O sabor suculento da traição e o ego faminto

Clayton Alexandre Zocarato

‘O sabor suculento da traição e o ego faminto’

Clayton Alexandre Zocarato
Clayton A. Zocarato
Imagem criada por IA da Meta. 11 de dezembro de 2025,
às 18:05 PM

A traição tem um gosto curioso. Não é doce, não é amargo — é um tempero proibido que só interessa a quem está espiritualmente subnutrido. Quem trai, muitas vezes, mastiga o mundo como se estivesse saboreando um prêmio, um troféu de vitória pessoal. Mas essa sensação suculenta dura pouco: é como fruta madura demais, que explode na boca e, segundos depois, deixa apenas o cheiro da própria imaturidade.

Pessoas mal resolvidas consigo mesmas encontram na traição um espelho torto. Em vez de enxergarem suas próprias fissuras, veem, por alguns instantes, uma imagem melhorada de si. Lao-tsé alertava que quem conquista os outros é forte, mas quem conquista a si mesmo é poderoso”. O traidor faz justamente o contrário: tenta conquistar o mundo para não perceber que não conquistou nada dentro de si. Ele se infla, mas continua oco.

Há, na traição, um tipo de euforia infantil. É como se o ego dissesse: vejam, ainda posso ser desejado!, enquanto varre para baixo do tapete a própria incapacidade de lidar consigo. O escritor indiano Rabindranath Tagore dizia que não há óculos capazes de corrigir a visão de quem se recusa a enxergar”. A traição, portanto, é uma tentativa desesperada de ajustar a própria miopia emocional usando lentes emprestadas de outra pessoa.

A música também não perdoa esse tema. Da crueza de ‘Back Stabbers’ do The O’Jays às confissões afiadas de Pitty em ‘Me Adora’, a cultura popular vive repetindo a mesma melodia: quem trai não está falando sobre o outro — está, na verdade, tentando berrar alguma verdade sobre si. A traição é o refrão desafinado de quem não aprendeu a se ouvir.

Na literatura, Machado de Assis já sabia disso quando desenhou personagens que se alimentam das próprias contradições. Ele mostrava que o traidor é muitas vezes um autor frustrado escrevendo sua narrativa de poder, tentando compensar a pequena autoridade que tem sobre a própria vida. Não é sobre amor. É sobre vaidade.

O pensamento oriental costuma tratar o ego como um animal inquieto que, quando não treinado, morde a própria cauda achando que captura algo valioso. Buda ensinava que o desejo é a raiz do sofrimento”. Assim, a traição se revela como um desejo desgovernado que não leva ao prazer duradouro, mas à eterna sensação de vazio — o tipo de vazio que só cresce quanto mais se tenta preenchê-lo com aventuras rápidas e promessas quebradas.

Clayton Alexandre Zocarato

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Desejo de Natal

Ivete Rosa de Souza: Crônica ‘Desejo de Natal’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
Imagem criada por IA do Grok – 9 de dezembro de 2025, às 15:25 PM – https://grok.com/imagine/post/ff78fc4c-8a0f-402e-8a0d-9c7d958d89f8-1

Muito cedo, descobri que Papai Noel era só uma foto, ou algum senhor de barbas brancas, com roupas vermelhas, e ar bonachão. Literalmente, nunca acreditei em Papai Noel. Minha mãe adorava o Natal. Eu vi em seus lindos olhos verdes certa tristeza, ou descrença. Passamos muitos natais, com o mínimo humanamente possível.

Meu pai trabalhava muito, mas por vezes se perdia com jogos de azar. Minha mãe, para compensar, além do trabalho em casa e com os filhos, começou a trabalhar de faxineira, e era ela que, por muitas vezes, salvou o Natal.

Ela tinha a tradição de ir à missa do galo. Eu e meus irmãos sonolentos acompanhávamos. Íamos à missa, com nossas roupinhas novas, isto se ela tivesse conseguido comprar, ou escolher entre as roupas doadas à Igreja. Ou mesmo que ela tivesse comprado tecido e, com suas pequenas mãos, fizesse vestidos para as meninas, bermuda meu irmão.

Não sei como ela conseguia, nem quando tinha tempo para costurar, mas sempre estávamos com uma roupa especial para o Natal.

 Meu pai, ao ver o esforço de minha mãe, algumas vezes, saía com sua maletinha de ferramentas, batendo de porta em porta, oferecendo pequenos consertos, limpeza de fogões, telhados, o que fosse. Muitas vezes saía pela manhã, voltava só à noite, com algum dinheiro, e alguns doces, ou biscoitos, que nós devorávamos.

Foram muitos Natais, com meus pais e meus irmãos. Depois do falecimento de meu pai, nós, os filhos, tínhamos que estar de véspera na casa de nossa mãe. E se alguém faltasse, com certeza não teria explicação. A nossa mãe emburrava, levaria meses para perdoar a falta. Não dava muita trela para o início do novo ano, poderia ir aonde quisesse, mas o Natal era sagrado.

Eu, como policial, por muitos anos, trabalhei em sistema de rodízio. Escalas que sobravam para quem era solteiro ou casado sem filhos. Não era por minha vontade trabalhar no Natal ou Ano Novo. Mas era difícil explicar para minha mãe que tinha de cumprir escala de 12 horas ou iniciar um turno, das 22 às 6 da manhã, em pleno Natal. O jeito era sair do trabalho e correr para almoçar com ela, mesmo assim, o clima ficava tenso, aqueles olhos verdes me fulminaram diversas vezes.

Demorou, mas se acostumou, depois vieram os netos. Os de minhas irmãs, e por último os meus. Ela agora tinha motivos de sobra para que não faltasse ninguém, ai daquele que atrasasse. 

— Que desaforo é esse? Corri o dia todo, fazendo tudo o que vocês gostam, para atrasar e comer frio?

— Mas mãe, estamos todos aqui, não é isso que importa?

—Está bom! Vão se ajeitando aí.

Minha mãe era exagerada na cozinha, sempre sobrava um montão de comida. E ela separava em seus potinhos. Comida para cada um dos filhos, mais um pouco para cada neto. E ainda assim sobrava e levava para os vizinhos. Todos os anos, era a mesma coisa. Faz menos comida, vai estragar. Ela não respondia, só olhava de lado, o jeito era sair do caminho daqueles olhos, que diziam:

— Não te pedi opinião.

Confesso que, hoje em dia, a exagerada sou eu. Meu esposo ria e falava: — Você puxou à sua mãe. Mulher exagerada e ria, claro, saindo de perto, que com certeza, meus olhos não verdes como os de minha mãe, falavam a mesma coisa.

Os Natais foram escasseando, com uma única exceção: meu irmão era o único presente, já que morava com nossa mãe. Comecei a receber os parentes de meu marido em casa. Ia buscar minha mãe, uma ou outra vez ela veio. Mas se sentava em um canto e ali permanecia. Acredito que se sentia deslocada.

Nós a buscávamos, trazia meu irmão, e convidava as minhas irmãs, mas nenhuma vez elas vieram. Nem mesmo sabendo que nossa mãe fazia questão de reunir todos nós.

Outras vezes, ela não quis vir, e outras ainda adoentada, tirava nossa vontade de festejar. Fazíamos um jantar simples, entregávamos os presentes das crianças, e só; algo se perdeu no caminho. O Natal, que era sinônimo de idas à missa do galo, roupas novas, muita comida, risos e festa, ficou para trás. Minha mãe partiu há sete anos completos, nossos Natais encantados e cheios de riso, por causa da birra de mamãe, ficaram mais tristes.

 Eu me entristeço no Natal, sinto a falta de minha mãe, e até das broncas. Adorava provocá-la. Aqueles olhos verdes ainda me inspiram a fazer para meus filhos um Natal, que nunca será igual, aos de dona Margarida.

Sempre teremos a troca de presentes, um prato especial, posso até ir à Missa do Galo, ou acompanhar na TV. Mas, nossos Natais, com toda a certeza, empobreceram, deixaram de ser o dia mais importante do ano. Pois minha Margarida Rosa, a mulher mais natalina que conheci, não está mais aqui.

Ivete Rosa de Souza

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Entre o meu amor que celebra e o meu país que chora

Paulo Siuves

‘Entre o meu amor que celebra e o meu país que chora’

Paulo Siuves
Paulo Siuves
magem criada por IA da GEmini - 05 de dezembro de 2025, às 14:10 PM
Imagem criada por IA da GEmini – 05 de dezembro de 2025,
às 14:10 PM

No primeiro dia de dezembro, minha casa acorda com uma alegria que não precisa de aviso nem preparo. É o aniversário da minha esposa. Desde que Delaine chegou, essa data acende uma luz diferente no nosso cotidiano, como se o dia viesse embalado em delicadeza própria. Ela sempre desperta achando que algo bom vai acontecer; e eu, mesmo sem prometer nada, quase sempre deixo acontecer.

 No dia seguinte, é a vez do aniversário da minha filha. E essa coincidência, que o calendário poderia ter distribuído de forma banal, virou um laço bonito entre elas. Já improvisamos mesas às pressas, comemoramos em dobro, rimos misturado, acendemos velas de aniversário que pareciam iluminar o mesmo sopro de alegria. Não foi o tempo que construiu isso. Foi a convivência. Foi a escolha. Foram os gestos que se reconhecem.

 Delaine entrou na vida das minhas filhas como quem chega com a alma aberta. Nunca quis ocupar o lugar de ninguém, nunca desejou disputar sombra nem afeto. Disse, desde o início, que não seria a madrasta má das histórias, que seria uma presença honesta. Alguém que acompanha, que orienta, que partilha. E Kenya e Kelly a acolheram com amizade verdadeira. Ver esse vínculo crescer é um privilégio silencioso. Há beleza em testemunhar três mulheres que não precisavam, mas escolheram construir cuidado.

 Tenho meus modos próprios de celebrar. Não gosto de um amor que vire protocolo, nem de transformar afeto em checklist anual. Mas Delaine sempre espera o café da manhã na cama. Às vezes eu levo, às vezes surpreendo de outro jeito. E essa espera diz mais sobre nós do que qualquer gesto planejado. Entre filhos, netos e a ausência que 2019 me deixou quando perdi minha mãe, minha família é tudo o que eu tenho. Tudo o que eu sou.

 Talvez por isso os acontecimentos desta semana tenham me atravessado com tanta força.

 Como compreender que uma simples linha de anzol seja suficiente para um homem atirar a própria esposa aos tubarões? E pior: como entender que ele faça isso duas vezes? Como aceitar que alguém arraste uma mulher pela Marginal Tietê como se ela fosse objeto? Ou que um influenciador, conhecido por ensinar ‘postura’, seja preso por agredir justamente a mulher com quem divide a casa?

 O que me assusta não é apenas a violência em si, mas a banalidade que a antecede. A rapidez com que a frustração vira ódio. A facilidade com que um cotidiano se transforma em risco. O instante em que um parceiro se converte em algoz. O amor que prometeu cuidar é o mesmo que tenta destruir. Não há lógica que dê conta disso. Não consigo imaginar nenhuma das mulheres da minha vida passando por algo semelhante. Só de supor, o pensamento se torna insuportável, porque ele dói antes mesmo de existir.

 Enquanto celebramos aniversários aqui em casa, os números do país contam outra história. Crescem as perseguições, a violência psicológica, as ameaças que antecedem o feminicídio. São estatísticas que parecem frias, mas ali estão registradas as horas que antecedem o tapa, o silêncio que precede o grito e o medo que anuncia o fim.

 E talvez seja exatamente aqui que os dois mundos se cruzem: o íntimo e o social.

 Porque amar as mulheres da minha família me obriga a olhar também para as que não têm quem as ampare, para as que convivem com o perigo dentro de casa e para as que talvez nem alcancem o próximo aniversário. Ser homem, para mim, nunca foi sinônimo de força física; é sinônimo de responsabilidade. Responsabilidade de não tolerar machismo, de não normalizar insultos, de criar filhos decentes, de apoiar autonomia e independência feminina. Proteção não é posse. É permitir que cada mulher caminhe com liberdade.

 No próximo ano, quando eu preparar o café da manhã para Delaine, seja na cama ou não, vou saber que o gesto carrega outra intenção. Não apenas celebrar sua vida, mas reafirmar que cada vida feminina merece continuidade. Em um país onde tantas mulheres não chegam ao dia seguinte, cada aniversário que comemoramos é também um manifesto silencioso. Que nenhuma mulher precise sobreviver para merecer o próprio amanhã. Porque, no fim das contas, garantir que ela amanheça viva é o mínimo que um país decente deveria entregar.

Paulo Siuves

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No Quadro do Jornal ROL, Eduardo Martínez!

De leitor entusiasmado pelo Jornal ROL ao Quadro de Colunistas, a carioquice literária de Eduardo Martínez!

Eduardo Martínez. Foto por Irene Oliveira
Eduardo Martínez – Foto por Irene Oliveira

“Carioquice é o estado de espírito do Rio de Janeiro. Basta pisar na Cidade Maravilhosa para transbordar em alegria, esperança, orgulho e prazer. Carioquice é o sorriso permanente nos lábios. É o acolhimento às pessoas e o encantamento pela pluralidade cultural.” (https://carioquice.insightnet.com.br/sobre/#:~:text=Carioquice%20%C3%A9%20o%20sorriso%20permanente%20nos%20l%C3%A1bios.)

Eduardo Martínez, sempre “com um sorriso permanente nos lábios¨, é um premiado escritor carioca, atualmente radicado em Porto alegre, cidade pela qual é apaixonado. Seu primeiro livro, o romance ‘Despido de ilusões’, 2004, figurou entre os mais lidos do Centro Cultural Banco do Brasil. 

Em 2025, foi o vencedor do Prêmio Literário Clarice Lispector, na categoria livro de contos com ’57 Contos e crônicas por um autor muito velho’, que saiu pela Joanin Editora.

Seus contos e crônicas, que já ultrapassaram a incrível marca de 1.000 publicações, são utilizados por escolas no Rio de Janeiro, em Brasília e em Brodowski-SP. É cronista/contista do jornal Notibras (https://www.notibras.com/site/) e do Blog do menino Dudu (https://blogdomeninodudu.blogspot.com/).

Divide a editoria Café Literário do Notibras com o poeta e escritor Daniel Marchi e a jornalista e poeta Cecília Baumann.

Eduardo estreia como colunista do ROL com a saborosa crônica ‘O pai do rock foi um péssimo caçador’.

O pai do rock foi um péssimo caçador

Eduardo Martínez e o amigo Márcio Petracco. Foto por Irene Oliveira
Eduardo Martínez e o amigo Márcio Petracco. Foto por Irene Oliveira

Um dia desses, quando estava jogando conversa fora com o meu amigo Marcio Petracco lá no cachorródromo do Tesourinha, aqui na aprazível Porto Alegre, eis que ele diz algo que me deixou com um monte de pulgas atrás da orelha: “Dudu, o pai do rock and roll foi um péssimo caçador lá das savanas africanas”. 

      A princípio, imaginei que o meu amigo estivesse digerindo mais uma ressaca, até que ele prosseguiu com a sua tese de doutorado ao longo de mais de 40 anos de virtuose sobre os palcos da vida. Eu, um mero apreciador de música, decidi prestar atenção na fala do Marcio, mesmo porque estava com aquela tarde livre. Afinal, artista mais que tarimbado, o meu amigo entende muito mais de música do que eu. 

        — Dudu, o lance é o seguinte. Saca berimbau?

        — Sim, sei o que é. Aquele instrumento usado na capoeira.

        — Exato! Tire a cabaça. O que dá?

        — Um arco?

        — Sim, muito bem, meu garoto!

        A tal tese do Marcio era sobre o berimbau ter surgido de um arco e flecha. Faz sentido, pelo menos para mim, logo que o meu amigo me disse que o primeiro instrumento de cordas nasceu depois que um caçador, aquele mesmo lá das longínquas savanas africanas, estava caçando, digamos, um antílope. Eis que ele erra o alvo, mas se surpreende com o som da corda, a única corda, que ecoa em seus ouvidos privilegiados. 

        Pois bem, para tornar a história mais interessante aos meus ouvidos, eis que o Marcio alcunhou aquele caçador malsucedido de Sol, uma das sete notas musicais. E lá estava o Sol, curioso como ele só, quando começou a tocar a corda do seu arco e flecha. Toca daqui, toca dali, começa a tirar ritmos e sons diversos, até que, usando sua capacidade criativa, resolve colocar a corda entre os lábios. Ele se surpreende com o som que ecoa por sua cavidade bucal. 

        Provavelmente o nosso amigo caçador precisava comer para sobreviver. Não dava para ele viver apenas de música. Isto é, até que um outro caçador, este muito bem-sucedido, gostou daqueles sons tirados pelo Sol. Vamos apelidar esse grande caçador de Talib.

        De tão bom caçador que era, Talib resolveu fazer um banquete para todo o povoado. Obviamente que precisava de música para o rega-bofe. Então, o Talib chamou o Sol, que, a essa altura, já havia incrementado seu arco com uma cabaça. Estava criado o berimbau!

        O sucesso foi tamanho, que a notícia daquela festança correu toda a savana africana. Sol ficou tão famoso, que a linda Zuri se interessou por ele. Casaram-se e tiveram seis filhos; Dó, Ré, Mi, Fá, Lá e a pequena Si. 

        O Marcio disse também que o nosso querido Sol deve ter incrementado seu berimbau com mais uma corda. Depois com três, quatro e assim por diante. E, se não foi o Sol, com certeza foi algum dos seus descendentes. Seja como for, o fato é que todos os instrumentos de corda são herdeiros do arco e flecha daquele péssimo caçador de antílopes lá das longínquas savanas africanas. 

        Confesso que gostei tanto da teoria do meu amigo, que hoje em dia não consigo ouvir Johnny B. Goode sem imaginar o velho Sol animando toda aquela gente há milhares de anos lá na África. Se isso aconteceu dessa maneira, não posso afirmar. Mas tenho certeza de que o Marcio, além de músico fantástico, é um excelente contador de histórias. Ele inclusive me confessou: “Dudu, isso que te contei não está documentado, mas é baseado em causo venéreo”. 

Eduardo Martínez

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A mulher não precisa dar conta de tudo

Letícia Mariana

‘A mulher não precisa dar conta de tudo’

Leticia Mariana
Letícia Mariana
Letícia Mariana

Acordar cedo. Fazer o café. Lavar a roupa. Passar a roupa. Cuidar da casa. Estudar. Trabalhar. Ser paciente com o marido. Se calar – e ainda escrever um livro com as palavras que engoliu no processo.

A mulher precisa ter a consciência de que não vai dar conta de tudo – e nem precisa.

Consciência vem do feminismo. O feminismo que tem salvado mulheres durante décadas.

Tá tudo bem casar. Tá tudo bem. O que não está e nem deve estar tudo bem é sumir diante do homem.

Esquecer da sua essência. Esquecer do que faz o seu coração vibrar.

O homem não existiria sem o ventre da mulher. Logo, é dever do homem respeitá-la.

Nosso sangue é sagrado, nosso fogo é ardente, nosso ventre é um templo.

Letícia Mariana

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Renan Hart

O músico, historiador e guardião das lembranças que viram literatura

Renan Hart
Renan Hart

Natural de Niterói, RJ, Renan cresceu entre música, histórias e um quintal que se tornou o primeiro palco da sua imaginação.

Hoje, ele é músico e historiador, com especialização em Cultura e Literatura.

Sua carreira se divide entre a pesquisa histórica, a educação musical e a construção de projetos artísticos que unem arte, filosofia e memória.

Ele já formou corais, orquestras, grupos performáticos e segue transitando com a mesma naturalidade entre partituras e arquivos antigos.

Renan pertence grupo de autores que escrevem para registrar sentimentos.

Daqueles que entendem que a memória não é só uma lembrança: é território vivo, que pulsa, que atravessa gerações e que merece ser contado.

Mas sua sensibilidade vai além da sala de aula e dos registros acadêmicos.

É na força das lembranças da infância, vividas com o irmão e o primo, todos criados no mesmo quintal que Renan encontrou a matéria-prima para sua obra literária, a “República dos Primos”.

Desse período simples, afetivo e cheio de descobertas nasceram histórias que, embora transformadas em ficção, carregam a verdade essencial da vida: a inocência, a amizade e o olhar encantado da criança que enxerga o mundo pela primeira vez.

Renan costuma dizer que seu livro é uma ficção inspirada em fatos reais.

Mas basta ler algumas páginas para perceber que a ficção ali é só uma forma mais bonita de preservar o que não cabe apenas em palavras: o quintal compartilhado, as aventuras inventadas, o vínculo inabalável, e tudo aquilo que nos forma antes mesmo de sabermos quem somos.

A obra emociona porque é sincera.

Porque nasce de um lugar onde todos já estivemos um dia, mesmo que nossas histórias sejam diferentes: a infância, com sua força poética e sua capacidade de marcar para sempre quem nos tornamos.

Além deste livro, Renan tem outra obra em andamento: Notas do Invisível, atualmente em avaliação pela Ipê das Letras.

Renan Hart, transita entre diferentes linguagens sem perder a delicadeza.

Um músico que entende o silêncio.

Um historiador que valoriza o imaterial.

Um escritor que transforma lembranças em literatura.

E isso, no fim das contas, é o que faz sua obra tocar tão fundo: ela vem de um quintal pequeno, mas de um coração enorme.

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REPÚBLICA DOS PRIMOS

SINOPSE

República dos Primos é uma coletânea de crônicas afetivas, engraçadas e cheias de memória sobre três primos crescendo juntos entre os anos 80 e 90.

Entre a casa da avó, o quintal com rede de barbante, o Natal com salada de frutas e o Telejogo com dois botões, o livro resgata uma infância brasileira comum, mas inesquecível daquelas feitas de bolha no pé, cafifa no céu e fita VHS que precisava rebobinar.

Com humor, leveza e emoção, o autor narra episódios vividos (e talvez inventados) que celebram a amizade, os vínculos familiares e a beleza das coisas simples.

Perfeito para quem viveu o tempo das locadoras, dos videogames 8-bits, do MSN, das orações na sala e dos medos noturnos como o disco da Xuxa ao contrário e o Fofão no escuro.

Mais do que nostalgia, República dos Primos é um abraço em forma de livro – para quem cresceu no mesmo terreno, só com nomes e calçadas diferentes.

Assista à resenha do canal @oqueli no YouTube

OBRA DO AUTOR

República dos primos
República dos primos

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Resenhas da colunista Lee Oliveira




Dia do Educador

Zé Franco: ‘Dia do Educador’

Zé Franco - Arquivo pessoal
Zé Franco Arquivo pessoal
Arquivo pessoal do autor

“Educar é deixar-se um pouco no outro…”

Educar é deixar-se um pouco no outro… E importa, ao estimado educador, perceber como é que tem ficado em cada outro que educa. É para um mundo melhor que se quer? Vale a pena continuar? Perguntas que também me atravessam.

Se a terra está seca de pão, de sonhos, de futuro, e a educação parece uma semente teimosa, que a coragem seja um rio. Que a esperança respire. Que o amor permaneça. Não custa pouco arrancar um sorriso à fome, e não é simples cultivar valores de cultura, de vida humana, e o sentido de pátria, para que esta Terra, e este mundo, sejam um pouco aliviados de tantos fardos que hoje suportam.

FELIZ DIA DO EDUCADOR (22 de novembro, Angola)!

Com esse texto especial, Zé Franco homenageia os educadores, partilha pensamento sobre o ato de ensinar nos dias de hoje, particularmente em seu país natal, e comemora o dia do educador por meio da escrita.

Zé Franco

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