Alma febril
Maze Oliver: ‘Poema Alma febril’
Vi na tua pele roxa
Alma febril, mora lá.
Vi a dor dos teus olhos
a tua boca calar.
Mas, falaram mil palavras
Sem mesmo balbuciar.
Vi na porta, a marca do terror.
As teias, da aranha fatal.
O preço do silêncio. O horror.
E o alimento mortal.
Vi na pele marcada
O carimbo da violência
A melancolia de açoite,
Que traz a certeza do risco,
O sibilar da serpente,
O poder se faz corrente.
Um conto gótico de horror.
Tuas lágrimas são renúncias,
Que teu olhar cintilou
Revelou toda infelicidade
A emoção do medo, na tua tez,
Transbordou.
Sofre, pelo que chama de amor!
Mas, aí só tem a dor
e as garras do dragão,
O conto do Barba Azul
e o rugir do Leão.
Ali foi traçada a sentença
Sem mesmo pedir licença.
Só ‘asas’ te salvarão
Do mármore dessa prisão.
Maze Oliver