O amor que ficou
Verônica Moreira: Poema ‘O amor que ficou’
Já não o vejo como antes,
Não o conheço mais.
Nem mesmo sinto sua falta,
Até recordo, mas sem saudades.
Seus olhos são agora silêncio,
Sua voz, um eco que já não quero decifrar.
Seu cheiro, desvanecido,
Seu gosto, uma memória que foge ao meu paladar.
Nem doce,
Nem salgado,
Algo indefinido,
Já não sei interpretar.
Mas hoje, sou eu que me quero.
Me aceito, como nunca antes,
E o rejeito, com uma força que jamais imaginei possuir.
Sinto-me leve,
Livre, limpa,
Um banho de amor? Talvez…
Ou apenas o despertar de quem finalmente vê.
Só sei que nada resta,
Quando o coração não insiste em lutar por amar alguém.
Só sei que me amo,
Como nunca amei alguém.
E quem passou, passou,
Só o meu próprio amor permanece.
Verônica Moreira