O casulo e a borboleta

José Antonio Torres: ‘O casulo e a borboleta’

José Antonio Torres
José Antonio Torres
Imagem criada pela IA do Bing
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Me arrasto em busca de mim mesmo;
O que me esperará mais à frente?
Qual será o meu destino?
Possuo muitas dúvidas,
Mas também desejos e metas;
Sim, tenho perspectivas e objetivos.
Embora tendo total consciência de mim,
Sinto que falta algo;
Estou incompleto…
E assim, sigo me arrastando.
Sinto algo muito forte em meu íntimo;
Isso me impulsiona a não desistir;
Intuo algo grandioso e que faz valer a pena o meu rastejar;
Mais um pouco… mais à frente… sigo.
O grande momento se aproxima…
Me recolho em meu interior, meu casulo.
Conhecimentos adquiridos…
Sentimentos intensamente vividos,
Alegrias… decepções… amores… realizações.
A transformação se processa lentamente e se realiza;
Sou recompensado pela persistência;
Meu espírito está livre e radiante como uma linda borboleta.

José Antonio Torres

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Ainda que…

José Antonio Torres: Poema ‘Ainda que…’

José Antonio Torres
José Antonio Torres
"... não me permito ser contaminado pelo que representa as trevas..."
“… não me permito ser contaminado pelo que representa as trevas…”
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Ainda que as tormentas se abatam sobre mim;
Ainda que a escuridão tente ofuscar minha luz;
Ainda que a ingratidão me decepcione;
Ainda que a maldade e a violência caminhem pelo mundo;
Ainda que o próximo esteja distante;
Ainda que a prepotência e a arrogância insistam em se fazer presentes;
Ainda que a intolerância me afronte;
Ainda que a falsidade use a máscara da bondade;
Ainda que a estupidez dissemine conflitos;
Ainda que o descaso e a incompreensão se façam presentes;
Ainda que tudo pareça confluir para uma realidade degradante, onde a humanidade vai se deteriorando em si mesma;
Me recuso a ceder ao desânimo, procurando seguir imerso na luz.
Não me permito ser contaminado pelo que representa as trevas e me mantenho senhor do meu destino.

José Antonio Torres

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Noites e luas num portal

Letícia Mariana: ‘Noites e luas num portal’

Leticia Mariana
Letícia Mariana
Imagem do Banco de Imagens do Canva
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Era noite. Algo ocorria dentro de mim. Eu não era a mesma pessoa.
Após tantas letras, alguns números rodeavam minha cabeça. Uma lógica confusa. Meus versos se tornavam além das estruturas – das minhas estruturas. Eu não sabia exatamente o que estava acontecendo.

“Onde estou?”, pensava. Na pracinha do Bairro Peixoto, algo estranho acontecia. Conversei com uma bela moça que me dizia que o destino nos reserva surpresas que só Deus poderia definir.
Mais um dia se passava. Fiquei tão tonta que até para hospitais me levavam. Sua presença era como aprender além do que eu poderia aprender. Troquei meus livros favoritos por livros nos quais jamais leria por conta própria. E eram livros interessantíssimos. Meus versos foram mudando de tom, de som, de saudade. E eu estudei matemática mais um pouco.

A noite era estranha. Eu deveria ser feliz ao seu lado, mas eu não te conhecia. Jamais saberia onde encontrá-lo. Meu destino estava traçado com ele. E ele era real, mas você não era. O portal deveria se fechar antes que algo pior acontecesse. Antes que eu enlouquecesse de vez.
Como fugir do portal? Você era o professor mais incrível do mundo, o amigo mais fiel, o amor que eu jamais teria. Nos meus sonhos, eu te via em várias dimensões. O tempo era diferente com você. O tempo era só nosso. Enquanto o outro homem, que era destinado para casar comigo, me cobrava de todas as maneiras. Eu não sabia o que fazer.

Na verdade, quando me vi longe daquele portal, senti que precisaria te encontrar. Tive que escolher o destino que deveria seguir. Fiquei tão triste, tão sozinha. Você tinha ido embora. E eu não sabia onde encontrar você. Os seus números se foram, suas músicas estranhas, os bailes de época, nosso bebê. Tudo tinha ido embora. Todas as horas do relógio voltaram a ser as mesmas. Tudo estava no lugar. As equações se apagaram e deram luz ao meu novo livro… tão triste como antes. E eu não sabia onde te achar.

Não pude continuar com isso. Minha vida pacata, minhas lágrimas, minhas dúvidas se fico ou se vou, se te procuro ou se aceito o meu destino chato.
Foi quando uma vela se apagou…

e eu te encontrei novamente.

Letícia Mariana

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Com você caminho na vida

Ale Abdo: Poema ‘Com você caminho na vida’

Ale Abdo
Foto por Ale Abdo
Foto por Ale Abdo

Os caminhos que enfrentamos sozinhos é muito mais difícil

Somos juntos fortes e resilientes

Somos unidos na vida antes e no agora

Temos mais a certeza de que enfrentaremos o destino traçado

Com tudo que suportamos e ultrapassamos

Vencemos os terrenos árduos desta vida

Superamos limites juntos na realidade

E desejamos e sonhamos por momentos na eternidade

Sabemos unidos pular os obstáculos

Voamos alto como águias em vales inexplorados

Reconhecendo o quanto teremos que superar

Mas com a certeza que juntos iremos nos amar e suportar

Não há quem possa atrapalhar nosso destino

Por Deus traçado e confirmado na fé eterna

Dá-me tuas mãos para juntos alcançarmos

Os momentos infinitos de um amor a dois eternizado.

Ale Abdo

Direitos reservados a Ale Abdo (C) 2024

With you I walk in life

The paths we face alone are much more difficult

We are strong and resilient together

We are united in life then and now

We are more certain that we will face the destiny set

With everything we endure and overcome

We overcome the arduous terrain of this life

We overcome limits together in reality

And we wish and dream for moments in eternity

We know how to overcome obstacles together

We fly high like eagles in unexplored valleys

Recognizing how much we will have to overcome

But with the certainty that together we will love and endure each other

There is no one who can hinder our destiny

By God traced and confirmed in eternal faith

Give me your hands so that together we can reach

The infinite moments of an eternal love for two.

Ale Abdo

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Aurora nórdica do amor

Ella Dominici: Poema ‘Aurora nórdica do amor’

Ella Dominici
Ella Dominici
"Em mares nórdicos navega homem e busca encontrar próprio destino"
“Em mares nórdicos navega homem e busca encontrar próprio destino”
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em mares nórdicos
navega homem e busca
encontrar próprio destino
fada-lhe o espírito
dói-lhe vida tão tosca
tenta achar seu solstício
nas peladas águas frias
barco branco em liso ventre
desliza
fecha os olhos, mentaliza
curvas de um corpo entre
glória e euforia

escorrega o mastro
em fogo na virilha
deixa n’água rastro
no oceano avista o pórtico
entre fiordes cristalinos
geleiras diamantes poéticos
coroa transparente do destino
enxerga altos bicos nus que brilham
a vela move, a veia sorve, suor escorre
na testa gelam pingos de lua

os bicos seios são só miragem
o alcance do eros-desejo bobagem
da lua de verão cheia e nua
se frustra a alma apaixonada
o tudo ou nada segue viagem
atravessa polos de madrugada
pórtico penetra como em virgem
sumo milagre da alta atmosfera
se funde às partículas solares
no vento qu’as trouxe em plenos mares

voltarei com a êxtase que me dera
o brilho que observo em céu noturno
no âmbito do norte magnético
desfaz quem desmedrava taciturno
no pórtico nasce ser sinérgico
espírito uno completo
homem mulher unidos são
fenômeno perfeito da existência
partículas imantadas
fluorescência
reflexivas no real
milagre da óptica glacial
magnífica aurora
aurora boreal…
finalmente nós dois
norte e final

Ella Dominici

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Desabafo poético

Verônica Moreira: ‘Desabafo poético’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Poetisa, um ser que se atreve a tocar o sol sem medo de se queimar por completo
Poetisa, um ser que se atreve a tocar o sol sem medo de se queimar por completo
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Meu sentimento por ele é profundo, é como amar a morte, pois somente ela nos liberta da angústia de desejar sem poder alcançar.

Talvez eu pareça tola, ou talvez carente, ansiando por viver um amor intenso, carnal e voraz.

Eu gostaria de ser como os outros, mas o destino decidiu que eu seria uma poetisa. Um ser que se atreve a tocar o Sol sem medo de se queimar por completo.

Por que escolher ser poeta? Havia opções mais discretas! Por que me tornei poetisa? Tive que abrir mão de tantas coisas!

Oh, meu Deus, por que tantas divagações, tantos conflitos e desejos? Não poderias afastar de mim este sofrimento?

Estou perdida, transbordando de emoções. Não sei se consigo ser feliz com tantos desabafos poéticos sufocados.

Não posso provocar ciúmes, não posso ser genuína, não é possível ser feliz sem ser um pouco louca.

Eu o amo, o amo como quem espera a sorte, como quem ama a morte.

Verônica Moreira

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Os olhos do viajante da destruição

Clayton A. Zocarato: Poema ‘Os olhos do viajante da destruição’

Clayton Alexandre Zocarato
Clayton A. Zocarato
"Ver o futuro no caldeirão da bruxa não passa de charlatanismo em negar o próprio destino,..."
“Ver o futuro no caldeirão da bruxa não passa de charlatanismo em negar o próprio destino,…”
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Ver o futuro no caldeirão da bruxa

Não passa de charlatanismo

Em negar o próprio destino

Bebendo um doce vinho tinto

Perante uma lareira contemplada

De anjos e demônios

Que decidem o destino dos mortais

Nas geleiras do terror de Qal Sisma*

O dragão Atarka*

Derrete a esperança

De viajantes do Além

Que surgem nas mentes dos mais incrédulos

Voando por um materialismo

Nem um pouco justo

Se zangando de tudo e todos

Tanto Deus como Zeus

Fizeram breus

De seus camafeus

Na preciosidade de um tempo eterno

Caminhando por pinheiros carregados

De um flagelo

Com um futuro nada paterno

Dialogando com um passado materno

Encarcerado no mais profundo

Dos infernos

*Atarka – Nas cartas do jogo Magic: The Gathering representa um Dragão, que apavora as terras geladas Qal Sisma*, que não deixa de conter semelhança com o dragão do apocalipse bíblico.

Clayton Alexandre Zocarato

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