A mulher não precisa dar conta de tudo

Letícia Mariana

‘A mulher não precisa dar conta de tudo’

Leticia Mariana
Letícia Mariana
Letícia Mariana

Acordar cedo. Fazer o café. Lavar a roupa. Passar a roupa. Cuidar da casa. Estudar. Trabalhar. Ser paciente com o marido. Se calar – e ainda escrever um livro com as palavras que engoliu no processo.

A mulher precisa ter a consciência de que não vai dar conta de tudo – e nem precisa.

Consciência vem do feminismo. O feminismo que tem salvado mulheres durante décadas.

Tá tudo bem casar. Tá tudo bem. O que não está e nem deve estar tudo bem é sumir diante do homem.

Esquecer da sua essência. Esquecer do que faz o seu coração vibrar.

O homem não existiria sem o ventre da mulher. Logo, é dever do homem respeitá-la.

Nosso sangue é sagrado, nosso fogo é ardente, nosso ventre é um templo.

Letícia Mariana

Voltar

Facebook




Renan Hart

O músico, historiador e guardião das lembranças que viram literatura

Renan Hart
Renan Hart

Natural de Niterói, RJ, Renan cresceu entre música, histórias e um quintal que se tornou o primeiro palco da sua imaginação.

Hoje, ele é músico e historiador, com especialização em Cultura e Literatura.

Sua carreira se divide entre a pesquisa histórica, a educação musical e a construção de projetos artísticos que unem arte, filosofia e memória.

Ele já formou corais, orquestras, grupos performáticos e segue transitando com a mesma naturalidade entre partituras e arquivos antigos.

Renan pertence grupo de autores que escrevem para registrar sentimentos.

Daqueles que entendem que a memória não é só uma lembrança: é território vivo, que pulsa, que atravessa gerações e que merece ser contado.

Mas sua sensibilidade vai além da sala de aula e dos registros acadêmicos.

É na força das lembranças da infância, vividas com o irmão e o primo, todos criados no mesmo quintal que Renan encontrou a matéria-prima para sua obra literária, a “República dos Primos”.

Desse período simples, afetivo e cheio de descobertas nasceram histórias que, embora transformadas em ficção, carregam a verdade essencial da vida: a inocência, a amizade e o olhar encantado da criança que enxerga o mundo pela primeira vez.

Renan costuma dizer que seu livro é uma ficção inspirada em fatos reais.

Mas basta ler algumas páginas para perceber que a ficção ali é só uma forma mais bonita de preservar o que não cabe apenas em palavras: o quintal compartilhado, as aventuras inventadas, o vínculo inabalável, e tudo aquilo que nos forma antes mesmo de sabermos quem somos.

A obra emociona porque é sincera.

Porque nasce de um lugar onde todos já estivemos um dia, mesmo que nossas histórias sejam diferentes: a infância, com sua força poética e sua capacidade de marcar para sempre quem nos tornamos.

Além deste livro, Renan tem outra obra em andamento: Notas do Invisível, atualmente em avaliação pela Ipê das Letras.

Renan Hart, transita entre diferentes linguagens sem perder a delicadeza.

Um músico que entende o silêncio.

Um historiador que valoriza o imaterial.

Um escritor que transforma lembranças em literatura.

E isso, no fim das contas, é o que faz sua obra tocar tão fundo: ela vem de um quintal pequeno, mas de um coração enorme.

REDE SOCIAL DO AUTOR

INSTAGRAM

REPÚBLICA DOS PRIMOS

SINOPSE

República dos Primos é uma coletânea de crônicas afetivas, engraçadas e cheias de memória sobre três primos crescendo juntos entre os anos 80 e 90.

Entre a casa da avó, o quintal com rede de barbante, o Natal com salada de frutas e o Telejogo com dois botões, o livro resgata uma infância brasileira comum, mas inesquecível daquelas feitas de bolha no pé, cafifa no céu e fita VHS que precisava rebobinar.

Com humor, leveza e emoção, o autor narra episódios vividos (e talvez inventados) que celebram a amizade, os vínculos familiares e a beleza das coisas simples.

Perfeito para quem viveu o tempo das locadoras, dos videogames 8-bits, do MSN, das orações na sala e dos medos noturnos como o disco da Xuxa ao contrário e o Fofão no escuro.

Mais do que nostalgia, República dos Primos é um abraço em forma de livro – para quem cresceu no mesmo terreno, só com nomes e calçadas diferentes.

Assista à resenha do canal @oqueli no YouTube

OBRA DO AUTOR

República dos primos
República dos primos

ONDE ENCONTRAR


Página Inicial

Resenhas da colunista Lee Oliveira




Dia do Educador

Zé Franco: ‘Dia do Educador’

Zé Franco - Arquivo pessoal
Zé Franco Arquivo pessoal
Arquivo pessoal do autor

“Educar é deixar-se um pouco no outro…”

Educar é deixar-se um pouco no outro… E importa, ao estimado educador, perceber como é que tem ficado em cada outro que educa. É para um mundo melhor que se quer? Vale a pena continuar? Perguntas que também me atravessam.

Se a terra está seca de pão, de sonhos, de futuro, e a educação parece uma semente teimosa, que a coragem seja um rio. Que a esperança respire. Que o amor permaneça. Não custa pouco arrancar um sorriso à fome, e não é simples cultivar valores de cultura, de vida humana, e o sentido de pátria, para que esta Terra, e este mundo, sejam um pouco aliviados de tantos fardos que hoje suportam.

FELIZ DIA DO EDUCADOR (22 de novembro, Angola)!

Com esse texto especial, Zé Franco homenageia os educadores, partilha pensamento sobre o ato de ensinar nos dias de hoje, particularmente em seu país natal, e comemora o dia do educador por meio da escrita.

Zé Franco

Voltar

Facebook




O charme da ignorância voluntária

Paulo Siuves

Crônica ‘O charme da ignorância voluntária’

Paulo Siuves
Paulo Siuves
magem criada por IA do Grok
Imagem criada por IA do Grok

Os personagens desta crônica — o Senhor Dupont e a Senhora Lambert — são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais é, como se diz, mero sintoma do tempo em que vivemos.

O Senhor Dupont, homem de hábitos educados e opiniões leves, decidiu há algum tempo que saber demais atrapalha o humor. “A ignorância é uma bênção, meu caro”, costuma dizer, “é um silêncio que ninguém interrompe.” Há algo de poético nessa recusa: ele lê pouco, opina com serenidade e conserva um brilho tranquilo de quem já não se abala com o peso dos fatos.

Mas sua calma tem um preço. A sua é uma ignorância voluntária, cuidadosamente escolhida — um abrigo contra o esforço de pensar. Não é a falta de acesso ao saber, mas a recusa a atravessar o desconforto que o pensamento impõe.

Chamam isso, em certos círculos, de aliteracia: a capacidade de ler sem realmente integrar a leitura à vida. No caso do Senhor Dupont, a palavra ganha um novo sentido — o da incapacidade voluntária de ler o que desafia suas certezas. Ele lê apenas o que confirma o que já acredita. Evita atravessar a fronteira de outro espectro político, outra cultura, outro modo de ver o mundo. “É muito esforço”, diz. E é mesmo. Pensar exige o desconforto de se ver descobrindo.

A Senhora Lambert, ex-professora de História, segue caminho distinto, mas com idêntico propósito. Descobriu que a aparência de simplicidade é um poderoso instrumento de aceitação pública. Fala com doçura e erros calculados, simplifica ideias complexas até que caibam num slogan e aprendeu a transformar o ‘não sei’ em forma de carisma. Sua ‘autenticidade’ é uma estratégia: a encenação da ignorância como prova de pureza moral.
Não é burrice, é cálculo. Um tipo de esperteza que entende o valor de parecer vulnerável num tempo em que pensar virou sinônimo de arrogância.

Entre Dupont e Lambert, a sociedade encontra o equilíbrio perfeito entre o alheamento e a conveniência. Um não quer pensar; a outra lucra por não parecer pensar. E ambos representam algo maior: o triunfo de uma cultura que premia o desinteresse e suspende a responsabilidade de compreender.

Talvez o desafio contemporâneo não seja mais iluminar os que estão no escuro, mas convencer os que se habituaram à penumbra de que vale a pena abrir os olhos. O problema é que, hoje, a escuridão é confortável — e o conforto é politicamente rentável.

A ignorância se tornou uma mercadoria emocional: vende-se como serenidade, compartilha-se como humildade, consome-se como estilo de vida. E o conhecimento, cada vez mais, parece um fardo: quem pensa demais, inquieta; quem lê o que o outro lado escreve, é suspeito; quem duvida, incomoda.

No fim, talvez a verdadeira lucidez esteja em não desistir de pensar — mesmo cansado, mesmo sozinho, mesmo quando o silêncio do mundo parece mais convidativo. Porque se há um luxo que ainda resiste ao tempo, não é o da ignorância tranquila, mas o da consciência desperta.

Paulo Siuves

Voltar

Facebook




Bárbara dos Prazeres

Maze Oliver: ‘Bárbara dos Prazeres’

Maze Oliver
Maze Oliver
Imagem criada por IA do Grok

A história de Bárbara Vicente de Urpia aconteceu no século dezenove. O cenário, a praça 15, centro do Rio de Janeiro.

Conta-se que a belíssima Bárbara foi uma imigrante portuguesa que viveu uma vida de luxo, horror e mistério. Reza a lenda, que Bárbara matou com as próprias mãos, o RICO marido português, ao se apaixonar por um belo negro, ex escravo. Para esconder as provas do crime, botou fogo na mansão onde morava e foi viver sua paixão em outro lugar. Tempos depois, o amante morreu em uma briga de rua, por ciúmes de Bárbara. Atormentada com o ocorrido, ela voltou para o centro da cidade. Porém agora pobre, virou prostituta!

Ali, viveu seu reinado. Foi a mulher mais disputada do Arco do Teles. Anos mais tarde, devido à idade e as doenças que adquiriu na profissão, perdeu a beleza e o encanto. Foi quando iniciou sua saga para recuperar a juventude. Acreditando no poder da magia, passou a fazer rituais macabros! Se banhava, com sangue de clientes e também das criancinhas que ela raptava da Roda dos enjeitados, na Santa Casa de Misericórdia.

A fama de Bárbara se espalhou pelo lugar, gerando pânico e terror! A polícia passou a caçar a vampira, mas foi inútil. Ela sempre se escondia, como num passe de mágica. Um dia, Bárbara simplesmente desapareceu! Ninguém sabe o que aconteceu e até hoje, o Arco do Teles é mal-assombrado. Os visitantes ouvem à noite o choro das criancinhas e as gargalhadas de uma mulher.

Esta é a lenda urbana mais famosa do Rio de Janeiro-Colonial, Bárbara dos Prazeres, a Bruxa Vampira do Arco do Teles.
Como alguns sabem, sou Psicanalista e esta lenda urbana faz parte da minha pesquisa sobre psicopatas e serial Killers.

Apresentada com performance e leitura dramatizada no Memorial dos Autonomistas, na minha estada em Rio Branco-Acre (15.11.2025), por ocasião do aniversário de dez anos de fundação da Sociedade Literária Acreana-SLA e 88 anos da AAL.

Versão por Maze Oliver (adaptação de outras versões).

Maze Oliver

Voltar

Facebook




O ciclo

José Antonio Torres: Crônica ‘O ciclo’

José Antonio Torres
José Antonio Torres
Imagem criada por IA do Grok
Imagem criada por IA do Grok

Nasceu!

Todos estão felizes. Uma nova vida se fez. Cuidados extremos, surpresas… o desconhecido sempre assusta. Um ser frágil e dependente. Olhar curioso. Sua conversa é pelo olhar.

Vai crescendo, fazendo descobertas. Seus pais se descobrindo também.

O tempo passa, aquele ser crescendo, se desenvolvendo, tornando-se independente.

Vai ganhando energia rapidamente.

Seus pais sentindo o peso do tempo.

Ele é adulto. Os pais, idosos. Os papéis se inverteram. Agora são eles que necessitam de cuidados. A vida deu voltas. A paciência e a compreensão do filho nem sempre estão presentes. Esquece que já dependeu.

A energia dos pais minguando… findou.

A chama da vida se apaga.

Por algum tempo ainda serão lembranças. Depois, nem isso.

Novo ciclo começa.

Será que o circuito será o mesmo?

José Antonio Torres

Voltar

Facebook




Meu cálculo

Suziene Cavalcante: ‘Meu cálculo’

Suziene Cavalcante
Suziene Cavalcante
Imagem criada por IA do Grok

Eu fui calcular a distância entre a Terra e o Céu… Os quilômetros das estrelas dentro de um olhar fiel… A estrada entre o ferrão da abelha e o seu mel…
E descobri que há uma geometria colossal: Todo o Céu fica bem perto daquele que é distante do mal!

Eu fui calcular a distância entre o espinho e a flor…
E aprendi: posso crescer naquilo que me desconfortou! Escolho ser a pétala que o mundo perfumou!

Então olhe: É você que escolhe! A distância entre a flor e o espinho é a mesma no caminho! O Céu fica mais perto de quem o tocou! O Céu é o vizinho de um sonhador!
Então sonhe: A distância entre os anjos e os homens…finda no amor em que toda distância some! O Céu está do lado de quem amou!

Então amanheceu: o Universo respirou o que você floresceu… Não há distância entre tua alma e Deus… Se escolho as essências mais perfumantes… Os espinho, por si só, ficarão distantes!

Eu fui calcular o valor de um aprendizado… O tesouro que há num saber bem depurado… Descobri que o espinho protegeu a flor! Que guardião de louvor! E sou tão grata àquilo que um dia chamei de dor!

Eu fui calcular a distância entre o Céu e um coração: descobri que posso ser o Céu, então, se a minha mão tocar o coração de quem precisou! Um espírito mais filosófico diria: distância não é espaço, é ontologia! O perfume deixado pelo que foi superado é maestria! O Céu é o teu interior!

Navegar na pensabioidade… Nutre a qualidade de nosso vínculo c’a perenidade…Isso é restaurador!
Escolho um perfumar não persecutório, trazendo Continentes dentro de meus olhos… Ampliando a visão do Cosmos…Com candor!

O Universo, todo aberto, é só uma letra d’um grande Alfabeto… O Cosmos ainda é um feto… em labor!
Evoluir a alma é o maior dos sucessos… Eis o cálculo mais correto: cumpra a vida em todos os seus metros! Reencante o teu interior!

Colaboremos com o parto da própria Criança… Pois a vida sempre estará em gestação…Esse poema é uma laica oração…p’ra quem o mundo já perdoou!

Suziene Cavalcante

Voltar

Facebook