vamos conversar a solidão: mesmo sem tudo mesmo com todos e junto com amigos
sendo única num quarto num encontro com família e contigo
mesmo que minhas ideias não sejam compartilhadas que todos pertençam a outro domínio de inteligências e que meu saber seja só meu, que minhas aliterações pareçam a todos presunções, minhas rimas sejam minha sina e rimem comigo…
busco rimar para um todo mesmo que não me conheça mas que ferva e se aqueça com meus nomes
meu singelo desejo de amolecer pedra dura apaixonar resistentes trazer à memória, pendentes amores engavetados em lacunas da vida
queria te deixar com saudades de me ler e me ouvir para, em paz, dormir como se minha poesia fosse cantiga de ninar ou excitar sonhos partitura para se executar uma sonata de amor, de reconquista e vontade de viver a vida
se o poema te transforma e tua rotina pede mais, ah! Então serei complacente em te retribuir com lágrimas para teu choro, beijos para teu encontro abraços para tua carência, reprimendas para tua consciência
fé para andar firme pimenta para teu ardor tão necessário para sobreviver a isolamentos, lamentos desencantos de nossos dias
que meu poema seja canto incontinente, sem moderação a contento de tua alma, bálsamo de alegria e emoção ao teu lado hoje e teu anel de sempre
Só, em silêncio:
‘Deshasbilles-toi de tout’
Ella Dominici
O Sistema Reprodutor: Uma perspectiva integrada
COLUNA SAÚDE INTEGRAL
Joelson Mora:
‘O Sistema Reprodutor: Uma perspectiva integrada’
O sistema reprodutor humano desempenha um papel vital na perpetuação da espécie, sendo responsável pela produção de células sexuais e pelos processos necessários para a reprodução. Ele é composto por órgãos especializados que variam entre homens e mulheres, mas que compartilham funções essenciais. Além disso, sua relação com o desempenho físico e os impactos de doenças relacionadas destacam a importância de uma abordagem à saúde integral.
Nos homens, o sistema reprodutor inclui os testículos, epidídimo, ductos deferentes, vesículas seminais, próstata e pênis. Os testículos são responsáveis pela produção de espermatozoides e do hormônio testosterona. Nas mulheres, o sistema é composto pelos ovários, tubas uterinas, útero, vagina e vulva. Os ovários produzem os óvulos e liberam hormônios como estrogênio e progesterona.
Os espermatozoides, nos homens, são células altamente especializadas com uma estrutura composta por cabeça, peça intermediária e cauda. Nos ovários femininos, os óvulos são as maiores células do corpo humano, contendo nutrientes essenciais para o desenvolvimento inicial do embrião.
A morfologia dos órgãos reprodutores é evidente entre os sexos, e os hormônios exercem influência direta nas características sexuais secundárias. Nos homens, a testosterona não apenas regula a produção de espermatozoides, mas também desempenha um papel fundamental no desenvolvimento muscular e na redução da gordura corporal, especialmente quando associada ao treinamento físico. Já nas mulheres, o estrogênio e a progesterona estão ligados à regulação do ciclo menstrual e à preparação do corpo para a gravidez.
Homens e mulheres têm respostas hormonais diferentes ao treinamento físico. A testosterona, predominante nos homens, promove o crescimento muscular e a melhora da força, enquanto, nas mulheres, o estrogênio contribui para a manutenção óssea e a recuperação muscular. Embora as mulheres tenham menores níveis de testosterona, elas ainda podem desenvolver força e resistência de forma eficaz com uma rotina adequada de exercícios.
Doenças Relacionadas e DSTs
Entre as doenças que afetam o sistema reprodutor, as DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) são uma preocupação global. Infecções como HIV/AIDS, sífilis, gonorreia e clamídia continuam a ser prevalentes, com dados alarmantes. No Brasil, por exemplo, a taxa de infecções por HIV apresentou um aumento de 21% entre 2010 e 2020, segundo o Ministério da Saúde.
A circuncisão masculina (postectomia) tem sido amplamente estudada como uma estratégia preventiva contra o HIV/AIDS. Estudos mostram que homens circuncidados têm um risco 60% menor de contrair HIV durante relações heterossexuais. Esse procedimento, portanto, tem sido adotado em campanhas de saúde pública como uma medida de redução de riscos.
A testosterona, além de sua função reprodutiva, é crucial para o desenvolvimento muscular. Ela promove a síntese de proteínas e o aumento da massa magra, ao mesmo tempo que ajuda a reduzir os níveis de gordura corporal. Com o envelhecimento, os níveis de testosterona tendem a diminuir, o que pode levar a uma perda de massa muscular, aumento de gordura e diminuição da libido. Exercícios regulares, especialmente os de resistência, são eficazes em manter e aumentar os níveis de testosterona naturalmente.
Uma rotina diária de exercícios traz inúmeros benefícios para a saúde reprodutiva de ambos os sexos. Nos homens, o exercício físico regular pode melhorar a qualidade do esperma e aumentar os níveis de testosterona. Para as mulheres, os exercícios ajudam a regular os ciclos menstruais, melhorar a função ovariana e reduzir os sintomas da menopausa. Além disso, uma vida fisicamente ativa diminui o risco de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares, que podem afetar negativamente a fertilidade.
Manter uma rotina diária de exercícios físicos é fundamental para o bom funcionamento do sistema reprodutor, tanto masculino quanto feminino. Além de promover a saúde geral, os exercícios auxiliam no equilíbrio hormonal e na prevenção de doenças, incluindo as DSTs. A circuncisão masculina surge como uma importante medida preventiva contra o HIV/AIDS, e a testosterona, por sua vez, mostra-se vital no contexto do desenvolvimento muscular e controle da gordura corporal.
Faço hoje, ao completar 66 anos, uma viagem no tempo. Voltei à infância e lembrei que fui criada na roça e era filha de avó.
O relevo era diferente de hoje:
As estradas eram de terra, havia muito verde, as cigarras faziam festa e pássaros de todas as cores.
As casas eram um pouco distantes uma das outras. Corria em volta da casa, enquanto passava as mãos nas flores; brincava com os capins de fazer colchões e a goiabeira era a minha visita predileta, apesar de ter mamoeiro, limoeiro, laranjeira, abacateiro, bananeira e mangueira.
Eu acordava com o canto do galo, o glu-glu-glu do Peru e corria para ver o pavão fazer pose.
Eu tinha um porquinho rosa, o Roque, que não gostava de lama, seu chiqueiro era de cimento e tomava banho com sabonete. Mas ficou tão gordo que meu avô teve que matar e eu não quis comer-lhe a carne.
Também tinha gatos e cachorros.
Eu adorava ver o pé de pimenta-do -reino subindo pelo abacateiro, deixando o tronco cheio de bolinhas verdes que ficavam vermelhas e no ponto da colheita ficavam pretinhas. E o pé de urucum, que lindo! E isto, sem falar no algodoeiro e na amoreira.
Eita vida boa, diferente de hoje! Não precisava de muito pra ser feliz.
O leite? De cabras e de vaca e eram entregues em garrafas de vidro. Da nata fazia a manteiga.
A coalhada e o queijo eram de primeira qualidade e era uma delícia comer com mel ou com doce de banana feito no tacho e na lenha.
Pão era o padeiro que entregava amigavelmente.
O fogão era à lenha, feito de tabatinga. Minha mãe-avó fazia um feijão como ninguém. As panelas que iam no fogão à lenha eram ariadas com sebo de boi e areia e ficavam um brilho.
A carne de porco era conservada depois de assada, dentro da lata de banha do próprio porco
A mesa era farta no café da manhã: macaxeira, batata doce, banana cozida ou um bom pedaço de angu, canjiquinha e era festa, com café coado no coador de pano. Pegávamos a caneca de ágata e soprava com cuidado pra não queimar a língua.
A escola se chamava Grupo Escolar e era tão longe que eu ia de kombi escolar. Os trabalhos de casa tinham que ser feitos antes do escurecer, pois a energia era solar e, à noite, acendíamos a lamparina. Geladeira era à querosene.
Sou de uma geração que brincava com as crianças da vizinhança: amarelinha, passa anel, escravos de Jó, bambolês, detetive, pique tá, pique ajuda, pique lata, pular corda etc.
Os meninos soltavam pipas, jogavam bolas de gude, lançavam ferraduras de cavalo longe, quedas de braços etc. Ainda tinha andar na corda bamba, balanços, queda de braço, queimada. Ah, que coisa boa!
Telefone eu nem conhecia. A gente tinha o prazer em escrever cartas e tinha até umas que a gente perfumava.
Era tudo diferente. Era tudo melhor do que hoje. Era o tempo de bênção pai, mãe, tio e avós.
As crianças entendiam, apenas pelo olhar.
Se eu pudesse voltar no tempo… Voltaria à minha infância.
Todas as tardes eu ia na lagoa. E ia ao mar de Saquarema. Adorava comer siri, caranguejo, camarão e peixe. Lagosta, somente conheci já adulta
Como todo mundo cresce, cheguei à fase do trabalho e dediquei-me 30 anos à Educação.
No começo era no interior mesmo e ia de bicicleta ou de carona no carro do leite.
A distância era cruel: 45 minutos a pé pra dar aulas e amava o que fazia.
Saí do interior para a cidade grande e vi outro público diferente. Não aquele que você passava e era bom dia! boa tarde! ou boa noite! E sim cada um por si e Deus que proteja a todos.
Nunca vou me esquecer do medo que senti em atravessar dentro de uma rural em cima de uma balsa de Niterói para a cidade do Rio de Janeiro…
Hoje eu poderia estar falando de outro tema. Mas eu não me envergonho de ter nascido pobre e chegar onde cheguei e sei que o futuro ainda me reserva muito mais.
Agradeço aos meus avós e meus tios que, mesmo como pobres, me deram ensinamentos e nunca me deixaram faltar nada.
E enquanto isso, vou folheando o meu diário e acrescentando todos os dias, nas entrelinhas do tempo, o que se passa na minha história de vida: de uma menina do interior a uma Acadêmica Benemérita, Comendadora e Embaixadora Guanabara Poetisa Sandra Albuquerque pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes – FEBACLA, além de Editora Setorial Social e colunista do Jornal Cultural ROL, com várias agremiações e coautora de várias antologias e pertencente a outras academias literárias que me dão muita honra por delas ser acadêmica: Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB e Academia de Letras, Ciências e Artes da Amazônia Brasileira – ALCAAB.
Quisera, ao sol do dia, Esconder minha presença Em profundo poço. Dormir o sono longo Dos justos, dos cansados.
Quisera, ao sol do dia, Ser apenas uma pedra Numa gruta distante.
Quisera, ao sol do dia, Ser apenas uma folha Num livro com folhas Sem fim.
Quisera viver somente à noite: Hora mágica do dia! Que ventura ao espírito! Quão liberta e suave A vida noturna, Em que a alma se despoja Dos grilhões da rotina diária Em que nossos sentimentos se abrandam Ao contato de outros seres.
Hora mágica, Dos cantores de poesia Dos suspiros românticos Dos aromas de mel Da lua irradiando saudades!
Triste dia que chega Ao canto do arauto emplumado! Triste vida luminosa E, também, escura Que clareia o inimigo Que, à noite, era irmão!
Havia um reino onde todos eram poderosos e a sobrevivência de um estava implicitamente ligada ao infortúnio de outro. As acções ou omissões dos bichos contribuíram grandemente para o desequilíbrio do ecossistema.
O mosquito, o lagarto, o papagaio, o cabrito, o camaleão, o marimbondo, o cágado e a mosca destruíram o reino sob o silêncio tumular do bicho grande, mas no final o salalé, sem sal, tomou conta deles.
O mosquito, parecendo inofensivo, fazia perecer muita gente. Ele era o responsável pela mortandade gritante, enquanto GPP (Grande Produtor de Paludismo). As quantidades enormíssimas desta produção eram exportadas em forma de malária, zica e xikungunya, também conhecida por katolotolo, e em grande escala consumida internamente. Este consumo contribuiu para a piora das condições de vida daquela população, pois muitos nem aos cinco anos chegavam.
O lagarto, que andava de parede em parede, de meio em meio metro acenava positivamente com a cabeça a tudo quanto lhe chegava aos ouvidos, mesmo àquilo que não lhe chegava. Era o yes man.
O papagaio só reproduzia teorias, mesmo aquelas cujo domínio era inferior a medíocre. Ele estava pouco se borrifando pela compreensão do que falava, para além de nunca dizer nada. Os seus discursos eram eloquentes, cozinhados à luz dos mais modernos dicionários que dariam inveja ao Camões. Este, se estivesse vivo, duvidaria das suas capacidades.
Por distracção do pastor, que sempre pensou que “o cabrito come onde está amarrado”, o cabrito comeu todo o pasto dele e dos outros, pois a corda era tão grande. Daí, o cabrito passou a comer em função do tamanho da sua corda.
O camaleão se tornava leão sempre que visse uma cama.
O marimbondo fez das suas e aliou-se ao cágado que só fazia cagada. As cagadas eram enormes, porque o cágado estava mais preocupado com quem o colocou no topo da árvore do que com a árvore em si.
A mosca perdeu toda a honra e dignidade, porque pousava, publicamente, no excreto, fingindo ser agradável.
Os mais curiosos aperceberam-se que todos passarão pelo salalé. O salalé trabalha no silêncio e fora dos holofotes!