O Sol e a Lua. O dia e a noite. Dois amantes apaixonados que se procuram na agonia do desencontro. Jamais poderão realizar esse amor. Em certa época, durante um momento fugaz, Conseguem vislumbrar um ao outro. O Sol a se deitar E a Lua surgindo para a noite iluminar. Por esse breve espaço de tempo se admiram, Mas logo se perdem outra vez. Em momentos de profunda tristeza, A Lua esconde o seu brilho E deixa uma tênue tira de claridade aparente, Apenas para que o seu apaixonado saiba que ela está lá, Na esperança de vê-lo. Na medida em que essa esperança aumenta, Ela vai aos poucos se iluminando Até se tornar esplendorosa em sua forma plena. O Sol, em sua louca paixão, Ao menos de longe quer admirar a sua amada. Envia seus raios de amor Para que ela brilhe no palco celeste, Extasiando a humanidade com sua beleza prateada. Passam os dias e as noites assim, afastados, Mas ligados pelo magnetismo do amor cósmico. E o ciclo se reinicia. A Lua vai se deitar E o Sol vem surgindo para o dia clarear. Dois amantes, cada um com seu mister, Vivenciam um amor platônico, Fadados à dor da eterna separação.