O coração

José Antonio Torres: Poema ‘O coração’

José Antonio Torres
José Antonio Torres
Emissários do bem
Emissários do Bem
Imagem criada pela IA do Microsoft Copilot

Ah, coração…
Tu que és tão citado pelos enamorados
Quando vivenciam suas paixões…
Que sofres e te magoas com os desentendimentos e as incompreensões dos amantes…
Que te entristeces com a ingratidão e a injustiça cometidas por filhos, casais, amigos…
Que palpitas em ritmo tresloucado diante de intensa alegria…
Tu, coração, que és o símbolo do amor e da vida, ainda que muitas vezes maltratado e ferido, continuas a amar.
Independentemente do que recebes, transbordas em torrentes de amor.
Mesmo que recebas o mal, transformas esse mal em dádivas amorosas e as entregas, tanto aos que sofrem quanto aos que amam.
Certo dia ouvi algo que me fez pensar (perdoem, não lembro quem disse). Foi algo mais ou menos assim:
“O fígado retém impurezas…
Os rins retêm impurezas…
Os pulmões retêm impurezas…
Os intestinos são impregnados de impurezas…
A pele é bombardeada por impurezas.
Esses órgãos, assim como outros, adoecem e são vítimas do terrível câncer!
O coração não retém impurezas.
Você já ouviu falar de câncer no coração?”
Todo mal que chega até ele é transmutado em algo bom e passado adiante em forma de amor.
O coração não é um reservatório, um poço, mas sim, um canal.
Que possamos cuidar dos nossos sentimentos para irrigarmos o nosso coração com fluidos saudáveis e harmoniosos.
Que sejamos, verdadeiramente, emissários do amor.

José Antonio Torres

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Abuso da alma feminina

Ella Dominici: ‘Abuso da alma feminina’
Poema oferecido ao murmúrio em desespero feminino

Ella Dominici
Ella Dominici
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

trouxeste-me ao topo da árvore
subo tronco trepo galhos
da copa vejo engasgos dos frutos
os pássaros-fêmeas gorjeiam refluxo
da acidez que regurgita no gargalo
fez murchos os frutos, deu mofo
nos muitos colhidos avulsos

os restos são tufos de teia, redutos
das veias sulcadas de insultos
por brutos machos mascando fumo,
doses de Uísques,bières ou a capitular charutos
são muitos milhares, maridos, amantes, quaisquer
“Comme une vision , d’un déjà vu “

Ressurreição da alma feminina:
Àquelas que suportam abusos

mulher que se anula, a afronta lhe assombra
passarinho-fêmea-ferida-falta-lhe-força
sucumbe calada e lhe falha a forte fala

no choro, na arte, na escrita, demanda
socorro em perigo a aflita sanciona gemido
da alma adentrando o presságio de um fim

“Fim sim de um arquétipo feminino
Construído pela machista sociedade
Figurativização do papel de fragilidade.”

do topo da árvore desço
não posso te dar meu amor
senão no presentemente
onde te aconchego

mulher, os teus frutos são tenros de caldos
aprazíveis ao mundo que sempre te quis
não tenho a te dar senão meu poema

levante do chão onde restas tartufo
perfumado tartufo bianco

conheça o valor em tua conquista,
na autoestima não desistas
és diva és divina, terrena e fêmea
matriz amada, eterno chafariz
de muitas águas

Ella Dominici

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Sol e Lua

José Antonio Torres: Poema ‘Sol e Lua’

Jose Antonio Torres
José Antonio Torres
'Sol e Lua'
‘Sol e Lua’
Microsoft Bing – Imagem criada pelo Designer

O Sol e a Lua.
O dia e a noite.
Dois amantes apaixonados que se procuram na agonia do desencontro.
Jamais poderão realizar esse amor.
Em certa época, durante um momento fugaz,
Conseguem vislumbrar um ao outro.
O Sol a se deitar
E a Lua surgindo para a noite iluminar.
Por esse breve espaço de tempo se admiram,
Mas logo se perdem outra vez.
Em momentos de profunda tristeza,
A Lua esconde o seu brilho
E deixa uma tênue tira de claridade aparente,
Apenas para que o seu apaixonado saiba que ela está lá,
Na esperança de vê-lo.
Na medida em que essa esperança aumenta,
Ela vai aos poucos se iluminando
Até se tornar esplendorosa em sua forma plena.
O Sol, em sua louca paixão,
Ao menos de longe quer admirar a sua amada.
Envia seus raios de amor
Para que ela brilhe no palco celeste,
Extasiando a humanidade com sua beleza prateada.
Passam os dias e as noites assim, afastados,
Mas ligados pelo magnetismo do amor cósmico.
E o ciclo se reinicia.
A Lua vai se deitar
E o Sol vem surgindo para o dia clarear.
Dois amantes, cada um com seu mister,
Vivenciam um amor platônico,
Fadados à dor da eterna separação.

José Antonio Torres

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