O homem dos meus sonhos

Sandra Albuquerque: Poema ‘O homem dos meus sonhos’

Sandra Albuquerque
Sandra Albuquerque
Imagem criada pela IA do Bing

Eu fico em frente a tela
Com lápis 6 B
Pra te desenhar

Procuro um rosto, um sorriso
Um corpo e uma pele
Pra o decifrar

Você é vivo em meus sonhos
E busco um meio
De eternizar.

Ai, como é difícil delinear alguém
Que só vejo
Em meu pensar.

Mas em meio
A tudo isto
Surge a inspiração

Eu crio
O modelo perfeito
E sorrio em meu peito
Imaginando você.

E quando termino
Para minha surpresa
Lá do outro lado da rua
Ao abrir as janelas
E as cortinas
O que vejo?
Você
Tal como desenhei.

Comendadora Poetisa Sandra Albuquerque
Rio de Janeiro, 01/08/2024.

Voltar

Facebook




Cotovia mestre é pai

Ella Dominici: ‘Cotovia mestre é pai’

Ella Dominici
Ella Dominici
Imagem criada pela IA do Bing
Imagem criada pela IA do Bing

Como eu sei que é uma cotovia que me canta à janela
nas manhãs de sentinela…
graças à beleza de seu canto proverbial, a cotovia…

O pássaro pontual me habita a vida
em relógio de mestre pulsa ponteiros em usual
batida
não há dúvida na lembrança nem há breu na aliança
paternal

A cotovia que me ensinou a piar…quando minha voz
pareceria de uma corujinha…e a voar com asas curtas
de uma pequenina fêmea passarinha

A cotovia me mostrou a água boa, beber do lago limpo
não das poças
pescando levemente ou apreendendo as minhocas
nutrindo as carências

A mestre pássaro passou a voar-me a lado a lado
em poético voo palavrear de ensinamentos
em meus lamentos ensinou driblar os ventos

saramos juntos juvenis e mais maduras…dores
trocamos penas primaveras, vis invernos
se ela voou em tempo certo, nada importa…

meu pai é isto cotovia que avoou, passarinho que me volta bica, canta, assobia, fala o nome e me vicia na interminável alegria de lembrar sua poesia que na minha se esguia e intensamente me cria.
Me criou assim me criará sem fim…
Papai

O elo em aves ultrapassa véu de tempos
nas colinas se aguarda a breve volta
não da ave
de um tempo onde os elos mais sublimes
serão mais altos que todos os caminhos

Ella Dominici

Contatos com a autora

Voltar

Facebook




Deixo em tuas mãos

Soldado Wandalika: ‘Deixo em tuas mãos’

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
Poema é melodia rítmica que dança
entre os dedos de um poeta
Poema é melodia rítmica que dança entre os dedos de um poeta
Imagem criada pela IA do Bing

Deixo em tuas mãos
Um poema pintado a ilusão
Escrito na esmola de um coração
Danço grudado a uma poluída canção
Observo o ar inalando vento entre sopros de um pulmão

Corridas alcançam troféus de ouro
numa paragem em que é imperioso
interpelar a inspiração
Pássaros lançam ninho nas Nuvens
e no Inverno colhem Trovão

Poema é melodia rítmica que dança
entre os dedos de um poeta
Afogando a sua lamentação
A força me dá energia entre as cordas da Guitarra libero a imaginação
Existo na conexão dos Reinos e dos Corpos que habitam em mim
O tempo segue-me pelas esquinas, cada dia um passo, evolução
Deixo a ti este Poema no Baú como recordação…

Poeta uma ilusão
Risos formando pranto
Um ser em construção…

Soldado Wandalika

Contatos com o autor

Voltar

Facebook




Por ti, Portinari

O espetáculo infantil Por ti, Portinari, da Cia Deus, faz apresentações no Maranhão nos dias 16, 17 e 18 de agosto de 2024

Cartaz espetáculo infantil Por ti, Portinari
Cartaz espetáculo infantil Por ti, Portinari

Com direção de Miriam Druwe, o espetáculo infantil Por ti, Portinari, da Cia Deus, faz apresentações no Maranhão nos dias 16, 17 e 18 de agosto de 2024, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet, lei federal de incentivo à cultura. As sessões ocorrerão nas cidades de Imperatriz (no Centro Cultural Tatajuba), João Lisboa (no Complexo Poliesportivo Zuza e Açailândia (no Teatro Municipal de Açailândia).

Além de assistir ao espetáculo, as crianças podem participar da oficina Recursos e percursos no processo criativo: um olhar artístico sobre o pedagógico: EIXOS – IMPRESSÃO, IMPROVISAÇÃO E COMPOSIÇÃO.

16 DE AGOSTO, EM IMPERATRIZ/MA Onde: Centro Cultural Tatajuba – AV; Getúlio Vargas, 1665 – Centro, IMPERATRIZ – MA
Oficina com carga horária de 3h: 14h
Espetáculo com sessão em libras: 19h

17 DE AGOSTO, EM JOÃO LISBOA/MA Onde: Complexo Poliesportivo Zuza – Rua Duque de Caxias, 4512, Cidade Nova, JOÃO LISBOA/MA
Espetáculo com sessão tradicional: 17h
Oficina para Família: 14h

18 DE AGOSTO, EM AÇAILÂNDIA/MA Onde: Teatro Municipal de Açailândia – AV. Santa Luzia, 01, Parque Sanremo – AÇAILÂNDIA/MA
Espetáculo com sessão tradicional: 14h
Espetáculo com áudio descrição: 17h

Patrocínio : Vale Cultura

Voltar

Facebook




Milagre da poesia

Denise Canova: Poema ‘Milagre da poesia’

Denise Canova
Denise Canova
Milagre da poesia
Imagem criada pela IA do Bing

Milagre da poesia

Fui agraciada

Gratidão

Agradeço por esse dom

Dama da poesia

Contato com a autora




De Malanje (Angola) para o Jornal ROL, Zé Franco!

Poeta reconhecido no Brasil e internacionalmente, os versos de Zé Franco enriquecem ainda mais as páginas do ROL!

Zé Franco
Zé Franco

Zé Franco, natural de Malanje (Angola), e residente em Luanda (Capital), é escritor, poeta, trovador e  haikaísta.

Autor do livro ‘Tradutor de Silêncios’, editado no Brasil pela chancela da Editora Filos.

É um poeta reconhecido no Brasil e internacionalmente com prêmios, títulos honoríficos e menção honrosa no Prêmio Internacional Pena de Ouro.

O artista também possui variadas participações em coletâneas e revistas internacionais.

Como em sua consideração, um cidadão do mundo, africano que nasceu em Angola, terra da qual se orgulha.

Zé Franco inicia sua jornada literária ROLiana com o sensibilíssimo poema ‘O sabiá-laranjeira’

O sabiá-laranjeira

Sabiá-Laranjeira
Sabiá-laranjeira
Imagem criada pela IA do Bing

Canta canta, o sabiá-laranjeira

desde a aurora, na madrugada

desde o Sol, ao seu beijo no mar,

do alpendre, lá no Rochedo da Serra,

uma canção só, órfã de souris*

entre o xadrez de um homem livre.

Antes era a liberdade canora

que então seu sedento desejo.

Souris. Alegria, vivacidade.

Zé Franco

Contatos com o autor

Voltar

Facebook




Mês de agosto

Evani Rocha: Conto ‘Mês de agosto’

Evani Rocha
Evani Rocha
"Ela pensa: ‘Será que me acostumei demais?"
“Ela pensa: ‘Será que me acostumei demais?”
com essa rotina insossa?’ – Imagem criada pela IA do Bing

Ela diz: “Bom dia!”

Ele balbucia.

Ela fala sobre a noite mal dormida.

Ele assente, meneando a cabeça e franzindo o cenho.

Ela lhe serve o café quente em sua caneca preferida.

Ele sorve o líquido escuro e forte. Resolve falar qualquer coisa, usa o habitual gerundismo.

Ela fica aborrecida. Aguardava Talvez um: ‘Por quê?’

Ele já está com o jornal aberto, ainda não conseguiu aderir às novas tecnologias.

Ela morde delicadamente a fatia de torrada, untada com patê de sardinha. Olha a capa dos jornais à sua frente. Imagina os olhos dele, quase fechados, mergulhados nas manchetes de política, talvez futebol.

Pela janela da sala de jantar, ela vê o gramado e o nascer do Sol. Há muitas cores lá fora. Sente a brisa fresca beijar-lhe o rosto. O silêncio da manhã é cortado somente pelo chiado das folhas do jornal.

Ela cai em si, percebe que se distraiu e talvez tenha comido demais…

Volta a pensar nas roupas bonitas que não lhe cabem mais. Puxa alguns fios de cabelos grisalhos. Há muito não sente vontade de ir ao salão ou se admirar ao espelho.

Ele espirra alto e solta um palavrão. O café já esfriou, não tomou nem a metade. Suas torradas, nem tocadas.

Ele resmunga novamente, agora é maldizendo sobre a derrota do seu time.

Ela resolve falar com ele: pergunta se vem para o almoço.

Ele responde que não sabe, depois avisa.

O relógio da cozinha apita: são sete horas da manhã.

O Sol começa a subir. Os raios dourados banham as cortinas de cetim branco.

Ela levanta-se da mesa. Recolhe a louça do café. Exceto a caneca dele. Leva tudo para a pia. Sobre o fogão há muitas panelas esperando por lavagem.

Ela imagina: “se tivesse uma lava-louças…”

Vai até a sala, passa delicadamente a mão sobre as almofadas bem arrumadinhas na poltrona. Sabe que tem TOC, então elas devem ficar simetricamente perfeitas. Encontra uma meio torta, precisa arrumar!

Escora no parapeito da janela, vê seu jardim tão bem cuidado: hortênsias azuis, Muitas rosas abertas e em botões, as amarílis, as folhagens…

Um sentimento bom vai preenchendo devagarinho seu corpo, seus olhos lacrimejam a cada objeto seu, cuidado diariamente com desvelo.

Assusta-se com o bater da porta da garagem. Ele grita lá de fora que já está indo.

Ela responde com uma benção: “Vai com Deus!”. São profecias ditas há anos, todas as manhãs ao se despedirem.

Ela pensa: ‘Será que me acostumei demais com essa rotina insossa?’

O carro saiu e o portão eletrônico fechou devagar. Viu o carro branco diminuindo de tamanho, até sumir na curva do Posto. O asfalto já estava quente, o Sol parecia arder lá fora…

Era mês de agosto.

Evani Rocha

Contatos com a autora

Voltar

Facebook