EDITORIAL
UM PROJETO QUE JÁ DURA HÁ 23 ANOS
Prezados leitores e amigos em geral,
Eis-me aqui, meio constrangido diante da grande responsabilidade de escrever, ainda que rapidamente, sobre um projeto que hoje podemos considerar como vencedor, eis que ultrapassou barreiras difíceis ao longo de sua vida, mas nunca parou de atuar e atualmente tem um papel importante para a cultura regional.
Há 23 anos, exatamente no dia 22 de abril de 1994, o meu espirito jornalístico e minha veia inovadora se uniram e conceberam o jornal virtual ROL – REGIÃO ON LINE.
Àquela época, a internet ainda era muito pouco conhecida e poucos eram seus usuários, principalmente em Itapetininga, onde nasceu o jornal. Também não existia, como hoje, o interesse popular pelo noticiário. Os profissionais da área eram poucos e as oportunidades de trabalho raríssimas, o que fazia do jornalismo uma atividade restrita a poucos abnegados que, em sua maioria, não atuavam profissionalmente, mais ‘por amor à arte’ ou como bico de sobrevivência.
Um jornal virtual – pensei – poderia ajudar a aumentar o interesse pelas notícias em geral e, principalmente, pelas atividades culturais. E assim nasceu o ROL – Região On Line, com a pretensão clara de funcionar como um veículo virtual resumidor dos principais fatos nacionais e internacionais, dando entre elas destaque para as matérias culturais.
Para que tal fosse possível, entretanto, há que se registrar o papel importantíssimo e também altruístico do meu amigo João Bosco Ferrari, que – também corajosamente! – havia criado a Itapedigital, portal que até hoje hospeda, gratuitamente, o nosso jornal!
Confesso que tentei, mas não consegui, viabilizar economicamente um jornal com essas características, portanto,… lucrativo. Cheguei até em sonhar com uma quantidade de anunciantes que proporcionasse condições para manter uma Redação com profissionais do jornalismo atuando e com ramificações em todas as cidades da região. Mas foi um sonho mesmo: após alguns anos de publicação, o ROL continuou sendo editado, publicado e divulgado por mim mesmo…
Quando me mudei para Sorocaba minha vida ficou mais ocupada ainda e passei a ter dificuldades de continuar agindo como ‘faz-tudo’ no jornal. O que animava é que ele ia muito bem, com muitos acessos e importantes colaboradores, um deles meu saudoso e querido amigo Douglas Lara.
Lembro do Douglas com muito carinho. Ele foi grande colaborador do ROL, primeiramente como colunista, depois como fornecedor de notícias e finalmente como Editor. Certa ocasião, percebendo minhas dificuldades de tempo, ele se ofereceu – e eu aceitei prazerosamente! – para assumir a editoria geral do jornal, função que cumpriu por alguns anos, com galhardia, mantendo sempre as mesmas características iniciais.
Após alguns anos, Douglas Lara me chamou e disse algo do tipo “foi bom enquanto durou, mas não posso continuar devido às minhas muitas outras atividades”. Eu sabia que a atitude dele se justificava plenamente. Além de um dos maiores conhecedores de administração de condomínios de Sorocaba, ele dava aulas de Inglês para executivos, fazia divulgação de escritores e o primeiro criador de cooperativas de escritores de Sorocaba, gerando assim várias publicações de antologias, entre elas a série ‘Roda Mundo’, grande sucesso literário. Douglas Lara foi, ainda, o criador da ‘Semana do Escritor’, evento cultural realizado uma vez por ano na Fundec – Fundação de Desenvolvimento Cultural de Sorocaba e que serviu de palco para o lançamento dos principais livros da época.
Numa nova fase de vida do ROL, a minha confessa incapacidade de conseguir viabilizar economicamente o jornal ficou em segundo plano e prevaleceu o vetor jornalístico da minha personalidade e voltei a ser o ‘faz-tudo’ no jornal, convicto de que a cultura era merecedora desse esforço. E o ROL foi prosseguindo em sua jornada e hoje está ai, com muitos colaboradores, leitores em vários países do mundo, grande e qualificada audiência e uma lista de assinantes com mais de seis mil endereços, que recebem habitualmente o ‘Boletim do ROL’ com as últimas matérias publicadas.
Resumidamente, essa é, felizmente, uma história de sucesso para contar. O que dá orgulho é que, mesmo neste mundo onde o ganhar dinheiro é fundamental, o ROL nunca cedeu aos poderosos, nem mesmo durante a ditadura, sem nunca ter ‘quebrado a espinha’ diante de políticos, empresários e governos, o que lhe confere até hoje a manutenção dos seus princípios iniciais: a pratica de um jornalismo independente, sério e confiável editorialmente.
O que mudou do início para agora?
Digamos que o jornal cresceu muito em número de acessos, é lido em vários países do mundo e se dedica atualmente a divulgar apenas notícias de caráter cultural e artigos de selecionadíssimos colunistas.
Nova e importante fase
Sem disfarçar uma certa arrogância, costumo dizer, em alto e bom som, que o jornal eletrônico ROL – REGIÃO ON LINE conta com os melhores colunistas da internet! E tenho certeza que ao afirmar isso não fico longe da verdade: a qualidade dos nossos colunistas-colaboradores é realmente invejável, com escritores, professores e eruditos de grande estofo cultural e moral. Eles moram em outras cidades, outras regiões e até mesmo em outros Estados brasileiros, mas pertencem ao mesmo grupo de pessoas idealistas, atualizadas e, especialmente, dignas. A eles rendo o meu maior respeito e meus mais profundos agradecimentos por continuarem mantendo vínculos afetivos e culturais com o nosso jornal.
Importante registrar ainda, que o sucesso atual do ROL se deve ao apoio especial de algumas pessoas, entre elas – faço questão de destacar! – o já citado João Bosco Ferrari, o maior conhecedor de internet que conheço e, em especialíssimo destaque o coeditor do ROL, o escritor Sergio Diniz da Costa que, lá de Sorocaba, ajuda a comandar a brilhante equipe à qual todos pertencemos. A ele devo o renovar do meu ânimo, a conquista de novos e importantes colunistas, a publicação de outras notícias culturais e seu amor entusiasmado ao jornalismo que praticamos.
É assim, 23 anos depois, que conto ‘um pouco’ da história do ROL. Quem sabe, algum dia, ainda terei oportunidade de contar mais detalhes sobre essa trajetória muito difícil, mas mais venturosa ainda, que gerou e mantém o nosso jornal. Mais detalhes e mais competentemente, escreverá sobre o ROL, a seguir, meu amigo, meu irmão de fé e de trabalho, o editor Sergio Diniz da Costa (Helio Rubens de Arruda e Miranda).
Do Facebook ao ROL
Há dois tipos de rastilho: um, de natureza material, constituído de um fio coberto de pólvora ou embebido em qualquer substância combustível, para comunicar fogo a algo, geralmente uma carga explosiva que, muitas vezes, é empregado para ceifar vidas.
Há outro tipo, porém: aquele de natureza imaterial, constituído por um filamento de natureza etérea, translúcido, que liga os seres vivos e os mantém unidos numa comunhão de pensamentos e sentimentos altruísticos.
Foi este segundo tipo de rastilho que me ligou ao jornal ROL e, em particular, ao seu Editor, Helio Rubens de Arruda e Miranda.
E esse rastilho foi aceso no meado de março de 2016, quando eu estava navegando pela maior rede social em todo o mundo, o Facebook, quando me deparei com a postagem de uma querida amiga, a poetisa e educadora Mara Souza.
Li o interessantíssimo artigo (sobre Educação) e já me preparava para parabenizá-la e comentá-lo, quando me chamou a atenção o veículo de comunicação onde o artigo fora escrito: o jornal ROL – Região Online, de Itapetininga (SP)!
Confesso que, até então, não ouvira falar do jornal ROL. E, talvez, impulsionado por aquele misterioso ‘Vento das Oportunidades’, que ateia o Fogo das Grandes Descobertas, interessei-me por conhecê-lo.
A amiga Mara, nesse momento, como multiplicadora, ou intercessora de oportunidades que é, se dispôs a me apresentar ao Editor do ROL, o jornalista Helio Rubens de Arruda e Miranda, indicando-me como colunista.
Considerando-se a idoneidade moral e intelectual, bem como a bagagem cultural da amiga Mara, o então desconhecido (pra mim) Helio Rubens imediatamente acatou meu nome e, no dia 20 de março, apresentou-se oficial e estrondosamente aos leitores do ROL.
Quero registrar aqui, que não acredito no ‘acaso’. Creio, sim, numa incomensurável e, para nós, misteriosa e incognoscível ‘Teia Universal’, que liga ou atrai as pessoas para um determinado fim, cujo resultado, em última instância, é a evolução espiritual. Nesta linha de pensamento, destaco que o Helio Rubens é sobrinho de um querido professor de Direito civil que tive na FADI-Sorocaba, o saudoso mestre Darcy de Arruda Miranda, sobre quem escrevi a crônica ‘O jurista e o carvalho’, publicada originariamente no jornal Cruzeiro do Sul.
E foi com este sentimento íntimo que, aceito jubilosamente pelo ROL, a ele me incorporei com o entusiasmo que me move para todas as atividades para as quais a vida me abre as portas.
Neste primeiro ano como colunista, publiquei em torno de 60 textos, entre crônicas, contos, poesias, pensamentos, homenagens, a coluna que assino no jornal da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Votorantim e Região – APEVO e entrevistas.
A afinidade com os propósitos culturais do jornal levaram-me a sugerir novas categorias de espaços textuais e o jornal passou a dedicar espaços exclusivos para pensamentos, poesias e divulgação de trabalhos artísticos em geral.
Impregnado pelo entusiasmo do Helio Rubens e com o aval dele, indiquei novos colunistas e colaboradores.
Essa ‘Chama de Ardor e Comprometimento’ não passou despercebida dele e, por um ato de extrema generosidade e confiança, convidou-me para ser o Editor Regional do ROL, ou, como humildemente prefere denominar, simplesmente Editor, afirmando publicamente que, a partir de agora, o ROL tem dois editores: ele e eu!
Esse despojamento da parte do amigo Helio Rubens ─ a quem eu prefiro chamar de Editor-Mor do ROL! ─ quando me fez o convite, me fez lembrar de uma frase do Físico Sir Isaac Newton: “Se enxerguei mais longe, foi porque me apoiei sobre os ombros de gigantes”.
Pra mim, o amigo Helio Rubens é um desses gigantes sobre cujos ombros tenho me apoiado pela vida afora, a fim de enxergar mais longe.
O idealismo, a persistência, a inteligência, a cultura geral e a integridade moral do amigo Helio Rubens tem-me feito ver que, hoje, faço parte de uma grande e extraordinária família: a Família ROLiana! (Sergio Diniz da Costa)