Ella Dominici: Poema ‘Oceano profundo’


às 14:51 PM
às vezes vejo verde azulado
intenso como turquesa
tom denso petróleo cobiçado
do que se trata o profundo
tal abismo esverdeado
riquíssimo em diversas belezas?
quiçá outro mundo
morada de homens esquecidos
casa eterna e leviana
de aquáticos anfíbios
simples descanso de envaidecido
resquício de flores diluvianas
pareço mergulhar na diluída
manta anil intensa e imensa
líquida descida em que fluo
penso e divago que sumo
vistas de agrestes ramagens
ou celestes folhagens
terra molhada de iodo
céu de sal perfumado
recorro ao ar que concentro
no centro de meu espírito
conscientizo o atemporal
e ilimito o fôlego
no pensamento
neste oceano infinito
gritei por dentro
acorrentei leviatã
passei leve por tormentos
mais limpa que escumas
vislumbro meio atônita
as ondas do amado mar
no passável livre passo
passível apalpar o impossível
acaricio nítido invisível
tal pomba folha-oliva ao bico
sou água viva transparente
queimando tristezas ardentes
anseios boiam nas vagas
cismas mais nenhumas
alcanço o céu sem brumas
Ella Dominici
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