Parece ponto assente, praticamente consensual, que terá de ser pela educação, pela formação, pelo trabalho e pela democraticidade das mentalidades e comportamentos, que se poderá chegar, sem utopias, nem demagogias, a uma sociedade mais justa, precisamente, aproveitando o lado positivo do acelerado progresso, quer no quadro científico, quer no domínio das novas tecnologias; aliás, toda a penosidade, que certos trabalhos provocam na pessoa, pode (e deve) ser eliminado pela tecnologia, libertando o ser humano, para tarefas compatíveis com a sua dignidade e escala axiológica. Com efeito, trata-se de uma ambição, legítima.
CIDADANIA, SOCIABILIDADE E COMUNIDADE, são algumas das muitas dimensões em que o ser humano desenvolve a sua vida, embora nem sempre com os melhores resultados, no sentido da harmonia e do bem-estar geral da população. Vários podem ser os fatores que dificultam as estratégias e afetam, negativamente, as possibilidades de se alcançarem os objetivos, destacando-se a faculdade comunicacional, quando mal utilizada.
Por isso, afigura-se consensual, que só a partir de um entendimento correto, utilizando-se uma linguagem rigorosa, verdadeira e assertiva, será possível às pessoas compreenderem-se, lutarem por uma sociedade mais humanizada, menos materializada, equilibradamente civilizada e culturalmente tolerante.
No estádio de desenvolvimento, em que já se encontram as sociedades modernas, muitas comunidades, pequenas vilas e aldeias portuguesas, vai sendo possível, para além de tornar desejável, o envolvimento das principais e, eventualmente, mais representativas instituições das populações: família, escola, Igreja, poder político, aos mais diferentes níveis, aqui interessando o poder político local democrático, as empresas e associações de diversa natureza.
Se todos, a começar no cidadão enquanto tal, na sua dignidade de pessoa humana, adotarem uma nova filosofia de vida, no domínio da comunicação assertiva, então será relativamente fácil e gratificante, uma vida comunitária verdadeiramente pacífica, harmoniosa e tolerante. Uma das perspetivas, neste âmbito, revela, justamente, o caminho a seguir. Pensa-se que numa sociedade que se deseja civilizada, praticando os mais genuínos valores da pessoa humana, objetivamente, a virtude.
Fica, assim, esclarecido que a metodologia para se viver em sociabilidade comunitária, nos valores da cidadania plena, num regime democrático, passa pela comunicação, verbal e não-verbal, entre todos os membros da comunidade e, depois de consolidada a assertividade comunicacional, avançar-se-á para todo um comportamento assertivo, limpo, transparente, sem ódios nem perseguições, sem favoritismos para uns, contra a marginalização de outros, sem discriminações negativas, valendo as ideias, os projetos para avaliação da comunidade.
O exemplo deste comportamento assertivo, numa comunidade socialmente coesa, parte (deve partir), imperativamente, de todas as pessoas que ocupam quaisquer funções na sociedade: políticas, religiosas, educativas, empresariais, familiares, associativas, institucionais. As responsabilidades, primeira e maior, cabem a todo o cidadão: com poderes executivos, de decisão, de verificação e controlo.
Não podem estes cidadãos, em circunstâncias normais: trair os mais elementares princípios da ética social; não podem deixar de exercer as boas-práticas no domínio dos mais profundos e consuetudinários valores; não podem aproveitar-se da posição que, generosa e honestamente, lhes foi conferida pelo voto popular, de uma maioria comunitária que neles confiou.
Criar as condições para que, nas pequenas, e/ou grandes localidades, se instale um ambiente social humano e cívico, que permita a cada cidadão manifestar-se, assertivamente, sem ter que recear represálias, sem estar preocupado com o que possa vir a acontecer, a si próprio, e/ou aos seus familiares.
Enfim, um clima de total confiança, de segurança e credibilidade das instituições, fé quanto às garantias dadas pelos responsáveis, no sentido de que o que é programado, divulgado (prometido) é mesmo para se fazer, sempre em benefício da população anónima que, em última análise, deverá ser a razão das intervenções públicas, para que se instale, definitivamente, a sociabilidade comunitária, num contexto de cidadania plena, no quadro do regime da democracia representativa, naturalmente, com destaque para o Poder Local Democrático.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
José Manuel Monteiro Louro: ‘O caminho da solidão’
Caminhas sem saber para onde vais Lágrimas secas correm-te pelo rosto ansiando uma fresta de liberdade que lhes permita ser livre de sentir o sal que lhes dá vida, ainda que de tristeza ou da mais pura alegria.
Caminhas sem saber para onde vais Ateando fogos que consomem cada dia que vives Provocando sismos de dor e enterrando bem fundo o amor que te quer abraçar que te quer sentir que te quer beijar Caminhas sem saber para onde vais
Nas Entrevistas ROLianas, o constelador e raizeiro mineiro Herivelton Moreira aborda sobre a terapia da constelação familiar
Herivelton Moreira da Costa, natural de Contagem (MG), é jornalista de formação há 42 anos. Há 25, se tornou raizeiro e, em 2021, formou-se como pós-graduado em Direito Sistêmico pelo Verbo Jurídico, o que lhe dá o certificado de Constelador Sistêmico em Família empresarial. Além das constelações familiares, fez curso de Eneagrama – A Sabedoria da Personalidade em todas as etapas com o Grupo Alma, de Governador Valadares, e um curso de especialização sobre os Instintos Humanos, com o Instituto Eneagrama Shalom – Iesh.
Nesta entrevista, os leitores vão conhecer o motivo pelo qual Herivelton Moreira se tornou constelador; a formação necessária para ser um constelador; o que é a constelação familiar; a relação com a metodologia do psicodrama e da técnica de esculturas familiares da psicóloga norte-americana Virginia Satir e… muito mais!
JCR – Herivelton, quando você conheceu a constelação familiar e por qual motivo você se tornou um constelador familiar?
H.M. – Foi em Governador Valadares dentro do curso de formação em Eneagrama. Na palestra final fiz uma constelação e representei um pai. Foi aí que a ficha caiu.
JCR – O que é necessário para uma pessoa ser um constelador familiar?
H.M. – Existem cursos, como eu fiz, com certificação junto ao MEC. Esse é o lado formal. No entanto, acredito que a ‘limpeza’ do coração do julgamento dos pais e todas as pessoas é fundamental para ser um bom constelador.
JCR – O que é constelação familiar? Onde, quando e por quem foi iniciada essa abordagem terapêutica?
H.M. – Já existiam o psicodrama e a terapia familiar nos EUA. Bert Hellinger estuda essas duas formas de terapia e participa, na década de 1980. Ele percebe algo além do que os outros percebiam, as três leis sistêmicas e desenvolve as Constelações Familiares.
JCR – A constelação familiar guarda alguma relação com a metodologia do psicodrama e da técnica de esculturas familiares da psicóloga norte-americana Virginia Satir?
H.M. – Sim, a diferença, como abordo em meu livro ‘O Que é Constelação Familiar’, é que Bert Hellinger tinha formação teológica, como ex-padre; assim, ele percebe as três leis sistêmicas nas relações familiares: Pertencimento, Hierarquia e Equilíbrio. A sua grande contribuição foi essa.
JCR – A constelação familiar pode substituir outras terapias conhecidas pelos psicólogos ?
H.M. – Não. As terapias são complementares.
JCR – Quais são as questões abordadas na Constelação Familiar?
H.M. – Todos os conflitos familiares. Não há uma fórmula. No livro de entrevistas da jornalista alemã Gabriele Tem Hovel, Bert Hellinger deixa bem claro que não formou uma escola: a vida é fenomenológica, ou seja, cada caso é um caso.
JCR – Quais são os preceitos fundamentais da Constelação Familiar?
H.M. – Toda a vida é sistêmica, ou seja, nenhuma solução individual será satisfatória. Meditação é bom. Oração é bom. Exercício físico em bom. Respiração é bom. Mas, para se solucionar conflitos é preciso aplica a lei de causa e efeito. Se meu trauma é com minha mãe ela precisa estar presente, seja pessoalmente ou em representação.
JCR – Qualquer pessoa pode ser constelada, ou há alguma exceção quanto a determinados problemas de saúde?
H.M. – Qualquer pessoa pode, mas tecnicamente falando se pede um curso de pós-graduação para ter reconhecimento do MEC. Assim, a pós é para quem tem um curso universitário. No entanto, a leitura do Campo Morfogenético é um talento que independe de cursos ou diplomas.
JCR – A constelação familiar é aplicada presencialmente e virtualmente, com a presença de outras pessoas, que representam os entes familiares, e até mesmo individualmente. Essa forma de constelação afeta os resultados?
H.M. – Não. Nossos traumas, que são identificados numa constelação familiar, vêm por ondas eletromagnéticas de amor, que formam o nosso Campo Morfogenético. As ondas ultrapassam fronteiras e o material. Portanto, você pode fazer presencial, por reunião em vídeo ou apenas numa ligação de telefone. São ondas de amor.
JCR – Durante uma constelação familiar, que sensações pode desencadear na pessoa constelada? E, após uma sessão, a pessoa constelada pode sentir algum efeito desagradável, ou eventualmente danoso?
H.M. – Todas. Segundo experiência da dupla fenda, realizada por Thomas Young em 1800, somos seres atômicos e nos comportamentos como matéria e ondas eletromagnéticas de amor. Isso acontece, no entanto, quando apenas sentimos e não quando racionalizamos. As emoções provocam vibrações no corpo e elas são variáveis. Numa constelação podemos sentir dores, calores, náuseas, vômitos, aceleração do coração etc. Cada emoção vai indicar um caminho investigativo do inconsciente. Somos treinados para isso. Após as constelações podemos sim ter reações de depuração, limpeza das mágoas, raiva etc.
JCR – Quantas sessões são necessárias para uma pessoa sentir uma mudança totalmente benéfica, em relação ao problema que a levou à constelação?
H.M. – Isso não existe. Depende de cada pessoa e sua aceitação. Tem pessoas que podem não se conformar com o que descobrem e preferem ficar no sofrimento.
JCR – Quais resultados benéficos você tem constatado de sua prática com a Constelação Familiar?
H.M. – Eu tinha raiva de meu pai e mãe, por motivos diferentes, mas pelo uso do julgamento. Hoje estou livre disso.
JCR – Você é raizeiro. O tratamento à base de chá de ervas é um complemento da constelação familiar?
H.M. – Sim, mas no meu caso as constelações passaram a ser um complemento. As plantas não curam, elas recuperam o corpo. As causas de 99% das doenças são emocionais. As plantas não podem curar uma emoção.
JCR – O que é eneagrama? E qual a sua aplicabilidade em relação à constelação familiar?
H.M. – Eneagrama é o estudo da personalidade, que foi criado pelo padre Evágrio Pônticus em 352 depois de Cristo. A sabedoria foi desenvolvida ao longo dos séculos e acredito que as constelações sejam uma extensão dessa sabedoria. Ela mostra que todas as personalidades nascem de traumas com a mãe, o pai ou os dois. Na prática pode conhecer nossas sombras e assim nos encaminhar para a nossa luz.
JCR – Apesar de a Constelação Familiar ser uma terapia que tem ganhado cada vez mais adeptos, e, inclusive, adotada pelo SUS – Sistema Único de Saúde, e pelo Poder Judiciário, nas tentativas de acordo na área do Direito de Família, vem sendo acusada de pseudociência e rejeitada pelo Conselho Federal de Medicina, pelo Conselho Federal dos Psicólogos e cientistas, a exemplo do Diretor Científico do IQC – Instituto Questão de Ciência, Dr. Marcelo Yamashita. Como você vê essa rejeição da ciência?
H.M. – Tudo o que é novo provoca receio e medo. Quando Bert Hellinger desenvolveu as constelações eram foram proibidas em diversas cidades alemãs, como Hamburgo, por exemplo. Alguns anos depois a cidade de Hamburgo não só a liberou como a incorporou aos serviços públicos. Acredito que é uma fase. Vai passar. Assim como outros sábios, como Platão, Aristóteles e Sócrates, Bert Hellinger só será compreendido dentro de uns 100 anos.
JCR – Dentre as críticas à constelação familiar, destaca-se que a terapia é contrária às noções atuais da Psicologia, em temas como composição familiar, gênero e sexualidade. De que forma você contradiz essa afirmação?
H.M. – De forma alguma. Sou parceiro de psicólogos. O que acontece é que a psicologia deve e vai acabar se adaptando às constelações, pois elas respondem melhor à lei de Causa e Efeito.
JCR – Suas considerações finais aos leitores do Jornal Cultural ROL.
H.M. – Gratidão pelo espaço e espero constelar um dia o Jornal ROL. Sabia que é possível? As empresas são o reflexo de nós e nós o reflexo de nosso sistema familiar. Até mais.
Troquei a noite pelo dia A água pela tequila O sono pela fadiga A inocência pela malícia A solidão pelas más companhias O Capitão América pelo Coringa O carteado pela alquimia O Às pela Rainha A Jean Grey pela Vampira
A calmaria deu lugar à taquicardia O comedimento à ousadia A autoajuda deu lugar à filosofia A disciplina à fantasia A novela deu lugar à ficção científica Automóveis deram lugar a discos alienígenas
A Terra eu troquei por Saturno O mocassim pelo coturno A metrópole pelo subúrbio O consenso pelo distúrbio O bom senso pelo tumulto A obviedade pelo oculto
Flexões por “halterocopismos” O pudor pelo nudismo Apolo por Dioniso A cevada maltada pela levedura do vinho Silogismos por aforismos Entendimentos por antagonismos
A saúde integral é um conceito que engloba não apenas o bem-estar físico, mas também o mental, emocional, social e espiritual. Dentro desse contexto, o esporte desempenha um papel fundamental ao promover um estilo de vida ativo. Um dos maiores eventos esportivos do mundo, os Jogos Olímpicos, exemplificam o poder do esporte em unir nações e inspirar indivíduos a superarem seus limites.
As Olimpíadas têm sua origem na Grécia Antiga e eram realizadas em homenagem aos deuses do Olimpo. Após uma longa interrupção, os Jogos Olímpicos modernos foram reestabelecidos em 1896, em Atenas, por iniciativa do Barão Pierre de Coubertin. Desde então, as Olimpíadas se tornaram um símbolo de paz, amizade e espírito esportivo, reunindo atletas de todo o mundo para competir em diversas modalidades.
O espírito esportivo é um dos pilares fundamentais das Olimpíadas. Ele representa a ética e a moral no esporte, incentivando o respeito mútuo, a camaradagem e a competição justa. Esse espírito é refletido no juramento olímpico, no qual os atletas prometem competir de maneira justa e respeitar as regras. O espírito esportivo transcende a vitória e a derrota, destacando a importância do esforço, da perseverança e do respeito entre os competidores.
O Brasil tem uma rica história de participação nos Jogos Olímpicos. A primeira participação brasileira ocorreu nos Jogos de Antuérpia/Bélgica em 1920. Desde então, o país tem sido um competidor constante, destacando-se em diversas modalidades, como o atletismo, judô, vôlei e futebol. Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 foram um marco histórico, sendo a primeira vez que o evento foi realizado na América do Sul. O Brasil teve um desempenho impressionante, conquistando 19 medalhas, incluindo 7 de ouro.
O Brasil possui vários atletas que deixaram sua marca na história olímpica. Entre eles, destaca-se Adhemar Ferreira da Silva, que ganhou duas medalhas de ouro no salto triplo (1952 e 1956), e Torben Grael, com cinco medalhas na vela. Outro ícone é Robert Scheidt, que também conquistou cinco medalhas na vela. O recordista de medalhas do Brasil é Isaquias Queiroz, com quatro medalhas na canoagem, sendo uma de ouro.
As Olimpíadas de Paris 2024 são aguardadas com grande expectativa. Será a terceira vez que Paris sediará os Jogos, após 1900 e 1924. A competição promete ser inovadora, com novos esportes e um foco na sustentabilidade. Para o Brasil, a expectativa é continuar seu crescimento no quadro de medalhas e destacar-se em modalidades tradicionais, bem como em novas áreas. Atletas como Rebeca Andrade na ginástica artística e Isaquias Queiroz na canoagem são grandes esperanças para a conquista de medalhas.
As Olimpíadas são mais do que uma competição esportiva; elas são uma celebração da humanidade, da saúde integral e do espírito esportivo. A participação do Brasil nos Jogos Olímpicos tem sido marcada por conquistas e superações, refletindo o potencial do esporte em transformar vidas e unir nações. Com as Olimpíadas de Paris 2024 a esperança é de que novos recordes sejam quebrados e novos heróis sejam celebrados, inspirando futuras gerações a perseguirem a excelência esportiva e a saúde integral.
Me dispo das armaduras e fingimentos Que afloram do mundo de falsidade; Tormentos sentidos, oriundos da maldade, Que transformam nossa vida em sofrimentos.
A beleza e a felicidade se perdem, Encarceradas pelas torpezas vis De seres aniquilados e servis, Que se arrastam por lamaçais que não cedem.
Não importam as belas molduras, Elas não retratam o verdadeiro esplendor, Não passam de meras bordaduras.
Esquecem que a delicadeza, exuberante ou singela, Que provoca em nossa alma, emoção ou ardor, É a essência da beleza que resplandece na tela.