Paulo SiuvesImagem criada por IA no Bing – 10 de março de 2025, às 10:09 PM
Não há um só dia que eu esqueça, seu nome ecoa nos meus pensamentos, por todo lado, eu vejo você, no brilho dos desejos, nas sombras do vento.
Sinto saudades… nas festas de família, nas músicas que canto, nas entrelinhas do tempo, no silêncio do meu travesseiro. E eu sigo sem um sinal seu.
Por todo lado, eu vejo você, nas melodias que cantam sozinhas, no vento que insiste em trazer o perfume dos nossos momentos.
Sinto saudades… um vazio que só você preenche, sua doce voz chamando por mim… Mas o tempo passa sem você aqui, como se ele também parasse sem você. E eu sigo sem um sinal seu.
Elaine dos Santos: ‘Soy Pedro, vengo de las Misiones’
Elaine dos SantosImagem criada por IA do Bing – 10 de março de 2025, às 11:32 PM
Pedro, o Missioneiro, nasceu nos Sete Povos das Missões, não conheceu a mãe, uma indígena, que faleceu durante o parto, ela esvaiu-se em sangue:
“deitada de costas, o sangue escorria-lhe das entranhas, empapava cobertores e pingava nas gamelas que os enfermeiros haviam colocado ao pé do leito (…). De olhos muito abertos – olhos de animal acuado -a índia [que fora encontrada pelos indígenas abandonada no meio do caminho, já em trabalho de parto] mirava fixamente o cura, enquanto de sua boca entreaberta saía um ronco estertoroso”. (VERISSIMO, 2000, p.36)
No hospital da Missão, outros doentes gemiam, lamentavam-se como se sentissem a morte rondando o local, no entanto, enquanto uma vida findava, outra vida, cheia de viço, dormia em um berço tosco, tinha a pele muito mais clara que a mãe e os dois padres, que o observavam, logo entenderam que a criança era filha de um tropeiro paulista.
“Aqueles malditos vicentistas!” – pensou Alonzo. “Não se contentavam com prear índios e levá-los como escravos para a sua capitania: tomavam-lhe também as mulheres, serviam-se vilmente delas e depois abandonavam-nas no meio do caminho, muitas vezes, quando elas já se achavam grávidas de muitos meses. Aquele não era o primeiro caso e certamente não seria o último”. (VERISSIMO, 2000, p. 36)
Batizado Pedro, o menino cresceu na Missão, aos cuidados do cacique Dom Rafael, seguido de perto pelo Padre Alonzo. Aos oito anos, o mestiço já sabia ler, escrever, fazer contas e falava, além do guarani, espanhol, lendo, com relativa facilidade textos em latim.
Tornou-se coroinha e, com os outros meninos, ao cair da tarde, rezava a Ladainha de Nossa Senhora. Eis que lhe chamou a atenção a expressão “Rosa Mística”, que passa a povoar-lhe o pensamento, demorou um tempo para questionar o significado ao Padre Alonzo que lhe explicou que Rosa Mística é uma referência à Nossa Senhora, Mãe de Deus.
A vida seguia nas Missões: o menino aprendia novos ofícios, a doutrina cristã, elementos musicais, participava da limpeza do trigo, tomava parte no teatro e nas danças religiosas.
Pedro também gostava de andar pelos campos, caçar passarinhos. Por vezes, porém, intrigavam-lhe alguns mistérios: o dia e a noite, o trovão e o relâmpago, a morte.
Com o passar do tempo, Pedro, o Missioneiro, passou a afirmar que via Nossa Senhora, em carne e osso. Teimava com os caciques, com os padres. Dizia-se filho da Virgem (“hijo de la Virgen”).
Do ponto de vista da crítica literária, há uma explicação muito plausível para o sangramento da mãe indígena e essa suposta filiação à Virgem Maria. Pedro, segundo o romance, é o ancestral mítico do gaúcho, o primeiro homem – meio branco, meio indígena -, fruto de uma relação fora do casamento, o que justificaria essa purificação pelo sangramento da mãe e a maternidade atribuída à Mãe de Deus.
Do outro lado do Oceano, em 1750, as Coroas de Portugal e Espanha, assinaram o Tratado de Madri, a Colônia de Sacramento, fundada pelos portugueses, passaria para o domínio espanhol. Os Sete Povos das Missões tornar-se-iam portugueses. Esqueceram de combinar com os jesuítas espanhóis e com os indígenas!
As Guerras Guaraníticas estenderam-se entre 1752 e 1756, quando os jesuítas foram expulsos do Rio Grande do Sul, muitos indígenas foram mortos ou presos e os povoados arrasados. Antes do fim, Padre Alonzo presenteou Pedro, o Missioneiro, com um punhal e incitou-o a fugir.
A história fictícia de Pedro Missioneiro, descrita no capítulo “A fonte”, do volume I de “O continente”, que compõe a trilogia de “O tempo e o vento”, foi-nos legada por Erico Verissimo, que, somente em “O tempo e o vento”, brindou-nos com Ana Terra, Rodrigo Cambará, Bibiana Terra Cambará, a Teiniaguá, Licurgo Cambará, para me restringir aos volumes de “O Continente I” e “O Continente II”.
O ano de 2025 é excepcionalmente significativo para a literatura produzida no Rio Grande do Sul, afinal, marca 120 anos de nascimento de Erico Verissimo, um dos mais profícuos prosadores deste chão. Além disso, o autor faleceu em 28 de novembro de 1975, 70 anos atrás.
Mais do que nunca é o momento para retomar a grandeza de sua obra, apenas não apenas em “O tempo e o vento”, a mais conhecida; estudar, analisar, discutir os valores, as tradições, reler à luz da moderna teoria da literatura, enfim, revisitar um pouco da própria História oficial e oficiosa do Rio Grande do Sul. Fica o convite para que você leia os volumes de “O retrato” e “O Arquipélago”, que completam “O tempo e o vento” e permitem entender melhor como se forjou a sociedade do estado mais meridional do Brasil, sob a ótica da Literatura. Seja bem-vindo!
José Antonio TorresImagem criada por IA do Bing – 10 de março de 2025, às 09:00 PM
Quantas vezes pensamos em explodir e nos contemos. Detesto conflitos. Eles só pioram a situação que os causou. Quem nunca sofreu uma injustiça ou maledicência? Você ama, cuida, se dedica E é, deploravelmente, desmerecido. Um ‘gatilho’ está sempre pronto a ser acionado, mas você se controla. Com o tempo, começa a perceber que as coisas estão mudando dentro de você. O amor virou coexistência; O desejo arrefeceu; O interesse já não é mais o mesmo; A admiração acabou. As situações foram acontecendo E desencadeando, sutilmente, as mudanças dentro de você. Em momento algum, você ‘explodiu’ E expôs o seu descontentamento, a sua indignação, a sua revolta. Nesse ponto você já está envenenado. Fique atento aos sinais e não seja envenenado por ficar com um nó na garganta. Desate-o!
Soldado Wandalika Imagem criada por IA no Bing – 08 de março de 2025, às 17:02 PM
… E depois daquela noite cinzenta … Correram todos, entre os sorrisos iluminados para CONQUISTA Euforia no pulsar do coração Braços fortes na luta, em PROL da gloriosa nação(××)
No início da luta, visualizou-se a PAZ! Soldado na trilha ao ritmo de uma Calibre 50 Entregou-se que nem camicáz! E fez um caminho para todos Fez fluir para todos: (2×)
O som que embala o povo Canção da independência Porque o mais importante sempre foi resolver o problema do povo. (2×) Porque o mais importante é: resolver o problema do povo.
Erguidas vozes de esperança A cada manhã o dia canta O povo corre e alcança O brilho da paz traz novos ares e enaltece O Sol nasce e a terra floresce. (2×)✓
No sorrir da paz (2×)
Lágrimas são transformadas Nasce um novo POEMA A canção entoada faz Um novo caminho na antiga estrada. E os meninos à volta da fogueira aprendem o que custou a liberdade.
Dorilda AlmeidaImagem criada por IA no Bing – 08 de março de 2025, às 13:25 PM
Vida, Mistérios e segredos a desvendar A depender do tempo Da idade, dos estágios E dos ciclos Da nossa vida O tempo segue, ou não!
Os ritmos da criatividade Da solidão, do descanso Da brincadeira, da sexualidade Conduzem os poderes Instintiva Que alimentam às forças Dentro de nós, Mulheres!
Separar pensamentos De sentimentos Dar frutos Familiarizar-se com os mistérios Com o estranho e a alteridade Amadurecer E ressurgir, Assim somos nós, Mulheres,
Mulher Espontânea e segura Em qualquer hora E qualquer lugar. Os mistérios da mulher Estarão sempre A revolucionar.
Joelson MoraImagem criada por IA no Bing – 07 de março de 2025, às 12:00 PM
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é mais do que uma data comemorativa. É um marco da luta feminina por igualdade, dignidade e respeito. O que começou como uma reivindicação por direitos trabalhistas no início do século XX se tornou um símbolo global da resistência contra a opressão, da conquista de direitos civis e da incessante busca pela liberdade feminina.
Mas, ao mesmo tempo em que celebramos as conquistas, também precisamos olhar para as cicatrizes dessa jornada. Quantas mulheres ainda vivem em sociedades que as silenciam, mutilam e subjugam? Quantas ainda carregam fardos que não escolheram?
Em 1911, o primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em vários países, inspirado pelos movimentos trabalhistas que exigiam melhores condições e direito ao voto. A tragédia do incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York, onde 146 mulheres morreram presas nas chamas devido à negligência dos patrões, impulsionou ainda mais essa luta. Desde então, mulheres ao redor do mundo se mobilizaram para garantir direitos básicos como educação, trabalho digno e participação política.
Porém, enquanto algumas mulheres conquistam espaço no mercado de trabalho e na política, outras continuam aprisionadas por costumes arcaicos. No Afeganistão, meninas são proibidas de estudar. Na Somália, a mutilação genital feminina é uma prática comum. Na Arábia Saudita, até pouco tempo atrás, mulheres não podiam dirigir.
O mundo evolui, mas a opressão feminina ainda é real e brutal.
A saúde da mulher sempre foi um campo de batalha. Durante séculos, seus corpos foram controlados, explorados e silenciados. No passado, mulheres que sofriam de depressão ou ansiedade eram rotuladas como “histéricas” e submetidas a tratamentos desumanos. Hoje, muitas ainda enfrentam diagnósticos tardios por serem desacreditadas em suas queixas médicas.
Dados alarmantes demonstram essa desigualdade:
Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre mulheres, mas pesquisas médicas ainda são majoritariamente baseadas em corpos masculinos.
A endometriose afeta 10% das mulheres em idade fértil, mas leva em média 7 anos para ser diagnosticada.
O câncer de mama é o mais letal entre as mulheres, mas em muitas regiões pobres, o acesso à mamografia é quase inexistente.
Além disso, as violências psicológicas e físicas impactam diretamente a saúde mental da mulher. Depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático são mais comuns entre elas, muitas vezes resultado de relacionamentos abusivos e violência doméstica.
A sociedade moldou a imagem da mulher como um objeto. Desde a publicidade até as redes sociais, há uma exigência contínua para que a mulher seja bonita, magra, sensual, mas sem ser “vulgar”. A sexualização precoce é normalizada, ao mesmo tempo em que a liberdade sexual feminina ainda é julgada.
Quem definiu que o corpo da mulher pertence ao olhar dos outros e não a ela mesma?
A resposta está enraizada na cultura patriarcal, que por séculos ditou regras sobre como a mulher deve se vestir, se comportar e até sentir prazer. A pornografia industrializou esse conceito, transformando a mulher em um produto a ser consumido.
Mas mulheres não são objetos. São donas de seus corpos e de suas histórias.
Muitas culturas defendem a circuncisão masculina como um rito de passagem ou uma questão de higiene. Embora polêmica, essa prática não impede a função sexual do homem.
Já a mutilação genital feminina (MGF) é um ato de brutalidade. Realizada em meninas entre 5 e 15 anos, a MGF envolve a remoção parcial ou total dos órgãos genitais femininos, causando dor insuportável, infecções, problemas sexuais e traumas psicológicos irreversíveis. O objetivo? Controlar a sexualidade da mulher, negando-lhe prazer e autonomia sobre seu corpo.
Essa prática ainda acontece em países como Somália, Sudão, Egito e Etiópia. Segundo a ONU, mais de 200 milhões de meninas e mulheres foram submetidas à mutilação genital.
Enquanto isso, em algumas sociedades ocidentais, há debates sobre cirurgias estéticas invasivas em meninas, como a labioplastia, para que seus corpos se enquadrem em padrões estéticos impostos. A diferença entre tradição e imposição cultural é tênue – e o impacto, devastador.
Ser mulher é carregar histórias, dores, conquistas e uma força ancestral. É saber que, apesar dos obstáculos, há uma voz que resiste, que se impõe e que grita por liberdade.
Mas o que ser livre significa para cada mulher?
É poder escolher sua carreira sem ser desmerecida?
É decidir sobre seu próprio corpo sem ser julgada?
É andar na rua sem sentir medo?
É ter espaço na política, na ciência, no esporte, sem ser questionada?
Cada mulher carrega sua própria resposta. O mais importante é que nenhuma mulher se cale diante do que lhe fere.
Homens e mulheres têm um papel nessa mudança. Precisamos questionar padrões, apoiar movimentos femininos, educar meninos para respeitarem as mulheres, criar ambientes seguros e oferecer apoio àquelas que ainda vivem sob o peso da opressão.
E você?
Você se respeita?
Você se permite ser quem realmente é?
Você fortalece outras mulheres ou as julga?
A liberdade feminina não é apenas um direito – é um chamado para que todas as mulheres vivam sua essência plena, sem medo, sem correntes e sem silenciamentos.
Neste Dia Internacional da Mulher, celebremos a luta, mas também a reflexão. Porque um mundo verdadeiramente livre só existirá quando todas as mulheres forem livres.