No meio do caminho

Evani Rocha: Poema ‘No meio do caminho’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem criada por IA do Bing
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No meio do caminho

Tinha uma flor

Tinha espinhos à margem do caminho

No fim do caminho tinha uma dor

Tinha saudade na brisa do mar

Tinha rastros fundos marcando o chão

Tinha maresia inundando o peito

E um jeito único de ser solidão

Tinha areia nas ruas desertas

E maré alta lavando a praia

Tinha deserto na alma da gente

E muita gente em procissão

Tinha uma flor na mão do jardineiro

E um murmúrio a reverberar

Tinha uma fala ainda ausente

E muitos lenços a tremular

Tinha abraços e laços refeitos

Tinha olhos fundos a marejar

Tinha mãos dadas em silêncio

E um barco de sonhos a naufragar.

Evani Rocha

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Para sempre

Evani Rocha: Poema ‘Para sempre’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem criada pela IA do Bing
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De onde vem essa força
Que a tudo transforma
E semeia?
Essa luz que transpassa os olhos,
Expande, transborda
E derrama pelo chão!?

De onde verte essa emoção
Feita água em cachoeira,
Borbulhante e ligeira,
Molhando as palmas das mãos?
Essa ânsia de agir feito criança,
Correr descalça na chuva
E dormir por entre as nuvens?

De onde brota tantas palavras
Carregadas de saudade,
Se encadeando em frases,
Se transformando em poesia…
Esse avesso da alma,
Que se entrega à fantasia?

De onde nasce essa coragem,
Que já foi medo um dia,
Mas hoje quer ser o mundo…
Segundos de abstração,
Que faz da gente um corcel?

De onde surge esse céu
Que abre caminhos por dentro,
Emerge como nascente,
Trazendo à tona lembranças
Esquecidas para sempre…
Mas somente enquanto
O ‘sempre’
Não nos devore loucamente!

Evani Rocha

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Fenômeno da natureza

Verônica Moreira: Poema ‘Fenômeno da natureza’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
"Com vários livros nas mãos, quase caindo no chão, E com 
carinho me disse: olha aquele coração…"
Com vários livros nas mãos, quase caindo no chão, E com
carinho me disse: olha aquele coração…” – Imagem criada pela IA do Bing – 26 de agosto de 2024 às 1:46 PM

Meu coração o escolheu
Não me pergunte por quê
Não saberia explicar
Só sei que aconteceu.
Bis…

Você chegou de repente
Juro que eu não esperava
Sem pretensões eu o vi
Percebi que me olhava

Com vários livros nas mãos
Quase caindo no chão
E com carinho me disse:
Olha aquele Coração…

Eu nunca havia notado
Formato de coração
Naquela árvore tão velha
Parece ser feito à mão…

Me perguntei o que era
Não entendi a extensão
Por um detalhe tão simples
Ele ganhou meu coração

A partir daquele dia
Mesmo que sem intenção
Fenômeno da natureza
Talvez…
Ele ganhou meu coração.

Sei que o amor me encontrou
Olha que eu nem esperava
Fenômeno da natureza
Eclipse do coração

E foi assim que você chegou
Meu coração logo o aceitou
E foi assim que o nosso amor
Criou asas e voou

Voou p’ra dentro de mim
E nunca mais quis sair
Formou um laço de amor
[Agora o que será de mim?] bis.

Verônica Moreira

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Há tanto mar entre nós

Evani Rocha: Poema ‘Há tanto mar entre nós’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem criada pela IA do Gencraft

Há tanto mar entre nós
E muito céu a nos tocar
Os pés não sentem o chão
Acho que estamos a voar

As águas são cachoeiras
Translúcidas a borbulhar
Da boca nada é dito
Tudo fala o olhar

Há tanto mar entre nós
Estamos a mergulhar
Entre algas e corais
Entre os laços e os nós

O corpo é imensidão
Feito para explorar
Nas palmas leves das mãos
No jeitinho de tocar

Os cabelos misturados
Desde as raízes às pontas
Entre cachos, caracóis
Entre pele e lençóis

Sobre meandros e vales
Sobre escarpas e veredas
Os olhos e bocas calam
Pra sentir a sutileza

Há muito mar entre nós
E muitos nós a nos prender
Por dentro todos os sóis
Por fora um rio a correr!

Evani Rocha

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Corro atrás do tempo

Nilton da Rocha: Poema ‘Corro atrás do tempo’

Nilton da Rocha
Nilton da Rocha
“No amanhecer tão belo e apressado, corro atrás do tempo, não posso ser tardado
Imagem criada pela IA do Bing

No amanhecer tão belo e apressado,
Corro atrás do tempo, não posso ser tardado,
O amanhã não cessa, impõe-se com vigor,
Tenho pressa de viver, não há tempo a perder, só amor.

Deságua em versos rápidos o fluxo da existência,
Sem saber ao certo a próxima sentença,
Lágrimas caem como poesia não escrita,
Em cada chão, uma história aflita.

O vate profetiza o amor que a prende,
Em um destino entrelaçado que se estende,
Os olhos marejam, as mãos seguram a dor,
A espera se alonga, mas o amanhã traz vigor.

Monotonia vencida apenas pela emoção austera,
Uma espera longa, mas não passageira,
O dia se vai, o Sol não se atrasou,
No ciclo implacável do tempo, o amor se firmou.

Nilton da Rocha

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