficina de Daniel Bruson
Ao lado de Daniel, também integram o Núcleo de Desenvolvimento de Animações: Eliete Della Violla, artista, designer e educadora independente, e Talita Annunciato, doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), escritora e desenhista.
O Núcleo visa o desenvolvimento de três curtas-metragens (um de Daniel, um de Talita e outro de Eliette), mas que em sua primeira e atual etapa, direciona os esforços para pesquisa, roteiros, storyboards, direção de arte e dimensionamento, de modo que os projetos dos três filmes fiquem prontos para serem produzidos no futuro.
A equipe envolvida também inclui Sttefania Mendes na Produção Administrativa, Veronica Heidemann na Produção Executiva, Natasha Amaral na Assessoria de Imprensa e Mídias Sociais, Rafa Lobotomia no Design e Pêu Ribeiro na Assistência de Animação.
As inscrições para as oficinas podem ser realizadas por meio do formulário e as vagas são limitadas a 20 pessoas por encontro, que serão preenchidas por ordem de inscrição @nucleodanimacao
A ação faz parte da programação do Núcleo de Desenvolvimento de Animações, realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura Economia e Indústria Criativas, por meio do Edital 14/2023 – Apoio às pequenas e microempresas audiovisuais
‘Uma Noite em Hollywood’ celebra os Melhores do Teatro em Sorocaba
Card da 7ª edição do prêmio ‘Uma Noite em Hollywood’
No dia 12 de abril, às 19h30, o Teatro Pedro Salão será palco de uma noite inesquecível para os amantes das artes cênicas. A 7ª edição da premiação ‘Uma Noite em Hollywood’ promete reunir os maiores talentos do teatro para celebrar suas conquistas e contribuições ao cenário cultural.
Criado em 2013 pelo ator e diretor Júnior Mosko, o evento bienal reconhece o trabalho de atores, diretores, autores e produtores que se destacaram no teatro ao longo de 2023 e 2024. Os indicados são escolhidos por críticos e jornalistas, garantindo uma seleção criteriosa dos melhores da cena teatral.
A cerimônia será marcada pelo encanto do tapete vermelho, onde os artistas chegam com trajes deslumbrantes para uma noite de gala repleta de emoção. Os vencedores, escolhidos em diversas categorias, subirão ao palco para receber seus prêmios e compartilhar discursos apaixonados.
Além da premiação, o público poderá prestigiar apresentações de trechos de peças que encantaram plateias nos últimos anos, incluindo títulos como ‘Há Tempo’, ‘Minha Mãe Mandou Escolher Esse Daqui’, ‘Vidas Cruzadas’ e ‘A Verdadeira Estória de Romão e Julinha’.
Categorias Premiadas
Adulto:
• Melhor Ator
• Melhor Atriz
• Melhor Ator Coadjuvante
• Melhor Atriz Coadjuvante
• Ator Revelação
• Atriz Revelação
Infantil:
• Melhor Ator
• Melhor Atriz
• Melhor Ator Coadjuvante
• Melhor Atriz Coadjuvante
• Ator Revelação
• Atriz Revelação
• Melhor Comunicação (Ator)
• Melhor Comunicação (Atriz)
Para Júnior Mosko, o prêmio é essencial para dar visibilidade aos artistas, incentivando a continuidade e o crescimento do teatro. “Essa premiação legitima o talento dos artistas e reforça a importância do teatro como uma das formas mais poderosas de expressão”, afirma o criador do evento.
Com brilho, emoção e atuações inesquecíveis, ‘Uma Noite em Hollywood’ promete ser um marco na cena teatral de Sorocaba, reafirmando o valor da arte na sociedade.
Arquitetura da dor: ‘O Brutalista’, de Brady Corbet
Bianca Agnelli
“Arquitetura da Dor: ‘O Brutalista’, de Brady Corbet”
“Architettura del dolore: ’The Brutalist’ di Brady Corbet”
Card do artigo “Arquitetura da Dor: ‘O Brutalista’, de Brady Corbet” – Scheda per l’articolo “Architecture of Pain: ‘The Brutalist’, di Brady Corbet”
Fevereiro na Itália é um mês frio, cortante, brutal. O lançamento de The Brutalist (O Brutalista, em português) não poderia ser mais pertinente: não apenas pelo clima meteorológico que nos aperta no gelo, mas também pelo clima emocional e político que parece permear o Velho Continente – e o mundo inteiro – nos últimos meses, deixando-nos com arrepios e uma vaga sensação de inquietação.
A imagem promocional do filme – que também é o que o protagonista vê ao chegar ao porto de Nova York – já é uma declaração de intenções: a Estátua da Liberdade invertida, torta, prestes a desabar. Um presságio, talvez um aviso. A América, o país das iguais oportunidades e dos sonhos realizados, ainda é o ideal que nos foi prometido? Ou o sonho americano se transformou em uma relíquia distorcida, uma ilusão que desmorona sob o peso da realidade?
Em The Brutalist, dirigido por Brady Corbet, a ilusão se desfaz na história de László Tóth (interpretado magistralmente por Adrien Brody) ), um gênio da arquitetura, um judeu húngaro sobrevivente do campo de concentração de Buchenwald. Embora o protagonista seja fruto da imaginação de Corbet, seu contexto e as experiências que o moldam estão firmemente ancorados em eventos históricos reais. A trama se inspira nas histórias de arquitetos europeus do pós-guerra, como Marcel Breuer e Louis Kahn, que emigraram para os Estados Unidos. Esses homens, com as cicatrizes das dores do passado, trouxeram consigo uma visão inovadora e revolucionária da arquitetura, dando vida a uma nova linguagem estética que marcaria profundamente a América. Após perder todos os seus referenciais – a esposa, a pátria, a segurança – László chega em Filadélfia para reconstruir sua vida das cinzas. Mas todo recomeço é doloroso, e para László, o Sonho Americano se revela um calvário de paradoxos e abusos.
Sua salvação – ou talvez sua danação – é a arquitetura: a linguagem que ele domina, a única forma de beleza em que encontra refúgio. Corbet consegue tornar visível essa tensão em cada quadro do filme, esculpindo a película com um rigor quase arquitetônico. As linhas, sombras e geometria urbana se tornam o eco do trauma e da busca pela redenção de László.
Adrien Brody oferece uma interpretação impecável, intensa e visceral, que – como todos esperávamos – lhe valeu o Oscar. A atuação de Brody está imbuída de uma verdade pessoal que vai além do personagem: sua mãe, Sylvia Plachy, é uma fotógrafa e jornalista húngara sobrevivente da ocupação nazista, e seu pai, Elliot Brody, é filho de imigrantes poloneses de origem judaica. A história de László, no fundo, é uma história que Brody conhece nas profundezas do sangue e da memória familiar.
Por trás da força narrativa e visual de The Brutalist está também uma colaboração artística e pessoal que moldou profundamente a estrutura do filme. A esposa de Brady Corbet, Mona Fastvold, contribuiu significativamente para o filme, não apenas como corroteirista, mas como parceira criativa de longa data. Fastvold, diretora norueguesa, colaborou com Corbet na escrita de vários filmes desde 2012, ano em que também começou o relacionamento pessoal entre os dois. A sinergia deles é palpável na delicadeza com que o filme aborda o tema da imigração e da perda: Fastvold, ela mesma imigrante, enriqueceu o projeto com uma perspectiva autêntica sobre a experiência do exílio e da reconstrução. Essa fusão de olhares e sensibilidades faz de The Brutalist uma investigação sobre a identidade coletiva e as raízes destruídas.
Estenão é apenas um filme sobre imigração ou sobre arte; é um hino à sobrevivência, uma crônica da dor que se esconde por trás das paredes de um sonho desfeito. É a história de quem, apesar de tudo, ousa tentar construir beleza sobre os escombros, de quem tenta dar sentido ao caos com a precisão de uma linha, com a força de um ângulo. E, acredite, isso me tocou profundamente.
No elenco, destaca-se também Felicity Jones com sua interpretação de Erzsébet, a esposa sobrevivente do Holocausto; Joe Alwyn no papel de Harry Lee Van Buren; Raffey Cassidy como Zsófia; Stacy Martin como Maggie Van Buren, irmã gêmea de Harry; e Alessandro Nivola interpretando Attila, primo de László, proprietário de uma loja de móveis na Filadélfia e mais assimilado à cultura americana.
Filmado principalmente em Budapeste, o filme também se desloca para a Itália, mais especificamente para Carrara, onde László e seu rico cliente, Harrison Lee Van Buren (interpretado por Guy Pearce), escolhem o mármore para seu ambicioso projeto. As históricas cavernas de Bettogli e Bombarda, que há séculos fornecem o precioso mármore usado nas maiores obras de arte do mundo, conferem ao filme uma beleza sublime e uma conexão tangível com a tradição artística italiana.
Filmado em 70mm, o filme oferece uma qualidade visual que remete aos grandes clássicos do cinema épico, conferindo a cada cena uma dimensão quase palpável. É o resultado de dez anos de trabalho, de uma visão que Corbet aperfeiçoou com paciência e ambição, criando uma obra que não apenas homenageia o cinema do passado, mas também redefine a linguagem visual contemporânea. A duração de 215 minutos, com um intervalo de quinze minutos, convida o espectador a se imergir completamente na experiência cinematográfica, lembrando a época em que o cinema era um evento para ser vivido por completo. Pessoalmente, fui envolvida pelo filme e seu ritmo angustiante: não queria perder nem um minuto do que estava vivenciando.
Outro aspecto que realmente me entusiasmou: a trilha sonora composta por Daniel Blumberg. Conhecido por seu estilo vanguardista e não convencional, ele criou uma composição musical que reflete os desafios e os sofrimentos do protagonista. Achei fascinante o uso de sons que remetem ao processo de construção, juntamente com outros elementos que imitam materiais e ferramentas de canteiro de obras. Essa abordagem não só enfatiza a profissão do protagonista como arquiteto, mas também simboliza sua luta para reconstruir sua identidade e encontrar redenção por meio da criação.
A qualidade da composição foi reconhecida internacionalmente, com o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original. Esse prêmio sublinha a contribuição excepcional de Blumberg para o cinema contemporâneo e a eficácia da música em contar histórias poderosas e universais.
Nas mãos do diretor, a arquitetura se torna uma linguagem de resistência e memória.
A beleza que László tenta construir não é pura: ela é marcada pelas rachaduras da História, pelas sombras da violência, pelos fantasmas do passado que se insinuam entre as geometria perfeitas dos edifícios. A própria construção se torna o coração pulsante da história, desempenhando um papel crucial na evolução da trama. O Instituto Van Buren, o imenso edifício imaginário no centro da narrativa, construído em concreto e projetado com um jogo habilidoso de espaços negativos entre duas torres que se erguem em direção ao céu formando o símbolo de uma cruz, foi idealizado pela designer de produção Judy Becker. Aqui, a engenhosidade criativa se torna metáfora de uma dor coletiva, transformada em uma obra simbólica, um monumento à memória e ao desejo de não ser esquecido.
E é assim que The Brutalist se torna verdadeiramente provocador: nos obriga a confrontar as histórias de dor, racismo, imigração. László não constrói para esquecer, mas para dar forma ao vazio, para dar voz a um destino marcado pela exclusão, para contar a história de um judeu brutalizado pelo mundo. Observando seu frágil sonho se erguendo contra o céu, me pergunto: qual será o preço que nós, como sociedade, pagaremos se continuarmos a ignorar as feridas do passado?
Adrien Brody, ao receber seu Oscar, abordou os temas centrais do filme, ressaltando como o ator, mesmo no aparente encanto da profissão, vive em um terreno frágil. “Estou aqui para representar os traumas persistentes e as repercussões da guerra, da opressão sistemática, do antissemitismo e do racismo”, afirmou, lembrando como a história de László é uma reflexão sobre os danos profundos deixados pelas atrocidades históricas. “Rezo por um mundo mais saudável, mais feliz e mais inclusivo, e acredito que, se o passado pode nos ensinar algo, é que devemos impedir que o ódio passe despercebido.”
Talvez seja justamente a coragem de se identificar com essas realidades – cruas, dolorosas, injustas – que pode ajudar a reconstruir não apenas edifícios, mas uma sociedade mais justa. E, no fim, enquanto László tenta desesperadamente dar forma a um mundo que o rejeitou, nós também devemos nos perguntar se não chegou a hora de ouvir realmente as vozes daqueles que estão vivendo à margem.
Bianca Agnelli
“Architettura del dolore: ’The Brutalist’ di Brady Corbet’
Febbraio in Italia è un mese freddo, graffiante, brutale. L’uscita di The Brutalist non poteva essere più azzeccata: non solo per il clima meteorologico che ci stringe nella morsa del gelo, ma per quello emotivo e politico che sembra permeare il Vecchio Continente – e il mondo intero – negli ultimi mesi, lasciandoci con la pelle d’oca e un vago senso di inquietudine.
L’immagine promozionale del film – che è anche ciò che il protagonista vede una volta attraccato al porto di New York – è già una dichiarazione di intenti: la Statua della Libertà rovesciata, storta, decisamente sul punto di crollare. Un presagio, forse un ammonimento. L’America, il paese delle pari opportunità e dei sogni realizzati, è davvero ancora l’ideale che ci è stato promesso? O il sogno americano è ormai solo una reliquia distorta, un’illusione che si sgretola sotto il peso della realtà?
In The Brutalist, diretto da Brady Corbet, l’illusione si infrange attraverso la storia di László Tóth (interpretato magistralmente da Adrien Brody), un genio dell’architettura, un ebreo ungherese sopravvissuto al campo di concentramento di Buchenwald. Nonostante il protagonista sia frutto della fantasia di Corbet, il suo contesto e le esperienze che lo definiscono sono saldamente ancorati a eventi storici reali. La trama si ispira infatti alle storie di architetti europei del dopoguerra come Marcel Breuere Louis Kahn, che emigrarono negli Stati Uniti. Questi uomini, con le cicatrici delle sofferenze passate, portarono con sé una visione innovativa e rivoluzionaria dell’architettura, dando vita a una nuova lingua estetica che avrebbe segnato profondamente l’America. Dopo aver perso ogni riferimento – la moglie, la patria, la sicurezza – László arriva a Filadelfia per ricostruire la propria vita dalle macerie. Ma ogni rinascita è dolorosa, e per László l’American Dream si rivela un calvario di paradossi e abusi.
La sua salvezza – o forse la sua dannazione – è l’architettura: il linguaggio che riesce a dominare, l’unica forma di bellezza in cui riesce a rifugiarsi. Corbet riesce a rendere visibile questa tensione in ogni frame del film, scolpendo la pellicola con un rigore quasi architettonico. Le linee, le ombre, le geometrie urbane diventano l’eco del trauma e della ricerca di redenzione di László.
Adrien Brody regala un’interpretazione da manuale, intensa e viscerale, che – come tutti speravamo – gli è valsa l’Oscar. La performance di Brody è intrisa di una verità personale che va oltre il personaggio: sua madre, Sylvia Plachy, è una fotografa e giornalista ungherese sopravvissuta all’occupazione nazista, e suo padre, Elliot Brody, è figlio di immigrati polacchi di origine ebraica. La storia di László, in fondo, è una storia che Brody conosce nel profondo del sangue e della memoria familiare.
Dietro la potenza narrativa e visiva di The Brutalist si nasconde anche una collaborazione artistica e personale che ne ha plasmato la struttura profonda. La moglie di Brady Corbet, Mona Fastvold, ha contribuito significativamente al film, non solo come co-sceneggiatrice, ma come partner creativa di lunga data. Fastvold, regista norvegese, ha collaborato con Corbet alla scrittura di diversi film dal 2012, anno in cui è iniziata anche la loro relazione personale. La loro sinergia è palpabile nella delicatezza con cui il film affronta il tema dell’immigrazione e della perdita: Fastvold, lei stessa immigrata, ha arricchito il progetto con una prospettiva autentica sull’esperienza dell’esilio e della ricostruzione. Questa fusione di sguardi e sensibilità rende The Brutalist anche un’indagine sull’identità collettiva e sulle radici spezzate.
Questo non è solo un film sull’immigrazione o sull’arte; è un inno alla sopravvivenza, una cronaca del dolore che si nasconde dietro i muri di un sogno infranto. È la storia di chi, nonostante tutto, osa cercare di costruire bellezza sulle macerie, di chi tenta di dare un senso al caos con la precisione di una linea, con la forza di un angolo. E, credetemi, questo mi ha colpita nel profondo.
Nel cast, spicca pure Felicity Jones con la sua interpretazione di Erzsébet, la moglie sopravvissuta all’Olocausto, Joe Alwyn nei panni di Harry Lee Van Buren, Raffey Cassidy come Zsófia, Stacy Martin è Maggie Van Buren, la sorella gemella di Harry, e Alessandro Nivola interpreta Attila, cugino di László, proprietario di un negozio di mobili a Filadelfia e più assimilato nella cultura americana.
Girato prevalentemente a Budapest, il film si sposta anche in Italia, precisamente a Carrara, dove László e il suo facoltoso committente, Harrison Lee Van Buren (interpretato da Guy Pearce), scelgono il marmo per il loro ambizioso progetto. Le storiche cave di Bettogli e Bombarda, che da secoli forniscono il prezioso marmo utilizzato nelle più grandi opere d’arte del mondo, conferiscono al film una bellezza sublime e una connessione tangibile con la tradizione artistica italiana.
Girato in 70mm, il film regala una qualità visiva che richiama i grandi classici del cinema epico, conferendo a ogni scena una dimensione quasi tangibile. È il risultato di dieci anni di lavorazione, di una visione che Corbet ha affinato con pazienza e ambizione, dando vita a un’opera che non solo omaggia il cinema del passato, ma ridefinisce anche il linguaggio visivo contemporaneo. La durata di 215 minuti, con un intervallo di un quarto d’ora, invita lo spettatore a immergersi completamente nell’esperienza cinematografica, ricordando l’epoca in cui il cinema era un evento da vivere pienamente. Personalmente, sono stata inghiottita dal film e dal suo angosciante ritmo: non avrei voluto perdermi nemmeno un minuto di ciò che stavo vivendo.
Altro aspetto che mi ha davvero entusiasmata: la colonna sonora composta da Daniel Blumberg. Già noto per il suo stile avanguardista e non convenzionale, ha creato un accompagnamento musicale che rispecchia le sfide e le sofferenze del protagonista. Ho trovato affascinante l’uso di suoni che richiamano il processo di costruzione, insieme ad altri elementi che imitano materiali e strumenti da cantiere. Questo approccio non solo enfatizza la professione del protagonista come architetto, ma simboleggia anche la sua lotta per ricostruire la propria identità e trovare redenzione attraverso la creazione.
La qualità della composizione è stata riconosciuta a livello internazionale, con l’Oscar per la migliore colonna sonora originale. Questo premio sottolinea l’eccezionale contributo di Blumberg al cinema contemporaneo e l’efficacia della musica nel raccontare storie potenti e universali.
Nelle mani del regista, l’architettura diventa un linguaggio di resistenza e di memoria.
La bellezza che László cerca di costruire non è pura: è segnata dalle crepe della Storia, dalle ombre della violenza, dai fantasmi del passato che si insinuano tra le geometrie perfette degli edifici. La costruzione stessa diventa il cuore pulsante della storia, giocando un ruolo cruciale nell’evoluzione della trama. L’Istituto Van Buren, il mastodontico edificio immaginario al centro della narrazione, realizzato in cemento e concepito con un abile gioco di spazi negativi tra due torri che si ergono verso il cielo formando il simbolo di una croce, è stato ideato dalla designer di produzione Judy Becker. Qui l’ingegno creativo si fa metafora di un dolore collettivo, trasformato in un’opera simbolica, un monumento alla memoria e al desiderio di non essere dimenticati.
Ed è così che The Brutalist si fa veramente provocatorio: ci costringe a confrontarci con le storie di dolore, di razzismo, di immigrazione. László non costruisce per dimenticare, ma per dare forma a un vuoto, per dare voce a un destino segnato dall’esclusione, per raccontare la storia di un ebreo brutalizzato dal mondo. Guardando il suo sogno fragile ergersi contro il cielo, mi chiedo: quale sarà il prezzo che noi, come società, pagheremo se continuiamo a ignorare le ferite del passato?
Adrien Brody nel ritirare il suo Oscar ha toccato gli argomenti centrali del film, sottolineando come l’attore, pur nell’apparente glamour del mestiere, si trovi a vivere su un terreno fragile.“Sono qui per rappresentare i traumi persistenti e le ripercussioni della guerra, dell’oppressione sistematica, dell’antisemitismo e del razzismo”, ha dichiarato, ricordando come la storia di László sia una riflessione sui danni profondi lasciati dalle atrocità storiche. “Prego per un mondo più sano, più felice e più inclusivo, e credo che se il passato ci può insegnare qualcosa, è che dobbiamo impedire che l’odio passi inosservato.”
Forse è proprio il coraggio di immedesimarsi in queste realtà – crude, dolorose, ingiuste – che può aiutare a ricostruire non soltanto edifici, ma una società più giusta. E, in definitiva, mentre László cerca disperatamente di dare forma a un mondo che lo ha rifiutato, anche noi dobbiamo chiederci se non sia giunto il momento di ascoltare, davvero, le voci di chi sta vivendo ai margini.
A Associação Fazer Arte, por meio de seus projetos, tem sido um poderoso instrumento de transformação pessoal e social para a sociedade sorocabana
Junior Mosko
No próximo dia 15 de março, a Associação Fazer Arte, entidade de utilidade pública, sem fins lucrativos e sem vínculos partidários ou religiosos, criada em 2009 por iniciativa do ator e diretor-artístico Júnior Mosko, para promover atividades artísticas e culturas como instrumento de transformação social, empossará a sua próxima diretoria para o biênio 2025-2026.
A Associação Fazer Arte, por meio de seus projetos, tem sido um poderoso instrumento de transformação pessoal e social para a sociedade Sorocabana.
Junior Mosko, com o apoio do Diretor Financeiro Adriano P. da Silva Rodrigues, trabalha incansavelmente para cumprir seu propósito de transformar vidas por via do teatro, da dança, e da música, criando uma conexão entre culturas, gerações e contextos diversos, favorecendo a construção de uma identidade coletiva, promovendo nas pessoas desenvolvimento pessoal e o fortalecimento do senso de pertencimento.
Ao reunir pessoas, promover diálogos e provocar reflexões sobre questões humanas e sociais, o teatro se revela uma poderosa arma de construção de identidade e transformação pessoal e social.
Foto: arquivo pessoal
Através de suas atividades a Associação Fazer Arte vem desempenhando um crucial papel na inclusão e desenvolvimento pessoal se revelando como um importante espaço de acolhimento, onde indivíduos de diferentes contextos sociais, econômicos e culturais podem se encontrar, se expressar e se fortalecerem, desempenhando um fundamental papel educativo tanto para os atores participantes como para quem assiste às apresentações.
Foto: arquivo pessoal
Dentre os valiosos projetos desenvolvidos pela Associação Fazer Artepodemos destacar:
O ABRACADABRA – Que busca promover a valorização e o desenvolvimento de crianças e jovens, incentivando-os a reconhecer sua identidade e a lutar por seus objetivos e direitos.
O PROJETO NÓS EM CENA – Que visa conectar pessoas carentes com o poder do teatro, da dança, da arte e da música, como meio de transformação pessoal e social.
PONTO CEGO – Projeto de acolhimento cujo principal objetivo é estimular pessoas com deficiência visual a expandir suas habilidades, ampliando as oportunidades de interagirem com a sociedade através da arte, da música e da dança. Esse projeto também abrange pessoas com síndrome de Down.
60+ – Belíssimo projeto que visa proporcionar as pessoas com 60 anos ou mais a terem uma nova oportunidade de interagirem com seu mundo ao redor, abrindo novas oportunidades de conexões e lazer, criando uma grande oportunidade de reconexão com seus laços emocionais e psicológicos, tanto consigo mesmo quanto com os outros, ao estimular o sentimento de ‘pertencimento social’ daqueles que devido a ‘bela idade’, se sentem excluídos da sociedade.
ESPETÁCULOS TEATRAIS – A Associação Cultural Fazendo Arte também é um ponto de referência para a produção de espetáculos teatrais. JUNIOR MOSKO o idealizador da Associação e grande Ator e Diretor Artístico, comprometido com a qualidade e a criatividade de cada montagem artística, faz questão de cuidar, pessoalmente, de todas as etapas de construção e promoção das criações teatrais da associação
PASSEIOS TURÍSTICOS – Através da organização de passeios turísticos culturais, a Associação Fazer Arte busca estimular a cultura de valorização e preservação dos patrimônios históricos e culturais. Cada passeio é uma oportunidade única para explorar pontos artísticos e históricos, imergir o participante no mundo da arte e da cultura, e para o enriquecimento do conhecimento e preservação da identidade artística e cultural da sociedade.
PROJETO LIBRAS – Projeto libras para surdos e ouvintes.
Participe desse belíssimo trabalho de transformação de vidas. Seja uma Voluntário-apoiador doando qualquer quantia para a Associação Fazer Arte através do PIX (CNPJ): 11.503.616/0001-00.
A Associação também aceita doações de produtos de limpeza que poderão ser entregues diretamente na Sede cultural, situada na Av. Eugênio Salerno, 428 – Centro, Casa/2 – Sorocaba (SP), CEP 18035.430.
Participe! Venha fazer parte deste grande projeto.
Com patrocínio da SMURFIT WESTROCK, Parklet Móvel sediará atividades culturais gratuitas em Porto Felize funcionará como espaço de convivência para todas as idades
Projeto cultural itinerante Parklet Móvel – Cachalote Filmes
Com a proposta de democratizar o acesso à cultura e criar espaços de convivência, o Parklet Móvel, que transforma locais públicos em áreas de lazer e entretenimento para todas as idades, chega a Porto Feliz (SP) este mês, oferecendo uma programação cultural diversificada para toda família. A iniciativa, que é itinerante, ficará alocada em dois pontos da cidade: Praça da Igreja Matriz e Praça 13 de Maio.
A abertura oficial do evento acontece no dia 21 de março, às 13h, na EMEF Aurora Machado Guimarães, com a palestra Palhaçaria com Koringa. As atividades culturais – que incluem apresentações musicais e contação de histórias – dos polos estão previstas para começar na Igreja Matriz no dia 24/03 e Praça 13 de Maio no dia 2 de abril, porém, o Parklet Móvel ficará à disposição da população antes e depois dos eventos até 30/03 (Matriz) e 06/04 (Praça), quando se despede da cidade.
Desenvolvido pela Soul Urbanismo, o Parklet Móvel funciona ainda como uma praça itinerante equipada com bancos, floreiras auto irrigadas com captação de água da chuva, lixeira, tomadas e iluminação em LED alimentadas por energia solar. Conta com bombas de ar para encher pneus de bicicleta e possui um sistema de suspensão a ar que adapta a carreta ao nível de cada calçada, garantindo acessibilidade e conforto para todos.
Projeto cultural itinerante Parklet Móvel – Cachalote Filmes
“Acreditamos que a cultura é um dos pilares para o fortalecimento das comunidades, criando conexões, promovendo inclusão e inspirando novas perspectivas. Para a Smurfit Westrock é uma satisfação contribuir com iniciativas que valorizam a arte, a educação e a convivência, gerando impacto positivo e duradouro para a população de Porto Feliz”, destaca Taís Toledo, gerente de Sustentabilidade, Responsabilidade Social e Fundação da Smurfit Westrock.
O projeto Parklet Móvel é viabilizado pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, com patrocínio da empresa SMURFIT WESTROCK e realização da Soul Urbanismo e Prefeitura de Porto Feliz.
SERVIÇO
Palestra: Palhaçaria com Koringa
Local: EMEF Aurora Machado Guimarães
Data: 21/03 (sexta-feira) l Horário: 13h
Endereço: Rua Maria Dulcelina Prestes, 356, Porto Feliz (SP) MAPA AQUI
Local: Igreja Matriz
Endereço: Praça Dr. José Sacramento e Silva, 130 – Porto Feliz (SP) MAPA AQUI
Apresentações musicais e cênicas para todas as idades diariamente
Data: 24/03 (segunda-feira)
Horários
Das 9h às 10h – Conto Cantarolando por Saindo do conto
Das 14h às 15h – A Princesa, o fogo e a chuva por Saindo do conto
Data: 25/03 (terça-feira)
Horários
Das 9h às 10h – A Galinha que botava ovos por Saindo do conto
Das 14h às 15h – Grupo Abrasons
Data: 26/03 (quarta-feira)
Horários
Das 8h às 9h – Gram Circo Gramo
Das 9h às 10h – Olívia e as Cores Vivas
Das 14h às 15h – Show Científico – Uma Viagem pela Ciência com MadScience
Data: 27/03 (quinta-feira)
Horários
Das 9h às 10h – Raulzito para crianças
Das 14h às 15h – Palhaçaria com Koringa
Local: Praça 13 de Maio
Endereço: Praça 13 de maio – Porto Feliz (SP)
Data: 02/04 (quarta-feira)
Horários
Das 9h às 10h – Chapeuzinho Amarelo por Saindo do conto
Das 14h às 15h – Show Seres Brincantes
Data: 03/04 (quinta-feira)
Horários
Das 8h às 9h – Mais que mágica
Das 9h às 10h – Grupo Abrasons
Das 14h às 15h – Olívia e as cores vivas
Data: 04/04 (sexta-feira)
Horários
Das 9h às 10h – Show Seres Brincantes
Das 14h às 15h – Uma Viagem pela Ciência com MadScience
Este projeto é realizado com o patrocínio da SMURFIT WESTROCK, por meio do PROAC, com realização da Soul Urbanismo e da Prefeitura de Porto Feliz.
Mostra reúne peças vestíveis feitas com materiais reciclados e haverá evento de encerramento inspirado em ficção científica. Entrada gratuita
Obra Harpia. Foto por Cintia Rizoli
Visando promover a arte eco consciente e estimular o debate sobre sustentabilidade na moda, a exposição “Láquesis – Tecendo Futuros Possíveis” proporciona uma experiência inovadora que reúne moda, fotografia e atuação, e segue até o dia 15 de março, quando haverá uma ballroom para marcar o encerramento da mostra, no salão de vidro do Parque dos Espanhóis, em Sorocaba, entrada gratuita.
Idealizado e produzido pelo costureiro, artesão e artista multidisciplinar Paul Parra, o projeto propõe uma reflexão sobre o tempo e a sustentabilidade por meio de esculturas vestíveis e apresentações da cultura ballroom.
Segundo o produtor, a inspiração para o nome “Láquesis” vem da mitologia grega, na figura de uma das Moiras (três irmãs que tinham o poder de fiar, medir e cortar o fio da existência humana), especificamente da que mede o fio da vida. Isso porque as obras foram produzidas com técnicas artesanais e materiais recicláveis e sustentáveis, como papel, vidro, madeira, resíduos têxteis, plástico, resíduos eletrônicos e entre outros.
Obra Cobra. Foto por Cíntia Rizoli
“A ideia é estimular o debate acerca da moda consciente, com um olhar crítico sobre o nosso consumo desenfreado e a passagem do tempo. É uma exposição para apreciadores de arte no geral, sobretudo para a comunidade LGBTQIAP+, e interessados em viver uma experiência cultural autêntica e inovadora”, destaca Paul.
Além das peças assinadas por Paul, a mostra também conta com fotografias de Cintia Rizoli, que retratam as esculturas vestíveis acopladas aos performers, em um ensaio artístico realizado nas ruínas da antiga Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema, localizada na Floresta Nacional de Ipanema, Iperó.
E para celebrar o encerramento da exposição, haverá uma ball (movimento cultural e artístico da cena underground LGBTQIAP+, onde participantes competem em categorias de dança, moda e performance nos chamados “balls – bailes”) com temática futurista e de ficção científica “Sci-Fi Kiki Ball”.
O evento convida a comunidade a explorar futuros imaginados, estéticas cibernéticas e realidades alternativas por meio das categorias da noite. Com trilha sonora envolvente e uma atmosfera imersiva, a Sci-Fi Kiki Ball promete uma noite eletrizante de autoexpressão, talento e resistência.
“A ballroom é um espaço de expressão, resistência e celebração de identidade, e como a abertura da exposição Láquesis contou com performances de artistas da cultura ballroom, nada mais justo que finalizar com um grande baile”, conclui Paul.
O evento está marcado para começar às 17h30, no dia 15 de março (sábado) e a entrada é gratuita. O Parque dos Espanhóis fica na Rua Dr. Campos Sales, s/n (altura do n.º 1000), Vila Assis, Sorocaba (SP). Classificação etária livre.
A exposição “Láquesis – Tecendo Futuros Possíveis” segue até o dia 15 de março, no salão de vidro do Parque dos Espanhóis, com horário de visitação das 9h às 19h, de segunda a sábado. Mais informações podem ser conferidas no site paulparra.art/laquesis e pelo Instagram do artista @paulparra.arte.
O projeto é realizado por meio do incentivo da Lei Paulo Gustavo no Município de Sorocaba, com apoio da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Sorocaba, Floresta Nacional de Ipanema – ICMBIO e Parque dos Espanhóis.
FICHA TÉCNICA:
Texto, arte, concepção e produção geral: Paul Parra
Fotografia: Cintia Rizoli
Assistência de criação e visagismo: Irá Rogenski
Design: Tiago Rodrigues
Direção cênica e audiodescrição: Helena Agalenéa
Registro documental: Heitor Pereira
Modeles e performers: Alien Lima, Ayanna Xavier, Gabriel Franco, Luanda Marcondes e Wesley Sampaio
Produção administrativa: Sérgio Frazatto
Trilha sonora: DJ Kaim
Iluminação e sonorização: Gabriel Tarragó
Interpretação de Libras: Gisele Gabriel Ferreira e Jéssica Almeida
‘Passado e futuro presentes: uma visita ao museu/casa Lasar Segall’
Marcus Hemerly‘Viúva’ (Witwe), de Lasar Segall, pintada em 1920. Foto por Marcus Hemerly
O cheiro de tintas parece assomar, ainda que de modo inconsciente, quando se entra na edificação localizada no nº 111 da Rua Berta, no tradicional bairro de Vila Mariana, em São Paulo (SP).
Erigido em 1932 a partir de projeto do arquiteto Gregori Warchavchik, a casa serviu de residência e ateliê de um dos mais importantes artistas que atuaram no Brasil, abrigando o museu em memória de Lasar Segall. Nascido em 1889 na cidade de Vilnius, Lituânia, à época pertencente ao território Russo, assentou um nome da Alemanha, intensamente receptiva à arte de vanguarda, tal como a produzida pelo artista. Exemplo de tal viés pode ser identificado no expressionismo, traduzido até mesmo no cinema produzido naquele país, onde sedimentou sua formação nas Academias de Arte de Berlim e Dresden.
As linhas arrojadas e inovações de sua arte seriam recebidos de forma entusiástica em terras brasileiras, após sua imigração em 1923, onde se radicaria em definitivo e ajudaria a consolidar o movimento modernista, deflagrado na capital paulista pela Semana de Arte Moderna de 1922, que representou divisor de águas na literatura, pintura e música no Brasil. Mesmo aderindo posteriormente, Segall seria imortalizado naquele cenário, junto a nomes como Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Menotti del Picchia, responsáveis pela primeira fase do movimento, que se desdobrou em gerações após a realização da semana de 22.
Lasar Segall faleceu na cidade de São Paulo, em 1957, aos 68 anos, sempre em ativa produção nos campos da pintura, escrita, escultura, entre outras formas de expressão.
Vista parcial da exposição. Foto por Marcus Hemerly
O projeto do instituto cultural foi originalmente concebido em 1967, pelos filhos do artista com Jenny Klabin Segall, Mauricio Segall e Oscar Klabin Segall, com a criação de uma entidade civil sem fins lucrativos. A partir da Praça da Árvore, ao final da famosa Rua Luiz Góes, conhecida pelos habitantes como ‘a Rua que divide o mundo’, devido à incerteza quanto à sua alocação geográfica formal, está Museu, também próximo à Casa Modernista, outro importante centro de visitação local, cuja arquitetura é replicada pelos imóveis típicos que recebem os visitantes da antiga morada de Segall. Encartado entre polos de ensino superior, igrejas centenárias, bem como uma variedade de comércio e gastronomia, é ainda circundado pelo charme quase palpável de Vila Marina, que exala cultura e entretenimento.
Além do espaço destinado à exposição permanente da obra do pintor, a museu dispõe de rico acervo documental e fotográfico, oferendo atividades culturais, visitas educativas, além de uma diversificada gama de cursos e oficinas nas áreas de gravura, xilogravura, litografia e gravura em metal. Também é um espaço dedicado ao desenvolvimento e orientação de projetos individuais, escrita literária, história da arte, além de contar com uma biblioteca especializada em artes e fotografia e sala de cinema com exibições de obras de diversas nacionalidades.
Vista parcial da exposição. Foto por Marcus Hemerly
Atualmente, o Museu é qualificado como órgão federal, apoiado pela Associação Cultural de Amigos do Museu Lasar Segall – ACAMLS, a partir do aporte de recursos oriundos de instituições públicas e privadas, além do apoio de particulares.
No ano passado, o espaço recebeu mostra especial da pintura ‘Witwe’ ou ‘Viúva’, parte da exposição ‘Arte Degenerada’ após oito décadas de desaparecimento. Considerada perdida, a obra foi encontrada na Europa pelo marchand Paulo Kuczynski. O evento, ocorrido e maio de 2024, também exibiu gravuras produzidas pelo artista na mesma época, celebrando a importância do Museu, não apenas para a história da arte no Brasil, mas reafirmando a relevância internacional do artista.
Aberto para visitação gratuita de quarta a segundas-feiras, entre as 11h:00 às 19h00, o Museu descortina uma área de jardim e café, adequado às regras de acessibilidade, oferecendo diversão e informação. Um verdadeiro cotejo de bom gosto entre passado e presente, num paralelo harmônico próximo à estação Santa Cruz da linha azul do metrô.