Tempo das coisas! Coisas do tempo

Ismaél Wandalika: ‘Tempo das coisas! Coisas do tempo’

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
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Há coisas que só o tempo faz
Há Coisas no tempo se desfaz
Umas coisas o tempo traz
Outras coisas o tempo leva e refaz

O tempo resignifica conceitos
Molda mandamentos
Alerta o coração e sem medos
Nasce suas lendas pra vida sem tédios

O tempo é monge das reflexões
Cura todas as infecções
Só o tempo compreende os corações
Consegue dialogar sentado com as nossas ilusões…

No tempo todas as coisas mudam
Mau muda para melhor mesmo que não
mas apreende a refletir suas tristes acções para com seu semelhante
O bom pode ser pior que o ruim na vida
A santa viraliza e se transforma em uma víbora
A víbora muda de vida e transforma sua história.

No tempo todos estão sujeitos à falha
Não há quem escape da lei da vida
A vida é justa maltrata os bons e os maus
Somos meros humanos
A cronologia faz parte da nossa existência
Uma dia a nossa missão termina
E começará a dos outros semelhante a nós…
Seres como nós
Vindo de nós
Após nós…

Tempo das coisas
Coisas do tempo

Soldado Wankalika

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A vida é, simplesmente!

Paulo Siuves: ‘A vida é, simplesmente!’

Paulo Siuves
Paulo Siuves
Imagem criada por IA da Meta - 11 de setembro de 2025, às 10:22 PM
Imagem criada por IA da Meta – 11 de setembro de 2025,
às 10:22 PM

Os pais nunca têm o mesmo bebê duas vezes:
a cólica da madrugada é trocada por papinhas,
os primeiros sons estalam — e já brotam dentes,
o engatinhar orgulhoso tropeça
num passo incerto
que tenta ficar de pé.

O tempo não pede licença:
passa,
leva,
muda.

E nós, atordoados, perguntamos —
o que é a vida?

Talvez um abraço que salva a tarde
ou o cheiro de café que devolve a infância;
talvez uma casa de tijolos cansados,
um carro comprado com suor,
ou a joia que guarda um rosto no metal frio.

Há quem a veja no detalhe mínimo:
um vestido esquecido no armário,
um prato antigo que abre feridas de saudade.
E há quem prefira conceitos:
liberdade, saúde, paz de domingo,
o amor — linha invisível costurando dias.

Para mim, a vida é trilho de trem:
o pé atrás carrega o peso da experiência,
o pé à frente adivinha o horizonte,
e, entre um e outro,
esse breve equilíbrio,
esse agora que arde na palma.

O passado é retrovisor:
um lampejo,
consultamos e seguimos.
O futuro é ensaio:
listas rabiscadas,
sonhos em papel amassado.

Mas tudo, tudo acontece aqui:
enquanto pensamos no amanhã,
o hoje se consome como vela;
enquanto apertamos o ontem,
o hoje se solta como fumaça.

Planejar é preciso, sim:
quem planta hoje, colhe corpo e companhia;
quem estuda, desenha o ofício;
quem ama, constrói abrigo.
Mas o lápis só risca o contorno
se a mão se move no agora.

Eis o vaivém:
um casal renova votos — raiz, instante, desejo;
uma família ri no Natal — ontem, hoje, esperança.
Flores murcham,
juventude abranda o passo;
os pais, antes sinônimo de colos,
agora precisam dos nossos braços.

É nessa dança que mora a beleza —
e a dor —
de viver.

Talvez seja isso:
vida é mistura de retrovisor e horizonte,
de chegada e despedida,
tempo correndo nas faces
e na pele das mãos
que se encontram
e depois… desatam.

No fim,
é simples:
a vida é o tempo que passa,
a mudança inevitável do que amamos.
Acho que a vida é,
simplesmente!


Paulo Siuves

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