Relatos de amor

Nilton Rocha: Poema ‘Relatos de amor’

Nilton Rocha
Nilton Rocha
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Ver o Sol nascer,
Tomar café proseando,
Sentir-se alegre,
Gratidão pela vida encontrando.

Curtir as estrelas,
Agradecer a vida e a saúde,
Caminhar de mãos dadas,
Com amor e plenitude.

Comprar pipoca, sorvete,
Ir ao cinema, namorar,
Devagarzinho, em cada gesto,
Dormir abraçados, sonhar.

Ver o Sol nascer de novo,
Em um ciclo de amor e luz,
Relatos de um viver sincero,
Onde o amor nos conduz.

Nilton Rocha

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O perigo do amor-próprio

Letícia Mariana: ‘O perigo do amor-próprio’

Leticia Mariana
Letícia Mariana
Foto por Letícia Mariana

Acordei. Me vislumbrei sem espelhos, pois já me reconheço ao longe. A luta que carrego se transforma em mais um sorriso matinal. Me sentei para meditar: o relógio diz que são seis da manhã.

“Mas é claro que o Sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei…”

Lavo a louça, tomo café, jogo o lixo, lavo a louça. Dou um beijo em meu amor. Arrumo a mochila, oro pelas pessoas que amo. Oro por mim.

“Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem…”

Tento ser fria, mas sou mais quente que o café que me acolhe. E a cada manhã me faço mais poesia. Desço pelas escadas do eu, me reconecto, leio meus devaneios. O quanto já sofri. O quanto já quis viver o hoje.

“Tem gente que está
do mesmo lado que você,
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar…”

O amor é a mais bela nuance de um ser humano. Gosto de amar. Quero amar! Nunca soube me amar e por isso me culpo quando tenho um resquício de amor por mim. Minha psicóloga diz que não é egoísmo se priorizar, se amar e se cuidar. Mas continuo achando que o mundo dos outros é de minha responsabilidade.

“Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está,
Mas eu sei que um dia a gente aprende…”

Pus um coração rosa em meu quadro. Sempre que faço um ato de amor-próprio, desenho um coração lá. É um compromisso comigo. Amor-próprio me parecia tão longe. Agora é lei.

“Se você quiser alguém em quem confiar,
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!”

Ouvi muita coisa nessa vida. Tudo que eu faço parece um fardo para alguém. Mas não quero carregar incômodos alheios nos meus cômodos particulares.

“Nunca deixe que lhe digam
que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem…”

Minha vida me é plena…

“Ou que seus planos nunca vão dar certo…”

Mais uma rotina estudantil…

“Ou que você nunca vai ser alguém…”

Lágrimas na hora do almoço. Seco o rosto e vou pra aula.

“Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar…”

Pego a câmera. Treino a fotografia.

“Mas eu sei que um dia a gente aprende…”

Estudar foto é estudar almas.

“Se você quiser alguém em quem confiar,
Confie em si mesmo!”

Em quatro anos serei jornalista. Em quatro anos serei comunicadora. Mas talvez eu já seja.
Me chamaram de narcisista. Me chamaram de egoísta. Pela primeira vez em toda a minha vida, penso em mim. Respiro e me sinto alegre perante o mundo. O tanto que já me senti um fardo. Amo as pessoas. Amo quem sou. Amar é perigoso em todas as nuances.

“Quem acredita sempre alcança!”

Letícia Mariana

Citações: RUSSO, Renato

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A partida

Francisco Evandro de Oliveira: Conto ‘A partida’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
"Os rios de águas profundas, onde nadava feliz o menino negro"
“Os rios de águas profundas, onde nadava feliz o menino negro”

Ao encerrar sua participação na terra e no leito, ele antes de exalar seu último suspiro ele escreveu: – Nasci um menino sudanês e nas belas e majestosas florestas do meu país eu caçava sempre com as demais crianças de minha aldeia.  

Nos rios de águas claras e profundas eu costumava espairecer e isso me dava um imenso prazer, viver daquela maneira como uma criança simples.  

Assim costumava ser minha vida e não sabia o que era ser um branco e os mais velhos falavam sempre que era para ter muito cuidado com os brancos.  

Certo dia, eu havia ido para caçar com outras crianças da aldeia e após a caça estávamos nos esparrando à vontade e me deliciava em um dos rios que circundavam a aldeia e quando dei por mim já me encontrava preso e manietado por vários brancos junto com outras crianças da mesma aldeia. 

 Aí começava minha outra fase de vida. Em um porão fétido e extremamente calorento fui posto com as demais crianças que brincavam no rio comigo. 

 O calor era por demais insuportável e tal local passou a ser por muitas luas minha nova residência oficial. O balanço do barco e o fedor da maresia me faziam vomitar tudo que havia posto e que não colocara no organismo.  

Um dos brancos olhava-me e me fazia engolir algumas bolinhas brancas que, com o passar do tempo, percebi que toda vez que isso acontecia eu parava de vomitar e acalmava o meu enjoo. Depois de várias humilhações e muito desespero eu tive o imenso prazer de ver de novo a luz da estrela maior, o dia estava belo e isso me deu uma imensa alegria, porque descobri que ainda estava vivo a despeito de todos os maus tratos.  

Muitos de meus amigos foram jogados ao mar porque não haviam conseguido superar tal infâmia de vida. Pouco depois, manietado e amarrado com outras crianças fui posto em exposição em um local que havia muito e muitos brancos e eles nos examinavam e depois de um certo tempo uma linda jovem branca me levou para sua residência. 

 Lá passei a habitar com várias pessoas de outras línguas, mas que também estavam nas mesmas condições minhas.  

A casa era muito grande e logo percebi que todos os brancos me chamavam pelo nome de escravo e como passei a trabalhar de sol a sol me tornei um escravo do meu senhor e do café! Durante 87 anos, palavra que aprendi para contar o tempo, eu vivi naquela casa de sofrimentos e decepções, a despeito de conviver em um belo e majestoso país chamado Brasil.  

Deixei dois filhos, netos e netas que me substituíram no plantio e colheita do café; aliás; por falar em café – que bebida gostosa! Hoje, estou às portas da grande escuridão, a espera do anjo da noite chegar! Já o vejo se aproximar de minha cama, mas estou imensamente feliz!  

Estou voltando a ser criança, estou voltando para minha liberdade.  

Deixei há muito de ser escravo de um senhor muito mal, porque fugi por duas vezes do engenho em que trabalhava, mas passei a ser senhor e escravo do café da minha luta diária para sobreviver e me esconder continuadamente desse senhor perverso.  

Porém, como é belo e majestoso para mim, ser novamente uma criança queniana livre e feliz, e veio a falecer.  

Como ele era muito conhecido e admirado na Vila, a caminho do seu último adeus, teve muitas pessoas e sentiriam muito sua ausência e uma desses foi um dos seus netos, João Sabino, o qual veio ser sapateiro de profissão e também fazia selas de animais, roupas de vaqueiros e botas de profissão e casou-se com uma mulher branca, loura e muito bonita chamada Rachel Amélia de Souza, cujo pais vieram fugidos da França após a guerra napoleônica e se estabeleceram na Vila de Maranguape. 

 
Francisco Evandro de Oliveira 

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Grazielle Sabino: 'Ca(f)é'

Grazielle Sabino

Ca(f)é

Crédito da imagem: acervo pessoal

O café não só é importante no país pelo seu poder de exportação, mas dentro do mercado nacional, o consumo da bebida cresce significativamente.

Apreciada tanto pelo seu sabor, que pode ser degustado ao natural ou em variações diversas, como também pela sensação de bem-estar que este oferece.

Café é aquilo que tem sabor no próprio cheiro, e para homenagear essa paixão, nada melhor que poesia.

 

                                                                                          Ca(f)é

Natural ou despolpado?
Moído ou em grãos?
Solúvel ou coado?
Ah! O café…
Expresso de fé!

Esquenta a vida
Energiza, vicia
Acelera, esfria
Pede cafuné.

Seja cremoso ou amargo
Cappuccino ou pingado
Macchiato ou Mocha
Café traz calor
Café traz amor
Variações…

Seja Tradicional ou Superior
Gourmet ou Especial
Café traz sabores
Café traz texturas
Tradições…

De Arábica a Robusta
Excêntrico é o paladar
Intensa doçura
Diferente acidez.
Café traz crenças
Café traz aromas
Inspirações…

Ahh! O café…
Expresso de fé!

Grazielle Sabino✍️

 

 

 

 

 




Obra Bailarinas, de Portinari, é inspiração para projeto de café no MIS Experience

O espaço na entrada da exposição Portinari para Todos tem um mosaico criado pela Cerâmica Portinari

A obra ‘Bailarinas de Carajás’, do pintor Candido Portinari, foi a grande inspiração para o projeto do café que recebe os visitantes na entrada da exposição Portinari para Todos, no MIS Experience.

O espaço, patrocinado pela Cerâmica Portinari, teve a coleção Bailarinas aplicada nas paredes. O produto, em formato triangular, teve seu processo criativo debruçado sobre a expressividade do quadro de 1960, resultando em peças sensíveis, mas que juntas revelam a essência da arte de Portinari: brasilidade e sentimento.

A verdadeira obra de arte criada com os revestimentos no café forma um mosaico colorido com áreas geometrizadas e texturizadas, intercalado com imagens da obra icônica e referências do processo de desenvolvimento dos porcelanatos. O espaço mostra toda a diversidade de cores — e suas variações, afinal, cada pincelada de tinta possui uma coloração diferente quando aplicada na tela —, que sempre esteve presente nos trabalhos do artista. O formato triangular, inclusive, é o mesmo utilizado para desenhar as bailarinas nos quadros.

O ambiente ainda é rodeado por um jardim inspirador, com mesas para acomodar os usuários ao ar livre.

A parceria com o MIS Experience vem de uma aposta da Portinari na sensibilidade exigida nos novos tempos. A mostra, que pode ser conferida até 10 julho de 2022, é a maior já feita sobre Candido Portinari: um dos principais ícones do Brasil no século XX.

A marca, que tem seu nome inspirado no pintor, consolida sua sinestesia com o universo artístico por meio da parceria e propõe trazer essa atmosfera para os lares.

Exposição Portinari para Todos

A exposição exibe mais de 150 pinturas de Candido Portinari, através de projeções e diferentes tecnologias. Pela extensão do acervo apresentado, essa já é a maior exposição realizada sobre o artista, servindo também para marcar os 60 anos de sua morte.

A mostra propõe uma abordagem nova e impactante sobre a vida e a obra do pintor. Por meio de técnicas audiovisuais e interativas, o público pode mergulhar no universo estético do artista e, ao mesmo tempo, entrar em contato com personalidades e acontecimentos fundamentais na história do Brasil. Na sala Os Ateliês de Portinari, por exemplo, o visitante se encontra com seu próprio retrato, projetado entre figuras ilustres que Portinari imortalizou.

Nos módulos A Maria de Portinari e Todos por Todos, o visitante pode escutar depoimentos de amigos renomados – Carlos Drummond de Andrade, Oscar Niemeyer, Jorge Amado, entre outros – e da própria esposa do pintor, em retratos tecnologicamente animados, capazes de falar com o público. No módulo Pintando História, o visitante revelará, a partir dos movimentos de sua mão, algumas das obras históricas de Portinari, como o famoso painel Tiradentes.

O maior destaque é a sala Portinari Imenso, em que uma seleção com mais de 200 obras – dos primeiros trabalhos à obra-prima Guerra e Paz – é projetada e animada em telões, numa apresentação musicada e cuidadosamente preparada para emocionar o espectador. A exposição traz, ainda, estações de pesquisa do acervo do Projeto Portinari e uma sala de audiovisual exibindo filmes sobre o artista.

Serviço

Exposição: Portinari para todos

Data: até 10/07

Horário: terça a sexta-feira e domingo, das 10h às 17h | sábado e feriado, das 10h às 18h

Ingressos: terça-feira gratuito (retirada na bilheteria – sujeito a lotação) | quarta a sexta-feira R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) | sábado, domingo e feriado R$ 45 (inteira) e R$ 22,50 (meia)

Local: MIS Experience – Rua Vladimir Herzog, 75 – Água Branca – São Paulo/SP

 

Sobre a Dexco

Na Dexco, acreditamos que ambientes existem para serem vividos. Para isso, por meio de nossas marcas – Deca, Portinari, Hydra, Duratex, Ceusa, Durafloor e Castelatto – oferecemos soluções que combinam estética e funcionalidade, promovendo conforto e bem-estar. Aqui, acreditamos que temos um papel importante na sociedade e, desde o início da nossa trajetória, as questões ambientais, sociais e de governança pautam nossas discussões sobre o futuro da companhia. Somos uma empresa brasileira, privada e de capital aberto, controlada pela Itaúsa – Investimentos Itaú S.A – e pelo Bloco Seibel. Com sede administrativa em São Paulo, possuímos 22 unidades industriais e florestais estrategicamente localizadas (Estados de Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo), além de três fábricas de painéis na Colômbia – Dexco Colômbia. Estamos também à frente da LD Celulose, por meio de uma joint venture com o Grupo Lenzing e da Caetex, joint venture criada para o plantio de florestas de eucalipto em Alagoas. Nossas ações estão listadas no Novo Mercado (o mais elevado padrão de Governança Corporativa) e na versão 2019/2020 da B3 – ISE.