Nossos passarinhos

Evani Rocha: Crônica ‘Nossos passarinhos’

Evani Rocha
Evani Rocha
Nossos passarinhos
Microsoft Bing – Imagem criada pelo Designer

Os filhos são como passarinhos. Construímos o ninho para recebê-los, com todo carinho. E eles chegam pequenos, frágeis e dependentes. São como uma joia rara que caiu no nosso mundo! Aplaudimos a cada conquista deles, festejamos o nascer de cada ‘peninha’, os primeiros dentinhos, os passinhos, as primeiras palavras. Nos encantamos profundamente com sua energia e sua capacidade também de nos esgotar.

Há momentos difíceis que precisamos de ajuda. Mas há momentos lindamente gratificantes. E eles vão crescendo ocupando espaço em casa: O seu quarto, seu lugar à mesa…a casa fica cheia, barulhenta e iluminada. Os finais de semana são sempre alegres. Os passeios de férias, as brincadeiras na rua, a vida estudantil. Precisamos ensinar nossos passarinhos a sobreviver a sós. Esse é o início de uma angústia. Falar dos perigos do mundo, ensinar valores e responsabilidade em tenra idade. Mas já estão crescidinhos e querem voar. Precisamos treiná-los antes!

A adolescência é confusa para eles. Um turbilhão de emoções que ainda não conseguem entender. E para nós também é difícil lidar com seus conflitos, pois é uma fase que geralmente eles se fecham. É preciso achar a chave certa para o diálogo. Nossos passarinhos pensam que sabem tudo, porém, ainda não conhecem os ‘gaviões’. Estes são as armadilhas que eles vão precisar identificar ao longo de toda sua vida. Cabe a nós somente orienta-los. Estão adultos e querem explorar lá fora.

A casa é grande, e vai ficar maior ainda com sua partida. Aquela angústia no peito e insegurança tendem a crescer também…

Nossos passarinhos já adquiriram maturidade, talvez ainda insuficiente para nós. Mas eles precisam viver por conta. Sabíamos que esse dia chegaria, talvez não pensávamos que doía tanto vê-los se afastar do ninho…a cada dia dão um voo mais longe! Ficamos à porta a rezar por eles, porque para nós, pais, parece que eles sempre serão crianças. E a gente quer ‘arrumar o lanche da viagem’, como arrumávamos a lancheira no jardim de infância…queremos pôr o agasalho na mochila, a escova de dentes…

“Não precisa mãe! Eu já arrumei”. Talvez caia a ‘ficha’. Eles já sabem se virar. Assim eles vão saindo aos poucos do ninho, ou alguns vão de uma vez. E nós voltamos à solitude de nossa essência. Precisamos entender que é assim o ciclo da vida. Um dia, no passado, nós também fomos embora. Fizemos aquele voo rasante, entusiasmados, olhando o mundo de cima. Acreditando que sabíamos de tudo. E como aprendemos na vida, desde aquele voo.

Agora ficamos a pensar em nossos passarinhos. Sabemos que irão enfrentar tempestades e furacões, porém, irão sobreviver. E a cada dificuldade se tornarão mais fortes. Não podemos viver as suas vidas. Mas desejamos que a deles sejam sempre melhores que as nossas. Então, eles voaram. Ficamos a andar nos corredores, visitamos seus quartos…fazemos questão de mantê-los arrumados, para quando vierem nos visitar. Pode acreditar, eles virão bem menos do que gostaríamos. Paramos às vezes no quintal, como se ainda ouvíssemos a algazarra da correria na rua, brincando de ‘pega-pega’, ou em outro momento quase respondemos a um chamado de nossa mente, como se um deles solicitasse a nossa presença.

Ah! As fotos, já conhecemos os mínimos detalhes, pois não cansaremos de olhar. Agora há espaço demais, silêncio demais e saudade demais! O que nos resta é continuar torcendo pelo seu futuro. Que cresçam e vençam e construam suas famílias, suas carreiras profissionais. Passarinhos nascem para voar, conquistar os céus, serem livres e felizes. Não existe gaiola onde há amor.

Evani Rocha

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Recordações de um matuto amor

Amanda Quintão: Poema ‘Recordações de um matuto amor’
(Poema em mineirês)

Amanda Quintão
Amanda Quintão

Que sardade daquele tempim bão de dolescente.

Que nois inventava moda por aí,

Garrado na cacunda um do ôto,

Pulano que nem cabrito, felizes que nem pinto no lixo.

A gente proseava, cantava junto, contava causos e tu era memo enrabichado por mim.

Eu era moça lora, formosa, do lado do moço moreno, bunito que só veno.

Isturdia, rachei os bico ao lembrá das trapaiada que nois fazia.

Nois era igual carne e unha,

Era cada trem de doido!

Amor sem juízo, amor matuto,

Amor vivido na roça,

Ô lasqueira! Causdiquê que o tempo passô? 

Agora só lembrança sobrô,

daquele amor treteiro, manhoso.

Daquele matuto amor.

Amanda Quintão

Cordeiro de Minas , Caratinga, Minas Gerais.

( Poesia premiada, segunda colocação no concurso de poesia: Almanaque 2021: saberes e falares regionais da língua portuguesa.  Medalha de prata.)

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Os benefícios da leitura na adolescência

Carla Tossato

Além de contribuir para a preparação de provas e vestibulares, o hábito estimula a criatividade e diminui o stress.

Confira dicas para incentivar a leitura em casa

A adolescência, conhecida como fase de descobertas e transformações, pode ser um período ideal para o incentivo à leitura. O hábito de ler pode contribuir para a compreensão de textos, aumento da criatividade e na diminuição do stress e da ansiedade. Diante da pandemia do coronavírus (Covid-19), algumas ações podem contribuir para o aumento da leitura neste período.

Uma pesquisa da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, comprovou que a leitura provoca no cérebro humano sensações como se o leitor tivesse realmente vivido o momento do livro. “Nessa fase em que o adolescente está descobrindo o mundo e formando suas opiniões, as leituras vêm como uma ferramenta importante de conhecimento, de compreensão das suas perspectivas, dos seus desejos e dos projetos de vida”, reforça Carla Tossato, Coordenadora Educacional da Área de Projetos da Rede Marista de Educação Básica.

Criatividade e imaginação

Os diversos gêneros literários podem ser fonte de compreensão do lúdico, de aumento da criatividade e até uma maior capacidade de interpretação de texto. “Os alunos que deixam a leitura entrar na sua rotina desenvolvem percepções e acessam memórias, repertórios, histórias e personagens que contribuem para a escrita em vestibulares, concursos e principalmente na vida”, reforça Carla

Neste sentido, a escola cumpre um papel essencial e pode ser uma fonte de incentivo desses hábitos. O Marista Escola Social Ir, Rui que atende gratuitamente crianças e adolescentes em Ribeirão Preto (SP), os alunos sempre foram cercados de atividades literárias, e para manter a frequência do estímulo durante a pandemia, a instituição utiliza as ferramentas online e as redes sociais para divulgar livros gratuitamente. “Como muitos alunos não têm acesso a internet banda larga, muitas atividades são enviadas e revisadas via redes sociais. Utilizamos esse canal também para recomendar livros que estão disponíveis no formato gratuito, para que eles possam ler em casa”, revela Neuzita Soares, diretora da Escola.

 A especialista Carla Tossato dá dicas para incentivar o hábito da leitura em casa

1) Comece devagar

Para estimular o hábito da leitura com os adolescentes, os pais e responsáveis podem conversar aos poucos sobre o tema, criar laços de conexão, relembrar algum livro importante que leu na sua adolescência e juventude, sem imposição, e muito diálogo.

2) Não use a leitura como castigo

Não associar a leitura a uma imposição ou castigo é fundamental para o adolescente perceber e entender a necessidade de ser um bom leitor, de conhecer e desbravar novas histórias.

3) Recomende livros de personagens já conhecidos

Muitos personagens fazem parte do imaginário, já foram vistos em séries, filmes ou em alguma peça teatral na escola. Apostar em  livros com esses personagens pode gerar maior interesse nos adolescentes.

4) Mostre versões online

A geração conectada tem facilidade pela leitura em celulares, apps e aplicativos digitais, por isso, mostre links como o Domínio Público, com livros gratuitos que podem ser baixados pelos adolescentes.

5) Converse sobre os livros

O diálogo promove a interpretação e o entendimento da história. “Ao contar, o adolescente retoma os acontecimentos e fortalece ainda mais a imaginação e os vínculos com a história”, revela Carla.

Marista Escolas Sociais

https://maristaescolassociais.org.br/

 

   Nathalie Santini Maia(+55 41) 9 9139 8916
nathalie@pg1com.com