Rogério Veiga Jr.

Rogério Veiga Jr.:

Uma bandeira hasteada em prol das letras, da cultura e realizações sociais

Rogério Veiga Júnior
Rogério Veiga Júnior

Há pessoas que empunham a Bandeira do Idealismo e da Empatia, tecida com as cores da inteligência e da vasta cultura, e, feitos Semeadores de Ideias e Realizações, materializam grandes obras, de repercussão nacional e internacional.

Rogerio Veiga Jr., escritor, editor e designer digital carioca, é uma dessas pessoas.

Filho de metalúrgico, negro portador de PCD, nascido na ‘Casa da Mãe Pobre’ nos anos 50, Rogério encontrou em seu pai sua grande inspiração e motivação. Como pai atípico de dois jovens autistas, ele destaca-se por sua constante luta pela inclusão, integração e pelo intercâmbio cultural, sendo defensor da união entre os artistas brasileiros e seus irmãos africanos.

Formação diversificada

A sede de saber e de fazer, conduziu Rogério Veiga Jr. a áreas e atuações múltiplas, desde a psicanálise à teologia, inclusive em matriz africana, produção cultural e nas Letras; nestas, foi o primeiro Conselheiro Municipal de Cultura na cadeira de Literatura e presidente fundador do Conselho de Cultura Municipal em São Pedro da Aldeia, além de ser o presidente fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia (ALSPA).

As Letras e o cunho social

É vice-presidente da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes (FEBACLA) e representante no Brasil de instituições culturais nos países africanos de língua lusófona. Como difusor cultural do Rotary Club, está envolvido em ações humanitárias e de filantropia. É um ativista cultural pioneiro na inclusão de artistas do espectro autista em academias de letras, grande incentivador de jovens e já graduados escritores, defensor da ocupação dos jovens no meio literário e um forte ativista contra a intolerância religiosa e o racismo.

Titulações

Com uma carreira destacada, Barão Rogerio Veiga Jr. é doutor honoris causa em Literatura, Psicanálise, Saúde Mental, Hipnose e Hipnoterapia. É, também, Barão Palatino de Gotland, Comendador, Embaixador da Paz e Embaixador Cultural Brasil-África. Formado em mecânica de aeronaves pela Força Aérea Brasileira, atuou como relações públicas na área literária em diversas academias e associações nacionais e internacionais.

Empresário literário

Atualmente, é presidente e editor da Editora Baronesa, editor da Revista Digital Internacional Casa de Escritores e diretor do Instituto Baronesa de Ensino e Desenvolvimento Humano. Iniciou sua carreira literária na plataforma digital Wattpad e hoje é autor de várias publicações, organizador e editor de dezenas de obras e coautor em diversas publicações nacionais e internacionais.

Como Embaixador Cultural, é representante e/ou fundador de várias instituições culturais, incluindo o Núcleo Artístico e Literário de Luanda (Angola), a Academia de Letras, Músicas e Artes de São Tomé e Príncipe, a Associação Literária de Tarrafal de Santiago (Cabo Verde) e a Embaixada Cultural Brasil-África. Membro ativo de diversas academias de letras e artes nacionais e internacionais e foi agraciado com várias comendas e prêmios literários.

Atuação nas ciência humanas e sociais

No campo da psicanálise, possui especialização em Neuropsicanálise, Clínica Infantil, Neurobiologia dos Transtornos Mentais, Neurobiologia da Ansiedade, Sexualidade Humana, Terapia de Casais, Reflexoterapia, Aplicador ABA e Hipnoterapeuta.

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Mulher rural

Ismaél Wandalika: Poema ‘Mulher rural’

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
Imagem criada por IA do Grok

Mulher rural
É mãe, é força, é cultura, é forte na tradição,
Ensina com exemplos e provérbios toda uma geração. (Bis)

A vida começa
E o dia abraça sua bravura
No coração do campo ela floresce,
Semeia vida, colhe sorriso de esperança
Com as mãos na terra, seu sonho acontece.
Carrega o mundo em seus braços com fé e confiança.

Mulher Rural

Ao despertar para suas lutas diários entre galinhas, enxadas e fogão,
Segue firme seu caminho com alma e coração
Não há relógio que marque seu labor
Trabalha em silêncio acreditando que o amanhã será melhor
Lá vai ela, espalhando em cada canto seu imenso amor
Entoa seu hino de esperança na matina para aliviar sua dor

Refrão
Mulher Rural

É mãe, é força, é cultura, é forte na tradição,
Ensina com exemplos e provérbios toda uma geração. (Bis)

Conhece o tempo e suas estações, luta por dignidade
É porta voz do seu povo e com o seu saber, ajuda sua comunidade
Tem em sua palavra o remédio que cura a desigualdade

Mulher rural

É mãe para os seus filhos
Pátria para o seu esposo
E apesar de suas intensas lutas, ela não perde o seu brilho.

É crente em suas lutas
Não desiste mesmo quando o mundo a julga
Sua voz tem espaço no diálogo para implantação de novas políticas
Carrega a força da sua ancestralidade
Seus conselhos são divinos geram milagres.
(bis)

Refrão
Mulher Rural

É mãe, é força, é cultura, é forte na tradição,
Ensina com exemplos e provérbios toda uma geração. (Bis

Ensina aos detalhes os valores da cultura e a força da tradição para uma nova geração
É Mulher de múltiplos papéis, raiz da nação,
Resistência, força e poder transborda em seu coração.( Nula)

Refrão
Mulher Rural

É mãe, é força, é cultura, é forte na tradição,
Ensina com exemplos e provérbios toda uma geração. (Bis)

Soldado Wandalika 🫡

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Entre o corpo, a alma e a cultura

SAÚDE INTEGRAL

Joelson Mora: ‘Entre o corpo, a alma e a cultura’

Joelson Mora
Joelson Mora
Imagem criada por IA do Bing a em 30 de setembro de 2025, às 12:00 PM
Imagem criada por IA do Bing em 30 de setembro de 2025, às 12:00 PM

A dor é uma das experiências humanas mais universais e, ao mesmo tempo, uma das mais complexas. Presente desde o nascimento até os últimos instantes da vida, ela não é apenas um sintoma físico, mas também um fenômeno que atravessa dimensões emocionais, sociais, espirituais e culturais. Compreendê-la é fundamental para promover saúde integral.

Segundo a International Association for the Study of Pain (IASP), dor é “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”. Essa definição amplia a visão biomédica, reconhecendo que dor não é apenas consequência de uma lesão, mas também da forma como o cérebro interpreta e dá sentido a determinados estímulos.

No senso comum, dor é frequentemente entendida como algo que se deve evitar ou suprimir. No entanto, culturas e tradições filosóficas diversas revelam que ela também pode ser um caminho de aprendizado, transformação e até espiritualidade.

A literatura científica classifica a dor em diferentes categorias:

Aguda: de curta duração, geralmente associada a uma causa identificável (como uma fratura).

Crônica: persiste por mais de três meses, mesmo após a cicatrização do tecido. Está ligada a processos complexos do sistema nervoso.

Nociceptiva: relacionada a danos nos tecidos.

Neuropática: originada em lesões ou disfunções no sistema nervoso.

Psicogênica: vinculada a fatores emocionais e mentais.

Estudos recentes apontam que a dor crônica atinge cerca de 30% da população mundial, impactando diretamente a produtividade, a qualidade de vida e os relacionamentos humanos.

Diversos pensadores refletiram sobre a dor:

“A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.” – Haruki Murakami

“As cicatrizes nos lembram que o passado foi real.” – C.S. Lewis

“A dor é o megafone de Deus para despertar um mundo surdo.” – C.S. Lewis

Essas frases revelam a multiplicidade de olhares: da dor como inevitabilidade biológica à dor como experiência transformadora.

Japão: influenciado pelo budismo e pelo Seitai, a dor é vista como um sinal de desequilíbrio do corpo e da energia vital. O objetivo não é apenas eliminá-la, mas restaurar a harmonia.

Ocidente: tende a medicalizar e combater a dor de forma direta, por vezes esquecendo o aprendizado que ela pode trazer.

Povos indígenas: muitas vezes a dor é ritualizada, entendida como passagem de crescimento ou fortalecimento espiritual.

Cristianismo: a dor pode ser vista como parte da purificação, mas também como algo que encontra alívio no cuidado mútuo.

Na visão da Saúde Integral, não basta tratar apenas o sintoma. É preciso compreender a dor em sua totalidade — física, mental, emocional e espiritual. O Seitai, técnica japonesa de quiropraxia, vai além da manipulação corporal: ele busca reorganizar o corpo para que a energia vital circule de forma livre e natural.

A dor, nesse contexto, é um sinal de vida. Ela mostra que algo está em desalinho, mas também aponta o caminho para o equilíbrio. O Seitai convida à escuta do corpo, ao respeito pelo ritmo natural e à confiança no poder regenerativo do organismo.

A dor pode ser inimiga ou mestra. Depende da forma como nos relacionamos com ela. No campo da saúde integral, aprender a escutar a dor é fundamental para transformar sofrimento em consciência, desequilíbrio em movimento, e limites em caminhos de cura.

Talvez possamos ressignificar a dor não apenas como algo a ser combatido, mas como um convite ao autoconhecimento e à harmonia. Afinal, cuidar do corpo é cuidar também da alma — e é nesse encontro que a verdadeira saúde integral se manifesta.

Joelson Mora

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Pilares da sociedade

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

‘Pilares da sociedade: Liberdade. Democracia. Cidadania. Cultura’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
Imagem criada por IA no Bing - 31 de março de 2025, às 08:11 PM
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às 08:11 PM

O primeiro pilar, autêntico baluarte da dignidade humana, valor essencial à vida do homem, desde sempre conhecido e nem sempre respeitado, pode-se designar por Liberdade, porque isto mesmo é reconhecido nos diversos tratados internacionais e nas Constituições Políticas nacionais, sob a fórmula: “Todos os homens nascem livres e iguais”

A Liberdade é, então, um valor insubstituível e objetivo: ou se tem e se usa, responsavelmente; ou não se tem, porque alguém, prepotente e humilhantemente, impede que dela se faça uso. A Liberdade é sempre definida a partir de um objetivo que se lhe segue, sob a forma adjetivada de: liberdade pessoal, liberdade política, liberdade de expressão, liberdade religiosa e muitas outras formas de liberdade. 

O segundo pilar ou valor que importa melhorar, aprofundar e consolidar é a Democracia, com todos os seus princípios, regras e valores, indissociável da liberdade, da cidadania e da religião. A democracia, enquanto instrumento político de liberdade, de escolha do povo para o governo das comunidades e do mundo, e que, levada a uma análise mais abrangente, e simples, se conceptualizaria como: o governo do povo, pelo povo, para o povo e com o povo. 

A dificuldade em consensualizar um conceito universal de democracia é, por enquanto, uma realidade que não se consegue escamotear, todavia, é possível admitir alguma anuência, no que respeita à sua estirpe popular.

Um terceiro pilar na construção de um novo cidadão, para uma jovem sociedade, mais humana, mais justa e mais solidária, fundada na cultura dos valores cívicos, a partir de uma formação personalista e humanista, promovida pela família, pela escola, pela Igreja, pela comunidade e pela comunicação social responsável, é erigido pela Cidadania, na perspectiva da liberdade responsabilizante, de cada cidadão assumir os seus deveres e exercer os seus direitos, no respeito integral por iguais compromissos e benefícios dos seus semelhantes. 

A preparação do homem moderno, para se construir uma sociedade mais tolerante, solidária e humana, não sendo assim tão difícil é, todavia, complexa, enquanto, nem sempre os valores em confronto são comungados pelas diversas culturas, porque, mesmo nacionalmente, existem diferenças culturais que não se podem ignorar, e que perante as quais, é necessário tomar posição, rejeitando-se, à partida, qualquer tipo de etnocentrismo, xenofobia e outros preconceitos extremistas.

Uma atitude intercultural, na perspectiva da interdisciplinaridade cultural, visando o intercâmbio de culturas, enriquecendo-as reciprocamente, é, seguramente, a posição intelectual e antropológica mais favorável e que, possivelmente, melhores resultados produzirá a curto prazo. 

O homem valoriza-se, porque a cultura é um processo que se concretiza como um produto do espírito humano, numa como que superformação do caráter, de resto, já há mais de dois mil anos, que a cultura era para os gregos, a “aristocracia do espírito”. É, por isso mesmo, bastante difícil definir a cultura, porque a sua complexidade não permite uma delimitação, que qualquer definição impõe. 

Logo nos primórdios da sua história, os portugueses tornaram-se num povo de imenso manancial psicológico enquanto, em boa verdade, eles adaptaram-se a todas as situações, sem que dessa natureza resultasse qualquer perda de caráter, qualquer quebra de nacionalismo e, por isso, o português vive no estrangeiro, adaptando-se às normas de trabalho, à língua, inclusive, a certos costumes. 

Trabalhar, diariamente, com pessoas de escalão etário diferente, na circunstância, superior, com longa experiência e escolaridade elevada, implica por parte do líder, e até dos colegas, alguma deferência, não necessariamente discriminação negativa, e/ou positiva, em relação aos mais novos, mas, no mínimo, um tratamento respeitoso, comprometido, de seriedade de palavra. 

O líder: tem de dar bons exemplos aos seguidores; tem de ser justo, leal, transparente, honesto; não exigir para além das capacidades de cada um e, muito menos, para lá de um clausulado escrito, assumido e assinado pelas partes. Em nenhuma circunstância o líder deverá utilizar a chantagem, a ameaça e a pressão, baseadas em contextos pontuais: de mercado de trabalho, idade e quaisquer outras que, quantas vezes, até são ofensivas para o colaborador. 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Esquizofrenia…

Clayton Alexandre Zocarato: Poema ‘Esquizofrenia…’

Clayton Alexandre Zocarato
Clayton A. Zocarato
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às 12:08 PM

A loucura…

Tornou-se sua…

Doçura e cultura…

Aos quais transcorrem…

Uma lisura de presenteísmo…

Perdido no passado…

E incerto no futuro…

Pelo Dragão da indiferença…

Ocorre  uma forte eloquência biomédica…

Que seja (in)viável…

Para um fiador emocional…

Que lute contra o banal…

Passando por um espiral mental…

Nada legal…

Suas veias foram picadas…

Seus braços acorrentados…

Suas Almejadas…

Seus pés prendidos…

E o líquido sedativo, entra em suas veias…

Tudo vai se tornando vago…

A escuridão logo ganhará sua mente…

Sonhar, vai lhe trazer um pouco de lucidez…

Na sua pequenez existencial…

Continuamente é esmagado…

E humilhado…

No cárcere do seu esquecimento…

Muito lamento…

E pouco espiritual…

No seu astral…

Não há moral…

Mas vive no jogral…

Penando com um mal…

Institucional e boçal…

A Esquizofrenia é doce no seu ‘viajar’…

Amarga no ficar…

Na minuta de tentar…

Fugir do amargar…

Permanecendo com um medicar…

Que não tem nada de amar…

Nos níveis baixos de sua lucidez…

O afagar tem pouca vez…

Lições para a vida…

Resultados enclausurados para morte…

Tem sorte em morrer…

Antes de enlouquecer…

Por completo…

Sem nenhum ‘repeteco…

Para as construções, de novos mexericos

Fala sozinho…

E dialoga com o nada…

Quaisquer momentos…

Podem ser juramentos…

Com lamentos…

Metamorfoseados em tormentos…

A cama do seu catre…

 Clama por sua presença…

Afinal, entre eles…

Não há desavenças…

Mas sim crenças infiltradas pela distonia…

Multiplicando, sua agonia…

Nas tempestades noturnas…

Realizam plêiades alucinógenas diurnas…

De potestades, cheias de tempestades…

Subjetividade conscrita de poucos louvores…

Mas clamando por amores…

Que se tornam dores…

Nos seus neurônios…

Axônios de incongruências…

Virtudes de indecências…

A Esquizofrenia…

Não é sobre as sanidades…

Mas a insanidade…

Em se ter uma verdade…

Que seja sinônimo de maldade…

Clayton Alexandre Zocarato

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Cultura: expoente máximo da pessoa humana

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:

‘Cultura: expoente máximo da pessoa humana’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
Imagem criada por IA no Bing - 23 de fevereiro de 2025, às 15:46 PM
Imagem criada por IA no Bing – 23 de fevereiro de 2025,
às 15:46 PM

Pelo estudo do folclore e da etnografia, melhor se pode compreender o passado que, é parte de toda a pessoa; raiz da existência humana; e suporte de uma cultura, neste caso, a portuguesa, a qual se revela no modo de vida de um povo, na sua forma de agir, sentir e pensar, com base num conjunto de princípios, valores, sentimentos e práticas, e que estão adequados à persecução de um ideal.

O homem português tem que, face aos poderosos meios científicos e técnicos ao seu alcance, assumir a sua cultura, com tudo o que ela comporta, sem vergonhas, nem complexos, retirar do esquecimento as suas seculares tradições, recapitular o mundo antigo, antecipar para o futuro o classicismo greco-romano, do qual, e de resto, nasceram valores inestimáveis, nomeadamente: a Honra, o Respeito, o Humanismo, o Direito, a Justiça, a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, entre muitos outros, hoje tão ignorados, ou ridicularizados, ou pelo menos, não assumidos.

Neste caso, todos aqueles grandes princípios, valores e sentimentos que, o Cristianismo, entre outras religiões, encerra, consubstanciados no Amor, na Verdade, na Solidariedade, na Lealdade, na relação antropológica do “Eu-Tu”, sob a Luz de um Ser Absoluto e Supremo, que de facto tudo fundamenta, é que dão esta dimensão inigualável da pessoa verdadeiramente humana.

Apesar do que fica escrito, a cultura portuguesa não está, ainda, completamente degradada, porque os cidadãos, inseridos numa civilização do tipo ocidental, conseguem, não obstante os vários movimentos supernacionalistas, manter uma certa referência ao passado, e uma distinção em reação a outros tipos civilizacionais e, como que “renascendo das cinzas”, mostrar aos parceiros internacionais um valioso património cultural, com base no sentimento emocional que carateriza a cultura portuguesa.

Esta cultura nacional é um processo de valorização do humano, mais de formação de caráter do que transmissão de saberes, dentro de um rigoroso conceito de humanismo, através da arte, da literatura, da filosofia e do vasto leque das outras ciências sociais e humanas.

Exatamente, dentro deste espírito, parece lógico e razoável que os governantes portugueses, independentemente das ideologias político-partidárias, dinamizem todo um processo educacional, em ordem à assunção dos valores mais tradicionais, e também em relação à salvaguarda dos princípios universais aceites pelo conjunto das nações.

Nesse sentido, justificam-se, plenamente, a desilusão, praticamente generalizada, sobre a desvalorização que certas disciplinas vêm tendo nos currículos do ensino em Portugal. A pouca carga horária, por exemplo, atribuída à disciplina de Filosofia, provoca, seguramente, uma certa “acefalia” no pensamento português, reduzindo a pessoa a uma mera máquina do sucesso material, robotizando-a naquilo que ela tem de mais profundo e livre que é o seu próprio pensamento, o seu “Eu”, a sua capacidade crítica, afinal, parte integrante da cultura.

É indubitável que, nas horas mais difíceis, deve triunfar a parte melhor que existe dentro da pessoa verdadeiramente humana, mas para que tal se verifique ela deve possuir formação humanística, deve ser culta e, na posse destes dois elementos, ela será, obviamente, solidária, amiga, leal, compreensiva, tolerante, inteligente, encontrando as soluções corretas e justas, para os problemas mais delicados.

O homem sem cultura é como um prisioneiro de preconceitos absurdos, isolado do seu contexto histórico, cultural, social e também religioso. A Cultura dá esperança ao homem e esta é a “última a morrer”, constituindo, por isso mesmo, uma saída para as crises, e para a projeção de um futuro mais promissor, porque sem esperança o homem não tem destino, não idealiza um projeto de vida, e jamais alcançará a felicidade suprema da realização pessoal, enquanto pessoa humana, de deveres e direitos, enquanto “animal de cultura”, dotado de inteligência e vocacionado para as mais elevadas realizações ecuménicas.

Venade/Caminha – Portugal, 2025
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Cultura tradicional regional

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:

‘Cultural tradicional regional’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
Imagem criada por IA do Bing - 17 de fevereiro de 2025 
às 08:39 PM
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às 08:39 PM

É nas formas de agir, sentir e pensar que se manifesta a cultura, a qual traduz a globalidade do modo de vida de um povo, dizendo respeito ao homem individual, enquanto domínio do subjetivo, contendo, intrinsecamente, a ideia de evolução no sentido do melhor.

O homem valoriza-se porque a cultura é um processo que se concretiza como um produto do espírito humano, numa como que superformação do caráter, de resto, já há mais de dois mil anos que a cultura era para os gregos a “aristocracia do espírito”. É, por isso, bastante difícil definir a cultura, porque a sua complexidade não permite uma delimitação, que qualquer definição impõe.

Numa perspetiva filosófica e citando António Sérgio o problema da cultura «é uma questão de mentalidade e esta é algo que não se pode ensinar porque constitui o resultado das convicções profundas de cada um»

Por sua vez, Protágoras, afirma que: «O homem é a medida de todas as coisas», enquanto que Platão dizia que «Deus é que deve ser a medida de todas as coisas» para, finalmente, se admitir, com Jorge Dias, que «o coração é que se torna a medida de todas as coisas, até porque o português revela-se de particular singularidade, seja qual for a sua situação no mundo».

A psicologia portuguesa transporta uma série de elementos étnicos, míticos e culturais, da mais diversificada origem, o que, efetivamente, denota o caráter extremamente complexo da cultura portuguesa. 

A estrutura greco-latina, as correntes islâmicas e hebraicas transmitidas para o pensamento e a literatura, a profunda religiosidade que ao longo da Idade Média se fez sentir, a epopeia dos descobrimentos, o espírito das Cruzadas e o ideal da dilatação da Fé, pela qual se construiu o Império Colonial, os contactos com povos tão díspares como o africano, o oriental e o americano, são fatores que não podem, de forma alguma, ser ignorados na composição da Cultura Portuguesa, à qual deve juntar-se, como elemento fundamental, o Mar. 

O Atlântico Português, a partir do qual se expandiu a Nação Lusitana, daí que a cultura Lusa seja mais marítima que qualquer outra: trata-se de uma cultura expansiva, uma cultura da aventura, do mistério, do risco e da saudade. Uma cultura cujo elemento essencial permitiu escrever páginas históricas indeléveis, cujo expoente literário se materializou em “Os Lusíadas”, que bem se pode dizer ser a Bíblia da Pátria Lusitana, a orientação da aventura de todo o Renascimento.

Logo nos primórdios da sua história, os portugueses tornaram-se num povo de imenso manancial psicológico porque, em boa verdade, eles adaptaram-se a todas as situações, sem que dessa natureza resulte qualquer perda de caráter, qualquer quebra de nacionalismo e, por isso, o português vive no estrangeiro, adaptando-se às normas de trabalho, à língua e até a certos costumes.

 Este povo festeja, periodicamente, de forma bem portuguesa e, ainda mais intensamente, à boa maneira da sua terra natal, alguns dos principais acontecimentos religiosos e profanos: a Ceia de Natal que, em família, se realiza com observância de determinados hábitos gastronómicos muito próprios, ou mesmo a “matança do porco” (agora em desuso, até por motivos legais e de salubridade pública), que muitos concretizam quando integrados em pequenas comunidades estrangeiras, onde outros portugueses residem ou, ainda, a criação de coletividades desportivas, culturais e recreativas, muito embora a saudade da terra natal não o abandone mas, bem pelo contrário, o torna mais melancólico, enigmático, distante, porém, sempre forte.

Este sentimento peculiar dos portugueses, leva-os a viver com sonhos de glória. Estão caraterizados pela saudade e pelo mar. A saudade é como que uma mentalidade complexa, resultante da combinação de fatores diferentes, por vezes opostos e que dá origem a um estado de alma muito singular, como que uma estranha ansiedade que, porventura, é uma simbiose de três tipos mentais diferentes: o lírico sonhador, próximo do temperamento céltico; o fáustico, do modelo germânico; e o fatalístico, bem ao temperamento oriental. Toda a literatura nacional passa pela saudade e, embora a filosofia portuguesa não tenha criado escola, também ela transpira saudade, sonho, fatalismo e glória.

BIOGRAFIA.

SÉRGIO, António, (1974). Obras Completas: Ensaios, 1ª edição, Tomo VII, Lisboa: Sá da Costa.

SÉRGIO, António, (1976). Obras Completas: Ensaios, 2ª edição, Tomo I, Lisboa: Sá da Costa. 

Venade/Caminha – Portugal, 2025

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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