Vi e senti amor em meio à dor

Edna Froede: ‘Vi e senti amor em meio à dor’

Edna Froede
Edna Froede

Testemunhei a fúria da natureza em um único Estado, onde chuvas torrenciais, enchentes, rios transbordando e ventos violentos isolavam pessoas, derrubavam casas e levavam consigo vidas inocentes. Vi a devastação sem piedade, levando tudo em seu caminho, das casas às árvores, dos carros às esperanças.

Ouvi os gritos de desespero, a fome, a sede, o pavor ecoando por todos os lados. E nesse caos, como um lamento coletivo, vi algo surpreendente: uma força protetora, como se a própria terra estivesse defendendo-se da ganância humana que busca desenraizá-la.

Nesse cenário desolador, vi poderosos e simples, justos e ímpios, todos compartilhando da mesma angústia. Mas mesmo na adversidade, uma presença divina parecia guiar os destinos. Aqueles que mantinham a fé permaneciam firmes, enquanto os descrentes lançavam suas blasfêmias.

Contudo, em meio à desolação, vi algo ainda mais poderoso emergir: o amor. Vi pessoas se unindo em solidariedade, estendendo mãos amigas para salvar os desamparados. Vi, ouvi e senti a essência humana se elevar acima do terror, revelando a beleza da compaixão em tempos sombrios.

Assim, vi em meio ao caos e ao terror, a beleza e a harmonia do amor.

Edna Froede

Contatos com a autora

Voltar

Facebook




Terra-floresta

Pietro Costa: Poema ‘Terra-floresta’

Pietro Costa
Pietro Costa

É preciso restituir os sonhos dos Yanomamis

Que a espada da justiça redima tanto sangue

E que o seu cântico volte a ser forte, vibrante

No ritmo do xamã, que cada alma se encante

Omissão de socorro na insegurança alimentar

Terras indígenas onde a lei é invadir, devastar 

O Estado em xeque, situação para se lamentar

E tal selvajaria a humanidade precisa enfrentar

E no fogo da resistência o qual se alastra e vibra

Todo o garimpo ilegal e infâmia irão se dissolver

O mais tenebroso redemoinho não há de evolver

Essa nação dotada de esperança, tradição e fibra

Porque coexistir para a humanidade é preciso

E a sobrevivência do inteiro planeta, sob aviso

Na terra-floresta, viceja o irremediável refúgio

Prosperidade sem direitos, abjeto subterfúgio

Pietro Costa

Contatos com o autor

Voltar: http://www.jornalrol.com.br

Facebook: https://facebook.com/JCulturalRol/




Sandra Albuquerque: 'Socorro! A Terra está morrendo!'

Sandra Albuquerque

Socorro! A Terra está morrendo!

Um grito de socorro paira no ar. A Terra está morrendo!

Ninguém está se apercebendo e é tamanha a destruição em toda parte. Vai da ganância nas lavouras aos domínios dos grandes até aos confins da Terra.

O homem e a natureza já não se entendem, pois ele a poluiu e a envenenou como o cuspe que a serpente lança, mortífero e fatal.

A flora se misturou com a impureza da erva daninha e os frutos silvestres foram modificados e, hoje, selvagens são. Animais belos e interessantes entraram em extinção, pois aqueles que os nossos avós viram, nossos netos não verão jamais. As estações se misturaram e há momentos em que o dia noite se faz e o inverno é verão. A natureza, antes pura, está em guerra e o homem se sente incapaz de contornar a situação. Maremotos, tsunamis, raios, trovões e tempestades devastam a terra, sem dó nem piedade, com tudo o que nela há e puder levar.

O belo, então, num triz vira destroços e as carnes vivas se misturam nos esgotos, perdendo sua verdadeira identidade.

Os confrontos são visíveis.

Na verdade, de quem é a culpa? Do predador ou da presa, já não mais importa, pois não sabemos.

A humanidade está como neurônios que aos poucos se apagam e não tomam consciência e tudo aqui que vemos hoje vai se transformar num profundo lago ardente de enxofre. E quando se pensa que tudo está caminhando para o bem, um inimigo invisível e voraz se aproxima e invade o planeta, atormentando a humanidade.

E agora, o que faremos?

Talvez, tenhamos que refazer os nossos passos, quiçá, nascer de novo. Não somos robôs e, sim, criaturas. Temos sentimentos, apesar de certas alucinações do não óbvio, do abstrato.

Ainda podemos reverter o quadro, não eternizando os erros frequentes e alçar voos para a sensatez.

Então…

Não saiamos pela tangente.

 

Sandra Albuquerque – sandralennen@gmail.com

Rio de Janeiro, 03/02/2020.

Todos os direitos Reservados pela Lei n. 9.610/98