Desalento
Ana Kelly: Poema ‘Desalento’
A dor consome o coração
Que sangrando,
desoladamente dentro do peito,
Se desfaz em agonia.
Vazam as lágrimas que já não aguento sufocar.
Meus dedos frios,
Em minha face
São tudo o que me resta
de um platônico conforto.
Não tenha pena de mim,
Entre essas lápides esquecidas
Repousarei pela eternidade.
Talvez sem dor
Mas como um borrão
em meio a claridade.
Ana Kelly