Soneto do mel
Ella Dominici: ‘Soneto do mel’
Um favo de mel tem cera que o envolve
passa meio às casas de abelhas e escorre
reluz ao Sol fluidez, tem segredo o ‘mole ao mel’
o brilho veludo há que se toque o céu
quando entorna destila bem devagar
vai meu salgado ao mel encontrar cura
na trança dos favos deixo a amargura
é terapia a agonia do meu desejo
bebo gotas de magia pouco a pouco
pele adoçada com suave aroma
pólen percebo quando te beijo
flerta com respirações sensíveis
não me canso de teu favo de mel
aguando mesmo em dias impossíveis
Ella Dominici
Meu cupido
Verônica Moreira: Poema ‘Meu cupido’
Meu corpo é o alvo, e celebra o teu amor rubro.
Danço como as musas dos antigos bosques gregos,
onde o mito ganha vida e o desejo se entrelaça.
Sou tua, inteira – a ninfa adorada dos teus sonhos
mais profundos, mais vibrantes. O prazer é meu e te pertence;
sou a fada da tua poesia.
Ah, como anseio que teus versos sejam todos para mim,
em meu louvor, em minha homenagem, no altar secreto do meu ser.
Meu ‘Eros’, símbolo da minha canção,
da minha loucura e doçura.
Homem, anjo dos meus encantos e desejos febris…
Como é possível ser tão mágico?
Teu olhar no meu, teus braços em meu corpo,
tuas mãos na minha pele, teu coração no meu.
Por que te amo? Não sei…
Só sei que morro se não te vejo;
meu rosto empalidece se não te beijo,
minhas mãos tremem se não te toco.
Amo-te, pois és meu cupido,
amo-te, pois és meu amigo
Verônica Moreira
Almas e verdades
Paulo Siuves: Poema ‘Almas e verdades’
Tua arte me inspira,
mas desejo mais que a contemplação.
Quero a troca pela arte,
pela arte da troca.
um ato de entrega,
um sim sussurrado
soprado na pele
que desperta à carícia.
Não busco mármore imutável,
mas um corpo que responde,
que dança ao toque,
vibra ao desejo,
sem pressa e sem medo,
num compasso permitido aos dois.
Sua *arte não é apenas bela,
é convite à descoberta,
à escultura, ao conjunto,
onde mãos, olhares e almas
se esculpem em diálogo.
Que seja sim sensual,
mas sempre consensual,
feito de risos partilhados,
silêncios entendidos,
vinhos derramados
e o respeito que nos faz inteiros.
Quero a obra da troca,
onde a criação e o sentir
se unem em harmonia,
num acordo sublime,
de corpos,
de almas,
de poemas e verdades.
Paulo Siuves
Contatos com o autor
Penso em ti e logo te quero
Eliana Hoenhe Pereira: ‘Penso em ti e logo te quero’
Penso em ti e logo te quero
Pelos caminhos floridos
quero ser o seu abrigo.
Saborear o tempo com dengo.
Ser admirada, desejada e amada!
Se nada acontece por caso,
Por que não me perder
nos teus abraços?
Quero ser teu imenso querer
a cada amanhecer.
Construir diálogos com o olhar
E os teus sonhos sonhar.
Eliana Hoenhe Pereira
Contatos com a autora
De Malanje (Angola) para o Jornal ROL, Zé Franco!
Poeta reconhecido no Brasil e internacionalmente, os versos de Zé Franco enriquecem ainda mais as páginas do ROL!
Zé Franco, natural de Malanje (Angola), e residente em Luanda (Capital), é escritor, poeta, trovador e haikaísta.
Autor do livro ‘Tradutor de Silêncios’, editado no Brasil pela chancela da Editora Filos.
É um poeta reconhecido no Brasil e internacionalmente com prêmios, títulos honoríficos e menção honrosa no Prêmio Internacional Pena de Ouro.
O artista também possui variadas participações em coletâneas e revistas internacionais.
Como em sua consideração, um cidadão do mundo, africano que nasceu em Angola, terra da qual se orgulha.
Zé Franco inicia sua jornada literária ROLiana com o sensibilíssimo poema ‘O sabiá-laranjeira’
O sabiá-laranjeira
Canta canta, o sabiá-laranjeira
desde a aurora, na madrugada
desde o Sol, ao seu beijo no mar,
do alpendre, lá no Rochedo da Serra,
uma canção só, órfã de souris*
entre o xadrez de um homem livre.
Antes era a liberdade canora
que então seu sedento desejo.
Souris. Alegria, vivacidade.
Zé Franco
Contatos com o autor
Olhares cheios de admiração
Irene Rocha: Poema ‘Olhares cheios de admiração’
Com olhos cheios de adoração,
Intensidade em cada contemplação,
Meu amor se revela enfim,
O universo inteiro contido em ti.
Teu olhar, uma mistura sublime,
Desejo, reverência, amor que define,
Promessa silenciosa, eterna proteção,
Expressa sentimentos além da razão.
Cada vez que te vejo, o mundo se expande,
Um cosmos de sentimentos, um coração que arde,
Palavras não cabem nesse nosso sentir,
Em teus olhos, vejo tudo que quero exprimir.
Amor eterno, além do que posso dizer,
Proteção e carinho, no silêncio a prometer,
No teu olhar encontro meu lar,
Um universo que só juntos podemos habitar.
Irene Rocha