Silêncio. É nele que o amor se reconhece. Não no grito, nem no toque, mas naquilo que pulsa quando o mundo cala. O silêncio é um corpo que respira entre dois corações — um sopro antigo, herdado da terra.
Sou mulher feita de luz e sombra, como a árvore que recorda o chão e ainda assim deseja o céu. A minha pele carrega memórias de séculos, areias de mulheres que dançaram sobre a mesma dor e esperança. Em mim, há o sangue das que não se ajoelharam e a ternura das que ensinaram o perdão com o olhar.
Tu me olhas, e em teus olhos reconheço a ancestralidade da noite. Há um continente inteiro entre nós — mas o amor atravessa oceanos invisíveis. Teu silêncio me fala em língua de tambores, onde cada batida é um nome, cada pausa, uma oração.
Amo-te não como quem possui, mas como quem devolve ao universo o que era dele. Teu corpo é território e templo, é tambor e travessia. Quando te toco, não busco a carne: procuro a lembrança da vida.
O amor é uma forma de resistência. Ser mulher negra é guardar dentro do peito a geografia inteira do tempo — é ser pátria e poema, vento e raiz, voz e eco.
E se o destino me reduzir em cinzas, como temeu Senghor, que minhas cinzas fertilizem o solo da ternura. Que minhas palavras cresçam como flores negras sobre o medo, e que cada pétala diga: “Eu amei, e por isso vivi”.
Resenha do livro ‘Frutificar Luz’, de Róbinson da Silva, pela Editora Haikai
Frutificar Liuz
RESENHA
Este livro é uma obra-prima que vai além da poesia, explorando a rica herança ancestral africana e seu legado no Brasil.
Com sensibilidade e profundidade, o autor nos convida a refletir sobre as histórias de luta, resistência e sobrevivência dos povos africanos e sua influência na formação da nossa identidade.
Também nos fala de amor e temas do cotidiano.
Livro lindo!!
Assista à resenha do canal @oqueli no Youtube
SINOPSE
Frutificar Luz, em suas 104 poesias, cristaliza, reafirma e, ao mesmo tempo, reescreve e renova a visão, preocupações e impressões do autor sobre o Mundo, esta nave colossal; sobre a História, cheia de entrelinhas, tendências e inverdades; e sobre a Vida, sublime, repleta de belezas e mistérios.
O livro aborda e rechaça as injustiças, as desigualdades, as maldades e destruições humanas.
Mas reafirma a Fé e a esperança na transformação da humanidade, como o caminho para tornar o mundo um lugar melhor para se viver e viajar para este desconhecido futuro.
SOBRE A OBRA
Naturalmente, “Frutificar Luz” revelou e iluminou ainda mais o dom e a vocação de poetizar o viver, o mundo, os sentimentos e as impressões do autor.
Despertando sua inspiração, o livro é também fruto de muito amor, suor e dedicação.
Róbinson olha o mundo com um olhar sublime e sonhador, onde a poesia burbulha em sua mente e coração trazendo ao mundo sua obra cheia de inspiração e emoção.
SOBRE O AUTOR
Róbinson da Silva é poeta e letrista.
Um sonhador desperto na luta por um mundo que (Re)Viva no respeito à Dignidade Humana.
Tem 64 anos, nasceu em 1960, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Foi criado em Belford Roxo, na Baixada Fluminense do estado do Rio de Janeiro.
Em 1998, foi adotado pelo estado de São Paulo. Viveu na capital e atualmente mora no interior, no Vale do Paraíba.
É economista, graduado, pós-graduado e mestre em Direito.
Trabalhou, por 25 anos, nos mercados financeiro e de capitais.
Resenha do livro ‘A força dos ipês: mais que uma reparação’, de Sônia Santé, pelo Grupo Editorial Caravana
A força dos Ipês…
RESENHA
Um livro com narrativas potentes e poderosas sobre amor, ancestralidade e resgate do passado.
Ambientado em uma fazenda do século XIX, Sônia nos brinda com uma história de amor, onde familia, sacrifícios e muita esperança permeiam esta narrativa cativante.
Histórias entrelaçadas pelo destino em uma paisagem incrível de Minas Gerais.
Este livro lindo foi habilitado para o Prêmio Carolina Maria de Jesus, um dos mais consagrados do país.
Leiam, vocês vão se emocionar!!
Assista à resenha do canal @oqueli no Youtube
SINOPSE
“Tormentos e torturas ficarão no passado. Aqui não será lugar de chicote e nem de submissos, e os troncos serão os dos ipês, que sustentam galhos e flores coloridas e delicadas”.
Força e Resistência representam os ipês, e é o que se espera de cada integrante da família Ponte.
Num passado recente, um ato impulsivo da jovem Aruna acarretou amarguras e incertezas para essa família.
Doug, um homem atormentado que desconhece as suas raízes, se deixou envolver pela jovem, e, ao reencontrá-la, vislumbra a sua vingança.
Amina, uma artesã das palavras, é contratada para escrever a história de Aruna e Doug.
Na tecitura de imprevisibilidade, do aleatório e do fortuito, esse enredo se entrelaça aos acontecimentos da sua própria vida.
Decisões os transformarão.
Revelações os conduzirão.
Mas para onde o (re)encontro os transportará?
SOBRE A OBRA
Em seu livro físico, “A força dos ipês: mais que uma reparação”, Sônia recorre às vozes dos antepassados de uma fazenda do século XIX, no interior de Minas Gerais e a resiliência dos ipês se entrelaçam em uma narrativa de amor, resistência e reparação, que conecta gerações e revela emoções profundas que moldam nossas identidades.
A ideia de escrever este romance surgiu do desejo de Sônia em se reconectar com suas raízes e seu primitivismo.
Sua inspiração veio de sua historicidade, dos sentimentos, do que viveu, e, acima de tudo, do desejo de fazer ressoar as vozes ancestrais.
Daí surge este romance regional contemporâneo que se passa numa fazenda do século XIX; que por sua vez, foi cenário de açoites, submissões e de reparações no passado.
As narrativas foram permeadas pelos valores, costumes e a oralidade mineira, associadas aos elementos figurativos da cultura africana e a natureza, representada pelos ipês.
SOBRE A AUTORA
Sônia Aparecida dos Santos Pereira é mineira, nascida em linda e histórica cidade de Mariana, primeira cidade de Minas Gerais. Vive atualmente em Belo Horizonte.
Sônia Santé
Formada em Pedagogia e doutora em Educação, após a aposentadoria mergulha de corpo e alma no universo literário e escreve romances, contos e poesias.
Sônia escreve de forma simples para que suas narrativas possam ser compreendidas por todos. Tem cinco romances publicadas como e-books na Amazon, alguns contos em duas antologias e poesias que divulga em suas redes sociais.
Adoro escrever, viajar, ficar com os meus familiares, tomar banho de cachoeira, ler, orar, saborear a comida mineira e experimentar outros sabores. Acredito no poder das palavras para empoderar as pessoas, em especial aquelas que vivem na invisibilidade. Busco pavimentar o meu percurso literário com encantamentos, sonhos e representações. Assim, escrevo para tocar a alma dos leitores: minhas palavras encantam e minhas histórias transformam.
O Festival Sesc Culturas Negras dedica-se à valorização, ao reconhecimento e à difusão da cultura negra. O Festival parte da potencialidade como força motriz, buscando realçar e evidenciar experiências e territórios de existência firmada na ancestralidade negra, no encruzilhamento de possibilidades, cujo tempo e espaço, passado, presente e futuro, se atravessam, dialogam e se contaminam.
O Festival compreende uma ampla programação alinhavando apresentações, vivências, experimentações, rodas de conversas, passeio, marcada pela diversidade de possibilidades de formatos e pela participação de artistas, grupos e coletivos, lideranças comunitárias, mestres e mestras tradicionais e pesquisadores e pesquisadoras da arte e da cultura negra.
O Sesc Sorocaba recebe duas atividades do Festival, confira:
Aula aberta de Dança Zulu, onde a artista e ativista sul-africana de origem Zulu, Nduduzo Siba, compartilha suas vivências, de quena África do Sul, a dança e o canto Zulu se aprendem na infância. Assim como a dança, o canto também é uma forma de expressão política, sempre presente nas manifestações contra a segregação racial do Apartheid. Os mais velhos contam que nessa época a língua zulu era proibida, então, a solução para mantê-la viva era cantar. A atividade acontece na quinta, dia 23, das 17h às 18h. Grátis, com classificação livre, para participar é só chegar.
Seguindo no mesmo dia, às 20h, Nduduzo Siba se apresenta em um show que celebra sua ancestralidade, convidando músicos africanos para acompanhar seu trabalho, como o percussionista togolês Edoh Amassize. Grátis, com classificação livre, para participar é só chegar.
Confira mais sobre essas e outras atividades da programação do Sesc Sorocaba em sescsp.org.br/sorocaba.
Espetáculo Quilombo MemORÍa no Teatro Arthur Azevedo
A peça conta o reencontro entre avó e neto, quando ele a tira do isolamento durante a Covid-19 e a leva para morar junto dele, com o intuito de resgatar as histórias e memórias da avó enquanto é tempo
Dramaturgia trata essencialmente de ancestralidade a partir de um pilar importante da cultura africana: a oralidade. Por milhares e milhares de anos, povos do continente africano têm transmitido saberes por meio da fala, já que grande parte dos povos são ágrafos.
Sabemos que QUILOMBO pode ter vários significados além de esconderijo, também pode ser agrupamento, aldeia, refúgio, recanto. ORI é um termo Yorubá que significa: a mente, a cabeça, a inteligência, a alma orgânica, a essência real do ser, uma intuição espiritual e destino. A memória se perde com o tempo? Pode ser resgatada? Pode ser relembrada?
Quilombo MemORÍa é escrito, dirigido e interpretado por atores negros, que se propoem a criar uma narrativa fantástica que resvala em fundamentos do movimemento afrofuturista. Vale ainda dizer que as principais funções criativas do projeto também são exercidas por artistas negros.
SINOPSE
No texto, João (André Santos) é um advogado que carrega em si as memórias de muitos momentos com a sua avó, Dona Glória (Miriam Limma), que sofre de Alzheimer e se encontra em risco durante a pandemia do COVID-19. Querendo resgatar sua avó e, com isso, resgatar suas tradições mais ancestrais, ele conduz um “sequestro” para que essas recordações e histórias não se percam.
Sobre Eduardo Silva – direção
Ator desde 1978, participou de filmes publicitários, seriados, minisséries, programas infantis, programas educativos, 10 novelas, curtas-metragens (02 prêmios como melhor ator) e 15 longas-metragens.
No teatro atuou em 12 espetáculos infantis, onde ganhou 15 prêmios como Ator Revelação, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Ator (Mambembe, APCA, APETESP, Governador do Estado e Qualidade Brasil), e 25 espetáculos adultos, nos quais ganhou 4 prêmios como Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Ator (Molière, SHELL, Mambembe e APCA).
É diretor do Grupo de Teatro GRIOT’S PULSANTES, com seu trabalho mais recente sendo a peça “Olhos Cor de Mel de James Dean” (Zeno Wilde).
Sobre André Santos – dramaturgo e ator
Formado pela Escola de Atores do Centro de Artes Cênicas do TUCA (PUC-SP / 2003), entre os trabalhos recentes destaca: “Quem Prospera, Sempre Alcança”, texto e direção de Leonardo Cortez (2019-2023); “Casa Estranha”, texto e direção de Leonardo Cortez (2021); “Quem Conta um Conto, Aumenta Um Sonho”, Contos de autores brasileiros, direção de Plinio Meirelles (2019-2020), “Muro”, Coletivo Favela em Cena, texto de William Gutierre e André Santos, direção de André Santos (2018)
Sobre Miriam Limma – atriz
Atriz, cantora e roteirista; também é graduada em Letras pela Universidade de São Paulo em Inglês e Português, sendo que durante a graduação, passou dois semestres em Montreal, Canadá onde estudou na Universidade Concórdia. Fez cursos e oficinas de Artes Cênicas, canto, dublagem, locução, roteiro e dramaturgia em diversas instituições, tais como Senac, SP Escola e Instituto Stanislavsky e Roteiraria.
Atuou nos musicais “Godspell”, “The Tempest”, “Oh, Brother! e “Ivan Lins em cena” e em peças de teatro, tais como “Te amo, Franco Roo!” e “Te amo, Arô! ̈ dirigidas por Fernando Neves, “Feio” (prêmio APCA) e “Política da Editora” direção de Cíntia Alves, “Otelo 2018”, dirigido por John Mowat, entre outros.
Este projeto foi contemplado pela 16ª Edição do Prêmio Zé Renato – Secretaria Municipal de Cultura
FICHA TÉCNICA
Direção – Eduardo Silva
Codireção – Ananza Macedo
Texto – André Santos
Elenco – André Santos e Miriam Limma
Cenografia – Flávio Serafin
Figurinos, acessórios e visagismo – Érica Ribeiro
Iluminação – Ricardo Bueno
Direção musical – Stela Nesrine
Trilha sonora e composições – Stela Nesrine
Coreografia – Betho Pacheco
Fotografia – João Caldas Filho
Projeto gráfico – Alexandre Ignácio Alves e Ronaldo Lemos (Estúdio Amarelo)
Direção de produção – Sonia Kavantan
Produção executiva – Tiago Barizon
Assistente de produção – Conrado Sardinha
Intérprete de Libras – Karen Nabeta
Realização – LS Gestão e Comunicação Cultural, Secretaria Municipal de Cultura e Prefeitura de São Paulo
SERVIÇO:
Temporada Teatro Arthur Azevedo – Sala Multiuso Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca
De 12 a 29/10
Apresentações com interpretação em libras: dias 15 e 27/10.
Quintas, sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 18h Ingressos gratuitos – Retirada uma hora antes do início do espetáculo na bilheteria Estacionamento no local (sujeito à lotação)