O toque divino
José Antonio Torres: Poema ‘O toque divino’
Caminhava olhando para baixo…
Vez por outra, olhava para os lados e para a frente,
Mas não importavam as paisagens, as pessoas…
Vivia ensimesmado…
Uma angústia fria e torturante habitava em mim;
Perdido, não conseguia divisar uma saída…
Esticava meus braços para baixo
E só havia a terra fria e árida…
Estendia-os para os lados e não encontrava amparo…
Ao estende-los para a frente,
Via o futuro fugir e se distanciar de mim.
Quando o desespero e o desânimo já tomavam conta do meu ser,
E com o espírito destroçado pelo vazio da minha existência,
Em uma súplica final,
Ergui os braços para o alto e,
Como um raio quente e revigorante percorrendo meu corpo,
Senti o toque suave e acolhedor da mão de Deus.
José Antonio Divino