O fantástico gosto da loucura
Clayton Alexandre Zocarato: ‘O fantástico gosto da loucura’
Não vejo razão em manter e conservar a minha razão, em fazer do meu coração alguma vazão, que venha refazer alguma emoção, dentro desse clarão de hipocrisias, que mata minha paixão.
Vou me perder em um flerte pelo desconhecido, adocicando minha mente, na busca de um pecado que me faz ser amado, mas também um azarado, em esperar o lugar ideal para declarar o fantástico gosto de amor, silenciado por um prazer que expurga os desejos mais ácidos por entre meus suores de vontades, silenciadas por sonhos que foram sentenciados ao esquecimento banal.
O que seria a loucura?
Ora bolas! Não me venha com qualquer tipo de maluquice, mergulhando os sentimentos mais profundos em um copo raso de insatisfações morais mesquinhas, que procura em um romantismo de fundo de garrafa alguma forma de egocentrismo barato.
Na verdade, nem os lunáticos mais profanos que se classificam como filósofos sabem ao certo o que seria verdadeiramente a verdade da loucura.
Sejamos o senso-comum, de um ‘barato’ sulco mental, em se ovacionar o Paraíso, mas que se é vendido banalmente, em troco de algum amor que mais tarde será derramado em muitas lágrimas solitárias.
No silêncio da timidez, o fantástico se realiza, como uma explosão galáctica de turbilhões emocionais, que sacodem a alma dos mais puros, e dá um tapa na cara de pujanças de hipocrisias racionais, que se dizem iguais, mas dinamita mistérios mentais desiguais e imorais.
Não desejo ter razão, em meio ao fantástico gosto em enlouquecer de amor.
Um amor, mesmo que seja virtual, que faça meu espiritual viajar por caminhos tortuosos, em viver de uma saudade, sem nunca tê-la tocado, de somente querer buscar um esclarecimento, para aquilo que não tem nenhum esclarecimento.
Não lamento a distância, isso só fez aumentar minha ânsia em voltar a sonhar, com gosto de me perder nos braços de uma doce insensatez, em ter o gosto de ternura em voltar a ouvir sua voz.
Perdoe-me pela excessiva volúpia, pois no barulho da chuva eu sonho com seus beijos mais fantásticos, libidos e garridos, por uma frenética busca em poder fazê-la loucamente feliz.
Não vou ser infeliz, como outros perdidos apaixonados, que balbuciam suas frustrações perante luares de amargares.
Afinal, a loucura da docilidade do seu sorriso, invadiu meu pequeno mundo de autoconfiança funesta, que finjo em esconder uma agonia, que culmina sempre em voltar a olhar suas fotos na tela do meu notebook, vaticinando que é você meu novo almejar, em tentar voltar a amar.
Como é fantástico sentir isso de novo, apesar de nunca tê-la te visto, defronte as marcas de, ‘um senso comum’, em assassinar todo o pouquinho de afeto que ainda restou em um mundo enlouquecido por um materialismo tosco, aos quais meus júbilos de carinhos por você, talvez algum dia tenham fim, mas para por qual motivo, vou angariar pensar no término, em algo que, talvez, nem tenha começado direito?
Nas fissuras do meu peito dolorido, por amores sofridos, levanto toda a manhã, esperando, imaginando, ansiando, pensando como seria maravilhoso abraçá-la, mesmo como sendo a mais doce, das minhas amizades.
Não é loucura pensar no fantástico em sonhar ter você como amor e amiga, afinal em cada movimento da minha mente, estão um realce em sempre encontrar-me com você atravessando minha imaginação, enlouquecendo minhas ideias, que ficam alucinadas em saber que o mais fantástico de tudo isso, é que você é, ao mesmo tempo, pensamento, sonho e realidade, em cada uma de minhas invenções psicológicas, em desejá-la, como um anjo que voltou para os braços de sua protegida, sendo por ele eternamente querida, minha amiga e amor…. Sem nenhuma dor ou rancor, você é a flor de uma nova esperança, em enlouquecer docemente meu querer, em ousar tê-la para mim, mesmo se for por um dia, uma noite, um mês, uma vida…
O tempo não importa, afinal já estou louco por uma fantasia, de tocar seu semblante, como os mais raros dos diamantes, e os mais sincero e feliz dos amantes.
Clayton Alexandre Zocarato
Crônica escrita especialmente para a doce Renata Montagner