Horizontes literários

Magna Aspásia Fontenelle: ‘Horizontes literários’

Card dos 25 anos da CPLP
Card dos 25 anos da CPLP

No dia 19 de novembro de 2024, São Luís, capital do Maranhão e conhecida como a ‘Atenas Brasileira’, reafirma sua importância como cenário de grandes eventos que celebram a língua portuguesa

A Academia Maranhense de Letras e a Academia Mineira de Letras unem-se, em São Luís, Maranhão, para celebrar a riqueza da Língua Portuguesa. O evento homenageia personalidades ilustres e marca o lançamento da obra ‘Nos Vinte e Cinco Anos da CPLP’, organizada pelo Embaixador Lauro Moreira e pelo escritor Dr. Rogério Faria Tavares, reafirmando o compromisso com a valorização cultural e linguística dos países lusófonos.

No dia 19 de novembro de 2024, São Luís, capital do Maranhão e conhecida como a ‘Atenas Brasileira’, reafirma sua importância como cenário de grandes eventos que celebram a língua portuguesa. Nesta ocasião histórica, a cidade presta tributos a figuras notáveis, como os presidentes José Sarney e Mário Soares, além do diplomata mineiro José Aparecido de Oliveira, reconhecidos e celebrados por suas contribuições inestimáveis à cultura e à valorização da língua lusófona.

A ocasião será enriquecida pelo lançamento do livro ‘Nos Vinte e Cinco Anos da CPLP, organizada   pelo Embaixador Lauro Moreira, presidente do Observatório da Língua Portuguesa, pelo escritor Dr. Rogério Faria Tavares. A obra reflete a trajetória e o impacto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), criada em 1996, destacando seu papel como elo cultural e linguístico que une e fortalece as nações lusófonas.

A Fundação da CPLP e o Primeiro Encontro Lusófono

A jornada para a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) teve início na década de 1980 e alcançou um marco histórico em 1989, quando São Luís, a ‘Atenas Brasileira’, recebeu o Primeiro Encontro de Chefes de Estado e de Governo dos Países de Língua Portuguesa. Inspirado pela grandiosidade dos versos de Gonçalves Dias: “Minha terra tem palmeiras onde cantam os sabiás; as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá, o evento destacou a capital maranhense como símbolo de união linguística e cultural entre as nações lusófonas. 

 Nesse cenário, as palavras de Fernando Pessoa, “Minha pátria é a língua portuguesa,” ecoaram como uma síntese perfeita do espírito de unidade e identidade que permeou os diálogos fundamentais para a criação da CPLP. Esses ideais se concretizaram em 17 de julho de 1996, com a oficialização da Comunidade na cidade de Lisboa, Portugal, consolidando a língua portuguesa como um poderoso elo cultural e linguístico entre os povos lusófonos. 

A Academia Maranhense de Letras e a Academia Mineira de Letras

Fundada em 10 de agosto de 1908, a Academia Maranhense de Letras (AML) é a instituição literária mais antiga do Maranhão. Com sede no imponente prédio inaugurado em 1874, a AML tem como missão preservar e difundir a riqueza da língua portuguesa. Entre seus fundadores destacam-se Antônio Lobo, Alfredo de Assis Castro e Barbosa de Godóis.

Já a Academia Mineira de Letras (AML-MG), criada em 25 de dezembro de 1909, também se destaca por sua sólida atuação em prol da cultura e da literatura. Fundada em Juiz de Fora, seus membros, como Guimarães Rosa, consolidaram a instituição como um pilar do pensamento literário brasileiro

Homenagens e Reflexões

O evento em São Luís será um tributo à contribuição de intelectuais e estadistas que elevaram a língua portuguesa à categoria de símbolo universal de diálogo e integração. Nas palavras de Luís de Camões, “Cantando espalharei por toda a parte, se a tanto me ajudar o engenho e a arte.” Assim, a celebração se torna a não apenas um marco histórico, mas uma reafirmação do compromisso com a preservação e a expansão do idioma e da cultura lusófona.

Sobre os Autores

Lauro Moreira, embaixador e escritor, é reconhecido por sua contribuição à diplomacia cultural e pela liderança no Observatório da Língua Portuguesa. Com uma vasta carreira, Moreira foi o primeiro embaixador do Brasil na CPLP e é autor de obras que exploram as raízes e conexões da língua portuguesa.

Rogério Faria Tavares, presidente da Academia Mineira de Letras, combina sua formação jurídica e literária em obras que dialogam entre o Direito e a Literatura. Com livros publicados e uma atuação cultural destacada, Tavares é um defensor da preservação da memória e do pensamento crítico.

Eventos como este, São Luís, o Maranhão, Academia Maranhense de Letras e a Academia Mineira de Letras, reafirmam seus papeis como guardiões do patrimônio linguístico e cultural, perpetuando a rica herança da língua portuguesa como símbolo de união, identidade e progresso.

Magna Aspásia Fontenelle

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Nas profundezas da dor

José Louro: Poema ‘Nas profundezas da dor’

José Louro
José Louro
Nas profundezas da dor
By Ricardo Dias dos Santos  - featuring José Manuel Monteiro Louro
Nas profundezas da dor
By Ricardo Dias dos Santos – featuring José Manuel Monteiro Louro

Mergulhaste nas profundezas da dor
Esperando encontrar nas lágrimas
a água límpida e cristalina
para nela purificares a tua alma

Mergulhaste nas profundezas da dor
Esperando encontrar água límpida e cristalina
na pureza das tuas lágrimas.
Mas encontraste apenas um poço de pedra.

Encontrado o poço de pedra
De quem um dia encontrou o eterno sofrimento
Percebeste que a noite seria tua companheira
Até ao limite da dor, até ao fim dos teus dias.

Nesse dia fatídico percebeste então
Que a luz que um dia viste
Não passou de uma mera ilusão.
Foi nesse dia que abraçaste o teu destino.

Nesse dia fatal esvaziaste o teu coração
Da força do amor de quem um dia foi puro
e apenas quis o abraço da vida em todo o seu esplendor.
Nesse dia encheste o teu coração do granito mais frio.

Nesse dia incerto e em lugar oculto
A tua alma viria a morrer
Nesse dia incerto e em lugar oculto
A tua alma partiu para não mais voltar.
Para não mais voltar
Para não mais voltar
A tua alma partiu

José Louro
07-11-2024

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A morte e a sorte

Clayton Alexandre Zocarato: ‘A morte e a sorte’

Clayton Alexandre Zocarato
Clayton A. Zocarato
Imagem gerada por IA do Bing – 18 de novembro de 2024
às 5:38 PM

Morrer é continuar

A querer

Algum tipo

De merecer

Na tentativa de ter

Alguma sorte

Que faça um zelote

Não ficar parado

Em um fúnebre sentimento

Sendo um guardião

De uma aflição

Que em breve cairá

Na escuridão do esquecimento

Gerando pouco lamento

E muito divertimento

Nas cavernas de orgias sorrateiras

De mundos imundos

Que  pensam serem

O centro de sortes

Que almejam mortes

Entre cortes

E recortes

Repletos de vertes assassinos

Clayton Alexandre Zocarato

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A vida e suas nuances

Eliana Hoenhe Pereira: ‘A vida e suas nuances’

Eliana Hoenhe Pereira
Eliana Hoenhe Pereira
Um beija-flor enfeitiçado por sua flor
Um beija-flor enfeitiçado por sua flor
Imagem gerada por IA do Bing – 18 de novembro de 2024
às 5:53 PM

Há dias em que canto por todos os cantos, 

Declamo minhas poesias com louvor, 

Pauso para apreciar o beija-flor enfeitiçado pela sua flor. 

Danço ao luar 

E me ponho a sonhar. 

Abro um sorriso  

E faço do dia um paraíso.  

Em outros, 

A esperança fica distante,  

Pensamento inconstante 

Sentimentos oscilantes  

tais como um rio e suas correntezas, 

Sujeito às incertezas 

Então, Busco o alto. 

Pois bem sei  

que é de lá que tudo vem.

Eliana Hoenhe Pereira

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Minguar de víveres: A luta de uma mulher

Osvaldo Manuel Alberto:

‘Minguar de víveres: A luta de uma mulher’

Osvaldo Manuel Alberto
Osvaldo Manuel Alberto
Imagem gerada por IA do Bing - 18 de novembro de 2024 
às 3:05 PM
Imagem gerada por IA do Bing – 18 de novembro de 2024
às 3:05 PM

De tanta fome confundimos o prato com o parto. Até o mais velho que sempre diz: parto os cornos, fica sem forças para demonstrar a sua arte.

Não se trata apenas da alteração de algumas letras, é o mais profundo que um ser humano pode sentir.

Tenho tanta fome que a esta hora preferiria dar tantos partos simultâneos, a faltar ou ver flutuar um prato.

Nem que fosse um prato de arroz com cheiro de nada.
Está difícil ter um prato à mesa.

Dê-me um pão, por favor!
Ainda que não queiras colocar no prato, ponha-o no chão.

Na ausência de pão, permitam-me partilhar o osso com o vosso cão.

Já vi partir para eternidade filhos meus, pela ausência de comida.
Já não me interessa o valor nutricional, pouco me importo se me alimento, desde que consiga comer.

Não tenho culpa de ser tão fértil.
Aos meus filhos apelidam de cassua, quando na verdade é má nutrição.

Em nossa cubata não há conta que bata certo.
Os meus filhos não usam bata, nem comem batata. Não é por desgosto, mas pela ausência.

Não posso rir, prefiro parir a ver meu filho partir. A dor de perder alguém por fome é maior do que parir 10 vezes no mesmo dia.

Aos prantos eu te peço:
Permita-me lavar todos os pratos de sua casa, até aqueles que servem de esconderijos dos ratos.

Os ratos, há muito que fugiram do meu casebre, pois não há pão para repartir.
É desta forma que vejo os meus sonhos partirem para lugar incerto, tal como os ratos que nos abandonam mesmo sem insecticida.

O brilho das panelas incomodam, parece bate chapa em bairros novos.

Ouvi falar em branqueamento e repatriamento de capitais, podem aldrabar-nos mais,
Mas não falte o pão, porque o nzala yeya.

Não sou mulher do Mingo, mas a cada dia que passa eu mínguo de víveres.

Osvaldo Manuel Alberto
18.11.2024

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Olhares Silenciosos

Resenha do livro ‘Olhares Silenciosos’, de Romilda Santos pela Amazon

 Duas mulheres que sempre viveram em mundos completamente diferentes, cada qual com suas dores e vivências, se conectam neste romance, onde uma terceira é o apio
Capa de Olhares Silenciosos, de Romilda Santos

RESENHA

Três mulheres completamente diferentes têm seus destinos entrelaçados.

Erika morava na cidade e, após sofrer uma grande decepção, foi procurar abrigo e apoio no colo de sua mãe, Joana, que mora numa vila no interior.

Joana é uma mulher talhada pelo tempo, com a calma e sabedoria ditada pela vida.

Nesta vila onde ela encontra sua mãe, ela também conhece Clara, uma mulher silenciosa que a fará descobrir e entender lições supervaliosas.

Uma história de redenção, fé e perseverança.

Um livro lindo que está concorrendo ao Prêmio Kindle.

Leiam, avaliem.

Eu amei!!!

Assista à resenha do canal @oqueli no Youtube

SINOPSE

Duas mulheres que sempre viveram em mundos completamente diferentes, cada qual com suas dores e vivências, se conectam neste romance.

Clara é uma mulher que se comunica apenas pelo olhar.

Erika, uma mulher bela, inteligente e bem-sucedida profissionalmente, enfrenta uma traição que abala sua vida.

Em busca de cura para suas feridas íntimas, ela volta para suas raízes e procura refúgio nos braços de Dona Joana, uma mulher que também carrega atravessamentos cruéis.

Confrontada com a figura de Clara, a ‘mulher silenciosa’, que desperta um misto de medo, curiosidade e fascínio, Erika começa a investigar a vida daquela mulher misteriosa e todos os acontecimentos que a levaram à introspecção e ao silêncio.

Descobrir mais sobre Clara torna-se o principal objetivo de Erika, e ela percebe que as duas estão mais próximas do que se imagina.

SOBRE A OBRA

Em seu primeiro romance, Olhares Silenciosos, Romilda traz mais de sua perspectiva sensível e introspectiva de olhar a vida, tocando a alma de seus leitores.

A narrativa explora momentos de decepção, busca, encontro e recomeço da protagonista. Uma busca às raízes, à essência, voltando para onde ela foi criada, se vê atraída pelo mistério daquela mulher, que nada fala.

Um romance escrito para mostrar a importância de um olhar, que muito pode dizer.

Suas obras, como Retratos (2006) e Avesso de Mim (2019), capturam a essência dos sentimentos humanos.
Avesso de mim terá sua segunda edição lançada em 2025.

Já os livros Entre Laços & Liberdade (2023) e A Menina da Roça trazem reflexões sobre experiências pessoais e a complexidade da busca pela liberdade interior.

A Menina da Roça são as lembranças da autora de uma época muito rica, mesmo com poucos recursos financeiros, mas de muitos momentos de felicidade, em um tempo sem a tecnologia de hoje.

SOBRE A AUTORA

Romilda Santos, nascida em 20 de maio de 1970, em Prata – Minas Gerais.

Imagme de Romilda Santos
Romilda Santos

Passou sua infância imersa na natureza e na vida rural, o que moldou sua visão e inspirou sua carreira literária.

Atualmente mora no interior de São Paulo.

Formada em Sistemas de Informação há mais de 20 anos. Um trabalho que a possibilita que ela trabalhe em muitos estados sem sair de casa.

Tem um amor incondicional pela filha e pelo neto.

Uma pessoa que ama o canto dos pássaros, o silêncio das montanhas e reza com o som da cachoeira, diz que escrever é sua melhor terapia.

Romilda é inquieta, curiosa, potente e com gosto pelo simples, pelo belo e do rústico.

OBRAS DA AUTORA

Avesso de mim de Romilda Santos
Avesso de mim

Entre laços & liberdade de Romilda Santos
Entre laços & liberdade

Olhares silênciosos, de Romilda Santos
Olhares Silênciosos

A memina da Roça de Romilda Santos
A menina da roça

ONDE ENCONTRAR


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Resenhas da colunista Lee Oliveira




Renascimento verde

Sergio Diniz da Costa: ‘Renascimento verde’

Sergio Diniz
Sergio Diniz
Imagem gerada por IA do Bing - 17 de novembro de 2024
 às 12:41 PM
Imagem gerada por IA do Bing – 17 de novembro de 2024
às 12:41 PM

“Sempre haverá o botão
De uma rosa se abrindo”
Assim ouvi, adentrando
No jardim em ruína.

De quem era aquela voz?
Por que a mim se dirigia?
E onde estavam os botões?
Pois, olhando, eu nada via.

“Sempre haverá o botão
De uma rosa se abrindo”
Assim repetiu aquela voz
Que, das ruínas, soou atroz.

“Não sucumbe a semente profunda”
Soou, novamente, a mesma voz
Mas, nada entendendo, ela pareceu
Ter vinda de algum algoz.

“Não sucumbe a semente profunda”
Insistiu a misteriosa voz
Porém, não mais feroz
Mas, de uma calma oriunda.

E, assim, num instante
Dali não muito distante
Um inebriante perfume
Do cinza brotou o verdume.

E na manhã daquele dia
Quando sonhar não se podia
Um botão de rosa se abriu
Pois uma semente profunda
Da verde esperança surgiu!

Sergio Diniz da Costa

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