A poesia se farta

Priscila Mancussi: ‘A poesia se farta’

Priscila Mancussi
Priscila Mancussi
Imagem criada por IA da Meta – 04 de setembro de 2025,
às 13:14 PM

A poesia se farta na música
Nos sentimentos acometidos de infortúnios
Nas dores oriundas de palavras inversas
Nos olhares dos amantes apaixonados
Na fotografia registrada ao luar
No desenho rabiscado da criança
Nas cenas diárias de solidariedade e amor
Sim!
A poesia se farta
Ela infarta os corações com tamanha beleza
Ela ilumina as vidas com sua pureza
Clareia os pensamentos de qualquer um
A poesia que jamais se cala
Que mesmo não escrevendo as letras
Ela se faz tão viva e presente
Até mesmo numa simples borboleta
E nessa fartura com que ela se farta
A poesia que encontra encanto em tudo quanto há
Vê raios de sol até mesmo
Na escuridão do seu olhar
Seja na música, nas linhas curvas ou retas
Seja no olhar apaixonado ou desalentado
Seja na imagem viva ou fotografada
A poesia nunca falha
Teimosa, essa danada
Encontra sempre um motivo
Para embelezar nossas palavras.

Poema publicado no livro: Súbito – a vida entre versos

Lançamento do livroSúbito – a vida entre versos‘, de Priscila Mancussi

Priscila Mancussi

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Omissão

Sergio Diniz da Costa: Poema ‘Omissão’

Sergio Diniz
Sergio Diniz
Imagem criada por IA no Bing - 09 de abril de 2025, às 10:16 PM
Imagem criada por IA no Bing – 09 de abril de 2025,
às 10:16 PM

O Sol se deitou, acobertado
Pelo manto rubro do poente…
Mas você não viu.

Nos jardins, as rosas se abriram
Inebriando o ar…
Mas você não sentiu.

Na rua, a criança pediu
Do lar, o velho partiu…
E você, nem chorou.

Sob a fúria da cavalaria
A multidão, trôpega, gritou,
Mas, diante da opressão,
Você se calou!

Às portas da Morte,
Você a viu, a sentiu,
Por ela chorou,
Em desespero gritou
Mas a Vida, outrora tão perto,
Repentina, o deixou!

Sergio Diniz da Costa

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À procura de uma dignidade duradoura

Ella Dominici: ‘À procura de uma dignidade duradoura’

Ella Dominici
Ella Dominici
Imagem gerada por IA do Bing - 13 de dezembro de 2024
 às 7:38 AM
Imagem gerada por IA do Bing – 13 de dezembro de 2024
às 7:38 AM

Onde estiveste de noite?
noite-memória dos sinos,
Sondando Deus?

Iluminações em mistérios são alcance
da essência substancial das coisas

Onde estiveste quando no céu surgia a estrela….

E na epifania celeste surgia
o relance que passaria
como um cometa que viveu entre os homens
não estrelando poder, mas envergando brilho terreno na pacificação

Deixando caminho do alcance das dignidades

Onde estiveste na noite?
Noite-memória da vinda Criança-esperança,
Sendo tu sondado?

Alma personificada no ser perdido,
esta, sonda profundezas de memória no celeiro deixado,

nobre encontro com a identidade do eu verdadeiro,

procura da revelação do ser, é encontrar dignidade em Cristo

epifania celeste neste acampado divino corpo ,
ora propriedade terrestre
ora essência de perfume,
intangível com o olhar
invisível com as mãos, dedilhado com o âmago
saboreado com o paladar da plenitude da alma

Caia a neve como manto de amor em nossas almas,
Empalideçam as estrelas cadentes do orgulho e desafeto,

Despontem e venham estrelitas de humildade em forma de simples aceitação das diferenças

Caia a membrana que cobre os olhos e esconde de si a luz que quer brilhar

Cintilem noites despojadas de presunções e intenções

Cintile em lares e famílias com perdões e afagos em abraços e em orações

Que o presente alcançado por Deus brilhe fulgurante

Seja a dignidade de guardar o menino nos sentimentos,
trilhar os passos do
Homem que se fez carne

“amar ao outro como a si mesmo”
em todos os cantos,
aguardando não a próxima noite de festa
Mas vencendo os dias e noites na espera

Da almejada Manhã!

Eterna Dignidade

Ella Dominici

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Pés descalços

Ivete Rosa de Souza: Crônica ‘Pés descalços’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
Criador de Imagens no Bing. 5 de outubro de 2024, às 11:45 PM

Em minhas mais doces memórias, ainda me vejo correndo descalça. Brincava na rua até à noite, com meus irmãos, sem preocupações, sem que meus pais temessem algum perigo, só adentrava a casa somente quando minha mãe chamava,  mas meus pais não saiam à rua para nos impedir de ser crianças.

Muitas vezes descuidada na empolgação da correria, feri meus pés em espinhos, pequenos cacos de vidro. Simplesmente sentava-me  no chão, retirava o espinho e saia a correr, sem sentir dor.

Ainda tenho algumas cicatrizes dos cortes em  cacos de vidro. E me recordo dos sustos de minha mãe, quando era necessário ir ao pronto socorro, tirar um pedaço de vidro que teimosamente incrustrado, não querendo sair. Doía, mas me segurava, afinal a dor passaria, enquanto fazia esforço para não chorar, minha mãe se apiedava, e eu não levaria umas chineladas.

No dia seguinte, lá estava eu novamente, abandonando os chinelos ou tênis, largados na calçada. A liberdade de ter os pés libertos, sentindo a grama, a terra até mesmo o asfalto quente. Tudo valia a pena, o riso, as brincadeiras, a correria, eram  recompensados com o esquecimento desses pequenos acidentes.

Depois de crescida, tomei modos como diria minha mãe, e só andava descalça na areia, quando ia à praia, sentido as ondas molhando os pés sedentos de liberdade. Adorava ver as águas imensas apagando minhas pegadas.

Adulta, calcei meus filhos, preocupando-me que pudessem ferir seus pés. Chinelos, sapatos, tênis, tudo para proteger meus rebentos.

Já não tinham a liberdade ilimitada de outros tempos; brincar na rua, só com a supervisão dos pais. Ficar na rua até tarde noite adentro, nem pensar! Nesses novos dias, com a insegurança instaurada em todos os lugares, não tinha jeito.

Infelizmente os tempos mudaram, a inocência da infância, dos que têm mais de 50 anos, ficou no passado.

Atualmente, pés descalços são sinônimos de pobreza, são marcas dos desprovidos, dos indigentes, ou dos inocentes que ainda tentam dar os primeiros passos. Não é mais legado de liberdade da infância , de banhos de chuva, corridas na enxurrada, uma liberdade descontraída e privilegiada.

Agora tenho sapatos demais, que me levam a tantos lugares, mas eles nunca me levarão aonde fui quando tinha os meus pés descalços…

Ivete Rosa de Souza

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Coragem do tempo (parte 2)

Ismael Wandalika: Poema ‘Coragem do tempo’ (parte 2)

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
"... Teatro foi a terapia dos nossos dias..."
“… Teatro foi a terapia dos nossos dias…”
Imagem gerada pela IA do Bing – 13 de setembro de 2024
às 1:24 PM

A gente cresce
A criança em nós rejuvenesce
A criança que saí de nós envelhece
Visualizamos o entardecer dos dias paulatinamente
A vida ganha um rumo diferente

Somos magoados e magoamos também
Deixamos sonhos por realizar
Priorizamos quem decidimos amar
Nos tornamos país donos de um lar

No tempo
Sorrimos com saudade da lembrança de outros sorrisos
Nossos familiares e amigos tombados da jornada
Deixaram nossos corações partidos
Nos dividimos entre a realidade e a ficção da vida

O tempo traz um remédio que cura a alma
Há gente que se separa de nós mas continua presente mesmo distante
No tempo aprendemos que o amor e o respeito
São ponte que une pessoas independentemente da distância
O tempo tem a audácia de retificar rabisco
Engavetados na memória de um passado

O amor
vence
Valoriza
Entende
Respeita

No tempo choros são lembrados com sorriso nos olhos
Escrevemos nossa história olhando para dentro
Ficam no tempo os momentos que partilhamos na fase de convivência mútua
Os ensaios teatrais e de coreografia
O hino desajeitado do grupo coral
Aquele culto de avivamento espiritual
As pregações, os jejuns, os sábados jovens, os cultos aos segundos domingos de cada mês, as sextas feiras de culto de dramaturgia
Era tudo tão especial, tão divinal.
Nossas brigas, nossas brincadeiras, era tudo tão surreal

Ficou para a história do tempo
Os momentos vividos entre irmãos(as), primos(as) e sobrinhas(os) únicos momentos.
Hoje um novo tempo vivemos

Por mais que Anselmo Ralph cante
Jamais recuaremos o tempo
Pois, cada um(a) foi para o seu aprisco
Cuidar do seu novo mundo novo abrigo
Ser pai, ser mãe, ser madrasta ser padrasto fazer a vida no seu tempo.

Coragem do Tempo
O tempo ensina reeduca
Só os de verdade permanecem em nossa vida
Por mais que seja o tempo
Só os de verdade ficam quando tudo perde o sentido
Só os de verdade nos olham com esperança
Quando a gente perde o foco e a beleza da vida
Só os de verdade acreditam
Quando os caminhos ficam fechados para nós.

Uns nos deixam com o tempo
Outros ficam no tempo
O tempo leva e lava os males
Lembramos dos que foram com saudades
Coração aperta a dor aumenta as vontades
Olhos num retrato de lembranças
Imagens timbradas no peito do tempo

Dá saudade
Dá vontade
A gente não volta mas recorda a trilha antiga que guiava a matina os nossos dias infinitos
Cada vigília fortalecia o espírito
Cada ensaio era como respaldo
Teatro foi a terapia dos nossos dias

No tempo
Aprendemos a amar a família e a valorizar o perdão
De coração para os corações mansos
A palavra poética fala com verdade e compaixão.

Soldado Wandalika

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Hosanna

Ismaél Wandalika: Poema ‘Hosanna’

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
"Hosana! A gente canta com destreza. Há um poema na alma que alimenta o estômago da criança"
Hosana! A gente canta com destreza Há um poema na alma que alimenta o estômago da criança
Imagem criada pela IA do Bing

Hoje
trago traços cruzando as corridas de um amanhã coberto de hosanas
Preso na garganta de quem canta com esperança o hino que embala as almas
Enche o imo de nostalgia.

Quedas vêm como fortaleza de cada força empreendida na forja.
Pois o porão rejuvenesce as batidas do peito
E Deus conta os passos de um Soldado para abençoar sua trilha.

Hosana! A gente canta com destreza
Há um poema na alma que alimenta o estômago da criança
A cruz está pesada
Então deixa a música tocar e teremos forças pela manhã.

No fundo, ouço gritos que esperam a certeza na ponte esquina,
O ontem acredita que o amanhã será diferente
Então, recriamos uma Lambada para lembrar as lágrimas do caminho que trilhou a nossa gente
Gente forte ! Gente que vence e não teme

Hosanna
Entoada na aurora do dia
Ativa no coração alegria para vida
A força dará asas a quem permanecer na pista
Dando toques para elevar a fasquia
Deus não esquece o esquema da benção para a menina de seus olhos.

Hosanna!

Soldado Wandalika

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Quando criança

Denise Canova: Poema ‘Quando criança’

Denise Canova
Denise Canova
Quando criança, sonhei em andar. Sonho de criança inocente. Sonho
Imagem criada pela IA do Bing

Quando criança

Sonhei em andar

Sonho de criança

Inocente

Sonho

Dama da Poesia

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