Ser Mãe, atualmente, é uma missão difícil
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Reflexão Pessoal. ‘Ser Mãe, atualmente, é uma missão difícil’


às 16:20 PM
Apesar de ser considerado um lugar-comum, dizer-se que o “Dia da Mãe” deveria ser comemorado todos os dias, a verdade é que assim não acontece. E se há milhões de pessoas, que todos os dias convivem, contactam e recordam as suas mães; provavelmente, outras, as tratam muito mal: seja afetiva, seja moral, seja fisicamente. Há de tudo um pouco, feliz ou infelizmente.
Também se costuma afirmar que: “Mãe há só uma”, sendo esta assertiva muito dirigida à mãe biológica, contudo, essa afirmativa, nem sempre corresponde à verdade, no sentido de esta mãe ser a melhor do mundo, porque também nas mães adotivas, se encontram exemplos de autêntico e abnegado amor profundo, para sempre.
Vamos, neste segundo domingo de maio enaltecer a Mãe, aquela mãe extremosa, que como se sabe: cuida dos seus filhos com inexcedível desvelo; que é capaz de cortar com toda e qualquer relação com outras pessoas, quando tais conexões possam prejudicar o orgulho, o bom-nome, a honra e dignidade dos seus filhos; aquela mãe, que se priva de quase tudo para que, no eu for viável, nada falte aos seus amados filhos; a mãe que, nos bastidores da vida, protege, apoia, ama e sofre; enfim, aquela mãe, que por eles dá a vida, se necessário for.
Neste dia muito especial, e extremamente significativo, não se desenvolverá muito a crítica às mães que, realmente, só o são de nome, que, na verdade, se limitaram a procriar e “parir” os filhos, para depois os abandonarem, sem acautelarem o futuro deles, muito embora e numa tentativa de compreensão e benevolência, se procure entender certas situações, de manifesto e incontrolável desespero, por parte de algumas dessas mães, que assim procederam. Será extremamente imprudente, fazer juízos de valor.
Quaisquer tentativas para, de alguma forma, e/ou processo, elaborar, “a priori”, juízos de valor, condenações na praça pública e outros instrumentos de humilhação das mães que, por alguma circunstância de força maior, por incapacidades diversas, por vicissitudes da vida, não foram capazes de cuidar dos seus filhos, acabam por resultar, num ainda maior afastamento, entre a mãe e os filhos, não sendo bom para o futuro deles.
O “Dia da Mãe”, para além de uma comemoração simbólica, também deve ser preenchido com profundas reflexões, sobre a relação existente entre a mãe e os filhos, bem como, se for o caso, uma atitude de maior aproximação, de perdão por eventuais erros cometidos por qualquer das partes. É um dia para ser celebrado com alegria, em harmonia e felicidade.
Ser mãe, nos tempos modernos, não é uma missão nada fácil, enquanto a sociedade está em permanente evolução, que tem implementado um conjunto de exigências, difíceis de satisfazer na maior parte das famílias, técnicas sofisticadamente agressivas, direcionadas para o consumo em geral, e para as crianças, em particular.
Também o sistema educativo constitui outra preocupação, com grande impacto no presente e no futuro das crianças e dos jovens. Habitualmente, a mãe é a encarregada de educação, que ajuda nos trabalhos de casa. Atualmente, não obstante o acesso gratuito ao ensino, educação e formação, até ao nível secundário, estar ao alcance das famílias, ainda assim, nem todas conseguem colocar os seus filhos na escola, durante os ciclos obrigatórios, precisamente por falta de recursos financeiros, enquanto há despesas que não são suportadas, integralmente, pelo sistema educativo.
Por outro lado, no que se refere à saúde, também aqui a mãe desempenha um papel fundamental porque, normalmente, ela é a primeira a detetar algum mal-estar: físico, psicológico e mental, nos seus filhos, muito embora o pai, aquele que se assume autenticamente como tal, de igual forma, partilhe destas situações e preocupações. Invoca-se mais a mãe, justamente, porque, em regra, é ela que passa grande parte do tempo com os filhos, não que se preocupe mais do que o pai, até pode acontecer, pontualmente, o contrário.
AMEMOS AS NOSSAS MÃES.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal