A dança dos sonhos
Paulo Siuves: Poema ‘A dança dos sonhos’
No salão vazio dos meus desejos,
Eu danço sozinho, em passos lentos,
Aos ecos de uma música que só eu ouço,
Uma melodia feita de silêncios e de suspiros.
Você, musa de pele alva e cabelos negros,
Aparece como uma sombra na penumbra,
Um fantasma de paixão que nunca se revela,
Mas sempre me chama, sempre me seduz.
Eu estendo minha mão na direção do impossível,
E por um instante, quase te toco, quase te sinto.
Mas o ar entre nós é espesso com a distância,
E você se dissolve como uma névoa ao amanhecer.
E sempre assim, noite após noite continuamos
Numa dança que nunca me satisfaz,
Você, sempre fora de alcance, sempre desejada,
E eu, sempre dançando, sempre esperando.
Pois há uma beleza amarga em nosso desencontro,
Uma perfeição na coreografia do impossível.
E embora o universo nos mantenha separados,
Nos sonhos, querida, sempre dançamos juntos.
Paulo Siuves
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