Lua cheia

Irene da Rocha: poema ‘Lua cheia’

Irene da Rocha
Irene da Rocha
Lua cheia - Imagem gerada por IA do Bing
Lua cheia – Imagem gerada por IA do Bing

Sob a luz da Lua cheia,
Saudade sussurra em brisa,
Tu e eu, na praia areia,
Rimos de forma precisa.

O mar canta à noite escura,
Reflexo da lua bela,
Penso em minha vida pura,
E na tua, doce tela.

Prata no céu, brilho mudo,
Tua luz agora opaca,
Era um cintilar de tudo,
Mas parece que se estaca.

Uma estrada prateada,
Dançava sobre o oceano,
Tão linda e enamorada,
Rimas seguiam seu plano.

Versos feitos com esmero,
Hoje ressoam vibrantes,
Com amor e com esmero,
Cortesias tão brilhantes.

A Lua, musa a sonhar,
Prosa e poesia entoam,
O livro a se revelar,
Rosas à poesia doam.

Irene da Rocha

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Broto de Coragem

Resenha do livro ‘Broto de Coragem’ de Junior Pedroza

Capa do livro Broto de Coragem de Junior Pedroza
Capa do livro Broto de Coragem

RESENHA

Uma narrativa regionalista, muito bem escrita, com um enredo potente, cheio de mensagens significativas sobre a vida e a luta do povo sertanejo.

Sua religiosidade, sua alegria, suas mazelas e sua força.

E com uma lenda de fundo para trazer humor e boas risadas.

Perfeito!! Amei!!!

Assista à resenha do canal @oqueli no Youtube

SINOPSE

Com a partida do pai, Fiel se vê na responsabilidade de cuidar da mãe.

Com um lenço na cabeça, a definhar, escondendo a voz e a dor, Noeli se sente manchada pela vergonha de ser mais uma viúva da seca.

O que a vida reserva para mãe e filho?

Como enfrentarão os desafios de sobreviver ao abandono do sertão em Realzinho?

Em terra que não dá dengo, é possível resistir ao descaso com fé e coragem?

“O livro mostra as dificuldades de muitas famílias do sertão nordestino, que enfrentam desafios, abandonos, complicações em vários aspectos da vida.

Fala da hipocrisia, da farsa de conduta daqueles que se dizem ‘Santos’.

Transparece a realidade do Nordeste brasileiro, uma rica e bela região que a política projetou para o sofrimento, um povo que luta incansavelmente para sobreviver diante das adversidades do lugar.

A palavra CORAGEM é um verdadeiro mantra na alma do sertanejo, que mesmo cansado não desiste. Local de encantos, mas também de dor, assim podemos traduzir o sentimento de Fielzinho.

Uma terra fértil, com muitos brotos de coragem e vigor na alma dos cidadãos da melhor parte do país, porém maltratada pelo poder público.

Claro que, neste belo enredo, não poderia faltar o bom-humor e criatividade que são inerentes ao povo nordestino, narrativa de ficção com exemplos reais de vida.

A poesia também faz parte da obra, cheia de emoção nas falas dos personagens, um jeitinho de falar peculiar da região, com um sotaque lindo e arretado.

Mostra como a seca maltrata essa gente tão cheia de vida e que mesmo na dor carrega um coração cheio de amor.” Rosângela Brito.

O livro está concorrendo ao 9º Prêmio Kindle de Literatura.

SOBRE O LIVRO

A ideia surgiu para Junior com o imenso desejo de homenagear seus pais, que o inspiram todos os dias, e são nordestinos.

Também são fonte de grande inspiração para o autor: Deus e Ariano Suassuna.

Broto de Coragem é um romance rural ambientado no sertão nordestino.

A obra mescla regionalismo, humor e críticas sociais dentro de uma oralidade marcante que busca levar o leitor à reflexão.

Narra a força do povo e de uma região brasileira marcada pelo descaso e não atraso.

O livro está concorrendo ao 9º Prêmio Kindle de Literatura.

SOBRE O AUTOR

Juarez Inacio Pedroza Junior, carioca, cristão, casado e pai de uma linda menina.

Imagem de Júnior Pedroza
Junior Pedroza

É militar e pós-graduado em Língua Portuguesa.

Iniciou na leitura e na escrita, ainda menino, ao ouvir os conselhos de seu pai que o ensinou a importância dos estudos.

Com o desejo de aprimorar, começou a estudar escrita criativa e, em 2021, publicou seu primeiro romance ‘Páginas para meu Filho’, um drama familiar.

Em agosto de 2024, publicou ‘Broto de Coragem’, um romance rural ambientado no sertão nordestino.


“Escrever dá trabalho, mas é prazeroso.”

Júnior Pedroza


OBRAS DO AUTOR

Capa do livro Págunas para meu filho
Páginas para meu filho

Capa do livro Broto de coragem
Broto de coragem

ONDE ENCONTRAR


Página Inicial

Resenhas da colunista Lee Oliveira




A Prece da CAOP

Ismaél Wandalika: Poema ‘A Prece da CAOP’

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
Imagem de um africano fazendo um prece, feita por IA
Imagem gerada por de IA do WhatApp – 29 de outubro de 2024, às 21h

Palavras anunciam favores
Entre as súplicas que abraçam as dores
(…) Seu clamor traz ritmo de fervores
(…) Lá vai a sua voz (…) navegando na labuta dos dias incolores.

Contra os passos caminha
Observa a jaula sombria
No seu íntimo atiça a coragem e #desatina

A vida assobia ao seu ventre
Sua veste cobre a mudez do seu medo
Come no prato da lembrança
Nostalgia de ver sua casa cheia…
Hoje vazia e carente de tudo, de mundo e conteúdo
Já não há crianças nesse rua…

Cai a noite e passamos em claras
Não há planos estratégicos só a subidas e descidas nestas esquinas
A vida é um milagre nestas vias …

Coração descompassa na órbita do tempo
Enfastiado com a monotonia
Lançamo-nos na tela
Para vermos se #Nzambi nos olha
E a tropa muda o rosto da #bandola.

Soldado Wandalika

Glossário

Desatina (correr, fugir mudar de rota) expressão antigamente usada como calão em Angola mas que entrou em desuso..

Bandola – do calão angolano significa favela, bairro…

Nzambi – Deus na língua nacional kikongo, e outras línguas como Quimbundo.

CAOP – situa-se em Angola Viana, uma zona muito perigosa e de difícil acesso. Distante das vivências do centro da cidade, CAOP é uma designação para identificar as CAP A, B, C, & D.

Labuta – prelios da vida, trabalho pesado e cansativo, pela já, luta.

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Você

José Antonio Torres: Poema ‘Você’

José Antonio Torres
José Antonio Torres
"Apreciava a paisagem e as belezas naturais com admiração..."
Imagem gerada com IA do Bing - 28 de outubro de 2024, 
às 4:17 PM
“Apreciava a paisagem e as belezas naturais com admiração…”
Imagem gerada com IA do Bing – 28 de outubro de 2024,
às 4:17 PM

Sempre fui um otimista…
Nos momentos críticos, mantive a calma;
Afinal, o desespero só atrapalha o raciocínio e as decisões a tomar;
Apreciava a paisagem e as belezas naturais com admiração,
Mas… faltava algo…
Sentia um certo vazio…
Havia uma indefinição na minha existência…
Não estava completo;
Não me preocupava com isso,
Mas essa sensação estava presente.
O tempo passa…
Você aparece como uma luz que a tudo ilumina…
Preenche o meu vazio interior…
Dá cor a cada detalhe da minha vida…
A tua ternura afaga cada parte do meu ser de modo calmo e sereno…
Agora sim, te amando, tudo faz sentido…
Estou pleno.

José Antonio Torres

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O encanto das interjeições na variedade do Português de Angola

Fidel Fernando:

‘O encanto das interjeições na variedade do
Português de Angola’

Fidel Fernando
Fidel Fernando
Imagem gerada por IA do Bing -  28 de outubro de 2024 
às 2:33 PM
Imagem gerada por IA do Bing –  28 de outubro de 2024
às 2:33 PM

Recordo-me de partilhar, certa vez, numa rede social, o seguinte: “Sempre que posso abordar a ‘classe das interjeições’ nas aulas, pelo facto de a Variedade do Português de Angola (VPA) possuir formas próprias, além daquelas que a gramática normativa do Português nos dá a conhecer, faço alusão a elas – crucifiquem-me os puristas”.

Esse é o dilema que muitos educadores enfrentam, ao ensinar uma língua cujas raízes multiplicam-se em diferentes terrenos culturais. As interjeições, tão pequenas e aparentemente insignificantes, são, na verdade, janelas para um universo de expressões emocionais. Elas não apenas servem para transmitir emoções, mas também revelam muito sobre a cultura, os sentimentos e as vivências de quem as usa.

Na VPA, expressões como “aka!”, “mamué, “ewa”, “ove”, “aiué”, “oko!”, “aua!”, “mba!” são vivas, pulsantes e frequentemente mais familiares a muitos alunos angolanos do que as interjeições ou locuções catalogadas nas gramáticas do Português Europeu (PE). Enquanto “apre!”, “oh cruz credo” ou “ora bolas!” podem parecer distantes e formais para muitos, as formas locais surgem como verdadeiras expressões de identidade e pertencimento. A título de exemplo, conforme Clemêncio Queta, em circunstâncias de aflição, perigo ou medo, um falante angolano dificilmente usará a locução interjetiva “oh cruz credo!” ou “valha-me Deus!”, mas, sim, “mamaué!”, “aiué!” ou, ainda, “Meu Deus!”. Em prosseguimento da deixa anterior, o autor pergunta se esse facto é ou não característica da emergência de uma norma própria do Português de Angola.

As interjeições da VPA reflectem a vivência angolana. Ao levá-las para a sala de aula, servindo-se da música de Nilda Catumbela com o título “Oko, Aka[1]”, por exemplo, não se ensina simplesmente a gramática; acima de tudo, valoriza-se a cultura de muitos alunos. A música, as conversas cotidianas e até os momentos de lazer no ambiente familiar reforçam o uso dessas expressões, tornando a gramática normativa menos eficaz, se não adaptada à gramática funcional, ou seja, à realidade de quem a aprende. A linguística é um universo vasto e, como ensinam renomados sociolinguístas, cada variedade tem seu valor e, por isso, não deve ser marginalizada. Marcos Bagno, por exemplo, defende que a língua é um reflexo da identidade cultural e social de seus falantes. Por seu turno,  José Carlos Venâncio entende que o português falado em Angola está em constante evolução, absorvendo influências locais e internacionais.

Certo é que, ao ensinar, não podemos limitar-se à rigidez das normas gramaticais, mas encontrar um ponto de equilíbrio. A Variedade do Português de Angolana não está em desacordo com o PE, mas complementa-o. Aliás, não há variedades superiores a outras. Ao final, “a diferença entre remédio e veneno é a dose”, como diz Mário Sérgio Cortella. Deve-se ensinar tanto a gramática normativa quanto a descritiva, permitindo que o aluno compreenda que não existe apenas uma maneira correcta de expressar o que sente ou pensa.

O desafio, então, é encontrar esse equilíbrio, evitando a estigmatização das formas linguísticas locais e promovendo uma educação que respeite tanto a diversidade quanto a norma. Afinal, as interjeições são apenas um exemplo. Na vastidão da língua, outros tópicos podem e devem ser trabalhados sob essa mesma óptica, como os pronomes de tratamento, por exemplo, que variam entre a variedade brasileira, portuguesa e angolana.

No fim, ao ensinar os alunos a valorizar tanto a VPA quanto a norma padrão, promovemos uma formação mais completa, capaz de respeitar a identidade e, ao mesmo tempo, abraçar as regras da língua que eles compartilham com milhões de falantes ao redor do mundo.


[1] https://www.youtube.com/watch?v=4gUWIODtoyo

Fidel Fernando

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Proteção. O sistema tegumentar

Joelson Mora:

COLUNA SAÚDE INTEGRAL

‘Proteção. O sistema tegumentar’

Joelson Mora
Joelson Mora
Imagem gerada com IA do Bing. –  28 de outubro de 2024
às 12:20 PM

É o maior e um dos mais importantes sistemas do corpo humano. Ele é responsável por proteger o organismo contra agressões externas, regular a temperatura, perceber estímulos sensoriais e ainda desempenhar funções metabólicas essenciais, como a síntese de vitamina D. 

O que é o Sistema Tegumentar?

O sistema tegumentar é composto principalmente pela pele e seus anexos, como cabelos, unhas, glândulas sudoríparas e sebáceas. Sua função primária é atuar como uma barreira física que protege o corpo contra fatores ambientais adversos, como micro-organismos, produtos químicos e radiação ultravioleta. Além disso, ele desempenha funções como a regulação da temperatura corporal e a percepção de sensações, sendo essencial para o equilíbrio e a manutenção da saúde geral.

Morfologia e Anatomia do Sistema Tegumentar

Camadas da Pele:

A pele, o maior órgão do corpo, é dividida em três camadas principais:

1. Epiderme: A camada mais externa, composta por células mortas ricas em queratina, que oferece uma barreira física. Na base da epiderme, novas células são formadas continuamente.

2. Derme: Abaixo da epiderme, é a camada mais espessa, contendo vasos sanguíneos, folículos pilosos, glândulas e terminações nervosas. É responsável pela elasticidade e resistência da pele.

3. Hipoderme (tecido subcutâneo): Camada mais profunda composta por tecido adiposo, que atua como reserva de energia e isolante térmico.

Anexos da Pele:

Cabelos: Originam-se nos folículos pilosos da derme e ajudam na proteção e regulação térmica do corpo.

Unhas: Estruturas queratinizadas que protegem as extremidades dos dedos e auxiliam em tarefas que exigem precisão.

Glândulas sudoríparas: Responsáveis pela produção de suor, ajudam na regulação da temperatura e na eliminação de toxinas.

Glândulas sebáceas: Produzem sebo, uma substância oleosa que hidrata a pele e os cabelos.

Doenças Relacionadas ao Sistema Tegumentar

O sistema tegumentar está sujeito a uma variedade de doenças que podem comprometer sua função de proteção. Entre as mais comuns estão:

Dermatites: Inflamações da pele causadas por reações alérgicas ou irritações.

Psoríase: Uma doença autoimune que acelera a renovação das células da pele, formando placas espessas e escamosas.

Melanoma: Um tipo grave de câncer de pele, frequentemente causado pela exposição excessiva ao sol sem proteção.

Acne: Condição comum, especialmente em adolescentes, causada pelo entupimento dos poros devido ao excesso de sebo e células mortas.

Dados Estatísticos no Brasil e no Mundo

No Brasil, o melanoma afeta cerca de 8.400 pessoas por ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Globalmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 132 mil novos casos de melanoma são diagnosticados anualmente.

A acne é uma condição que afeta cerca de 85% dos jovens entre 12 e 24 anos no mundo, sendo uma das doenças de pele mais comuns.

Benefícios da Rotina de Exercícios Físicos para o Sistema Tegumentar

A prática regular de exercícios físicos pode trazer inúmeros benefícios ao sistema tegumentar:

1. Melhora da circulação sanguínea: O aumento do fluxo sanguíneo durante a atividade física melhora a oxigenação e a nutrição das células da pele, promovendo um aspecto mais saudável e viçoso.

2. Controle do estresse: Exercícios ajudam a reduzir os níveis de estresse, um fator que pode desencadear ou agravar condições como acne e psoríase.

3. Regulação do sebo: A prática de atividades físicas promove o equilíbrio hormonal, o que pode reduzir a produção excessiva de óleo pela pele, prevenindo acne e outras condições.

4. Eliminação de toxinas: O suor gerado durante os exercícios auxilia na eliminação de toxinas do corpo, o que também pode contribuir para a saúde da pele.

5. Prevenção de doenças: A exposição controlada ao sol durante exercícios ao ar livre favorece a síntese de vitamina D, fundamental para a saúde da pele. No entanto, é importante usar proteção solar para evitar queimaduras e o risco de câncer de pele.

O sistema tegumentar desempenha um papel crucial na proteção e no bom funcionamento do corpo humano. A adoção de uma rotina diária de exercícios físicos não apenas beneficia a saúde cardiovascular e metabólica, como também melhora significativamente a saúde da pele e dos seus anexos. Prevenir doenças relacionadas ao sistema tegumentar e promover hábitos saudáveis são passos essenciais para uma vida mais equilibrada e saudável.

Joelson Mora

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Seres secos

Ella Dominici: Poema ‘Seres secos’

Ella Dominici
Ella Dominici
" ideias secas não atravessam outono são como trovões sem chuvas"
” ideias secas não atravessam outono são como trovões sem chuvas”
Imagem gerada por IA do Bing –  28 de outubro de 2024 às 07:47 PM

cada vez me encontro menos
com secos desencontros

sem virtuosidade de videiras

cada vez escrevo menos
ao desinteresse
e me desinteresso destes

o amor é o tema dos felizes
dos aprendizes
dos mal sucedidos arrependizes

não dá oportunidades
aos secos

que nunca se deparam com lagunas
na volta das campinas
que não sonham flores, novas
primaveras

em seus Jardins não há frutos
vermelhos

ideias secas não atravessam outono
são como trovões sem chuvas
o espírito, golfo amargo

mar não lhe é espelho d’água
sóis não alumiam mais
almas profundas abissais

E por conta disto solidão

Cada vez me encontro menos
com secos desencontros sem virtuosidade de videiras
cada vez escrevo menos ao desinteresse
e me desinteresso

destes

São sem seiva
e mesmo inseridos
dela não se servem
não são sedentos de nada
se soltam do caule do caule se soltam
sozinhos tem por escolha,

a escolha

Tristemente somos água
que nutre e irriga,
molha o seco sem cura
vez, converso no menos
com seca história e vida
de pífias folhas

Ella Dominici

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