AFLAS lança concurso literário de poesias
O I Concurso de Poesia da Academia Feminina de Letras e Artes de Sergipe foi lançado em homenagem à professora ADA AUGUSTA CELESTINO BEZERRA, ícone da educação no Estado de Sergipe
A AFLAS – Academia Feminina de Letras e Artes de Sergipe lançou o I Concurso de Poesia em homenagem à Profª. Dra. ADA AUGUSTA CELESTINO BEZERRA, ícone da educação no Estado de Sergipe.
As avaliações dos poemas foram feitas às cegas, ou seja, seus avaliadores receberam os poemas, sem saberem os nomes dos autores para que a integridade do concurso fosse mantida, sendo eles: a Prof.ª Dr.ª Marleide Cunha; Prof.ª Dra. Advanuzia Santos; a Prof.ª Ma. Geovana de Oliveira Lima, e os acadêmicos da ASL – Academia Sergipana de Letras, Dr. Domingos Pascoal de Melo e Dr. Paulo Amado Oliveira.
Todos os participantes terão seus poemas publicados nesta coluna do Jornal Cultural Rol, que há 30 anos leva cultura para todo o mundo, e fará conhecer os talentos literários do pequeno grande Estado de Sergipe.
Fernanda Souza
Mulher pode?
Mulher não podia votar, muito menos estudar.
Para que mulher na escola?
Se tudo o que precisávamos era saber cozer, limpar e lavar!
Mulher não podia trair, mas podia ser corna, traída e mal amada.
Mulher não podia vestir a roupa que quisesse,
Mulher não podia trabalhar senão era depravada.
Porém, deveria estar sempre ali, com o cafezinho na hora que o marido chegasse.
Ah, como eu desejava pôr aquele casaco para trabalhar em algum lugar
Pregando prego, parafuso, o que fosse…
Longe de fogão, longe de pia, longe de criança, longe de lar.
Mas meus filhos sofreriam preconceito
E eu ainda seria uma espécie de “mulher-macho”, sem ninguém me respeitar.
Hoje, mulher pode votar e falar o que pensa.
Mulher pode estudar e trabalhar sem ser julgada.
Homem que quiser que pense que fico em casa,
Esperando-o com o almoço pronto e roupa lavada.
Quem foi que disse que tu, homem, eras melhor que eu?
Quem foi que disse que eu era o sexo frágil?
Logo eu que faço coisas com mais perfeição
Que finjo estar tudo bem, quando meus olhos dizem que não,
Que vivo mil vidas em um dia e aparto dores dos outros em detrimento das minhas.
Ser mulher não é ser submissa das vontades masculinas,
Ser mulher não é aceitar sem questionar toda a represália.
Ser mulher não é aceitar os rótulos da sociedade.
Nascemos com o sexo feminino e não com uma fragilidade.