o banho que molha tem algo de peculiar não é banho à toa entoa na acústica chuva que escorrega a alisar corpo de cima abaixo parte por parte pedaço por pedaço de um inteiro tudo
água desliza devagar entre todo o universo de um corpo trêmulo onde há tanto cansaço o medo se esquiva afoga-se mágoas dúvida se dissipa no ar das bolhas que dão pulos
e que voam de fato na insustentável leveza e a liquidez do tudo rola pelo buraco do ralo resquícios do antigo excessos do moderno reforma na água sutileza e a solidão deságua afoga as fósseis frustrações,
Kathársis humoral
se o castigo das pressões na ducha faz pele rosada contrasta com carinho luxo do líquido que ensaboa flui facilmente na face feição torna-se terna na eterna maçã visage rubra de calor da água
quente caliente aproveita faz foto de fantasmas felizes de aparecer pois eram figuras falidas sempre tidos por falácias
figurar no fundo de um ser é tarefa feita não para os fracos mas ao que é profundo caçador que extirpa miasmas
em seu banho peculiar ensaboa pensamentos quiasmas no enxágue preconceitos se soltam na kathársis a jorrar como a água que levou seu tudo errado lavou seus mais que humanos defeitos perfeitos