José Ngola Carlos: ‘Cooperar é melhor que competir’
Kamuenho NgululiaImagem criada por IA do Bing, em em 4 de dezembro de 2025, às 16:09 PM*
A vida em comunidade é uma que se faz melhor cooperando e não competindo. Cooperar é um ato coletivo com aspirações ao ganho comum ou de todos. Competir, por seu turno, é um ato igualmente coletivo, porém, com aspirações ao ganho individual ou particular.
O ego individual enfuna-se, muito mais facilmente, com a competição do que com a cooperação. Por ego individual quer-se dizer, a falsa noção de ‘eu’ que se separa de outros e do mundo, percebendo-se melhor, com a excessiva autoestima, ou pior, com a baixa autoestima.
O sentido de identidade, isolada do todo existencial, não acontece apenas aos indivíduos. As sociedades ou comunidades humanas também enfermam-se com o cultivo do ego comunal ou social. Este ego, conforme se identifica pelo nome, diz respeito ao desejo das sociedades de apartarem-se de outras ou do mundo, percebendo-se melhores ou piores.
Tal como o ato cooperativo não apela fortemente ao ego individual, o mesmo acontece com o ego comunal. Na sua individualidade, tanto as pessoas singulares quanto as pessoas coletivas, não são entidades com vida sem fim ou perene. Elas nascem, desenvolvem-se e morrem. Pelo que, para os seres de inteligência, competir é um ato de violência desnecessário porque se percebe que, no final, tanto a/o vencedor/a, quanto a/o perdedor/a terão o mesmo destino.
Só na cooperação é que os indivíduos e as sociedades se desenvolvem plena e harmoniosamente. A competição desenfreada e irresponsável, por seu turno, enferma os indivíduos, satisfaz mais ao ego do que ao desenvolvimento pessoal, social e planetário e causa pesares desnecessários.
A existência, a todos nós pode prover. Talvez conviesse competir em um mundo onde os recursos fossem escassos, mas a nossa realidade é diferente. No mundo em que vivemos, os recursos se escasseiam com a falta de produção ou com a pouca produção, pelo que, e neste sentido, cooperar, ao invés de competir, é a melhor estratégia de sobrevivência.
José Ngola Carlos, Msc
Malanje, 4 de dezembro de 2025
Como citar este artigo:
Carlos, J. N. (2025:11). Cooperar é Melhor que Competir! Brasil: Jornal Cultural ROL.
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Ella DominiciImagem criada por IA do Bing (https://sl.bing.net/cA5FAA4aR6i) , em 04 de dezembro de 2025, às 15:38.
pergunta-me onde me achava morrendo como um navio incendiado em alto mar deixando tombar o ouro que se fundia em pleno amar lava incandescente derretendo aos poucos a formar arte deslumbrante
sem ar no pulmão das águas frias pergunta-me as palavras que te dissera foram de audácia as correntes que te prenderam algema líquida que te segurou bem firme deixara-te deslizar como peixe escorrega das mãos redimes, lembra-te e salta em águas conhecidas reconhece teu habitat
peixe que passa por minhas pedras limosas de cheiro do mar marulho te cante aos ouvidos salgado salino ao teu paladar brinda e não esqueças do molhado na borda da taça folga-te das bolhas que se formam na boca que beijas palavras poéticas feitas de um nada se agitam e dizem o tudo de uma só vez
brigas comigo que o tudo é teu é meu é demais e de mais ninguém nademos sem rumo de mãos enamoradas se me afundas te sossego, se te afundo nadas de braçadas e boias de prazer comigo
olha-me molha-me debaixo d’água meu corpo se dilui e a visão é ilusão o movimento é nosso no insustentável até que morras até que acordes de tuas águas que me quiseram e me amaram pergunta-me onde me achava morrendo como um navio incendiado em alto mar, à deriva
‘Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias: Origem, Trajetória, Atuação Pública e Legado da Imperatriz do Brasil’
Dom Alexandre Rurikovich CarvalhoRetrato colorizado da Imperatriz Teresa Cristina, mostrando-a em pose frontal, com expressão serena, vestida em traje verde escuro com detalhes em renda. O penteado trançado e os brincos discretos reforçam sua aparência elegante e digna. Imagem criada por IA do ChatGPT.
Resumo
Este artigo examina a trajetória de Teresa Cristina Maria de Bourbon-Duas Sicílias (1822–1889), imperatriz consorte do Brasil, enfatizando suas origens europeias, o casamento dinástico com D. Pedro II e sua atuação durante o Segundo Reinado. Analisa-se sua relevância política indireta e seu impacto cultural e social, evidenciados no título simbólico de “Mãe dos Brasileiros”, construído por meio de práticas de beneficência, religiosidade e proximidade afetiva com a população. O estudo também aborda as condições de sua vida no exílio após a queda da monarquia e destaca a fundação da cidade de Teresópolis, no Rio de Janeiro, como homenagem permanente à soberana, incluindo a denominação do Palácio Teresa Cristina, sede do Poder Executivo municipal. À luz da historiografia recente, argumenta-se que Teresa Cristina exerceu papel fundamental na legitimação simbólica da monarquia brasileira e na formação da memória imperial.
Palavras-chave: Imperatriz Teresa Cristina; Segundo Reinado; Monarquia Brasileira; Dom Pedro II; Mãe dos Brasileiros; Exílio da Família Imperial; Teresópolis; Palácio Teresa Cristina; História do Brasil Império; Cultura e Beneficência no Século XIX.
1. Introdução
A figura de Teresa Cristina Maria de Bourbon-Duas Sicílias tem sido objeto de crescente atenção historiográfica nas últimas décadas. Embora a narrativa tradicional a descreva como uma personagem discreta e relegada ao ambiente doméstico, estudos recentes revelam a amplitude de sua atuação, especialmente na promoção da cultura, na filantropia e na construção da imagem simbólica da monarquia brasileira. Este artigo pretende ampliar a compreensão de sua vida e relevância histórica, contextualizando sua presença no cenário sociopolítico do século XIX. Teresa Cristina nasceu em Nápoles em 14 de março de 1822, filha do rei Francisco I e da rainha Maria Isabel da Espanha. Sua infância transcorreu na corte das Duas Sicílias, ambiente marcado por forte influência artística, musical e científica. Estudos mostram que ela recebeu uma educação ampla, com domínio de línguas, formação religiosa sólida e grande interesse por arqueologia e história antiga. A corte napolitana, especialmente sob o reinado dos Bourbons, cultivava intensa efervescência cultural devido às proximidades com Pompeia e Herculano, centros arqueológicos redescobertos no século XVIII. Teresa Cristina não apenas acompanhou essas descobertas, mas também desenvolveu forte apreço por elas, algo que mais tarde influenciaria seu apoio ao Museu Nacional no Brasil.
2. Casamento com D. Pedro II e a Chegada ao Brasil – Contexto, Expectativas e Adaptação
2.1 Motivações diplomáticas e o casamento por procuração
O casamento de Teresa Cristina com D. Pedro II foi precedido de intensas negociações diplomáticas: como princesa do reino das Duas Sicílias, sua união ao imperador brasileiro refletia o tradicional interesse da monarquia luso-brasileira em fortalecer laços com as casas Bourbon europeias.
A cerimônia formal aconteceu por procuração em 30 de maio de 1843, em Nápoles — D. Pedro II foi representado por seu cunhado, o príncipe conde de Siracusa.
A noiva partiu acompanhada por uma comitiva e uma pequena frota — a viagem foi organizada de modo a garantir equilíbrio entre cerimônia, segurança e logística.
2.2 A chegada ao Brasil e o primeiro encontro público
Teresa Cristina chegou ao Rio de Janeiro em 3 de setembro de 1843.
A cerimônia de casamento pública – o casamento de Estado, ocorreu em 4 de setembro, na Capela Real do Paço.
Fontes históricas apontam que, ao contrário do retrato idealizado que D. Pedro II recebera para “avaliar” sua futura esposa, o encontro real gerou surpresa: o imperador teria ficado insatisfeito com a aparência “simples” da noiva.
Apesar desse clima inicial – que poderia se traduzir em desconfiança ou descontentamento – as cartas contemporâneas e relatos da corte indicam que o desfecho foi mais humano: o casal demonstrou nervosismo, especialmente Teresa Cristina, e, no momento do abraço de boas-vindas, ambos estavam visivelmente emocionados. O militar napolitano que acompanhou a viagem relata que D. Pedro II “bateu no peito da noiva” e a saudou com um abraço, gesto que sugere ansiedade, mas também aceitação.
2.3 A adaptação à nova realidade e o papel de imperatriz consorte
Após o desembarque, Teresa Cristina passou a residir no Paço de São Cristóvão – então residência oficial da corte – e, posteriormente, em residências de veraneio como a antiga residência imperial em Petrópolis.
A imperatriz não apenas representava a corte em eventos oficiais e cerimoniais, mas gradualmente se integrava à vida social do Brasil, participando de festas, cerimônias religiosas, recepções diplomáticas e atos de caridade.
O casamento produziu quatro filhos: dois meninos – D. Afonso e D. Pedro Afonso, que morreram na infância; duas meninas: D. Isabel e D. Leopoldina, que chegaram à idade adulta. A morte dos herdeiros homens gerou, na corte, incertezas acerca da linha de sucessão, o que intensificou o papel simbólico da imperatriz como mãe da futura geração imperial.
Com o tempo, Teresa Cristina, mesmo com sua aparência discreta e estilo reservado, conquistou o respeito da corte e, sobretudo, dos cidadãos que a conheciam, não por ostentação, mas pela educação, retidão, serenidade e comportamento pautado pela religiosidade e modéstia.
Em resumo: o casamento de 1843 marcou o início de uma travessia dramática – da corte napolitana para os trópicos – e exigiu de Teresa Cristina adaptação rápida a nova realidade política, social e cultural. A despeito de incertezas iniciais, ela assumiu seu papel com dignidade, respeito e senso de missão.
3. Papel Político, Social e Cultural no Segundo Reinado – Mecenato, Filantropia e Identidade Imperial
Embora não exercesse poder de governo direto – o que era tipicamente reservado ao imperador – Teresa Cristina traduziu sua posição em influência simbólica, cultural e humanitária, que reverberou por décadas no Brasil imperial.
3.1 Mecenato cultural e científico: a “imperatriz arqueóloga”
Por formação e tradição familiar, Teresa Cristina tinha fascínio pelas artes clássicas, arqueologia e cultura mediterrânea – ela havia crescido em Nápoles, berço de escavações monumentais como as de Pompéia e Herculano.
Logo que chegou ao Brasil, trouxe consigo uma coleção de artefatos clássicos – peças de bronze, terracota, vidro e afrescos – relacionados à civilização greco-romana. Esse conjunto formava a base do que seria conhecida como “Coleção Teresa Cristina”.
Com o tempo, a imperatriz continuou a incentivar trocas científicas e culturais entre a Europa e o Brasil. Por correspondência com seu irmão (na Itália) e outras autoridades, organizava remessas de artefatos clássicos, manuscritos, livros e curiosidades culturais.
A Coleção Teresa Cristina foi incorporada ao acervo do Museu Nacional (Rio de Janeiro), tornando-se uma das mais importantes coleções de arqueologia clássica da América Latina, com cerca de 700 peças datadas entre o século VII a.C. e o século III d.C.
Além disso, o mecenato da imperatriz ajudou a consolidar o gosto pelas artes clássicas, pela erudição e pelo estudo histórico-cultural no Brasil do século XIX — contribuindo para a difusão de uma identidade cultural imperial alinhada a padrões europeus clássicos.
3.2 Filantropia, sensibilidade social e caridade imperial
Teresa Cristina era conhecida por sua generosidade e dedicação a causas sociais: participava de iniciativas beneficentes, visitava hospitais, orfanatos e instituições de assistência, atuando como ponto de ligação entre a monarquia e as populações vulneráveis.
Sua atuação em caridade e assistência não se limitava a gestos simbólicos: ela se envolvia pessoalmente, participando de cerimônias religiosas, oferecendo apoio financeiro e visibilidade à causa social – fato que reforçou sua imagem pública de “mãe adotiva” do povo brasileiro.
Esse papel de mediadora social e moral ajudou a suavizar as tensões da sociedade do Segundo Reinado: em um Brasil marcado por desigualdades, resistência à escravidão, tensões regionais e contrastes sociais, a imperatriz representava – para muitos – um ideal de benevolência, caridade e estabilidade moral.
3.3 Construção simbólica da monarquia: legitimação através da cultura e da moralidade
A presença de Teresa Cristina ao lado do imperador, em cerimônias, cultos religiosos, festas da corte, viagens pelo país e recepções diplomáticas ajudava a consolidar uma imagem de estabilidade, ordem e “civilização”, valores caros à monarquia constitucional do Brasil.
Seu perfil reservado, educado, culto e discreto contrastava com a noção de monarcas absolutistas ou carismáticos; ao invés disso, representava uma aristocracia iluminista, erudita, associada à cultura, à ciência e à caridade – uma monarquia moderna, refinada e comprometida com o progresso civilizatório.
Ao trazer o legado cultural italiano – desde artefatos clássicos até apoio à imigração italiana e ao incentivo à cultura operística e teatral – Teresa Cristina tornou-se um canal de intercâmbio cultural Europa-Brasil, enriquecendo o panorama cultural do país e contribuindo para a construção de uma identidade nacional mais cosmopolita e refinada.
4. Intersecções entre Papel Privado e Público: Limites, Potencialidades e Importância Histórica
Uma análise mais detalhada evidencia como Teresa Cristina operou na intersecção entre o privado e o público – um espaço muitas vezes subestimado pela historiografia tradicional, que privilegia o papel dos homens no poder formal. No entanto:
Sua atuação como consorte imperial permitiu-lhe exercer influência indireta, mas real, por meio da cultura, da filantropia e da construção de símbolos – apoios culturais e científicos, auxílio social, presença em atos oficiais.
Esses mecanismos eram particularmente relevantes num contexto em que o poder executivo estava concentrado no imperador, e os consortes tradicionais tinham pouca voz formal. Teresa Cristina, ao transformar sua posição de “consorte” em “ponto de referência moral, cultural e social”, ampliou as fronteiras do que poderia ser o papel feminino numa monarquia constitucional.
Do ponto de vista historiográfico, sua trajetória contribui para repensar o papel das mulheres na formação da nação brasileira – não apenas como esposas e mães, mas como mediadoras culturais, mecenas, agentes de inserção social e ponte entre culturas.
5. A Mãe dos Brasileiros: Construção Histórica de um Título Simbólico
O epíteto “Mãe dos Brasileiros”, associado à Imperatriz Teresa Cristina, não foi fruto de um gesto isolado, mas resultado de um conjunto de práticas, percepções sociais e representações políticas consolidadas ao longo de seu papel público durante o Segundo Reinado. Ao contrário de outras figuras femininas da realeza que assumiram posturas ostensivamente políticas ou de protagonismo público, Teresa Cristina construiu sua legitimidade por meio da discrição, proximidade afetiva e atuação humanitária, qualidades que, somadas, permitiram que sua imagem transcendesse a esfera palaciana para tornar-se um símbolo da monarquia perante a população.
5.1. O papel da beneficência na cultura monárquica
No século XIX, era comum que monarquias europeias utilizassem ações beneficentes como mecanismo de legitimação simbólica. No Brasil, Teresa Cristina incorporou esse modelo de forma constante: visitava hospitais, orfanatos, casas de caridade, apoiava instituições religiosas e financiava discretamente iniciativas de assistência às populações mais vulneráveis. Sua atuação durante epidemias de febre amarela, varíola e cólera, por exemplo, foi amplamente registrada pela imprensa da época, que ressaltava sua presença física nos locais atingidos e seu envolvimento direto com doentes e famílias afetadas.
Essa postura contrastava com a percepção comum de distanciamento entre o Estado e as camadas populares, o que fez com que Teresa Cristina funcionasse como uma espécie de ponte simbólica entre monarquia e sociedade civil. A designação “mãe” reforçava a imagem de cuidado, acolhimento e proteção, valores que se integravam ao ideal de monarquia paternalista do Império brasileiro
5.2. A construção afetiva pela imprensa e pela memória coletiva
A imprensa imperial desempenhou papel central na difusão dessa imagem. Jornais como O Jornal do Commercio, Correio Mercantil e Gazeta de Notícias frequentemente destacavam sua “bondade inata”, “ternura maternal” e “virtudes domésticas”. Esses elementos, associados a uma personalidade marcada pela simplicidadee religiosidade, levaram a que seu retrato público fosse moldado segundo o paradigma da “rainha-mãe”, figura cara ao imaginário monárquico ocidental.
Além disso, relatos de contemporâneos e correspondentes diplomáticos reforçavam sua postura afetuosa e sua dedicação a causas sociais. A própria Casa Imperial fazia uso moderado, mas estratégico, dessa imagem, contribuindo para que Teresa Cristina se tornasse símbolo de estabilidade moral e humanização da monarquia em um período de transformações políticas no Brasil oitocentista.
5.3. A dimensão política de um título afetivo
Embora Teresa Cristina não tenha exercido protagonismo político direto, sua imagem maternal possuía função política indireta. Durante crises institucionais – como a Guerra do Paraguai, tensões entre Igreja e Estado e desafios socioeconômicos – sua presença pública ajudava a suavizar percepções negativas e reforçava a ideia de que a monarquia imperial era uma instituição cuidadora e benevolente.
Assim, o título “Mãe dos Brasileiros” deve ser compreendido não apenas como expressão espontânea de afeto popular, mas como dispositivo de legitimação simbólica, articulado entre práticas culturais, estratégias institucionais e elementos afetivos compartilhados pela população do Império.
6. O Exílio e os Últimos Anos
Com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, a família imperial foi expulsa do Brasil. O impacto emocional em Teresa Cristina foi devastador. Conforme registram diversas fontes, a imperatriz demonstrou profunda tristeza ao deixar o país que considerava sua pátria adotiva.
Durante a viagem rumo à Europa, seu estado de saúde deteriorou-se rapidamente. Em 28 de dezembro de 1889, faleceu na cidade do Porto, Portugal, apenas 41 dias após a partida do Brasil. Sua morte simbolizou, para muitos contemporâneos, o sofrimento moral ocasionado pelo exílio.Em 1921, seus restos mortais foram trasladados para o Brasil, sendo colocados no Mausoléu Imperial da Catedral de Petrópolis, gesto que reforçou a memória pública de sua dedicação ao país.
7. Teresópolis: Uma Cidade em Homenagem à Imperatriz Teresa Cristina
A fundação da cidade de Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro, constitui um dos mais significativos testemunhos da presença simbólica da Imperatriz Teresa Cristina na geografia e na memória cultural brasileira. O nome – que significa literalmente “Cidade de Teresa” – foi atribuído em homenagem direta à soberana, reconhecendo não apenas sua posição como consorte de Dom Pedro II, mas sobretudo suas virtudes pessoais, sua ligação com a natureza e seu apreço pelas regiões serranas do Império.
A região, que já era conhecida desde o século XVIII por viajantes e exploradores, desenvolveu-se no século XIX a partir da antiga Fazenda do Porto, propriedade que, sob iniciativa do coronel George March, deu origem à chamada “Vila de Teresa Cristina”. A consolidação do núcleo urbano e seu posterior reconhecimento oficial como município – processo que se intensificou a partir da década de 1890 – foram acompanhados de discursos que destacavam a benevolência, a simplicidade e a importância cultural da Imperatriz para o Brasil.
Entre as homenagens que reforçam esse legado destaca-se o fato de que a sede do Poder Executivo municipal recebe o nome dePalácio Teresa Cristina. O edifício, além de exercer funções administrativas, simboliza a permanência da memória histórica da Imperatriz na vida política contemporânea da cidade. A escolha do nome reafirma o papel de Teresa Cristina como figura maternal, benevolente e culturalmente significativa para o Brasil, dialogando com a tradição local de valorização de seu legado.
Teresópolis, situada na Serra dos Órgãos, não apenas homenageia a figura da Imperatriz, mas também reflete o imaginário romântico associado à natureza no século XIX e a sensibilidade cultural de Teresa Cristina, conhecida por seu apreço pelas ciências naturais, pela arqueologia e pela preservação do patrimônio cultural. Assim, a cidade tornou-se parte do legado simbólico deixado pela soberana, perpetuando sua memória na toponímia nacional e no patrimônio identitário do estado do Rio de Janeiro.
8. Considerações Finais
Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias foi uma personalidade central no processo de consolidação simbólica e cultural da monarquia brasileira. Embora não exercesse poder político direto, sua atuação nas áreas social, cultural e assistencial teve grande impacto no Segundo Reinado. Seu legado permanece associado à beneficência, ao cultivo das artes e à formação de uma memória afetiva em relação à figura imperial.
O título de “Mãe dos Brasileiros”, ainda hoje lembrado, reflete a dimensão humana de sua atuação e evidencia a importância de seu papel na construção do imaginário social do Império. Sua trajetória – da corte napolitana ao exílio – constitui um capítulo fundamental da história do Brasil oitocentista.
Referências Bibliográficas
Fontes sobre Teresa Cristina, a família imperial e o Segundo Reinado:
ALENCASTRO, Luiz Felipe de. Império: A Guerra dos Trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
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CARVALHO, José Murilo de. D. Pedro II: Ser ou Não Ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
CARVALHO, José Murilo de. A Construção da Ordem: A Elite Política Imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
LYRA, Heitor. História de Dom Pedro II: O Segundo Reinado. 3 vols. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1994.
PENNA, Lincoln de Abreu. O Segundo Reinado. 12. ed. São Paulo: Ática, 2006.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
Sobre Teresa Cristina especificamente:
BARMAN, Roderick. Citizen Emperor: Pedro II and the Making of Brazil, 1825–1891. Stanford: Stanford University Press, 1999.
CAMARGO, Célia. Teresa Cristina: A Imperatriz Arqueóloga. Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ, 2002.CHRISTO, Maraliz de Castro Vieira. A Imperatriz Teresa Cristina e a Construção de sua Imagem Pública. Revista do IHGB, Rio de Janeiro, v. 172, 2011.
Sobre a formação de Teresópolis:
MONTEIRO, José. História de Teresópolis: Da Fazenda do Porto ao Município. Teresópolis: Prefeitura Municipal, 2003.
IPHAN. Patrimônio Cultural de Teresópolis: Memória e Identidade. Rio de Janeiro: IPHAN, 2017
Outras obras gerais relevantes:
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Do Império à República. História Geral da Civilização Brasileira, t. II. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
MATTOS, Ilmar Rohloff de. O Tempo Saquarema. São Paulo: Hucitec, 2004.
A estrada é longa e demanda esforços. Subidas íngremes e escorregadias. O equilíbrio se faz necessário. Encontramos desertos de sentimentos, mas também jardins de graciosa beleza, assim como acolhimento.
Os talos espinhosos de algumas flores nos ferem. Outras nos ajudam a embelezar o caminho e a perfumá-lo. As tempestades são inevitáveis, mas logo após, vem o sol, radiante e terno a nos alegrar.
A sede de justiça nos queima as entranhas, mas a saciamos em fontes cristalinas de amor. Algumas vezes nos deparamos com areia movediça que ameaça nos tragar. Buscamos algo em que nos agarrar. O desespero toma conta de nós. Muitos afundam. Outros, mais determinados, sobrevivem.
Precisamos focar na chegada, mas não podemos descuidar do caminho. O objetivo ainda está longe. A cada passo dado, mais próximos estaremos. De tempos em tempos, precisamos algumas vezes repensar o trajeto. Refeitas as forças, novos planos elaborados, seguimos confiantes!
Não cometeremos os mesmos erros. Evitaremos os desvios que escondem perigos. Em muitos trechos do caminho, seguiremos sozinhos. Em outros, companheiros de caminhada se juntarão a nós. Estejamos atentos para não nos desviarmos do caminho. Sigamos com a bússola da luz e do amor.
‘Dezembro: o mês do alinhamento e da preparação interior’
Joelson MoraImagem criada por IA da Meta
Todos os anos, quando dezembro chega, há um movimento quase invisível, porém profundamente perceptível, que toca nossos sentidos mais sutis. É como se a natureza, o tempo e o espírito humano entrassem em acordo silencioso para nos convidar à reflexão. Dezembro não é apenas o encerramento de um ciclo; é um chamado para reorganizar a energia, alinhar intenções e preparar o coração para o que está por vir.
No ritmo acelerado em que vivemos, é comum confundirmos desejo com propósito. Mas, na dimensão espiritual, existe uma diferença essencial: as portas que Deus abre não respondem apenas ao querer, respondem ao alinhamento. A vibração que emitimos, a maturidade com que caminhamos e a disposição interna para sustentar aquilo que pedimos determinam muito mais do que imaginamos.
Em saúde integral, entendemos que o corpo, a mente, as emoções e o espírito não funcionam de forma isolada. Eles se influenciam, se completam e se potencializam mutuamente. E o mesmo ocorre com os propósitos da alma: não basta desejar um novo ciclo, é preciso estar preparado para ele. Preparado emocionalmente, espiritualmente e energeticamente.
Dezembro, portanto, não é um mês qualquer; é uma estação de sintonia.
Um tempo para reavaliar o que carregamos, o que deixamos, o que nos move e o que nos trava.
Um momento para ajustar o foco, fortalecer a fé, elevar a vibração e liberar espaços internos, porque nenhum propósito encontra morada em nós quando estamos cheios demais do que não nos serve mais.
O que Deus tem para cada pessoa é maior do que qualquer expectativa humana, mas cada promessa exige preparo. Exige consciência. Exige expansão interna. É por isso que dezembro chega como um convite ao recolhimento ativo: não de parar, mas de perceber; não de retroceder, mas de alinhar; não de acelerar, mas de direcionar.
Que este mês nos encontre mais maduros, mais sensíveis ao movimento divino e mais dispostos a viver o que realmente nasceu para ser nosso.
Que dezembro nos ensine que as maiores bênçãos não chegam quando queremos, mas quando estamos prontos.
E que o novo ciclo que se aproxima encontre em nós terra fértil, energia elevada e propósito claro.
Dezembro é alinhamento.
Dezembro é preparação.
Dezembro é o prenúncio do que Deus já colocou em movimento.
No dia 01/12/2025, o segundo pavimento da Rodoviária foi palco do lançamento do e-book Entre Cores e Letras: A Pedagogia da Expressão, organizado pelo professor e escritor Fabrício Souza Santos
Lançamento do e-book ‘Entre Cores e Letras: A Pedagogia da Expressão’ em Manhuaçu
No dia 01/12/2025, o segundo pavimento da Rodoviária foi palco do lançamento do e-book Entre Cores e Letras: A Pedagogia da Expressão, organizado pelo professor e escritor Fabrício Souza Santos.
🎶 A abertura ficou por conta dos talentosos Meninos Cantores da AABB Comunidade, emocionando o público com música e sensibilidade. 📚 A celebração reuniu acadêmicos homenageados, artistas plásticos e membros da ACLA/MG – Academia de Ciências, Letras e Artes de Minas Gerais, que também comemorou seus 16 anos de fundação.
👩🎨 Entre os presentes, destacaram-se os casais Rita e Elson Santos, Grazielle e Ivan Sabino, Fábio Santos e Marilza Teixeira, reforçando o espírito de união entre arte e educação. 🌍 A noite também celebrou os 20 anos de trajetória artística internacional de Fabrício Santos, que já levou seu projeto pedagógico a 11 países.
De Sorocaba a Roma: Priscila Mancussi integra o prestigioso N.A.I.S.L.A em 2026
Card da N.A.I.S.L.A, apresentando a neoacadêmica Priscila Mancussi
A escritora, poeta, professora e consultora literária Priscila Mancussi foi oficialmente nomeada Neoacadêmica da N.A.I.S.L.A – Núcleo Acadêmico Italiano de Ciências, Letras e Artes, instituição internacional dedicada à promoção das letras, das ciências e das artes por meio de intercâmbio cultural entre Brasil e Itália. Sua posse ocorrerá em janeiro de 2026, na cidade de Roma.
A N.A.I.S.L.A reúne escritores, pesquisadores e artistas com atuação destacada em suas áreas, promovendo a circulação de produções literárias e artísticas em âmbito internacional. A nomeação de Priscila reforça sua trajetória dedicada à educação, à poesia contemporânea, à literatura infantil e à formação de escritores iniciantes.
Com sua entrada na instituição, Priscila passa a integrar um corpo acadêmico internacional composto por autores e intelectuais que contribuem ativamente para o fortalecimento das artes e das letras. A afiliação amplia as possibilidades de participação em antologias bilíngues, produções culturais, eventos institucionais e colaborações com o cenário literário italiano, fortalecendo sua presença no meio artístico.
A conquista representa um marco relevante em sua carreira, legitimando sua atuação literária e ampliando seu alcance para além das fronteiras brasileiras. Priscila Mancussi reafirma-se como uma voz significativa da literatura contemporânea, levando sua obra e seu trabalho educacional para novos horizontes.
MINIBIOGRAFIA
Natural de Cubatão/SP, reside atualmente em Sorocaba/SP, casada, professora e poeta. Participou de Antologias e Concursos literários, recebendo prêmios importantes. Foi responsável pela criação e orientação do Projeto “Jovens Escritores” na rede pública de ensino do estado de São Paulo, na cidade de Sorocaba.
É vice-presidente do Movimento Cultivista Café com Poemas, membro da AIL –Academia Independente de Letras.
Publicou “Súbito – a vida entre versos” (2020), “A festa do Pererê” (2023) e “A pequena Paloma e seus amigos” (2024).
Promoveu o Prêmio Destaque Literário 2024 e o Prêmio Cultivista Sorocaba – Vozes que inspiram (2025).
Em 2026, será nomeada Neoacadêmica da N.A.I.S.L.A – Núcleo Acadêmico Italiano de Ciências, Letras e Artes. Atua como divulgadora e consultora literária.
TRABALHOS PUBLICADOS
• 2020 – “Súbito – a vida entre versos”, Editora NS Publicações.
• 2021 – “A festa do Pererê”, Editora NS Publicações.
• 2022 – “A pequena Paloma e seus amigos”, Editora Caravanas.
Além de inúmeras publicações em concursos e antologias por todo o Brasil.
PRÊMIOS E REALIZAÇÕES
• Votos de Congratulações por participação no Sarau Brasil 2014, pela orientação dos Jovens Escritores (2018) e pelo Dia do Poeta.