Os paradoxos da vida

COLUNA SAÚDE INTEGRAL

Joelson Mora: ‘Os paradoxos da vida’

Joelson Mora
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Os paradoxos da vida
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A saúde integral é um conceito que vai além da ausência de doenças, abrangendo o bem-estar físico, mental, emocional, social e espiritual do indivíduo. Este modelo holístico reconhece que a saúde é influenciada por uma variedade de fatores, incluindo estilo de vida, ambiente, relacionamentos e espiritualidade. Contudo, quando abordamos a saúde integral, nos deparamos com vários paradoxos inerentes à vida moderna. Estes paradoxos refletem as complexidades e contradições que enfrentamos ao tentar alcançar uma vida equilibrada e saudável.

Paradoxo da Conectividade

Em uma era de hiperconectividade, onde a tecnologia nos permite estar em contato constante com outras pessoas, enfrentamos um paradoxo: a solidão. Em breve abordaremos solidão x solitude, Apesar de estarmos mais conectados digitalmente, muitas pessoas sentem-se isoladas emocionalmente. A saúde integral exige não apenas conexões superficiais, mas relações profundas e significativas. O desafio é encontrar um equilíbrio entre o uso saudável da tecnologia e a manutenção de interações humanas autênticas. É o que chamamos de humanizar o humano.

Paradoxo da Abundância

Vivemos em um mundo de abundância de alimentos e informações. Contudo, essa abundância traz consigo desafios para a saúde integral. O acesso fácil a alimentos ultraprocessados e informações desencontradas pode levar ao excesso de peso, doenças crônicas e desinformação. O paradoxo aqui é que, apesar da abundância, a verdadeira nutrição e o conhecimento confiável são frequentemente negligenciados. Para alcançar a saúde integral, é crucial fazer escolhas conscientes e informadas. Ainda sofremos com as consequências do sobrepeso e da obesidade.

Paradoxo do Tempo

O ritmo acelerado da vida moderna cria o paradoxo do tempo: quanto mais tentamos otimizar nosso tempo para sermos produtivos, menos tempo parece que temos. A busca por eficiência muitas vezes sacrifica o descanso, a reflexão e o autocuidado, essenciais para a saúde mental e emocional. A saúde integral requer uma abordagem equilibrada, onde o tempo para relaxamento e autocuidado é tão valorizado quanto o tempo dedicado ao trabalho e outras responsabilidades. A chave aqui é administrar o tempo.

Paradoxo do Controle

Outro paradoxo na busca pela saúde integral é o desejo de controle versus a necessidade de aceitação. Muitas vezes, procuramos controlar todos os aspectos de nossas vidas para alcançar um ideal de saúde e bem-estar. No entanto, a realidade é que nem tudo está sob nosso controle, como doenças imprevistas ou eventos estressantes. A verdadeira saúde integral envolve a aceitação de nossa vulnerabilidade e a prática da resiliência e da flexibilidade frente às adversidades.

Paradoxo da Felicidade

A busca incessante pela felicidade pode, paradoxalmente, levar ao sofrimento. Na sociedade moderna, existe uma pressão constante para estar sempre feliz, o que pode resultar em negação de emoções negativas e estresse adicional. A saúde integral reconhece a importância de todas as emoções e promove o bem-estar através da aceitação de uma gama completa de experiências emocionais. Isso inclui aprender a lidar com tristeza, frustração e ansiedade de maneira saudável. Felicidades é um estado de espírito.

A saúde integral é uma jornada contínua que envolve o reconhecimento e a navegação dos paradoxos da vida. A chave para alcançar esse estado de bem-estar reside em encontrar um equilíbrio entre as várias dimensões da vida, aceitando as imperfeições e as incertezas que ela apresenta. Ao adotar uma abordagem holística e compassiva para consigo mesmo e para com os outros, é possível viver de maneira mais plena e significativa, mesmo em meio às contradições e desafios da existência humana.

Joelson Mora

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O pilar da saúde emocional

SAÚDE INTEGRAL

Joelson Mora: ‘O pilar da saúde emocional’

Joelson Mora
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Depressão
Depressão
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Quero ressaltar que a saúde integral é um conceito que envolve o bem-estar físico, mental/emocional e social do ser humano. Dentro desse contexto, a saúde emocional é um pilar fundamental, pois influencia diretamente a qualidade de vida e a capacidade de enfrentar desafios cotidianos. 

A depressão é uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 264 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo. Essa condição afeta todas as idades, mas é mais comum entre os adultos jovens e as mulheres.

No Brasil, a situação não é diferente. O país tem uma das maiores taxas de depressão da América Latina. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 indicam que aproximadamente 11,5 milhões de brasileiros foram diagnosticados com depressão. As mulheres são as mais afetadas, representando cerca de 10,9% dos casos, em comparação com 3,9% dos homens.

A síndrome do pânico, caracterizada por ataques de pânico recorrentes e inesperados, também é uma preocupação significativa. Nos Estados Unidos, cerca de 2-3% da população sofre de transtorno de pânico em algum momento da vida. Essa prevalece também em outras partes do mundo, mas é considerada uma condição comum.

No Brasil, estima-se que 1,5% da população sofra de síndrome do pânico, segundo dados da Sociedade Brasileira de Psiquiatria. Isso equivale a aproximadamente 3 milhões de pessoas. A condição é mais prevalente em mulheres e frequentemente está associada a outros transtornos de ansiedade e depressão.

O suicídio é uma das principais causas de morte em todo o mundo. De acordo com a OMS, mais de 700.000 pessoas morrem por suicídio a cada ano, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. A faixa etária mais vulnerável é a de 15 a 29 anos, sendo o suicídio a quarta principal causa de morte nesse grupo.

No Brasil, o suicídio também é uma questão alarmante. Segundo o Ministério da Saúde, em 2020, foram registrados mais de 14.000 casos de suicídio, com uma taxa de 6,5 por 100.000 habitantes. A região Sul do país apresenta as maiores taxas. Homens jovens são os mais afetados, destacando-se a necessidade urgente e alarmante da promoção e prevenção da Saúde Integral de cada ser humano.

O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é outro problema significativo. A OMS estima que mais de 264 milhões de pessoas sofrem de ansiedade em todo o mundo. No Brasil, o TAG afeta aproximadamente 9,3% da população, de acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é prevalente entre pessoas expostas a eventos traumáticos. Nos Estados Unidos, cerca de 7-8% da população sofrerá de TEPT em algum momento da vida. No Brasil, a prevalência é de aproximadamente 5%, especialmente entre populações vulneráveis, como vítimas de violência e desastres naturais.

A saúde emocional é crucial para o bem-estar geral e para a prevenção de várias doenças físicas. Indivíduos emocionalmente saudáveis têm melhor capacidade de lidar com o estresse, construir relacionamentos saudáveis e enfrentar adversidades. A falta de atenção à saúde emocional pode levar a consequências graves, como aumento do risco de doenças cardiovasculares, distúrbios do sono e redução da qualidade de vida.

A saúde emocional é um componente essencial da saúde integral. As altas taxas de depressão, síndrome do pânico, suicídios e outras síndromes emocionais tanto no Brasil quanto no mundo destacam a necessidade urgente de um olhar específico para o ser humano na saúde integral, de políticas públicas eficazes, campanhas de conscientização e serviços de saúde mental acessíveis. Investir na saúde emocional é investir no bem-estar e na prosperidade em todas as áreas do ser humano e de toda a sociedade.

Joelson Mora

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