Joelson MoraImagem criada por IA do Bing – 14 de setembro de 2025, às11:30 PM
A Arte da Purificação Interior
Vivemos tempos em que a pressa, o excesso de informações e a busca por resultados imediatos nos afastam do essencial: a capacidade de limpar o que nos pesa por dentro. Assim como o corpo se desfaz do que não serve para manter o equilíbrio da vida, também a alma precisa desse processo de liberação.
Um simples mantra/oração pode nos conduzir a essa consciência:
“Eu libero o que não me serve.
Eu recebo a luz que me renova.
Eu caminho em paz e confiança.”
Essas palavras, quando repetidas em silêncio ou em voz baixa, trazem uma força simbólica e transformadora. Elas nos lembram que a vida não se resume ao acúmulo, mas ao fluxo — deixar ir, acolher o novo e caminhar com serenidade.
Carregamos em nossa mente lembranças, medos, culpas e até relações que já não fazem parte do nosso propósito. Guardar tudo isso é como manter um quarto trancado e cheio de objetos sem utilidade: falta espaço para o novo entrar. Liberar o que não serve é um ato de coragem, mas também de amor-próprio.
Quando esvaziamos, damos espaço para a luz. Essa luz pode ser traduzida como fé, esperança, espiritualidade, ou simplesmente a clareza de enxergar a vida com novos olhos. Receber a luz é um gesto de abertura: permito que o melhor venha até mim.
A vida é um caminho, e não um ponto fixo. Caminhar em paz é aprender a andar sem pressa, reconhecendo cada passo. Caminhar em confiança é saber que mesmo os desafios escondem aprendizados que nos moldam como seres humanos melhores.
Se cada um de nós praticasse diariamente esse exercício — liberar, receber e caminhar — talvez as relações seriam mais leves, os ambientes mais saudáveis e a vida, mais plena. O mantra/oração da purificação não é apenas uma frase, é um convite:
a olhar para dentro,
a deixar ir o que não faz sentido,
a se abrir para a luz que renova,
e a seguir adiante com serenidade.
Porque, no fim, o verdadeiro bem-estar nasce daquilo que escolhemos soltar e da confiança com que seguimos caminhando. Ou seja, o estar bem.
Diamantino Bártolo“Autoconfiança, autossegurança, felicidade social” Microsoft Bing – Imagem criada pelo Designer
Se é verdade que Confiança e Segurança se vão adquirindo ao longo da vida, pelo estudo, trabalho e experiência, também é verdade que a sociedade, as organizações e as pessoas, estas individualmente consideradas, nos possibilitem as oportunidades para demonstrarmos do que somos capazes, porque de contrário nunca sairemos do “anonimato”, ou seja: terá sempre de haver uma primeira vez, a partir da qual, e caso a nossa intervenção seja positiva, iniciarmos, com Confiança e Segurança, novas atividades.
A autoconfiança, a autossegurança e a Felicidade social conquistam-se paulatinamente, testam-se frequentemente e acabam por ser reconhecidas pela sociedade, todavia, é muito perigoso qualquer excesso daquelas atitudes, porque pode conduzir à exacerbação da própria autoestima, manifestada em egocentrismo, narcisismo e vaidade despropositada que, por sua vez, levam, muitas vezes, à arrogância, ao orgulho e ambição desmedida, enfim, à prepotência e subjugação dos mais fracos.
Ao longo da vida podem demonstrar-se e exercer-se, honesta e solidariamente, várias atitudes, que geram Confiança, Segurança e Felicidade, não só em nós próprios como nas outras pessoas, e isso é muito importante e positivo, quaisquer que sejam as nossas atividades sociais, profissionais e cívicas.
A título de informação, invoque-se, por exemplo, a Generosidade. Na verdade: «A generosidade com as pessoas nos faz perceber as suas limitações, tolerar as suas dificuldades e ter paciência com o seu ritmo de crescimento; nos faz aceitar o outro como legítimo outro, o que é uma forma de amor. Se queremos receber algo do próximo, devemos primeiramente dar-lhe algo. É pena que tão frequentemente o orgulho e as razões do ego nos impeçam de fazê-lo.» (NAVARRO & GASALLA, 2007:79).
Efetivamente, ao sermos generosos, estamos a revelar ao nosso semelhante: que nos preocupamos com o seu bem-estar; que desejamos para ele uma vida melhor; que viveremos sempre do seu lado, nas mais difíceis circunstâncias da vida; que ele pode contar connosco, com os nossos valores e sentimentos; com as nossas virtudes e qualidades, mas também com os nossos defeitos, erros e imperfeições; que estamos disponíveis para suportar o infortúnio e partilhar a felicidade. A nossa generosidade não terá limites e este comportamento, seguramente, vai gerar Confiança, abertura, entrega e cooperação recíprocas.
Portanto, a Confiança, a Segurança e a Felicidade, constituem um primeiro tripé para o sucesso pessoal e, nesse sentido, é crucial abrirmo-nos aos outros, àqueles em quem realmente confiamos, que nós sabemos que têm igual comportamento connosco, porque a partilha de ideias, aspirações, desilusões, sofrimentos, desgostos, mas também de alegrias e felicidade, torna-nos mais fortes, mais motivados para concretizar projetos e dividir sucessos.
Realmente: «Se confiar é uma utopia, bendita seja. Por ela vale a pena fazer esforços e correr algum risco. A recompensa, afinal, é um mundo melhor. Mas, como qualquer outra coisa na vida, a confiança será um tema importante desde que cada um creia nisso. Eis o caminho: ir buscando e encontrando os benefícios que nos incentivam a confiar cada vez mais uns nos outros.» (Ibid.:114).
É claro, numa perspetiva cética ou, se se preferir, de grande prudência, admitir-se que há certos setores em que confiar nos outros é muito perigoso, e desde já talvez não seja pejorativo apontar o mundo dos negócios, a atividade política, o envolvimento em concursos com determinados objetivos: um emprego, uma adjudicação de um trabalho, eventualmente, pormenores da vida mais íntima, aqui no contexto de um relacionamento pessoal que, não sendo bem aceite pela sociedade será, porventura, do agrado e em consonância com valores, sentimentos e emoções muito profundos, entre duas pessoas.
No limite, é necessário analisar bem em quem podemos confiar, que tipo de assuntos, acontecimentos e projetos poderemos realmente confessar, salvaguardando-se sempre a solidariedade, a amizade, a lealdade, a consideração e a gratidão para com as pessoas que já revelaram confiar em nós.
Em relação a estas, será do mais elementar bom senso e justa retribuição que a elas confiemos, igualmente, tudo o que nos faz bem partilhar, que ajuda a consolidar a nossa Confiança, Segurança e Felicidade.
Bibliografia
NAVARRO, Leila e GASALLA, José Maria, (2007). Confiança. A Chave para o Sucesso Pessoal e Empresarial. Adaptação do Texto por Marisa Antunes. S. l., Tipografia Lousanense.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente Honorário do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal