Ivete Rosa de Souza: ‘Um livro’


às 15:35 PM
Ter um livro nas mãos é um universo de possibilidades. Fazemos viagens fantásticas, conhecendo lugares, mundos e até universos paralelos. Sonhados, criados e apresentados pelos olhos da imaginação de um escritor aos olhos ávidos dos leitores.
Gosto de histórias, de qualquer história. Mas prefiro aquelas que me causem reações de alegria, de espanto, até medo, e até aquela comichão de me instigar a escrever a minha história.
Todas as emoções possíveis e cabíveis na alma humana, e, claro, as inesperadas, aquelas que nós nem desconfiamos que as encontraremos em nós mesmos.
O bom de um livro está justamente aí, no impossível que pode acontecer nas linhas de uma página. Aquelas decisões inesperadas, o reboliço da protagonista que dá um basta numa vida infeliz, ou que vence algum problema que a acomete.
Deixei de ser água com açúcar, como me diria mamãe. Gosto de ver o circo pegar fogo, assumir riscos e, no final, vencer. Afinal, escrever é desvendar nosso próprio interior.
Como poeta, tem a dor, o sofrer, amar, desamar, passar noites em claro enaltecendo a paixão. Todo poeta é um fingidor, disse um poeta.
Gosto desse fingir, muitas vezes fingi ser minha a dor de alguém. Aquele que foi passado adiante como uma roupa velha.
Descartado em seus sentimentos, abandonado a sua própria sina de amar, sem ser amado. Um livro deveria ser o objeto der cobiça de toda criança. Sinto muito ao ver crianças em idade escolar, minadas e bombardeadas por celulares. Raramente vejo, atualmente, crianças, seja em casa, nos coletivos, praças ou calçadas, com um livro nas mãos.
Fim de ano letivo, vejo essas crianças e adolescentes rasgando os livros didáticos, nas ruas aqui do bairro. Como se os livros fossem objetos de descarte. Nesse momento fico extremamente triste, afinal, por que esse desprezo pelos livros?
Ivete Rosa de Souza
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