O barquinho

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘O barquinho’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Imagem gerada por IA do Bing - 9 de outubro de 2024 às 1:34 PM
Imagem gerada por IA do Bing – 9 de outubro de 2024 às 1:34 PM

Na tarde que fenece,
no macio azul do rio,
navega feliz
desliza ligeiro
vai além de águas afora,
um barquinho.

Abre as pálpebras do entardecer,
desperta no silêncio ensurdecedor
a solidão.

No limiar da tarde,
debruça-se solitário às margens,
amamentado de saudades.

Na varanda do tempo,
na placidez do vento,
um lamento.
Um rumorejo dos lábios ecoa
à beira do rio silencioso.

Enfim, sob a névoa dos olhos da tarde,
o barquinho vai,
navegando vai…
Fustigado pela solidão
do eterno tempo,
vai…
Assiste o Sol que morre
no fim do dia
e vai.

Ceiça Rocha Cruz

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Realizo, logo sou!

Resenha do livro ‘Realizo, logo sou!’, de Mino de Oliveira

Capa do livro 'Realizo , logo sou!', de Mino de Oliveira
Capa do livro ‘Realizo, logo sou!’, de Mino de Oliveira

RESENHA

Realizo, logo sou! é um livro que tem o propósito de lhe fazer refletir sobre sua missão nesta vida.

E em suas explanações filosóficas, Mino faz uma pergunta importante: “Você é realizado fazendo o que faz e vivendo como vive?

Uma obra feita para todos, para que entendam os caminhos para chegar à realização.

Instigante!

Muito interessante.

Eu recomendo!

Assista à resenha do canal @oqueli no Youtube

SINOPSE

Quem é você que está preso neste escafandro de carne e osso, sobrevivendo neste planeta de expiação onde a lei é clara!!!

Você só entra aqui via útero e pelado e sai daqui com a morte e não leva nada.

Você está aqui, mas não é daqui, logo…

Fica explícito que, ao ganhar este presente que é a “VIDA”, você assumiu o compromisso de uma Missão ou Realização.

Como você não come merda e nem rasga dinheiro, duvido que você entraria nesta perigosa aventura da vida só para correr atrás de Sexo, Tempo &Dinheiro.

Realizo, logo sou! expõe de maneira visceral a acidez da nossa rotina diária e nossos “pecados” universais.

Você está trabalhando ou Realizando?

O que você faz hoje (…) tem Relevância?

98% da população do nosso planeta trabalha fazendo o que não gosta para sobreviver.

Todos carregando a Síndrome de Vazio Interior (sensação de que falta algo relevante).

Ler Realizo, logo sou! é obrigatório para você entender de onde você veio, onde você está, quem é você e para onde você vai.

Realizo, Logo Sou é luz no fim do túnel do leitor.

SOBRE A OBRA

Todas as vivências adquiridas até seus 50 anos, levou Mino de Oliveira a escrever “Realizo, Logo Sou”.

Realizo, Logo Sou (Além de Sexo, Tempo & Dinheiro) é o primeiro livro do autor.

A obra fala sobre a insatisfação humana existencial onde 98% da população mundial trabalha fazendo o que não gosta para sobreviver.

Essa insatisfação, Mino chama de vazio interior (a falta de algo relevante) e no ponto de vista de Mino, infelizmente, esse vazio existencial leva as pessoas tentar preenchê-lo com consumismo…

O segundo livro do autor já está em processo de escrita, tendo o nome de “Sem Noção” (em um planeta de expiação).

SOBRE O AUTOR

Mino de Oliveira, 69 anos, é um nome de destaque no cenário cultural brasileiro.

Filósofo, ambientalista, produtor cultural, diretor de curtas-metragens e escritor, ele possui uma trajetória marcada por prêmios e realizações que abrangem diversas áreas do entretenimento e da cultura.

Imagem de Mino de Oliveira
Mino de Oliveira

Como presidente da “Associação SOS Água e Vida”, Mino alia seu amor pelas artes à causa ambiental, promovendo ações em defesa da vida e dos recursos naturais.

Autor do livro Realizo, Logo Sou, que mistura filosofia, humor e psicologia aplicada, Mino explora com profundidade questões existenciais e sociais.

Em 2009, lançou o curta-metragem “Sexo, Tempo e Dinheiro”, uma obra de 10 minutos em parceria com a TV Cultura, que se destacou pelo olhar crítico e provocativo.

Sua carreira é recheada de prêmios. Em 1982, recebeu o Prêmio Estímulo da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo pelo curta-metragem “Momentos Decisivos da Inconfidência Mineira”, filmado em 35 mm.

No teatro, conquistou o Prêmio APETESP com a produção do espetáculo infantil “Draculinha – Vida Acidentada de um Vampirinho”.

Outro reconhecimento importante foi o Prêmio de Artes Plásticas da Secretaria de Estado da Cultura, em 1997, pela exposição fotográfica “Mazzaropi – Uma Câmera no Coração”.

Além disso, Mino foi empresário e produtor de alguns dos maiores humoristas do Brasil, consolidando-se como um nome relevante na promoção do humor e da arte no país.

Com mais de 30 anos de atuação no setor cultural (DRT Nº 4037), ele continua sendo uma referência tanto nas artes quanto na defesa do meio ambiente.

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OBRA DO AUTOR

Capa do livro "Realizo,logo sou", de Mino Oliveira
Realizo, logo sou!

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Resenhas da colunista Lee Oliveira




Não vale

Evani Rocha: Poema ‘Não vale’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem gerada por IA do Gencraft
Imagem gerada por IA do Gencraft

Não vale a pena triturar os ossos
O óbvio, a tudo é sabido
Há quem sonha em viver o ócio
Mas teme ser preterido

Não vale a pena esvair-se por terra
Virar-se ao anverso do reverso
Deixar-se levar por retóricas vazias
Depois, encher a boca de fantasias

Não vale suportar a dor, sem cortar as raízes
Colher a flor sem regar o jardim
Exalar o odor da decepção
Calar nos olhos a contestação

Não vale a pena alimentar o ódio
Ficar a sós olhando o horizonte
Amassar o barro e subir ao pódio
Se não foi capaz de escalar o monte!

Evani Rocha

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CineSolar

Furgão do CineSolar estaciona em Sorocaba com sessões de cinema movido a energia solar, pipoca e atrações de graça para as famílias

Cynthia Alario, idealizadora e coordenadora do projeto CineSolar
Cynthia Alario, idealizadora e coordenadora do projeto CineSolar

O primeiro cinema itinerante movido a energia solar do Brasil será montado no CEU das Artes Laranjeiras, com evento único na quinta-feira (10/10), a partir das 18h

Imprensa: Fotos/Vídeos
https://drive.google.com/drive/folders/1rqxnsGSL7MLRrq6Pr_OejzsvYnOolu_S?usp=sharing

Cinema ao ar livre, pipoca, diversão em família, tudo de graça, com sustentabilidade, ciências e tecnologia. O encanto do CineSolar, o primeiro cinema itinerante movido a energia solar do Brasil, poderá ser vivenciado em Sorocaba (SP), na quinta-feira (10/10), a partir das 18h, no  CEU das Artes Laranjeiras, com várias atividades para todas as idades. Na telona serão exibidos curtas-metragens ambientais e a animação “Encanto”. A entrada é livre, não precisa de ingresso, os filmes contam com recursos de acessibilidade e tem distribuição de pipoca.

A 6ª edição do CineSolar é viabilizada pelo ProAC (Programa de Ação Cultural), com patrocínio do Grupo CPFL Energia, que tem a State Grid como acionista majoritária, e apoio do Instituto CPFL, e é realizada pela Brazucah Produções e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas.

“Apenas 9% das cidades brasileiras têm cinema. Além disso, ir ao cinema é um programa caro para as famílias que gastam com ingressos, transporte e pipoca. Neste contexto, o CineSolar é uma alternativa de programação cultural gratuita e ao ar livre para todas as pessoas. Afinal, assistir a filmes com os amigos é muito mais legal! E, no primeiro cinema do Brasil que funciona com energia limpa e renovável, é melhor ainda”, diz Cynthia Alario, idealizadora do CineSolar.

CineSolarzinho – Pindamonhangaba (SP) – Lucas Rosendo

O furgão, uma estação móvel de ciências, arte, tecnologia, sustentabilidade e cultura de paz, é o protagonista responsável pela magia do CineSolar. O veículo é adaptado com as placas fotovoltaicas no teto e carrega todo o cinema: as cadeiras e banquetas, os sistemas de conversão de energia e armazenamento, de som e projeção, incluindo a tela. Suas luzes coloridas, a decoração de material reciclado e os objetos com princípios de magnetismo e eletricidade (laser e bola de plasma) ensinam, de forma lúdica, como a luz do sol se transforma em energia elétrica.

O Circuito CPFL 2024 será realizado em 95 cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul. Além das sessões de cinema, que neste ano também contam com filmes que aproximam o Brasil da interessante e milenar cultura chinesa, serão promovidas 52 oficinas em escolas públicas, com linguagem audiovisual e técnica de animação em stop motion.

“As atividades do CineSolar, apoiado por nós por meio da frente Circuito CPFL, contribuem para que a inclusão e o entretenimento estejam presentes nas nossas comunidades, além de ser uma iniciativa que sensibiliza as pessoas para um desenvolvimento mais consciente e sustentável”, observa destaca Daniela Ortolani Pagotto, head do Instituto CPFL.

Nesta edição, a curadoria dos curtas-metragens é do FicaEco (Festival Internacional de Cinema Agroecológico), que tem como viés principal promover produções audiovisuais socioambientais, sobre a biodiversidade, os povos tradicionais e originários, as questões de gênero, a educação e movimentos sociais.

Além disso, por meio de uma parceria entre o CineSolar e o Midiativa (Centro Brasileiro de Mídia para Crianças e Adolescentes), será exibido um curta do SFF Brasil (Festival de Filmes de Ciência), considerado o maior festival de cinema científico do mundo, com a participação de 22 países. Sua 6ª edição no Brasil, de outubro a dezembro, tem como tema “NET Zero e a Economia Circular”, ressaltando o papel fundamental desempenhado pelo conceito de emissões zero e  economia circular no combate aos desafios impostos pelas crises climáticas.

Com ações em conjunto com a UNESCO no Brasil, o CineSolar também ajuda o planeta cumprindo 10 dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) propostos pela ONU (Organização das Nações Unidas). E também colabora na iniciativa #EDUCASTEM2030, realizada de forma pioneira no país para a mobilização de meninas e mulheres nas áreas de STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática). O CineSolar proporciona à comunidade acesso a filmes relacionados às temáticas e debate nas sessões de cinema, tendo alcançado mais de 5 mil estudantes em nove estados.

“A UNESCO considera fundamental promover o acesso das meninas e das mulheres às carreiras científicas. O projeto #EDUCASTEM2030 busca combater a exclusão de meninas e mulheres nas áreas de STEM para construir um futuro mais democrático, justo e sustentável. A parceria com o CineSolar é essencial para levar conteúdo de qualidade, por meio do audiovisual, para populações com dificuldades de acesso à cultura e, ao mesmo tempo, promover a educação nas áreas de STEM”, afirma a Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto.

O CineSolar

Lançado pela Brazucah Produções, há 11 anos o CineSolar (linktr.ee/cine.solar) transforma espaços públicos e abertos em salas de cinema e já realizou cerca de 2300 sessões (com exibição de 220 filmes) e 690 oficinas para 341 mil pessoas de 700 cidades, de 23 estados e do Distrito Federal. O projeto, que cumpre 10 dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), já percorreu – com seus furgões Mahura e Tupã – mais de 302 mil quilômetros pelo país e atua com o objetivo de democratizar o acesso às produções audiovisuais (principalmente as nacionais), promover ações e práticas sustentáveis, a inclusão social e difundir a tecnologia da geração de energia solar. E, no mês de julho, a Linda 3.0 estreou nas estradas brasileiras.

O CineSolar realiza compensação de 55 toneladas de CO2e, em parceria com a Ecooar, através do plantio de 262 árvores e da certificação de créditos de carbono, com a manutenção de florestas, em áreas de preservação permanente, no município de Garça (SP). E também promove ações em conjunto com a Unesco Representação Brasil e a Unipaz (Universidade Internacional da Paz). O projeto integra a Solar World Cinema, uma rede internacional de cinemas itinerantes movidos a energia solar, conta com a parceria institucional da Mercedes-Benz – Cars & Vans Brasil e parceria solar da Clarios – com a bateria Heliar e a Freedom Estacionária, da EnergySeg Engenharia e da Ecori Energia Solar. 

PROGRAMAÇÃO

Sorocaba/SP

Sessões de Cinema

(filmes com recursos de acessibilidade)

Data: Quinta-feira (10/10)

Horários: 18h – 1ª sessão: curtas-metragens do FicaEco + SFF Brasil

                  19h – 2ª sessão: animação “Encanto”

Entrada: livre – não precisa de ingresso

Atração: pipoca de graça e visita ao furgão do CineSolar

Local: CEU das Artes Laranjeiras – Rua Washington Pensa, s/n – Laranjeiras – Sorocaba/SP

SINOPSES

1ª Sessão

(Filmes com recursos de acessibilidade: Libras, audiodescrição e legenda descritiva)

‘Vem conhecer a China com o CineSolar’ – Direção: Cynthia Alario – Brasil – Documentário – Duração: 9min49seg – Livre

O CineSolar, o primeiro cinema itinerante do Brasil movido a energia solar, viajou até a China, com a Cynthia Alario, idealizadora do projeto, e o Paulo Perez, diretor de Arte. A viagem, em março de 2024, foi a convite do Instituto Confúcio da Unicamp, de Campinas (SP). Eles acompanharam uma missão acadêmica, que fez escala no Catar e seguiu para Pequim e Xangai. O documentário mostra os bastidores do passeio e as visitas em pontos turísticos de Pequim como a Academia de Ciências, o Museu de História, a Cidade Proibida (o maior palácio do mundo), o Museu Nacional, o Centro Olímpico, o Arquivo do Cinema, a Grande Muralha da China e a experiência no trem-bala, o trem mais rápido do mundo, até Xangai. Na maior cidade do país, eles visitaram a Torre Pérola Oriental, que tem uma vista panorâmica de 360 graus, e vivenciaram um incrível passeio noturno de barco pelo Rio Huangpu.

‘Partir’ – Direção: Pâmela Peregrino – Brasil – Mudo – Duração: 2min22seg

Animação de pintura à óleo sobre vidro sobre a contemporânea e contínua expulsão do campo para a cidade, devido aos transgênicos e agrotóxicos.

‘Maré Braba’ – Direção: Pâmela Peregrino – Brasil – Musical – Duração: 7min07seg

Ela, que conecta a todos pelas suas águas, observa e opera as mudanças decorrentes do aquecimento global. O povo à beira-mar é o primeiro a sentir suas agitações e mudanças de humor. Ela sabe que os humanos estão se movendo para frear essas mudanças. Assim como ela sabe, que repetem uma antiga saga: alguns poucos prevalecendo sobre o grande restante, aprofundam os problemas criados por eles mesmos.

‘Firmino Coió’ – Deivid Osborges e Jota Arantes – Brasil – Ficção – 2018 – Duração: 21min13 seg

Um buraco na botina de Firmino Coió é o motivo para o caipira sair de sua lida na roça e se envolver em situações inusitadas, que o deixa em maus lençóis com sua esposa, Ruzara.

‘Procura-se’ – Direção: Iberê Carvalho – Brasil, 14min59seg – Ficção

O filme conta a aventura de três crianças que rompem a fronteira social motivadas pelo sentimento sincero por um cachorrinho de estimação. Nossos heróis são: Camile, Didi e Gugu. Camile é uma menina de 10 anos, muito corajosa e rica, que ao perder Bolinha, foge de casa em busca do cãozinho, iniciando uma aventura cheia de descobertas, perigos e novas amizades; Didi tem a mesma idade de Camile, é pobre e vende chicletes para ajudar em casa. Ela descobre que existe uma boa recompensa pela devolução do cachorro que seu pai encontrara e dera de presente para seu irmão Gugu. Ela decide devolver o animal, mas Gugu não aceita a ideia de perder seu novo amigo, agora batizado de Panela.

2ª Sessão

‘Encanto’ – Direção: Byron Howard e Jared Bush – Livre, 2021 – Musical/Infantil – 1h49m

Esta animação da Walt Disney conta a história dos Madrigal, uma família extraordinária que vive em uma casa mágica, nas montanhas da Colômbia, em um lindo lugar chamado Encanto. E quando a magia do local é ameaçada, Mirabel, a única pessoa da família sem um dom mágico, pode ser a última esperança.

Sobre o Instituto CPFL

O Instituto CPFL é, há mais de 20 anos, a plataforma de investimento social privado do Grupo CPFL Energia. É responsável por coordenar as iniciativas de protagonismo social da companhia junto às comunidades onde as empresas do grupo atuam por meio das frentes: CPFL Jovem Geração, CPFL Intercâmbio Brasil-China, Circuito CPFL, CPFL nos Hospitais, Café Filosófico CPFL. Saiba mais em www.institutocpfl.org.br.

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Pés descalços

Ivete Rosa de Souza: Crônica ‘Pés descalços’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
Criador de Imagens no Bing. 5 de outubro de 2024, às 11:45 PM

Em minhas mais doces memórias, ainda me vejo correndo descalça. Brincava na rua até à noite, com meus irmãos, sem preocupações, sem que meus pais temessem algum perigo, só adentrava a casa somente quando minha mãe chamava,  mas meus pais não saiam à rua para nos impedir de ser crianças.

Muitas vezes descuidada na empolgação da correria, feri meus pés em espinhos, pequenos cacos de vidro. Simplesmente sentava-me  no chão, retirava o espinho e saia a correr, sem sentir dor.

Ainda tenho algumas cicatrizes dos cortes em  cacos de vidro. E me recordo dos sustos de minha mãe, quando era necessário ir ao pronto socorro, tirar um pedaço de vidro que teimosamente incrustrado, não querendo sair. Doía, mas me segurava, afinal a dor passaria, enquanto fazia esforço para não chorar, minha mãe se apiedava, e eu não levaria umas chineladas.

No dia seguinte, lá estava eu novamente, abandonando os chinelos ou tênis, largados na calçada. A liberdade de ter os pés libertos, sentindo a grama, a terra até mesmo o asfalto quente. Tudo valia a pena, o riso, as brincadeiras, a correria, eram  recompensados com o esquecimento desses pequenos acidentes.

Depois de crescida, tomei modos como diria minha mãe, e só andava descalça na areia, quando ia à praia, sentido as ondas molhando os pés sedentos de liberdade. Adorava ver as águas imensas apagando minhas pegadas.

Adulta, calcei meus filhos, preocupando-me que pudessem ferir seus pés. Chinelos, sapatos, tênis, tudo para proteger meus rebentos.

Já não tinham a liberdade ilimitada de outros tempos; brincar na rua, só com a supervisão dos pais. Ficar na rua até tarde noite adentro, nem pensar! Nesses novos dias, com a insegurança instaurada em todos os lugares, não tinha jeito.

Infelizmente os tempos mudaram, a inocência da infância, dos que têm mais de 50 anos, ficou no passado.

Atualmente, pés descalços são sinônimos de pobreza, são marcas dos desprovidos, dos indigentes, ou dos inocentes que ainda tentam dar os primeiros passos. Não é mais legado de liberdade da infância , de banhos de chuva, corridas na enxurrada, uma liberdade descontraída e privilegiada.

Agora tenho sapatos demais, que me levam a tantos lugares, mas eles nunca me levarão aonde fui quando tinha os meus pés descalços…

Ivete Rosa de Souza

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Ficar em casa…

Clayton Alexandre Zocarato: Conto ‘Ficar em casa…’

Clayton Alexandre Zocarato
Clayton A. Zocarato
Imagem gerada com IA do Bing – 8 de outubro de 2024 às 9:22 PM

Ficar em Casa’  naqueles dias de morte não era algo fácil.

As notícias não paravam de chegar, do número de mortos e feridos que aumentava volumetricamente.

Pessoas entrando em crises de suprema ansiedade, aos quais faziam suas subjetividades ficassem atormentadas com o pavor de vir a morrer precocemente.

Um morrer agonizante, aterrorizante, alucinante.

Sufocado por um vírus, que fazia o ‘Ficar em Casa’ intercalar com uma vontade desesperada de poder criar e colocar para fora toda a prova psicológica de medo e incerteza  que o confinamento estava ocasionando.

Mas o que seria de fato esse tal coronavírus?

O prenúncio do Juízo Final?

A ascensão de um Nirvana Sanguinário?

O fato é que a humanidade ignorou sua própria percepção de limitação, defronte as artimanhas da natureza que, com uma forte forma minúscula  de vida, estava causando mais mortes que muitos exércitos e impérios fariam ao longo dos tempos.

Tudo se escondia pelo ar, ao qual cada respiração poderia parecer um sinal do último suspiro assistidos por akáshicos* de uma morte, que não estava livrando ninguém’, não importando sua nacionalidade, sexo, visão político–partidária, idade, religião, tampouco  em fazer uma acumulação sucinta de defuntos, que muitas vezes eram sepultados sem as exéquias primordiais e essenciais, para seu encaminhamento para uma outra dimensão.

Ficar em casa, diante a tela do computador, TV ou celular, acompanhando freneticamente por alguns, que pregavam  um negacionismo que levou ao sepultamento de atrevimentos filosóficos que assim viessem a dar um curso afetivo, para que as pessoas não sentissem que  estavam sozinhas, e que, sim, havia  uma forte humanização de que as emoções estavam à flor da pele, e que havia um materialismo latente em que as pessoas tinham medo de deixar este mundo de forma tão cruel.

Afinal, isso poderia ter sido o anúncio do Apocalipse Bíblico?

O aviso da fúria divina, diante dos nossos mais terríveis pecados, de um coração humano que trancou sua bondade e empatia em busca da sua autorrealização custe o que custar, não  estava carecendo em passar por cima de quem ousasse cruzar seu caminho, de punitivo, em relação à promiscuidade mental de boa parcela das pessoas.

O Corona Vírus  nos fez lembrar que, quando tiramos férias do bom senso, o trabalho da morte vai fazer muitos carecerem de boa sorte.

E milhões perderam a dádiva de viver, por um querer que ultrapassava o limite entre o que seria sensato, do que seria barato.

O barato em se divertir e entreter, com uma doença que no seu início parecia distante para a maioria das pessoas, mas que quando bateu na sua porta da sua casa, causou um tipo de sofrimento e temor, que fez até os mais  céticos chamarem pela misericórdia divina.

O sensato se apresentou que é necessário  os ‘homens e mulheres’  pensarem  mais, em faca a  saciarem  suas vontades e necessidades, do que se ajoelharem a sacrifícios que possam virem, assim trazerem o bem-estar para seus semelhantes, sem precisar agraciar alguma Ideologia em especial, e fazer assim todos lembrarem que viemos na mesma bolha de esperança e desesperança chamada Terra.

O desespero de perder uma vida, que em determinados momentos já não passava de um peso perante suas sociedades, em que ser escravo de si mesmo alimentava uma ferocidade de ignorância, que assim fazia brotar uma ânsia de inconveniências, em ver o corpo do outro como uma arma em potencial, sendo perigoso o toque, um simples apertar de mãos, que pudesse contaminar todos nossos entes queridos, e assim levar para uma psicose mais profunda, detida em um campo analítico, que quando Ficamos em Casa, temos e tínhamos  a tremenda inocência de que podemos estar protegidos contra todos os perigos, mas que  não  foi  bem assim que as coisas aconteceram.

A pandemia (covid-19) (ou as Pandemias ao longo da história), só vieram ornamentar um sentido de desejar se aproximar de uma eternidade que não possa causar dor, mas nosso rancor em pensar unicamente em determinados casos, somente no nosso bem-estar pessoal, fez o espiritual se afastar de um plano astral, que oferecesse algum tipo de redenção divina, para uma civilização que gosta mais da emoção do que a razão.

‘Ficar em Casa’, não era uma atitude lá muito bacana, o importante era desafiar esse ‘pequenino monstrinho’, e não se ajoelhar para prescrições científicas que tirassem a capacidade de ir e vir.

Imunidade de alguns caminhava de mãos dadas com o adoecimento dos mais vulneráveis, e pela lacuna de se colocar na virtuosidade de uma consciência lúcida, de que perder alguns momentos da sua sociabilidade, também seria uma forma de reflexão acerca de como podemos nos outorgarmos  na construção de uma cidadania mundialista, que não veja as regras como algo somente repressivo, mas sim como ativo para ‘uma desaceleração em somente existir’, mas sim insistir que a história necessita de aprendizados duros, para que seus protagonistas deixem um pouco seu egoísmo de lado, partindo para um labor de crescimento pessoal e intelectual, que alimente seu corporal em função do seu bem-estar, e que  também seja um cadência de vaporização das nossas mais profundas frustrações.

‘Ficar em Casa’, uma expressão que, em determinados momentos, eleva um questão de limitação de nossa liberdade, ou talvez solidão, que reflete o vazio do coração, ou requer uma análise mais profunda  da razão.

O vírus não tem compaixão, mas causa aflição, uma tenebrosa sensação de que vivemos fatos pelos quais  toda a  inteligência não consiga uma consciência do que seja óbvio, gerando um cunho da destruição do que seja a libertação, para se chegar a uma comoção de colocar todos os seres humanos em patamar ético de realmente se importar um com os outros.

‘Ficar em Casa’ soa como um aprisionamento de nossas vontades, diante os deleites de uma reconfiguração, de imiscuir a dialética que se possa  pleitear todos os corpos dentro de um ‘vivenciar’, de se fazer ser respeitado diante as ações e decisões individuais, que procurou dentro de suas faculdades mentais maneiras de enganar o tempo em busca de alguma  prevenção.

Uma prevenção que gerou massificação, assim como também uma intepretação equivocada, de que viveríamos um Estado de Guerra Coletivo, quanto a um Inimigo Comum, de tão Comum que era (e ainda é!), passou por uma  comutação de que o Empirismo não poderia de imediato obter todas as respostas possíveis para o temor de uma extinção do homo sapiens bem como o Criticismo, veio à tona, em que quando se retira o bem lúdico da capacidade de abstração do real, não é necessário armas para se declarar uma guerra generalizada entre as polivalentes formas étnicas.

A morfologia de um trancamento corporal como mental fez da covid-19, um lembrete que devemos lembrar-nos de uma valorização da simplicidade diante as nossas ambições mais profundas, e que se faz jus e necessário estar em torno, de uma  transmutação entre estar cuidando de si, como cuidar do outro, fazendo uma transgressão que a saúde, não é somente uma sinfonia de massagear egos exaltados, mas sim uma práxis de que o nosso lar seja nosso castelo em   guardar todas as nossas vontades e desejos mais profundos diante a loucura de vim a ser exterminado por um oponente microbiológico, que não estava poupando absolutamente ninguém de suas argúcias demoníacas.

‘Ficar em Casa’? Mas o que seria isso de fato? Já que uma boa parte da humanidade está perdida por entre ditames, de voltar enxergar somente o que seja conveniente para si mesmo, caminhando para a exigência de Direitos, mas que lucidamente se faz demente a objetar de seus Deveres.

Desejos, Deveres, Direitos, Dialéticas, Dúvidas.

Vivemos tudo isso, de forma a estarmos ‘juntos e misturados’, em uma sinfonia metafísica de buscar verdades, de que mesmo internamente aos nossos micros espaços proativos mais profundos, necessitamos urgentemente de estarmos em evidência, custe o que custar.

A humanidade ainda procura seu devido lar depois da pandemia da covid-19.

As pessoas, ainda se sentem aprisionadas, com o medo de que o Anjo da Morte, venha em um  voo demoníaco,  demonstrar o medo que bilhões de indivíduos têm de desapegarem desse mundo, e de como reinventar novos mundos psicossociais, gerou uma camada de ansiedade, que levou a um globalismo doente, e medonho em aceitar que  nossa  limitação dentro da cadeia biológica não se diferencia em quase nada  em relação a outros espécimes.

‘Mesmo Ficando em Casa’, caímos na parcimônia de uma realidade em sermos caçados por esse vírus, de que a  solidão é um intento ao qual tivemos que aprender a cada momento a lidar com o  extermínio e a perseguição da natureza, e não transformá-la em uma lide, que confronte nossos pensamentos e sentimentos mais profundos.

‘Ficar em Casa’, foi a fagulha de esperança para que assim pudéssemos conhecer um pouco de nossas famílias, e também em demonstrar como a saudade é um ferro quente penetrando em nossas carnes, que fez ferimentos profundos em nos realizarmos ou afirmamos como seres autossuficientes.

Se o suficiente para salvar vidas era o confinamento, então isso cadenciou a formação de novos lamentos, pois o desrespeito ganhou o lugar da bondade e da empatia, em nome manias de procurar estar sempre no meio da multidão, mesmo que isso levasse todos para o caixão.

‘Ficar em Casa’. Eis a graça, para tentar se barrar uma desgraça, que ainda se passa na vida alguns infames, que se tornam alvos fáceis,  da ‘coroa micra da morte’.

Nota do autor

Akáshicos: Em Sânscrito, significa todos os eventos que já ocorreram.

Clayton Alexandre Zocarato

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A coluna vertebral – O pilar da saúde e bem-estar

Joelson Mora:

SAÚDE INTEGRAL

‘A coluna vertebral – O pilar da saúde e bem-estar’

Joelson Mora
Joelson Mora
Imagem gerada com IA do Bing –  8 de outubro de 2024 às 3:36 PM

A coluna vertebral, também chamada de espinha dorsal, é o eixo principal do nosso corpo, fornecendo suporte estrutural e proteção ao sistema nervoso central. Composta por 33 vértebras divididas em regiões cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea, ela suporta o peso do corpo, permite movimentos e protege a medula espinhal, que transmite sinais do cérebro para o resto do corpo.

A coluna é parte crucial do sistema esquelético, com sua função de sustentação sendo complementada pelo sistema muscular, particularmente os músculos das costas e abdômen, que ajudam a manter a postura e a mobilidade. A medula espinhal, parte do sistema nervoso central, é protegida pela coluna e responsável pela transmissão de sinais entre o cérebro e o corpo.

Entre as doenças mais comuns que afetam a coluna estão a hérnia de disco, escoliose, lordose, cifose e a osteoartrite. Problemas como a lombalgia, que é a dor na parte inferior das costas, afetam uma grande parte da população global. A lombalgia, inclusive, é a principal causa de incapacidade no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil, cerca de 70% da população vai sofrer com algum tipo de dor nas costas ao longo da vida, de acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Mundialmente, estudos indicam que até 80% das pessoas experimentarão dor nas costas em algum momento da vida, sendo que a maioria dos casos está relacionada ao estilo de vida sedentário e à má postura no trabalho.

A má postura no ambiente de trabalho, especialmente em profissões que envolvem longos períodos sentado, é um dos principais fatores para o aumento de doenças relacionadas à coluna. O uso incorreto de cadeiras, a falta de pausas para alongamentos e o posicionamento inadequado de monitores de computador agravam ainda mais esses problemas. Isso pode levar à compressão de nervos, tensões musculares e até a deformações estruturais na coluna.

Uma rotina diária de exercícios físicos pode prevenir e tratar muitos dos problemas relacionados à coluna. Atividades como o alongamento, fortalecimento dos músculos do core (abdômen e lombar), e a prática de esportes como a natação e o pilates são fundamentais para manter a coluna saudável. O fortalecimento muscular proporciona uma sustentação melhor para a coluna, evitando sobrecargas que podem causar lesões. Além disso, exercícios de alongamento ajudam a manter a flexibilidade e a mobilidade, prevenindo rigidez e dores.

A coluna vertebral é um dos pilares mais importantes para a nossa saúde geral. Cuidar dela por meio de uma boa postura no trabalho e a prática regular de exercícios físicos é essencial para manter a qualidade de vida e prevenir doenças. Dados mostram que a adoção de hábitos saudáveis pode reduzir significativamente a incidência de problemas na coluna, trazendo benefícios a longo prazo para a saúde física, mental/emocional e espiritual.

Joelson Mora

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