O papel do pai na construção de valores e desafios

COLUNA SAÚDE INTEGRAL

Joelson Mora:

‘O papel do pai na construção de valores e desafios’

Joelson Mora
Joelson Mora
“Pai: um guia, um exemplo, um mentor”
Imagem criada pela IA do Bing

A saúde integral é uma abordagem holística que considera o bem-estar físico, emocional, mental, social e espiritual de um indivíduo. Dentro dessa perspectiva, a saúde familiar é um dos pilares fundamentais, pois a família é a base para o desenvolvimento de valores, hábitos e comportamentos saudáveis. Neste contexto, o papel do homem/pai é crucial, não apenas como provedor, mas como figura central na formação e no crescimento dos filhos, refletindo valores que moldam a próxima geração.

O Que é Ser Pai?

Ser pai vai além de prover sustento material; é ser um guia, um exemplo, um mentor. O pai tem o papel de ensinar, proteger e apoiar os filhos em sua jornada de vida. Ele participa ativamente na educação, nas brincadeiras, nos momentos difíceis e nas celebrações, oferecendo uma presença constante que é vital para o desenvolvimento emocional e social das crianças. Ser pai é também aprender a escutar, a ser paciente e a mostrar amor de maneira incondicional.

Valores Transmitidos pelo Pai

O pai é muitas vezes o primeiro modelo de autoridade e de comportamento que uma criança observa. Os valores que ele transmite — como honestidade, responsabilidade, respeito, e ética — têm um impacto profundo e duradouro. A forma como o pai lida com os desafios da vida, como demonstra resiliência, empatia, e como expressa suas emoções, serve de guia para os filhos desenvolverem suas próprias capacidades e comportamentos.

Além disso, a interação do pai com a mãe e outros membros da família ensina lições valiosas sobre cooperação, resolução de conflitos e amor. Esse ambiente familiar saudável contribui para a construção de uma autoestima positiva e para o desenvolvimento de relacionamentos interpessoais saudáveis.

Os Desafios de Ser Pai

O papel do pai na sociedade moderna vem carregado de desafios. A necessidade de equilibrar o tempo entre o trabalho e a família, de lidar com as expectativas sociais e de oferecer suporte emocional, exige uma constante adaptação e aprendizado. Ser pai também significa enfrentar os próprios medos e inseguranças, ao mesmo tempo em que se esforça para ser um exemplo positivo.

Outro desafio é a necessidade de desconstruir estereótipos de masculinidade que muitas vezes limitam a expressão emocional dos homens. Ser um pai presente e afetivo é essencial, e envolve romper com a ideia de que a figura paterna deve ser rígida e distante. Demonstrar vulnerabilidade e afeto fortalece o vínculo com os filhos e cria um ambiente de confiança mútua.

Ser Pai de Coração

Além dos pais biológicos, existe o conceito de ‘pai de coração’, que se refere àqueles que assumem a responsabilidade de cuidar e educar uma criança, independentemente de laços sanguíneos. Esses pais desempenham um papel igualmente significativo na vida das crianças, oferecendo amor, segurança e orientação. A decisão de ser um pai de coração é um ato de amor e generosidade que tem um impacto profundo na vida da criança e na sociedade como um todo.

O pilar da saúde familiar dentro da saúde integral não pode ser subestimado, e o papel do pai é central nesse contexto. Os desafios são muitos, mas os valores transmitidos e a presença paterna são fundamentais para o desenvolvimento de crianças saudáveis e felizes. Seja pai biológico ou de coração, o amor, a dedicação e o compromisso com o bem-estar dos filhos são os maiores legados que um pai pode deixar.

A construção de uma família saudável e equilibrada começa com pais que estão dispostos a enfrentar desafios, a crescer com seus filhos e a ser um exemplo de vida. A saúde integral, portanto, encontra na figura do pai um dos seus mais importantes sustentáculos.

Joelson Mora

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Dimensão vaidosa do poder

Diamantino Bártolo: Artigo ‘Dimensão vaidosa do poder’

Diamantino Bártolo

A busca, por vezes desenfreada, do poder é, em grande parte das pessoas, uma característica, designadamente, naquele domínio que permite fazer depender de quem detém um cargo, um outro conjunto de pessoas que desejam, e carecem, de ver certas situações e problemas resolvidos e, por isso mesmo, há aqui como que: uma insinuação permanente de “autoridade” de um lado; e uma subserviência, por dependência, do outro, respetivamente.

Na verdade, não só na política, como em muitas outras atividades e situações da vida real, acontece a retribuição com injustiça, ingratidão, indiferença e rejeição. A ambição, o egoísmo, a hipocrisia e a bajulação, cegam determinadas pessoas que, para elas, tudo vale para alcançarem os seus fins, por mais obscuros, ilegítimos e ilegais que eles sejam.

A “vaidade” do poder conduz a comportamentos autenticamente “camaleónicos”, na medida em que as pessoas que assim procedem, conseguem, no mesmo dia, e/ou em certos períodos de tempo, desenvolver várias personalidades, precisamente em função dos objetivos que pretendem atingir e, com esta “capacidade dissimuladora”, própria dos camaleões, rapidamente se adaptam às pessoas e situações, que lhes convém conhecer e dominar.

Infelizmente, não obstante vivermos, na circunstância, num Estado Democrático de Direito, numa sociedade livre, dita civilizada, na qual: a cidadania plena deveria ser totalmente respeitada por todos, em geral; e por aqueles que detêm um qualquer poder, em particular, estamos relativamente longe de podermos manifestar as nossas opiniões, quando discordantes de um determinado poder, e/ou do seu titular, muito embora os seus líderes afirmem que: “é salutar o confronto de ideias”.

Em Portugal, até ao “vinte e cinco de abril de mil novecentos e setenta e quatro”, existiu uma polícia que perseguia, reprimia, violentava e, por vezes, fazia “desaparecer”, fisicamente, muitos cidadãos que se opunham, apenas com as suas ideias, ao poder ditatorial, então instituído.

Hoje, primeiro quarto do século XXI, por vezes parece que: “as paredes têm ouvidos”, os “informadores democráticos” estão por aí, à espera que alguma pessoa, sincera e rigorosamente, faça uma apreciação sobre a conduta de alguém que exerce um poder qualquer, para, de seguida, a fazer chegar, frequentemente, com deturpações, à individualidade visada.

Pois bem, se o analista/crítico vier a precisar dessa pessoa que detém o poder, anteriormente observada, ou “salutarmente criticada”, provavelmente, pode esperar o resto da vida, isto se não lhe surgir uma situação incompreensível, um problema complexo, vindo do organismo cujo titular foi comentado.

Hoje, todos os cuidados são poucos, porque a falta de humildade de alguns titulares de poder, para aceitarem a crítica, para reconhecerem os seus erros, é evidente e, então, desforram-se naqueles que tiveram a “liberdade saudável”, e sincera, a coragem democrática, de os avaliar.

Hoje, vemo-nos confrontados com muitos alegados líderes, em praticamente todas as atividades humanas, que não têm as mínimas qualidades pessoais, nomeadamente: ético-morais, princípios, valores, sentimentos e condutas humanistas, para estarem à frente de uma instituição e, se nelas continuam, é porque têm o apoio: não já de quem os elegeu; mas de quem é do mesmo nível deplorável que eles.

Qualquer que seja a organização: cívica, religiosa, política, militar, cultural, desportiva, filantrópica, ou outra, o respetivo líder deverá reunir características essenciais para o bom desempenho das funções que lhe foram confiadas, por isso: «O perfil de um verdadeiro líder molda-se a partir de componentes de inteligência interpessoal, como aptidões de coordenar grupos de pessoas e a capacidade de resolver ou evitar conflitos, negociando soluções; de possuir o talento da empatia, na arte do relacionamento, bem como, o poder de detectar sentimentos e preocupações das pessoas. São esses os líderes autênticos e naturais, que articulam, com integridade, a orientação do grupo por ele liderado, para alcance de elevadas metas e objetivos.» (SANTANA, 2003.43).

Admite-se, portanto: se por um lado, um perfil tão complexo, quanto rigoroso, não será fácil de encontrar numa só pessoa, por muito boa vontade que ela tenha, em realizar um bom trabalho, ao serviço da instituição e dos liderados; por outro lado, também há os autoproclamados líderes, que mais se preocupam com a exibição de um narcisismo doentio, uma autoestima que toca os limites da “vaidade bacoca”, afinal, um ego nunca satisfeito.

Bibliografia

SANTANA, Edilson, (2003). Arte da Política Mundana: reflexões sociopolíticas e filosóficas. Campinas, SP: Edicamp

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Conceitos de autoridade'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Conceitos de autoridade

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É frequente as pessoas invocarem a Autoridade, a propósito dos mais diversificados acontecimentos, sendo muito usual aplicar o termo no seu sentido “policial”, com o objetivo de se fazerem cumprir as Leis, no respeito pelos direitos de cada um e, então, genericamente: a Autoridade seria a capacidade de impor e influir noutros, podendo ser pessoal ou real, respetivamente, se de um indivíduo ou coletividade; ou de um documento ou das diversas instituições.

A Autoridade pode ser: intelectual, à qual pertence a fé; e social a que corresponde a obediência. Ela é elemento essencial em qualquer sociedade, a esta assegurando unidade e coesão, sendo descabida toda e qualquer atitude de revolta perante uma Autoridade legítima que atue dentro do seu âmbito específico.

A Autoridade num sentido mais restrito, circunscrito ao âmbito jurídico-social-policial e numa perspectiva ética, exerce um papel fundamental para a construção, manutenção e progressão da sociedade ordenada, disciplinada e moderna, na medida em que a ação dos seus agentes deverá constituir paradigma da idoneidade, tolerância, compreensão, esclarecimento e firmeza.

Todavia, o caráter autoritário que subjaz, por exemplo, na Constituição da República de 1933, relativamente aos Direitos, Liberdades e Garantias, especialmente quanto às medidas preventivas e repressivas, no sentido de não perverter a ordem e a opinião públicas, na sua função de força social, não deveria significar que tal caráter autoritário se converteria em totalitário, em virtude da limitação da soberania pela moral e pelo Direito.

Nesta perspectiva, a Autoridade deve funcionar sempre que determinados tipos de liberdades, atentem contra o país, contra o bem-comum, contra a família, contra a moral, enfim, sempre que os valores fundamentais do direito à vida, à segurança, à justiça, à paz, possam estar em perigo. Aqui sim, deve a Autoridade impor-se, embora de acordo com um padrão civilizacional, profundamente humano, ético e pedagógico.

 

Venade/Caminha – Portugal, 2022

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

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Jorge Paunovic: 'Poder de mando e responsabilidade'

Jorge Paunovic: ‘Poder de mando e responsabilidade’

Segundo o dicionário da língua pátria, ‘Autoridade’ é definida como “Direito legal de se fazer obedecer, poder de mandar, pessoa que tem esse direito, valor pessoal, aquele que tem competência (em determinados assuntos)”. Essa palavra vem do latim “auctoritate”.

Nos primórdios da civilização a humanidade não tinha uma sociedade organizada em razão de que se dividiam em pequenas comunidades, poderiam controlar suas ações, através dos chefes de família que tinham autoridade sobre seus familiares. Essa Autoridade, no bom sentido, era a que definia as diretrizes da comunidade, decidia sobre os castigos e julgavam seus semelhantes.

Hoje a família é o menor núcleo da sociedade e compete a ambos os cônjuges a divisão desse poder. Como exemplo a educação, deveres na escola e no lar. Essa autoridade deve ser responsável. Os pais têm a obrigação moral de atender aos filhos e educa-los, promover seu bem estar e desenvolver sua capacitação moral para que quando adultos serem membros dignos da sociedade.

Com o passar do tempo a sociedade, viu-se na obrigação de delegar esses poderes para membros eleitos por ela própria, que passam a representar seus desejos e anseios junto ao poder central. Atualmente o poder central se viu na obrigação de delegar ainda mais seus poderes e tais passaram aos agentes do poder público, com várias denominações e em vários assuntos para que as respostas aos problemas da comunidade sejam mais rápidas. Esses agentes no primeiro plano têm suas ações limitadas por normas constitucionais que exercem o controle de todos os cidadãos do estado e um de seus artigos reza que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei, esse é o controle legal, tanto para os agentes públicos que exercem seu cargo de autoridade como para os comandados.

Um dito popular diz que autoridade não se impõe, mas se conquista e um dos deveres que provem dela é a responsabilidade. Toda a vez que houver desvio de finalidade ou de poder ela deve ser acionada

Todo aquele que dirige ou tem autoridade deve servir de exemplo por que é nele que a comunidade confia, o vigia segue seus passos e não pode errar.

A autoridade exige inúmeros deveres daquele que a detem. Na sociedade moderna uma parcela grande da população tem esse poder. Autoridade familiar, autoridade escolar, autoridade no trabalho, autoridades governamentais cada qual dentro de sua área de atuação promovendo o bem estar material e moral da comunidade.

Existem regras para cada uma delas e muitas vezes alguns se afastam destas queimando etapas que poderão comprometer o resultado final. O pior de tudo é que para esses sempre o culpado do insucesso é um terceiro ou então surgem com aquela velha indagação “o que fizeram para Deus”. Ou não mereciam isso.

Algumas indagações sobre como cada um age em relação a delegar poderes não poderiam deixar de serem feitas.

Entre elas você confiaria sua casa, seu carro, seu dinheiro ou seus familiares para quem?

Essa indagação é pertinente e encerra uma inestimável questão que é o do voto livre e consciente.  Outras também são importantes, mas acredito que essa é a de maior responsabilidade e cada cidadão deve refletir muito sobre seus desejos, sonhos e realizações futuras que serão deixadas para seus filhos e netos.