Lamentos
Ivete Rosa de Souza: Poema ‘Lamentos’
Por que choras minha alma?
Acaso não te acompanho em tuas andanças,
Em teus arroubos e anseios?
Não estou presente quando choras ou quando ris?
Não sou eu que sinto o peito apertado?
Que dou vazão ao rio de lágrimas
Que me rasgam os olhos?
Por que então esse pranto derramado, doído,
Doído, que me alimenta de tristeza?
Sei que te enganas às vezes, mas não és só,
tens um coração afoito por vezes traiçoeiro,
que bate neste corpo que habitas,
um cérebro que se espanta, que quebranta e se rebela,
com essas emoções humanas.
Às vezes a fúria se apresenta, outras vezes o medo se esconde,
ou responde com lamentos.
E há tantos planos que são roubados pelos ventos.
Tantos sonhos costurados, desfeitos ponto a ponto,
depois remendados.
Não chores mais minha alma, o pranto
espantas a felicidade.
Esqueces que a saudade também pode trazer promessas?
E há tantas delas escondidas em ti, não deixe tua aura
da verdade, tua vontade, teu desejo adormecer.
Dá-me asas para a liberdade, deixas-me alcançar a plenitude,
com a atitude e coragem, que só os fortes conhecem.
Meus olhos verão a luz dos teus,
na espetacular existência terrena, enquanto
a luz atravessa o tempo de existir e transcender
do mundo físico ao etéreo.
Então serás liberta minha alma, não mais encontrarás
Motivos para chorar, enfim encontrarás a infinita perfeição.
Ivete Rosa de Souza