Exposição Mundo Heroico

A exposição Mundo Heroico, do artista plástico Edélcio Ipanema, estará aberta ao público até 05/12, no Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de Sorocaba – IHGGS

Card da Semana Cultural de Aluisio de Almeida 2025
Card da Semana Cultural de Aluisio de Almeida 2025

Os fãs dos super-heróis não podem deixar de prestigiar a exposição Mundo Herico, do Artista plástico Edécio Ipanema, aberta ao público no dia 05 de novembro, durante a Semana Cultural de Aluisio de Almeida 2025, no Instituto Histórico, Geográfico e Genealógido de Sorocaba – HIGGS

Mundo Heroico conta com 36 ilustrações dos heróis que têm cativado os amantes das histórias em quadrinhos. Dentre eles, o Capitão América, Mulher maravilha, He Man e Thundercats.

A exposição permanecerá aberta até o dia 05/12, de 3° a 6° feira, das 9h às 12h, e das 13h às 16h, no Instituto Histórico, Geográfico e Genealógido de Sorocaba – HIGGS, na Rua Rui Barbosa, 84 – Além Ponte.

Sobre Edélcio Ipanema

Edélcio Ipanema - Arquivo pessoal
Edélcio Ipanema – Arquivo pessoal

O Sorocabano Edélcio Ipanema foi um menino de imaginação transbordante, que mergulhava nas páginas das histórias em quadrinhos da Marvel e da DC, e, dentro dele, o gérmen do desenho começava a brotar. Aos poucos, o desejo de ser um grande ilustrador o levava a horas diárias de treino, visando aperfeiçoar seu traço.

Disciplinado, a dedicação ao dom natural o levou a receber bolsas de estudo em escolas renomadas de arte e a expor os desenhos em Sorocaba (Palacete Scarpa, Biblioteca Municipal, Câmara de Vereadores, Uniso e, recentemente, no Pátio Cianê Shopping, com a exposição Super Comics, em homenagem ao Dia Nacional do Quadrinho.

Alcançando outras fronteiras, participou da FATCON, evento GEEK em São Roque (SP), promovido pela FACENS; foi um dos desenhistas especialmente convidados para a exposição no Memorial da América Latina (São Paulo, capital), realizada para homenagear o herói nipônico Jiraya, bem como marcou presença no HQ Fest.

Como freelancer, colabora com FanArt, faz pin-ups para colecionadores e ilustra livros.

Como não poderia deixar de ser, o talento coroou-o com o reconhecimento: Embaixador Del Arte de America; honrarias outorgadas pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes – FEBACLA: Doutor Honoris Causa em Belas Artes, Comenda Rafael Sanzio, Comenda Pincel de Ouro 2024, Ativista Cultural, Honra ao Mérito Gonçalves Dias, Honra ao Mérito Nelson Mandela e Guardião da Paz e Justiça e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB, da qual recebeu o título Destaque 2023.

Redes sociais

Voltar

Facebook




Festuris Gramado 2025

Abertura do Festuris Gramado 2025 conta com participação especial de Júnior Mosko

Festuris Gramado 2025
Festuris Gramado 2025

Na noite de inauguração da edição 2025 da feira Festuris Gramado — um dos mais importantes encontros do turismo na América Latina — o artista e palestrante Júnior Mosko foi convidado a participar da sessão de abertura, marcada para as 19h30 no Palácio dos Festivais, em Gramado (RS). 

Abertura do Festuris Gramado 2025

Um momento de significado e responsabilidade

A cerimônia de abertura reuniu autoridades estaduais e municipais, além de representantes de entidades do turismo. O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, participou no papel oficial em nome do governo estadual, que investiu no evento como parte de sua estratégia de fomento ao setor. 

Para Júnior Mosko, a presença na abertura representa não apenas visibilidade, mas também o protagonismo de um artista comprometido com cultura, turismo e a dimensão humana da arte — em perfeita consonância com os valores da feira.

A atmosfera da noite de abertura

A abertura no Palácio dos Festivais teve um ambiente inspirado: luzes, discurso institucional, fluidez de networking e uma plateia formada por profissionais de turismo, representantes de destinos, marcas e imprensa. O evento marcou oficialmente o início da programação, que se estenderá até o dia 9 de novembro. 

Além dos itens protocolares, a edição reforça três grandes eixos: legado, luxo e diversidade. A homenagem – o Troféu Silvia Zorzanello – foi entregue na véspera da abertura e trouxe o clima emocional que antecedeu a cerimônia principal. 

Da esquerda para a direita, Adriano Rodrigues e Junior Mosko
Da esquerda para a direita, Adriano Rodrigues e Junior Mosko

A contribuição de Júnior Mosko

Como convidado especial da sessão, Júnior Mosko teve a oportunidade de compartilhar sua visão — que une dança, criação e alma — com um público voltado ao turismo, cultura e negócios. Sua participação simboliza a intersecção entre arte e setor turístico, mostrando como experiências culturais podem enriquecer destinos e conectar pessoas.

Para os organizadores e para o próprio artista, essa é uma parceria que se traduz em impacto: fortalecer o turismo regional, elevar o valor da arte como catalisadora de experiências, e conectar o local ao global em um momento de retomada e crescimento.

Próximos passos

Com a abertura cumprida, a Feira segue agora com uma intensa agenda de painéis, lançamentos, espaços temáticos e rodadas de negócios. A presença de Júnior Mosko nessa primeira noite também lança o tom: de que arte, turismo e propósito caminham juntos.

Voltar

Facebook




Rosana Machado da Silva

Poesia, sensibilidade e a força da expressão

Etern!s, a beleza poética atemporal.

Nascida prematura em Porto Alegre, no dia 6 de outubro de 1972, Rosana Machado da Silva aprendeu desde cedo que a vida é feita de persistência, sensibilidade e inspiração.

Aos 53 anos, a autora, técnica em Administração, PCD auditiva, católica e violonista por hobby, reflete em sua trajetória o mesmo cuidado e introspecção que imprime em seus versos.

Rosana Machado da Silva

“Escrever é suor dobrado, esforço tridimensional”, diz ela, com a consciência de quem lapida cada palavra como um ourives da emoção.

Fã de Camões, Rosana dedica-se à poesia em verso livre, estilo que considera o mais fiel à sua maneira de sentir o mundo.

Às vezes, passa noites em claro ajustando um poema, até que cada acento e pausa encontrem o seu lugar perfeito.

A paixão pelas palavras a levou a criar, em julho de 2025, a revista digital Poesia da Moa, um espaço de divulgação literária e de partilha com outros amantes da escrita.

Também publicou obras pela Editora UICLAP, e participou de antologias importantes, como Só Para Mulheres (2004) e Paço das Artes, em que o poema Mórbidos conquistou leitores e reconhecimento.

Em 2024, integrou ainda a antologia internacional 1001 Poetas, em Portugal, levando sua voz além das fronteiras.

Recentemente, Rosana lançou o livro E T E R N ! S, uma coletânea de doze poesias que nascem de suas vivências e dos “causos” da sociedade. O livro, com 52 páginas e capa criada por ela mesma no Canva, também traz ilustrações autorais, uma amostra da artista completa que habita em sua essência.

Entre uma xícara de café, uma paçoca de amendoim e o som suave do violão, Rosana traduz em versos a delicadeza do cotidiano e a força silenciosa de quem vive com propósito. “Transmitir emoções além das fronteiras geográficas”, diz ela, é o que a move.

E é exatamente isso que sua obra faz: atravessa fronteiras e toca corações.

REDES SOCIAIS DA AUTORA

Assista à resenha do canal @oqueli no YouTube

OBRA DA AUTORA

Etern!s.

ONDE ENCONTRAR


Página Inicial

Resenhas da colunista Lee Oliveira




Querer não é poder

Loide Afonso: ‘Querer não é poder’

Loid Portugal
Loid Portugal
Imagem criada por IA do Grok

Eu não quero muito
Só um pouco de paz
Nesta minha vida caótica

Passam ventos
Chuvas
E mesmo assim
Eu não vou

Não saio
Nem caio
Às vezes
Rola um pequeno desmaio

Quando me jogo na
Piscina
Tudo vai
Cai
Me sinto limpa
E leve

Não quero ser nadadora
Às vezes o peso
A sujeira
É boa

Gosto de mergulhar
Em mim
No que penso
E sinto

Gosto de ouvir que me amam
Quero que me venerem

Ah, eu quero tanta coisa!

Loid Portugal

Voltar

Facebook




Entre a chuva e a luz

Irene da Rocha: Poema ‘Entre a chuva e a luz’

Irene da Rocha
Irene da rocha
A autora, com 7 meses de idade

Minha história começa em Passa Quatro,
onde o amor tinha cheiro de terra molhada
e o riso das crianças misturava-se
ao canto das panelas na cozinha.

Havia colo, havia tempo,
e o mundo cabia inteiro
na palma quente das mãos da minha mãe.
Nada doía,
porque tudo era abraço.

Mas o céu, ah, o céu,
um dia escureceu de repente.
E a chuva, que antes lavava as ruas,
veio forte demais,
levando não só as casas,
mas o chão dos meus passos.

Perdi o lar,
perdi o cheiro de casa,
perdi o rastro da infância.
Minha mãe partiu, ano seguinte da enchente,
meu pai seguiu outro caminho,
e eu fiquei,
como quem fica num porto vazio,
esperando um barco que não volta.

No orfanato, aprendi o silêncio.
Aprendi que há dores que só Deus escuta,
mesmo quando o coração grita.
E, todas as noites,
eu perguntava baixinho,
Senhor, onde o Senhor se esconde
quando chove dentro da gente?

O tempo passou
e, um dia,
um gesto acendeu de novo a esperança.
Um padre, com olhos de ternura,
me estendeu a mão e disse:
Vens comigo.

Cruzeiro me acolheu
como quem acende uma vela
num quarto escuro.
Ali, a vida foi voltando devagar,
com o mesmo cuidado
de quem costura um pano rasgado.

Aprendi que a coragem
não é ausência de medo,
é a insistência em continuar,
mesmo tremendo.

Que as cicatrizes não são feridas,
mas mapas,
testemunhos de quem sobreviveu à travessia.

Hoje, quando olho para trás,
não vejo tragédias,
vejo caminhos.
A dor me ensinou a fé,
e o abandono me fez entender
que o amor de Deus
é o único abrigo que não desaba.

E se um dia a chuva te encontrar,
deixa que ela caia.
Ela não vem para te afogar
vem para lavar o que precisa ser renascido.

Quando ela passar,
a luz será mais clara.
E o que hoje parece fim,
é apenas o começo
de um novo amanhecer em ti.

Irene da Rocha

Voltar

Facebook




Dicas ENEM 2026: Linguagem

Renata Barcellos: ‘Dicas ENEM 2026: Linguagem’

Renata Barcellos
Renata Barcellos
Imagem criada por IA do Grok
Imagem criada por IA do Grok

Mais um ano findando e já estamos na semana do Exame nacional de acesso ao Ensino Médio (ENEM)/ 2026. Pontuaremos algumas dicas. Depois de anos de formação acadêmica, uma prova na qual mobilizará conhecimentos construídos ao longo da Educação Básica. O principal é ter em mente o seguinte: necessidade de raciocinar – utilizar a lógica.

Muitas questões propostas não são necessárias ler o texto. Vá direto ao enunciado da questão. Se for extenso, primeiro, leia o último período. Atenção ao solicitado. Marque o foco: correta – errada… Sempre atenção à referência bibliográfica. Às vezes, está lá a dica para a resposta. Em caso de dúvida em 2 ou 3 alternativas, utilize a técnica da balança: qual alternativa parece ser a MAIS certa ou errada? 

Sempre são propostas questão de figuras e funções de linguagem. Eufemismo, metonímia… Quanto a esta, atenção à metalinguagem. Esta é uso da linguagem para falar sobre a própria linguagem, concentrando-se no código (as palavras, os sinais, as regras) em vez da mensagem ou do contexto. Exemplos incluem um dicionário que define uma palavra, um poema que discute a poesia, um filme que retrata a produção de outro filme, ou uma conversa onde se explica o significado de um termo. Já, no que se refere àquela, destaque para ironia, eufemismo, metonímia…

Também são propostas questões sobre a finalidade de um determinado gênero textual. É fundamental dominá-los. Saber identificar TESE e classificar ARGUMENTOS utilizados….  E atenção a este recurso expressivo: INTERTEXTUALIDADE cuja definição é a relação que um texto estabelece com outros preexistentes. Essa relação pode ocorrer entre diferentes tipos de obras, como literaturas, filmes, músicas, charges, pinturas, publicidade…

Quanto à temida PRODUÇÃO TEXTUAL, treinar é preciso! No caso, ao longo dos anos ou deste ano. Se fará primeiro ou por último, você lá decide qual o melhor momento. Lembre-se do modo textual: ARGUMENTAÇÃO. Sua TESE deve estar na introdução. No desenvolvimento, ARGUMENTOS diversos (dado estatístico, histórico, comparação, citação, exemplos…) e, na conclusão, soluções para o problema apresentado.                                                                                                                               

Cada parágrafo deve ser estruturado com 3 frases no mínimo (apresentar o tópico frasal: início, meio e fim). Lembrar: uso da NORMA CULTA (nada de “Então”, “por conta”…). Cuidado com o uso das adversativas (mas, porém….). Colocação dos conectivos (portanto, logo, também….). Não separar o SUJEITO do PREDICADO, o VERBO do COMPLEMENTO… Não utilize o pronome “nós”, nos” e “você”. O texto é IMPESSOAL.  

Para obter 1000, é preciso atingir 200 nestas 5 competências:

C1. Domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa;

C2. Compreensão da proposta e aplicação de conceitos de diferentes áreas do conhecimento; 

C3. Seleção, organização e interpretação de informações para defender um ponto de vista;                                                                                                                                             

C4. Conhecimento dos mecanismos linguísticos para construir argumentação consistente;                                                                                                                                                  

C5. Elaboração de proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Alguns possíveis temas para o ENEM 2026 incluem questões ambientais (como desmatamento e sustentabilidade), tecnologia (impacto da IA, privacidade digital e o papel das redes sociais), saúde pública (doenças, acesso à saúde e sedentarismo) e inclusão social (direitos de minorias, acesso à educação e acessibilidade para pessoas com deficiência). Também são relevantes temas como o futuro do trabalho, desigualdade social, violência e desafios da educação no Brasil.

Sobre o meio ambiente, cabe mencionar a AGENDA 2030 (https://brasil.un.org/pt-br/sdgs). A ONU e seus parceiros no Brasil estão trabalhando para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. São 17 objetivos que abordam os principais desafios de desenvolvimento.

-O aumento de eventos climáticos extremos e a necessidade de políticas de preservação.

-Gestão de resíduos sólidos no Brasil.

-A busca por modelos de sustentabilidade e bioeconomia.

Tecnologia e internet

-Impactos da inteligência artificial e a necessidade de regulamentação.

-Privacidade digital e o papel das redes sociais.

-Educação midiática no Brasil atual.

-Ameaças da internet sem riscos.

Saúde

-Desafios na saúde pública para lidar com epidemias e doenças.

-Aumento de casos de Burnout, especialmente no trabalho remoto.

-A importância da conscientização sobre os males do cigarro e outras drogas.

-Combate ao sedentarismo infantil no Brasil.

-Saúde mental e a ligação com a crise climática.

Inclusão e direitos humanos

-Violência e preconceito contra pessoas LGBTQIA+.

-Direitos de pessoas imigrantes e refugiadas.

-Acessibilidade em ambientes físicos e virtuais.

-Desafios para a inclusão de alunos com transtornos de aprendizagem.

-Persistência da desigualdade de gênero e violência contra a mulher.

Trabalho e economia

-O futuro do trabalho, incluindo a questão do trabalho remoto.

-A relevância das condições de trabalho contemporâneas (como a escala 6×1).

-A fuga de cérebros e o empreendedorismo digital.

-A questão da fome no Brasil e como combatê-la.

Educação

-Desafios da educação básica, como o analfabetismo funcional.

-Acesso e desigualdade na educação.

-A importância de promover a educação política nas escolas.

-A relevância do esporte como meio de inclusão social na educação.

Vale destacar que, dependendo tema, mobilizamos alguns argumentos. Estes são esperados pelo corretor. Como em violência contra a mulher, mencionar a lei Maria da Penha; idoso, estatuto do idoso, criança e jovens, ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)…  E as literaturas podem e devem ser abordadas. Todos os temas são tratados de forma literária: poesia, crônica, conto, romance…

Navegue nas diversas áreas do conhecimento! Demostre dominar o tema. Sempre nomeie seu texto por mais que seja opcional! No último caso, tema será título. Letra legível! Evite rasura! Se puder elabore o recurso expressivo da INTERTEXTUALIDADE.

Do mais, mantenha a calma. Respire findo que a hora é esta! Não perca tempo!!! Otimize-o!!! JAMAIS desista de seus sonhos!!!  PERSISTA!!!

Renata Barcellos

Voltar

Facebook




O Bandido do Lampião Vermelho

Eduardo Martínez

Conto ‘O Bandido do Lampião Vermelho’

Logo da seção O Leitor Participa
Logo da seção O Leitor Participa
Imagem criada pela IA da Meta em 05 de novembro de 2025, às 12:39 PM
Imagem criada pela IA da Meta em 05 de novembro de 2025, às 12:39 PM

O ano exato não se sabe, mas a maior parte das pessoas diz que aconteceu na década de 1920, em uma cidade do agreste nordestino. E, naquele tempo, era comum a população andar armada, o que transformava o lugar em um negócio rentável para o dono da única funerária por aquelas bandas. 

          Outra informação que se faz necessária é que, assim como na maior parte do país, a luz elétrica ainda não havia chegado ali, e os moradores precisavam recorrer a fogueiras, lamparinas e lampiões a querosene. Por causa da precária iluminação, o povo jantava antes do sol se pôr e, às 20h, tirando os casais mais empolgados, a cidade adormecia.

          Pois bem, muito antes daquele criminoso que assombrou a capital paulista no final dos anos 1960, um outro bandido andava levando pânico àquele pequeno povoado. O tal delinquente, por conta da falta de luz, fazia uso de um lampião de vidro vermelho, o que provocava um contraste macabro durante as noites escuras. Os moradores o apelidaram de Bandido do Lampião Vermelho.

          O facínora, além de roubar o pouco que aquela gente possuía, ainda molestava as donzelas, que, por costumes da época, precisavam ser mandadas para um convento, onde passavam a vida inteira rezando para se redimirem do pecado de terem sido violadas. Algumas não suportavam tal martírio e tiravam a própria vida, mas também há casos das que passaram a viver a vida das mulheres malfaladas. Duas ou três, todavia, conseguiram manter segredo da violação e contraíram matrimônio. Adestradas pela mãe, souberam ludibriar o noivo na noite de núpcias. 

          A despeito do terror que se abateu sobre a população, havia por ali um homem destemido, cujo nome ainda hoje ecoa nas histórias contadas. Genaro Cavalcante, charuto no canto da boca, garrucha na mão, cuspia bala para qualquer desaforado. O cabra andava arretado com esse marginal e prometeu dar fim ao sujeito assim que o encontrasse.

          Enquanto a promessa não era cumprida, o Bandido do Lampião Vermelho agiu novamente. O malfeitor, sorrateiramente, invadiu a casa da dona Francisca, esposa do Timóteo. Entretanto, pelo menos nesse caso, a coisa aconteceu em conluio com a mulher. É que, sem o conhecimento do marido, Francisca andava de namorico com o Bandido do Lampião Vermelho e, durante as noites que Timóteo saía para caçar, ela acolhia o amante debaixo dos lençóis.

          O esposo traído, talvez por conta da falta de caça ou, então, por desconfiança, acabou retornando mais cedo para casa. Assim que abriu a porta, ouviu alguns gemidos vindos do quarto. Arma em riste, correu para salvar a mulher das garras do salafrário. No entanto, antes que conseguisse chegar, o Bandido do Lampião Vermelho já havia fugido pela janela, mas deixou o lampião ao lado da cama.

          Francisca, amedrontada pela chegada de Timóteo, ajoelhou aos pés do marido e suplicou perdão. O esposo, imaginando que a mulher fosse mais uma vítima do marginal, acolheu-a nos braços. Em seguida, pegou o lampião no chão e prometeu vingar a honra da amada. 

          A esposa viu o marido sair, quando, não tardou, ouviu um tiro. Correu para fora e viu Timóteo caído a poucos metros da casa. Curiosos correram ao local, onde encontraram Genaro Cavalcante se vangloriando.

          — Prometi que ia matar o gatuno e matei. 

       Os moradores enalteceram a bravura do matador. Em terreiro de Genaro Cavalcante, ninguém se cria. Quanto ao verdadeiro Bandido do Lampião Vermelho, ninguém mais ouviu falar. A viúva de Timóteo, não tardou, também sumiu e, até onde se sabe, nunca se preocupou em dar notícias. 

Eduardo Martínez

Eduardo Martínez -  Foto por Irene Araújo
Eduardo Martínez
Foto por Irene Araújo

Eduardo Martínez é um premiado escritor carioca, que há mais de três anos mora em Porto Alegre, cidade pela qual é apaixonado. Vencedor do Prêmio Literário Clarice Lispector – 2025 na categoria livro de contos com ’57 contos e crônicas por um autor muito velho’, que saiu pela Joanin Editora.

Seu primeiro livro, o romance ‘Despido de ilusões’, 2004, figurou entre os mais lidos do Centro Cultural Banco do Brasil. 

Seus contos e crônicas, que já ultrapassaram a incrível marca de 1.000 publicações, são utilizados por escolas no Rio de Janeiro, em Brasília e em Brodowski-SP.

É cronista/contista do jornal Notibras (https://www.notibras.com/site/) e do Blog do menino Dudu (https://blogdomeninodudu.blogspot.com/).

Divide a editoria Café Literário do Notibras com o poeta e escritor Daniel Marchi e a jornalista e poeta Cecília Baumann.

Instagram: @escritoreduardomartinez