Ismaél Wandalika: Poema ‘Coragem do tempo’ (parte 1)
Como o tempo é ilusionista Voa além das estrelas ninja Mira vidas sopra forte ventania Vai longe apaga memória
Como o tempo é capaz De nos fazer lembrar o quanto a gente já foi capaz O tempo fala com sinais Envelhece até os animais Ninguém escapa dele e mais…
Nos faz viajar no tempo Lembrança traz de um momento que torna-se único Ele é mestre da ilusão cinturão preto Faz magia nos corpos muda pensamento.
Muda aspectos Dá luz pela coragem Tempo muda coisas nas ideias da cabeça Transforma lugares e templos.
Nos oferece um desconhecido ombro amigo Mostra a falsidade de alguns amigos nossos Tempo leva tudo Traz tudo do nada É estranho mata quem amamos Não o culpamos Só é tempo mudando a cada instante
Tempo nos faz errar e crescer também As memórias voltam No tempo, o amor vai O coração cai Abrimo-nos para um novo temporal Entregamo-nos ao prazer de sentir Abraços entrelaçados nos corpos Tempo. Deixa-nos sem tempo. Perdidos e achados no tempo.
Eu não tinha bonecas. Meus brinquedos preferidos eram sempre bichinhos de pelúcia. Tinha um cachorrinho pequinês igual ao verdadeiro que eu amarrava uma cordinha de varal e saía puxando. Do lado de minha cama era um verdadeiro zoológico. Eu tinha urso, coelho, girafa, elefante, macaco… bichinhos com os quais eu conversava e inventava brincadeiras.
Todos os meus amigos tinham um animalzinho de estimação. Uns tinham cachorro, outros tinham um gato, outros tinham peixinho, outros tartaruga e tinha um garoto na minha rua que tinha um lagarto! As pessoas achavam estranho, mas eu achava o máximo! Fiquei encantada quando ele certo dia levou o bicho verde na porta do colégio. Foi um alvoroço de alunos se aglomerando pra ver. Depois, vi uma menina na sala que tinha um rato branco. A maioria das meninas morriam de medo de ratos e eu, também tinha, mas a vontade de ter um ratinho branco era maior e minha mãe só de pensar apavorava-se com a ideia e também porque tinha nojo.
Resolvi pedir um cachorro para os meus pais. Minha mãe protestou e, resultado: não aceitaram!
Chorei litros e me senti a criança mais azarada do mundo. Eu não entendia porquê as outras crianças que eu conhecia tinham um bichinho, mas menos eu! Até os personagens das histórias em quadrinho que eu lia tinham um animalzinho de estimação: o Cebolinha tinha o cachorro Floquinho, a Magali tinha o gatinho Mingau, o Franjinha tinha o famoso Bidú, o Mickey tinha o Pluto e ( apesar de até hoje eu não entender como um rato tinha um cachorro de estimação ) o Charlie Brown tinha o Snoopy…
Resolvi então criar uma joaninha que capturei enquanto brincava no terreno ao lado de minha casa. Coloquei-a num pote com tampa transparente, fiz pequenos furos para que ela pudesse respirar, algumas folhas que trocava sempre que secavam e água numa tampinha de garrafa. Pronto, eu tinha o meu bichinho de estimação!
Às vezes dava a impressão de que o pequeno besouro estava se acostumando comigo, pois eu o soltava quase todos os dias dentro de casa e o inseto voava pela sala e voltava muitas vezes sozinho para dentro do pote. Eu achava incrível e amava aquele bichinho cor de abóbora com pintinhas pretas.
Porém, depois de mais ou menos um mês a joaninha morreu e fiquei bastante entristecida. Perguntava pra Deus se era justo a minha joaninha ter morrido e ficava buscando respostas imaginando se, de repente, lhe faltou o ar ou os furos na tampa não haviam sido suficientes, ou se ela não estava bebendo água. As folhinhas colocadas dentro do pote estavam sempre picotadas e isso era sinal de que ela se alimentava bem. Jamais passara na minha cabeça de criança que ela pudesse ter morrido simplesmente porquê acabara seu ciclo de inseto. Apenas me restava a tristeza e um jeito de desfazer do seu corpinho redondo e empalhado.
Antes de atirá-la no meio do mato do terreno de casa, olhei uma ou duas vezes na esperança de que, de repente, ela se move-se mas, era inútil. Sua pequena carcaça seca e as perninhas encolhidas pra dentro dava a impressão de que era somente uma simples casquinha. Lembro que foi um domingo bastante triste para mim, pois eu ainda não era uma pessoa resolvida nesse assunto de morte. Tinha pouco mais de dez anos de idade.
Passado um tempo capturei um vagalume e tentei fazer a mesma coisa que havia feito com a joaninha. Coloquei o inseto num pote com tampa transparente e fiz alguns furos. Mas não deu certo, um belo dia fui pra escola e esqueci o pote meio aberto debaixo da cama. Minha mãe foi arrumar meu quarto e levou o maior susto da vida dela! O inseto piscante voando descontrolado batendo nas paredes do quarto e ela não pensou duas vezes e jogou fora o pote, deixando a porta aberta para o bicho sair. Ao chegar em casa, ainda levei um grande sermão. Minha mãe questionando o tempo inteiro sobre aquela minha loucura de capturar insetos e perguntando quando aquilo iria acabar.
Andreia Caires
Conceição Maciel: 'Cuide bem dos animais'
Cuide bem dos animais
Segundo a ciência, o ser humano é um animal racional, pois nasceu com o privilégio que classificou como “inteligência”, ou seja, poder raciocinar, usar a inteligência a seu favor perante diferentes contextos. Diante de fato tão relevante e primordial para o desenvolvimento humano no âmbito de natureza social, histórico e cultural podendo favoravelmente ser usado em múltiplas ações voltadas para o bem social comum, é inevitável a comparação com os ditos “animais irracionais”.
Sendo assim, grosso modo vemos o inverso do ser humano dominar o mundo, aquele ser dito “inteligente” de privilegiada situação no universo, os seres “racionais” de rara inteligência e patente superior, hora comportam-se inversamente.
Parece que os papéis se inverteram, os animais, seres classificados como “irracionais”, que não possuem inteligência e agem apenas por instinto, que tem limitações e jamais se comparam à raça humana, habitam harmoniosamente entre os humanos, posto que alguns são classificados como “o melhor amigo do homem”, mas o homem estaria retribuindo de forma incisiva e à altura, a amizade de tais “amigos”?
O afeto não é privilégio apenas dos humanos, quando há troca de carinho, mesmo no mundo animal, o amor ao próximo prevalece e a harmonia predomina em qualquer ambiente. É crescente a solidão entre homens e mulheres, mesmo nesse mundo super populoso, mas com extrema tendência ao fracasso das relações que se tornam unilaterais com frequência nos dias de hoje, contudo, em determinado momento da vida é preciso que se tenha uma companhia; muitas pessoas optam por adotar animais de estimação transmitindo à eles, muitas vezes, um amor maternal, paternal, filial e até mesmo fraternal, que tanto precisamos, mas que nos é negado, gerando assim, uma nova formação familiar.
Entretanto, se não somos capazes de amar ao próximo e de dedicarmos atenção e cuidados aqueles que dizemos amar, não é aconselhável que se adote um animal, pois os mesmos tirados do seu habitat e manipulados pelo homem desde os primórdios, não merecem ser tratados com desafeto, desamor e crueldade. Sobre isso, virou crime qualquer tipo de violência e o abandono de animais, estes estão protegidos pela Lei 9.605/98 conhecida como “Lei dos Crimes Ambientais: Art.32 – Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.”
Temos um vínculo com Deus e o mundo ao nosso redor, temos o compromisso de respeitar todos (independente de quem ou do que sejam) que habitam os lugares por onde vivemos, para isso, não precisamos transferir sentimentos, pois o amor àqueles que nos rodeiam, é herança de Deus, mas é preciso sim, que tenhamos respeito e amor aos bichos, pois eles têm grande importância para os homens e são essenciais para a preservação da natureza, sendo assim, eles se constituem uma arma poderosa contra a solidão e a depressão características, infelizmente, do século XXI e que assolam os lares humanos; tais animais se tornam um elo para a superação das dificuldades e é nosso dever cuidar bem daqueles que nos dão motivos para sorrir.
Cuide bem dos animais.
*Esse texto está inserido Na Cartilha de Direito Animal lançada pelo Ministério Público do Pará no ano de 2020.
Conceição Maciel
con.maciel@hotmail.com
Um Ato de protesto em defesa da dignidade dos animais!
O Ato ocorreu, simultaneamente, em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo e cidades do interior do Estado, como Sorocaba e Itapetininga
Por que existem os animais? Os animais existem
para humanizarem os seres humanos!
(COSTA, Sergio diniz da. Pensamentos soltos na brisa das tardes.
Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2013, p. 29.)
O abandono dos animais em números
A Organização Mundial da Saúde estima que só no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados.
(Publicado por Agência de Notícias de Direitos Animais – ANDA. https://anda.jusbrasil.com.br/noticias/100681698/brasil-tem-30-milhoes-de-animais-abandonados>. Acesso em: 21 mai. 2019)
O tráfico de animais
Os animais são seres sencientes, isto é, demonstram os mesmos sentimentos e necessidades físicas e até mesmo espirituais dos seres humanos. Portanto, têm fome, sede; sentem alegria… e medo! Sentem dor! A dor física do abandono e dos maus tratos ocasionados por aqueles seres que, embora coroados pelo dom da razão, diante da ganância e do lucro fácil, tratam os irmãos planetários do reino animal como simples objetos de comercialização.
O tráfico de animais consiste no ato de retirar animais de seus habitats naturais e comercializá-los. Os principais destinos das espécies são os laboratórios e colecionadores. Esse tipo de tráfico é responsável pela terceira atividade clandestina que mais movimenta dinheiro, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e armas.
O Brasil possui uma enorme biodiversidade, apresentando uma grande variedade em sua fauna (peixes, aves, insetos, mamíferos, répteis, anfíbios, entre outros), fator bastante atrativo para laboratórios de pesquisas e colecionadores de animais.
Os colecionadores encomendam animais que são capturados e vendidos, os valores variam. Os critérios de preço utilizados dependem da quantidade de exemplares da espécie, ou seja, quanto mais raro for o animal, maior é o seu valor no mercado.
Conforme a ONG (Organização Não Governamental) Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, no Brasil anualmente cerca de 38 milhões de animais são retirados de seus habitats naturais, sendo aproximadamente 12 milhões de espécimes diferentes.
Após capturados, os animais são submetidos a várias práticas agressivas durante o transporte para os centros consumidores, o papagaio é sedado e escondido em tubos de PVC no fundo de uma mala, as cobras são presas em meias de nylon, entre outros métodos cruéis.
(…) muitos animais não sobrevivem durante o transporte, outros não se adaptam à “prisão” que o homem lhes impõe.
(Tráfico de animais no Brasil. Publicado por: Wagner de Cerqueira e Francisco em Geografia humana do Brasil. https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/trafico-animais-no-brasil.htm>. Acesso em: 21 mai. 2019
Os canis irregulares
Verdadeiros ‘Centros de Concentração’ de animais, os canis irregulares tê sido palco das torturas mais atrozes contra cães e gatos.
Recentemente, um canil com mais de 1.500 cachorros de raça foi interditado na cidade de Piedade (SP), no interior de São Paulo. A Polícia Militar Ambiental recebeu denúncias de que os bichos estavam sofrendo maus-tratos. Usado para a procriação, o canil vendia os animais de para uma grande rede de pet shops do país.
Cerca de 1.500 cães, entre eles das raças shih tzu, maltês e spitz, foram resgatados. No local, usado para a reprodução e comercialização, havia um espaço para a incineração dos animais que morriam e, possivelmente, dos que nasciam com problemas físicos, afirma a Polícia Ambiental.
Segundo a Secretaria da Segurança, o canil funcionava irregularmente, tinha instalações inadequadas, falta de higiene e de organização.
Em nota, a Prefeitura de Piedade informou que o local “não tem alvará de funcionamento, não recolhe impostos para o município e não tem inscrição municipal”. (http://www.96fmbauru.com.br/noticias/geral/2019/02/shih-tzu-malts-e-spitz-esto-entre-1500-animais-resgatados-de-canil-em-sp.html >. Acesso em: 21 mai. 2019
Um Ato público em defesa dos animais
Em Sorocaba, foi realizado ontem (20), no Parque Carlos Alberto de Souza, no Bairro Campolim, um Ato de protesto, pedindo o fim do comércio de animais.
A manifestação foi organizada pelo Grupo de apoio ao Melhor Amigo do Homem –Gamah, pela
ONG Anjos e Protetores e pelo Instituto Cahon.
O ato ocorreu, simultaneamente, em Itapetininga e nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.
Segundo a presidente do Gamah, a advogada Jussara Fernandes, o objetivo do protesto foi mostrar que a compra dos animais domésticos e silvestres formam um mercado cruel e, muitas vezes, clandestino.
Abaixo, momentos do protesto, sob a lente da fotógrafa Mirna Modolo
Vejo, na inocência do pequeno Pedro, uma Luz de Esperança na raça humana! (Sergio Diniz da Costa)
Colunista Carlos da Terra é também um adestrador de animais premiado
Um adestrador que desenvolveu o amor como meio de doma
O nosso colunista Carlos da Terra é jornalista e escritor e desenvolve também uma atividade que ele próprio considera polêmica, mas que admite ser inebriante: o trato com animais.
Conta conta que desde os seus primórdios de vida se impressionava-se com a beleza e eficiência da conduta dos animais da nossa fauna, especialmente do cavalo e do cão, que eram e ainda são os animais mais frequentemente encontrados no convívio humano.
A admiração que sentia por essas maravilhosas criaturas levou-o facilmente, sem nenhum esforço excepcional, a formular um método de controle e adestramento absolutamente indolor e aprazível ao animal, baseado no amor e não no castigo. Até os dias de hoje Carlos pratica o método e seu espanto não é menor do que no começo. A cada dia, a cada hora, Carlos da Terra reflete sobre a magnitude desse evento que ele considera, sem titubear, um acontecimento “puramente divino”.
O convívio com esses seres, fazendo as coisas maravilhosas que se vê no seu canal do YouTube, levou-o – como certamente levará o leitor também – a uma reflexão profunda sobre a vida e seu significado, o que desenvolveu nele uma religiosidade acentuada.
A religiosidade associada à criação e flora não o levou exclusivamente a essa religiosidade. Comunidades inteiras, como no caso da conhecida comunidade ‘Amish’, um grupo religioso cristão anabatista baseado nos Estados Unidos e Canadá. Ele também pratica esse tipo de exercício que pode ser comparado aos retiros espirituais tão conhecidos de todos nós.
“Se você quer saber se Deus existe, pergunte aos animais”; essa frase se encontra em um dos livros do escritor e colunista do Jornal Cultural ROL.
Para o leitor que quiser examinar alguns dos trabalhos do Carlos da Terra, basta visitar o canal do YouTube (abaixo), e escrever lá se concorda ou não com a posição dele.