No salão vazio dos meus desejos, Eu danço sozinho, em passos lentos, Aos ecos de uma música que só eu ouço, Uma melodia feita de silêncios e de suspiros.
Você, musa de pele alva e cabelos negros, Aparece como uma sombra na penumbra, Um fantasma de paixão que nunca se revela, Mas sempre me chama, sempre me seduz.
Eu estendo minha mão na direção do impossível, E por um instante, quase te toco, quase te sinto. Mas o ar entre nós é espesso com a distância, E você se dissolve como uma névoa ao amanhecer.
E sempre assim, noite após noite continuamos Numa dança que nunca me satisfaz, Você, sempre fora de alcance, sempre desejada, E eu, sempre dançando, sempre esperando.
Pois há uma beleza amarga em nosso desencontro, Uma perfeição na coreografia do impossível. E embora o universo nos mantenha separados, Nos sonhos, querida, sempre dançamos juntos.
Sergio Diniz da Costa: Crônica ‘Esculpindo um texto’
Estou diante do meu computador, instigado, mais uma vez, por um lampejo de criatividade. É o momento de dar à luz mais uma crônica.
Dou o primeiro e imprescindível passo: colocar um fundo musical. Numa altura que não se sobreponha à ebulição dos pensamentos.
Abro o editor de textos Word. Uma alvíssima página virtual em branco se descortina à minha frente. E, imediatamente, e sem aparente explicação, me vem à mente a imagem de Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, mais conhecido simplesmente como Michelangelo, pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano do século XV, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente e conhecido como ‘O Divino’, autor, dentre tantas esculturas e pinturas célebres, da escultura ‘Moisés’, esculpida entre 1512 e 1515.
A associação da imagem de Michelangelo à da tela em branco, num primeiro momento me intriga. Entretanto, aos poucos a associação ganha contornos definidos. E concluo que o escritor também é um escultor. Seus dedos sobre o teclado, o martelo; a soma de conhecimentos, seu cabedal cultural e a inspiração, o cinzel. A página em branco, a matéria-prima.
Em vez de uma peça bruta de mármore, tridimensional, porém, esculpe seu texto numa página em branco, bidimensional. Em duas dimensões físicas, no entanto, o escritor esculpe ideias, mundos de tantas dimensões quantas são as do espírito humano.
Conta-se que Michelangelo, após terminar de esculpir a estátua de Moisés, passou por um momento de alucinação diante da beleza da escultura. Bateu com um martelo na estátua e começou a gritar: “Per ché non par li?” (Por que não falas?)*
Tanto um ‘Moisés’ quanto um texto (em forma de poemas, crônicas, romances), porém, são fontes torrenciais de diálogos, imagens e sentimentos mudos que cabe ao seu admirador, ao seu leitor, ver e ouvir. E, acima de tudo, sentir!
Estatuárias e outras formas de arte, bem como livros, são a alma e o pensamento humano que se manifestam e ecoam pela eternidade. E, certamente, são estas manifestações do espírito que nos galardoam, verdadeiramente, com a transcendência da palavra HUMANIDADE!
* Wikipédia: a enciclopédia livre. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mois%C3%A9s_(Michelangelo) >. Acesso em: 20/08/2016.
Resenha do livro ‘As cores de cada história. Um voo nas narrativas de professores’, de Carla Conto e Michely Gomes Avelar, pela Editora Scotti
RESENHA
Um livro inspirador que conta a história de doze professores, seus sonhos, suas lutas e suas vitórias, tanto no âmbito pessoal quanto acadêmico.
São histórias de afeto, da educação no campo, memórias de infância que se misturam e se unem às urgências tecnológicas atuais e outros tantos assuntos.
A coautora Michely conta como se tornou professora e sobre seu interesse e envolvimento com a pesquisa sobre games, que é a matéria que ela ministra na IFG.
A garra e a resiliência destes profissionais irão tocar você!!
Assista à resenha do canal @oqueli no Youtube
SOBRE A OBRA
Este livro teve como objetivo principal registrar a narrativa dos professores de línguas sobre o percurso profissional e a relação deles como o objeto de pesquisa que escolheram.
Nestas narrativas surgiram muito mais que o percurso profissional.
Vieram uma gama imensa de histórias de pessoas que fizeram da trajetória um caminho cheio de força, esperança e perseverança realmente inspiradores.
Este livro será lançado no espaço Leia Mais da 27ª edição da Bienal Internacional do Livro, que acontece entre 6 e 15 de setembro, em São Paulo.
SOBRE AS AUTORAS
Carla Conti de Freitas é doutora em Políticas Públicas, Estratégia e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-doutorada na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Mestre em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e especialista em Psicopedagogia, Avaliação Institucional e Docência Universitária.
Graduada em Letras: Português Inglês (UFG). Coordena o grupo de pesquisa sobre Formação de Professores de Línguas (Gefople|UEG|CNPq).
Participa do Grupo de Pesquisa Rede Cerrado de Formação Crítica de Professoras/es de Línguas e do Projeto Nacional de Letramentos: Linguagem, Cultura, Educação e Tecnologia da Universidade de São Paulo (USP|CNPq).
Atua como docente e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Interculturalidade (Poslli|UEG) e no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE|UEG).
Os temas de interesse incluem formação de professores, cultura digital, multiletramentos e direitos humanos.
Michely Gomes Avelar é doutoranda em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês pela Universidade de São Paulo (USP).
Mestra em Língua, Literatura e Interculturalidade pela Universidade Estadual de Goiás (Poslli|UEG), e graduada em Letras: Português, Inglês e respectivas Literaturas pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC|GO) e Pedagogia pela Faculdade Ibra de Brasília.
Professora efetiva da área de Letras Português/Inglês do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – Câmpus Cidade de Goiás (IFG).
Participa do Grupo de Pesquisa do CNPq Rede Cerrado de Formação Crítica de Professoras/es de Línguas (UFG/UNB/UEG) e do Projeto Nacional de Letramentos: Linguagem, Cultura, Educação e Tecnologia (USP), do grupo de pesquisa Gefople e a pesquisa Multiletramentos na formação de professores de línguas, da UEG e do Grupo de Pesquisa sobre Educação Linguística em Línguas Estrangeiras (Geelle|USP).
Tem experiência na área de Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: Linguagem e Educação, Letramentos (Novos Letramentos, Multiletramentos, Letramentos Críticos), Formação de Professores, Jogos digitais (games), Língua Inglesa.
Paulo, amado amigo e tão querido, Neste dia, meu coração declama, Este poema, pois celebra contigo Mais um ano da tua bela trama.
Nossa amizade em nós se fez alento, Fez-se laço forte, doce e verdadeiro, Nosso afeto é mais que um simples vento, É semente; flores nas mãos do jardineiro.
Neste teu dia, te desejo alegria, alegria… Que o amor te envolva em cada instante, E a felicidade seja sempre tua guia.
Feliz aniversário, amigo constante, Que a vida te sorria em harmonia, E a luz do teu ser sempre nos encante.
Ismaél Wandalika: Poema ‘Coragem do tempo’ (parte 1)
Como o tempo é ilusionista Voa além das estrelas ninja Mira vidas sopra forte ventania Vai longe apaga memória
Como o tempo é capaz De nos fazer lembrar o quanto a gente já foi capaz O tempo fala com sinais Envelhece até os animais Ninguém escapa dele e mais…
Nos faz viajar no tempo Lembrança traz de um momento que torna-se único Ele é mestre da ilusão cinturão preto Faz magia nos corpos muda pensamento.
Muda aspectos Dá luz pela coragem Tempo muda coisas nas ideias da cabeça Transforma lugares e templos.
Nos oferece um desconhecido ombro amigo Mostra a falsidade de alguns amigos nossos Tempo leva tudo Traz tudo do nada É estranho mata quem amamos Não o culpamos Só é tempo mudando a cada instante
Tempo nos faz errar e crescer também As memórias voltam No tempo, o amor vai O coração cai Abrimo-nos para um novo temporal Entregamo-nos ao prazer de sentir Abraços entrelaçados nos corpos Tempo. Deixa-nos sem tempo. Perdidos e achados no tempo.
‘Venda Nova do Imigrante, recanto de valor impressionante’
Andiamo, andiamo, lavorare al’ campo Onde há beleza plena e inebriante Aos olhos emocionados dos imigrantes
No pé da montanha repousam flores Nos jardins da Venda estão as mais belas As cores vivas nas pétalas enfeitam as lapelas
Terra nova, felicidade à vista, Venda Nova Parece correr entre as montanhas como o rio Na verdade é miragem, a Venda está bem fixada Tem raízes antigas, mas seu nome é Venda Nova Oh amada!
Gente de valor, forjada no trabalho e ardor Cravada no meio do vale Como o coração é cravejado pelas flechas do amor
O velho italiano canta per noi, la musica: Siamo in Venda Nova per vivere in pace Vicini ai brasiliani, lavorando per fare la vita O flamboyant cobre o chão de flores vermelhas Como se fosse um tapete para todos os povos Que na Venda Nova do Imigrante, se mudaram Chegando entoando seus belos votos
Neste recanto tem amor para todos os habitantes Sejam eles italianos, índios, brasileiros e africanos Os motores dos tratores soam como se fossem louvores Da nossa terra, desbravando as lavouras
Enfrentando as manhãs frias Os bravos agricultores aceleram suas máquinas No mesmo ritmo de seus corações Cumprindo a missão mais nobre, no ritmo mais forte Os corações ficam repletos de emoções As mesas cheias dos divinos produtos de suas plantações.
Agricultura, tradição e beleza nas lavouras Nossa cidade avança triunfante Seguindo a sabedoria dos antigos imigrantes Juntamente com todos os valentes homens e mulheres Que aqui chegaram, de todas as raças e credos recebendo a graça, mais importante Fundar, construir e conduzir a amada Venda Nova do Imigrante.