De Luanda (Angola) para o Jornal ROL, Fidel Fernando!
Fidel Fernando traz para o Jornal Cultural ROL as letras pujantes educacionais e literárias de Angola!
Fidel Fernando (António José Fidel Fernando) reside em Luanda (Angola).
Academicamente, é licenciado em Ciências da Educação, no curso de Ensino da Língua Portuguesa, pelo Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED/Luanda), onde concluiu sua formação em 2018.
Antes disso, obteve o título de técnico médio em educação, na especialidade de Língua Portuguesa, pelo Instituto Médio Normal de Educação Marista (IMNE-Marista/Luanda), em 2013.
Profissionalmente, atua como professor de Língua Portuguesa, dedicando-se à formação e ao desenvolvimento de habilidades múltiplas nos seus educandos.
Além das suas funções docentes, exerce a atividade de consultor linguístico e revisor de texto, contribuindo para a clareza e precisão na comunicação escrita em diversos contextos. Tornou-se colunista do Jornal Pungo a Ndongo, onde compartilha semanalmente sua visão sobre temas atuais ligados à educação e à língua.
Fidel Fernando inicia a jornada ROLiana com o artigo ‘A arte de ensinar além das preferências’ uma importante reflexão sobre a figura do professor no processo educacional.
A arte de ensinar além das preferências
Como professores, somos, muitas vezes, confrontados com a realidade de que nossas preferências podem influenciar a maneira como ministramos nossas aulas. No entanto, esse gosto não pode, de maneira alguma, nos impedir de abordar conteúdos que não nos agradam. Isso seria um desserviço aos nossos alunos e à nossa profissão.
Infelizmente, constatamos, com uma tristeza muito entristecedora (sim, o pleonasmo é intencional), que alguns professores preferem aprofundar-se em temas que lhes são mais confortáveis, negligenciando outros que são igualmente importantes para a formação integral dos estudantes. Em relação à disciplina de Língua Inglesa, sem querer meter-se em cuecas largas, um exemplo comum de que estamos recordados é a preferência por se ensinar verbos ʻto beʼ ou ʻto doʼ durante semanas, enquanto outros conteúdos essenciais do currículo ficam relegados a segundo plano.
Compreenderíamos, em certa medida, se essa escolha fosse feita com o intuito de preencher lacunas de aprendizagem dos alunos em determinado conteúdo. No entanto, mesmo nesses casos, o professor tem a responsabilidade de retomar os conteúdos programáticos, garantindo que todos os objectivos da disciplina sejam alcançados. Não se trata apenas de ensinar o que gostamos, mas de assegurar que os alunos tenham uma formação completa e equilibrada.
Imagine uma turma que tem dificuldades com o uso correcto da vírgula. Se o professor, por qualquer razão, não gosta de ensinar pontuação ou não se sente seguro nesse conteúdo, o mais sensato seria buscar superação nesse campo, preparando-se para ministrar a aula de forma eficaz. Outra alternativa seria realizar um intercâmbio de saberes, convidando um colega com mais afinidade ao tema para conduzir a aula. Essa atitude não apenas demonstra humildade e compromisso científico, mas também motiva os alunos. Afinal, uma nova voz na sala de aula pode ser um estímulo valioso para a aprendizagem.
Fidel Fernando