Solidão

Roberto Ferrari: Crônica ‘Solidão’

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Imagem do saite Pixabay.com
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Imaginei a figura de um banco vazio em meio as árvores de um parque e senti que precisava escrever sobre este sentimento que pode destruir as pessoas: a solidão.

A solidão invade a alma das pessoas quando estas perderam o ente amado, se separaram da pessoa que era sua companheira ou mesmo quando sentimos no coração um vazio imenso.

Digo que, na vida, antes de amarmos alguém primeiro é preciso se amar e assim não estaremos livres da solidão, mas com certeza superaremos estes momentos mais facilmente.

O estar sozinho pode nos levar a cometer atos impensados ou mesmo nos fazer procurar o amor, ou alguma companhia e o erro se encontra nesta busca. Digo isso, pois é da natureza humana se aproveitar de situações em que vê a outra pessoa aflita querendo um parceiro. Julgo que esta opção é a pior, pois um amor falso ou mesmo temporário pode piorar o estado de solidão. Portanto, é necessário que fiquemos sozinhos após passarmos por algum momento de dificuldade emocional. O fato de ficarmos sozinho irá reestruturar nosso interior, nos preparando para um relacionamento mais estável e se optarmos por evitar a solidão muitas vezes poderemos atravessar um relacionamento turbulento.

O amor surge em nossos corações quando menos esperamos, para tanto só precisamos estar abertos a ele. Podemos achar que, por estarmos magoados ou machucados, por uma perda ou separação, não conseguiremos amar; ledo engano, se estivermos com o coração receptivo, com certeza o amor chegará.

O banco perdido em meios as árvores do parque não significa só solidão, mas também força, resistência às intempéries do tempo e só apresenta os desgastes naturais devido à longa existência.

Nós também devemos ser assim, fortes para suportar a solidão e as intempéries da vida.

O autor

Roberto Ferrari
Roberto Ferrari

Roberto Ferrari nasceu em São Paulo no ano de 1957, e aos 54 anos, resolveu seguir sua real vocação: escrever.  Iniciou a carreira literária em 2011 e já publicou os livros: Sublime Amor, Ventos da Paixão, Identidade Assassina, Fundamental como o Amor, Refúgio da Alma, Negócios de Sangue, Intenso como a Vida, Mansão Molnár, Juras Apaixonadas, O Ceifador de Almas e Suplício de Amor, entre outros.

Roberto pertence a várias Academias de Letras e é Presidente da ACLASP- Academia de Ciências, Letras e Artes de São Paulo.

No transcorrer de sua carreira, Roberto Ferrari já participou de mais de 350 Antologias Poéticas.

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O poder das escolhas

Mateus Pinto

‘O poder das escolhas em A Flor Sob o Sol Ardente,
de Bereznick Rafael’

Mateus Pinto - Hánji Kiami
Mateus Pinto – Hánji Kiami

A Flor Sob o Sol Ardente é um romance angolano, cuanzasulenho, da escritora Bereznick Rafael, publicada em agosto de 2023, pela Academia de Escrita.

A mesma história é contada em 24 capítulos, com momentos únicos, e levam ao leitor não residente no Cuanza Sul a conhecer uma parte deste território nacional, propriamente o município do Sumbe, em uma leitura demorada, mas imparável onde se fragmenta a história emocionante e trágica de Luena, uma dócil jovem que se vê obrigada a ajustar a bainha da vida às medidas de quem amava sem aflições.

Além das lutas internas de Luena pelo relacionamento com Henda, trazendo aqui um olhar atento às ações nefastas dos homens contra as mulheres, a autora também ressalta questões como um relacionamento ‘saudável’ no seio das famílias, é notável no relacionamento de Luena com seus irmãos e sua madrasta Makini que a amava incondicionalmente, e que, independentemente de haver ou não motivos para sorrir, dava um ombro amigo para a filha. Outros mais, desencadeiam-se nas questões da desigualdade social, o poder das escolhas ‘certas’ e com grande destaque a afirmação das mulheres.

Luena sentencia-se prisioneira do amor após ter negociado seu sonho, uma bolsa de estudos na Universidade de Coimbra, para poder render-se aos desejos de seu namorado Henda. Talvez a palavra prisioneira demostraria uma falta de empatia por nossa parte, sendo assim, vamos olhar com os olhos de Vincent van Gogh ao afirmar: “Penso que não há nada mais artístico do que amar verdadeiramente as pessoas”.

Luena não experimenta bons momentos desde a ideia de ficar mais perto de Henda como namorado e depois do casamento, conseguimos ver e sentir uma sucessão de más escolhas que, embora a personagem viva tais consequências em um dado momento, acaba caindo em uma outras más escolhas que acreditamos serem ao seu ver bons terremos para se viver, mas o contrário é percebido mais tarde.

Em conclusão, é importante nos desfazermos de algumas coisas quando temos uma vida de casal, porém é importante medir com atenção o que deixar e que males enfrentar ou oportunidades perder ao nos desfazermos para agradar o outro.

Em A flor sob o sol ardente, Luena insistiu tanto em um amor obsessivo que fora capaz de querer que nada existisse se não fosse com ele no controle das coisas.

Hánji Kiami

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Prêmio Destaque Literário – Melhores de 2024

“Ser escritor no Brasil já é um desafio enorme. Escrever um livro, então, é quase um ato de resistência, já que não há incentivos do governo para a literatura. Por isso, um concurso como esse é uma forma de reconhecer e celebrar essa conquista.”
(Priscila Mancussi)

Card do Prêmio Destaque Literário – Melhores de 2024: celebrando a Literatura Nacional
Card do Prêmio Destaque Literário – Melhores de 2024: celebrando a Literatura Nacional

“Esse prêmio chega em um momento crucial, onde cada escritor tem sua trajetória valorizada. É uma forma de mostrar que a literatura segue viva e pulsante, apesar das dificuldades.” (Leandro Flores)

Ser escritor no Brasil não é uma tarefa fácil. Em um país onde a leitura ainda enfrenta desafios e o incentivo à cultura é limitado, escrever um livro, publicá-lo, encontrar leitores e ser reconhecido por isso é uma conquista gigantesca.

Diante desse cenário, a NS Publicações, em parceria com a Academia de Letras ALESEC e o Movimento Cultivista Café com Poemas, criou o Prêmio Destaque Literário – Melhores de 2024. Em sua primeira edição, a premiação já se mostrou um grande sucesso, reunindo escritores de todo o Brasil e registrando um número impressionante de participações. O objetivo primordial da premiação é valorizar o escritor independente, o poeta, os criadores de histórias infantis e autores dos mais diversos gêneros literários, como romance, conto, crônica, etc.

“Ser escritor no Brasil já é um desafio enorme. Escrever um livro, então, é quase um ato de resistência, já que não há incentivos do governo para a literatura. Por isso, um concurso como esse é uma forma de reconhecer e celebrar essa conquista.”

A escritora, professora e também uma das organizadoras do prêmio, Priscila Mancussi, reforça a importância desse reconhecimento.

Para Leandro Flores, escritor e editor, o momento é de celebração.

“Esse prêmio chega em um momento crucial, onde cada escritor tem sua trajetória valorizada. É uma forma de mostrar que a literatura segue viva e pulsante, apesar das dificuldades.”

Entre os vencedores desta edição, destacam-se na categoria Poesia, essencial na preservação da sensibilidade literária, premiou Cris Vaccarezza. Já a categoria Autor Independente, que valoriza aqueles que trilham o caminho da literatura por conta própria, teve como vencedora Maria da Conceição de Oliveira Santos.

O prêmio de Melhor Livro, que destaca uma obra de impacto no cenário literário, foi conquistado por Rafael Zimichut. Na categoria Livro Digital, que reforça a presença da literatura no meio virtual, a vencedora foi Cleide Augusta da Silva.

A Literatura Popular, que dá voz às histórias do povo, teve como premiado Antônio da Cruz Santana. Em Não-Ficção, reconhecendo obras de relevância para o conhecimento e a reflexão, o primeiro lugar foi para Francisco José Vilas Boas Neto.

A categoria Ficção e Romance, celebrando narrativas cativantes e envolventes, teve como vencedor Bruno Cícero Guerra de Sousa. Já na Literatura Infantojuvenil, essencial para a formação de novos leitores, o prêmio foi para Gisele Silva.

Por fim, na categoria Contos, que valoriza narrativas curtas e impactantes, o primeiro lugar ficou com Patrícia Xavier.

Sobre a Premiação:

Certificado do Prêmio Destaque Literário – Melhores de 2024
Certificado do Prêmio Destaque Literário
– Melhores de 2024

Em relação à premiação, os vencedores de cada categoria receberão gratuitamente um certificado digital, que valida sua conquista no Prêmio Destaque Literário – Melhores de 2024.

Para aqueles que optarem pelo prêmio físico, a sofisticação é ainda maior. O vencedor de cada categoria receberá uma medalha dourada personalizada (8,5 cm x 7 cm) com fita de cetim vermelha, simbolizando a excelência e o destaque na sua área literária. Além disso, o prêmio conta com um estojo de luxo em veludo (12,5 cm x 9 cm), agregando ainda mais prestígio à premiação. O certificado oficial e personalizado em A3 complementa o reconhecimento, assinando e atestando o valor dessa conquista.

Esse prêmio representa, portanto, um marco importante para os escritores e poetas que se destacaram em suas categorias, celebrando suas conquistas e o valor de suas obras.

Para conferir a lista completa dos vencedores e mais detalhes sobre a premiação, acesse:

👉 www.nspublicacoes.com

👉 www.cafecompoemas.com

👉 Canais da @nspublicacoes no Instagram e no YouTube

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Poema de nós dois

Sandra Albuquerque: ‘Poema de nós dois’

Sandra Albuquerque
Sandra Albuquerque
Imagem gerada por IA do Bing. 03 de março de 2025,  às 11:28 AM
Imagem gerada por IA do Bing. 03 de março de 2025,
às 11:28 AM

Do alto da montanha
eu podia ver
toda a natureza indefesa
que estava ao meu alcance.
Ao longe, uma imensidão enegrecida,
um infinito não mais visível aos olhos
Um encontro com o azul refletido na água.
Ao olhar para baixo,
o bailar das ondas que vêm mansamente e se enroscam com a indefesa areia,
e quando voltam,
levam as pegadas deixadas pelo tempo que é um milagre que jamais se repete ao natural.
Mas, do outro lado, eu vejo enormes ondas que espumam
e batem forte na rocha, respingando o meu corpo inerte.
De repente, o quadro começa a mudar.
E o brilho do Sol que reflete nas águas aumenta e, pouco a pouco, encanta o dia que se inicia.
E os pássaros gorjeiam anunciando o novo dia.
E eu me encanto.
Estou só.
Não saio dali.
Não preciso ter pressa e, calmamente, pinto o quadro com tintas aparentes
sobre todo o espetáculo que os meus olhos contemplam.
A brisa soa mansinho e refresca meu corpo.
Com o passar das horas a tarde chega e logo o crepúsculo surge,
anunciando a noite que se aproxima de mansinho.
E com ela a paisagem muda.
E eu não consigo sair dali.
É mais forte que eu.
Preciso ver partir o tom avermelhado que
é aplaudido pelas folhas das árvores que o vento balança
e renascer o brilho prateado do luar, refletido nas águas que agora parecem turvas,
aconchegando os corações enamorados.
Novos sonhos surgem.
Uma perfeita melodia.
E meu corpo em repouso sobre a pedra iluminada na esperança de que você,
em meio à neblina que cai,
surja para me aquecer e que possamos nos amar até o novo amanhecer.

Comendadora Poetisa Sandra Albuquerque
Rio de Janeiro, 03/04/2024

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Outonal

Priscila Mancussi: Poema ‘Outonal’

Priscila Mancussi
Priscila Mancussi
Imagem criada por IA no Bing - 07 de abril de 2025, às 15:15 PM
Imagem criada por IA no Bing – 07 de abril de 2025,
às 15:15 PM

Flores caídas ao chão
Galhos secos em transformação
A natureza retratando a vida
A nos lembrar mudanças
Necessárias para nossas andanças.

São quatro tempos, não há pressa
Mas caminhar sem parar, interessa
As pausas são essenciais
E identificar os momentos é primordial.

Morrer é subjetivo quando se é preciso desapegar e evoluir
E a folha que já não balança
Aguarda o tempo certo
Para enfim ressurgir.

Seja em qual estação for
A vida nos abraça tão forte
Que a negar é abrir sentença de morte
Mas retribuí-la é compreender própria sorte.

Priscila Mancussi

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Pedágio, não!

Evani Rocha: Poema ‘Pedágio, não!

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem criada por Ia do Canva - 07 de abril de 2025, às 07:45 PM
Imagem criada por Ia do Canva – 07 de abril de 2025, às 07:45 PM

Permito-me sonhar grande, ir ao infinito, quando meus pés se cansam do chão

Permito-me ser águia, alçando voo por sobre os montes, por sobre as nuvens

Permito-me bailar ao som da 5ª sinfonia de Beethoven, enquanto minhas mãos tocam a melodia espalhada pelo ar, percorrendo os caminhos da alma

Permito-me escrever palavras soltas, versos sem rima, poema em prosa, carregados de metáforas. Eu também posso ser uma figura de linguagem, enquanto meus olhos falam e a boca se cala à espera da palavra

Permito-me pintar qualquer figura que brotar das minhas emoções embriagadas de silêncio, congeladas na noite do deserto…

Meu deserto interior, na solidão do tempo,

Sem oásis algum, sem sementes para semear, sem solo fértil…

Mas ainda assim, permito-me ser solo, ainda que árido, ácido e inóspito, 

Permito-me…

Permito-me semear e regar as sementes do meu ser, na boa estação, na lua propícia, na chuva e no vento!

Permito-me ser mutante, quando minhas convicções deixam de fazer sentido, e mudar! 

Mudar porque a vida é mutante, metamorfoseada, crisálida gerando, transformando…

Quero ser o que embevece minha alma de selva, de relva, de ave migrante…

Permito-me ser maré cheia ou maresia, enquanto a permissão para ser gente cobra-me um alto pedágio.

Não me permito pagar para ser gente, porquanto o caos e a distopia distorceu

O espírito da humanidade.

Não mais me permito pagar pedágio!  

Evani Rocha

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Ser diferente

Dorilda Almeida: Poema ‘Ser diferente’

Dorilda Almeida
Dorilda Almeida
Imagem criada por IA no Bing - 07 de abril de 2025, às 08:51 PM
Imagem criada por IA no Bing – 07 de abril de 2025,
às 08:51 PM

Toda pessoa
Precisa de espaço para existir
E viver como quiser
Com o outro ou sem o outro
Toda pessoa tem direito
De escolher
De ser
De viver!
Precisa de liberdade
Para trabalhar, amar, participar…
Sentir-se pertencente, acolhido
E integrado àquele lugar
Sem viver o que a sociedade impõe
Ser diferente uns dos outros
É da nossa naturalidade
Ser diferente é normal!
Sentir a importância da convivência
Com os seus pares
Lugares, onde quiser
Quanto mais feliz
Você estiver
Menos violência existirá ao seu redor
Existirá dentro de si!

Dorilda de Almeida

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