Sol enluarado rubro
Ella Dominici: Poema ‘Sol enluarado rubro’
quando os fósseis e cinzas
se misturam ao ouro
perecem-se ambos como
diamante bruto
encrustado em terra
quando o homem se torna
um retalho da colcha-vida
felicidade fácil foi fisgada
como um peixe de boca aberta
é quando o Sol rubro deixa de ser epifania
não serve a iluminar ninguém
nem nada nasce, nem cresce
adoece a alegria
e Lua sem ser alva nem cheia
nem crescente aborrece as gentes,
nem segue normas,
minguante permanentemente,
escuro, miopia, enganos
que outrora eram ufanismos
são tolos grãos de areia
encharcadas
que se movem para baixo
felicidade fácil foi engolida
e a felicidade plena
perene e eterna vida?
foi-se antes que chegasse
não esperou mais… que se a achasse
consciência, quando?
engajamento ao verbo e verdade,
agora, ou deveras tarde?
Ella Dominici
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