Ressonância surda
Pietro Costa: Poema ‘Ressonância surda’


às 14:12 PM
E no medo esbraseante, olhar cala,
O incêndio do tempo a nos derruir,
Rimas sepultas, a agonia fala,
A memória jaz, vazios fruir.
A casa mental, medo na antessala,
Largos desvãos, vãos, a nos obstruir,
A alma exaurida segue para a vala,
Em passos ágeis, vida a precluir.
Sinos dobram – reverência à sorte,
No som do silêncio, uma força eclode:
Ressonância surda que abafa a morte.
Palavras não ditas, insurgente ode
À pulsão de propagar a voz forte
Da poesia, refúgio que acode!!
Pietro Costa