Reservar um dia no ano para recordar uma efeméride não tem nada de mal, bem pelo contrário, poderá ser uma iniciativa para reforçar comportamentos, melhorar atitudes ou, até refletir sobre o evento que se pretende divulgar e comemorar, daí que os dias nacionais ou internacionais tenham a sua utilidade.
Celebrar o ‘Dia do Pai’, que habitualmente tem o dia 11 de agosto, como o que lhe está atribuído, parece uma boa iniciativa, ainda que haja quem afirme que todos os dias deveriam ser ‘Dia do Pai’.
Certamente que se concorda com tal assertiva, mas também não deixa de ser louvável fixar-se uma data que, neste caso como noutros, é específica para o evento que se pretende publicitar.
Se analisarmos o ‘calendário das efemérides’, rapidamente verificamos que, praticamente, todos os dias são consagrados a: algum acontecimento, a uma personalidade, seja esta política, religiosa, cultural, científica, técnica ou de qualquer outra natureza, de resto, até existem dias em que se evocam várias pessoas ou factos passados. Nunca é demais avivarmos a memória, para o que é bom ou mau.
Recordar o que a sociedade, em qualquer parte do mundo, tem vivenciado: sejam acontecimentos positivos; sejam factos negativos; sejam situações em que a humanidade sofreu, devido à intervenção humana ou às forças da natureza, a verdade é que tudo isso faz parte da História do nosso passado comum e, como tal, não se pode passar uma esponja e apagar, como se nada tivesse acontecido.
Celebrar o ‘Dia do Pai’ enquadra-se, portanto, neste contexto de estar no mundo. Desvalorizar esta data, com afirmações banais, do tipo, “todos os dias são, ou deveriam ser dia do pai”, parece inadequado, dada a importância fulcral que esta figura, ao lado da mãe, tem na família, independentemente da forma como ela está constituída.
Importa refletir, positiva e compreensivelmente, sobre as funções benéficas que o Pai pode, e deve, desempenhar na família, agora neste contexto de pós-modernidade, que em nada desvaloriza o homem, bem pelo contrário, lhe confere outras aptidões e dimensões, sem dúvida alguma, se ele quiser, um grande colaborador familiar, juntamente com a esposa que, em todas as circunstâncias, devem ser exemplos a seguir pelos filhos.
O Pai do século XX, cada vez existe menos, porque os princípios e os valores da sociedade estão a alterar-se, por isso, em vez do pai ser avaliado, apenas, como o sustento da família, e a Mãe como a dona de casa, educadora e acompanhante dos filhos, considerado por uma grande maioria de mentalidades ‘machistas’, como improdutiva, hoje, Pai e Mãe caminham, devem prosseguir, lado a lado, na educação e preparação dos filhos, para a vida futura.
Comemorar o ‘Dia do Pai’, neste ONZE DE AGOSTO, significa, de alguma forma, dignificar a família, em todas as suas formas.
Certamente que se deseja, e é necessário, um Pai amoroso, tolerante, firme, orientador, que saiba dizer não, quando se justifica e que, igualmente, utilize, ainda mais vezes, o sim, mas sempre explicando o ‘porquê’, de uma ou outra resposta.
A sociedade em geral, e os governantes em particular, devem, portanto, conceder todas as condições para que um Pai desempenhe, cabalmente, as suas funções, no seio da família, porque é desta que a sociedade do futuro se vai constituir.
O Pai, tal como a Mãe, é fundamental para chegarmos a um mundo verdadeiramente mais justo, mais humano e mais respeitador.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
Cuidadoso jardineiro,
Vai juntando sementinhas,
Regando um precioso jardim,
E uma graciosa companheirinha,
Faz as plantinhas vingarem.
Filhinhos nascem regados com amor e carinho,
E pais atentos tornam-se parceiros,
Da mãe atenta que dá vida aos rebentos que nascem,
E o pai se torna provedor daquele lar cheio de amor.
Atento, o pai se torna protetor daquele lar feliz,
Dividindo tarefas com a mãe sempre ocupada,
Que acompanha o crescer das lindas criaturas.
Ganham espaços, o garoto fazendo peraltices,
Que o pai compartilha ensinando as artimanhas,
E as corridas desenfreadas tem sempre um vencedor,
O garoto sapeca que desliza suave na grama macia.
A garotinha tem suas bonequinhas que ensina a ninar,
Pedindo a mamãezinha que conte historinhas,
E depois de todas as tarefas vencidas,
Brincam de desenhar bichinhos ou rolarem nos tapetes em deliciosas algazarras.
Assim é o pai verdadeiro na minha concepção, que deve acompanhar o nascimento, crescimento quando crianças e adquirirem respeitosas afinidades e companheirismo até atingirem a fase adulta, quando devidamente estruturados, seguem seu caminho, com muito amor, preparo para os desafios da vida, respeitando o próximo, atingindo objetivos e se um dia um amor surgir, para ele dirigir todas suas meiguices e seus temperamentos carinhosos.
FELIZ DIA DOS PAIS.
Jairo Valio
Inter-NET Jornal e Jornal Cultural ROL lançam a promoção 'Papai é TOP!'
A homenagem é mais do que merecida, pois ser pai não é para qualquer um!
Para comemorar o dia dos pais, o INTERNET JORNAL e o JORNAL CULTURAL ROL estão lançando uma promoção especial: ambos publicarão, com destaque, em sua edições que circularão dia 9 de agosto, o texto escolhido como o melhor deles pela Equipe I.J. de Jornalismo.
O tema: ‘MEU PAI É TOP!‘
A promoção é aberta a todos, sem limitações de sexo ou idade.
O texto deve se referir a um pai; ter no máximo 4.000 (quatro mil) caracteres; estar com o autor(a) identificado, com nome e endereço completos e enviado, com a foto do pai citado no texto, para o e-meio internetjornal@gmail.com até o dia 7 (sete) de agosto.
PARTICIPE!
Marcelo Paiva Pereira: 'Feliz Dia dos Pais'
Marcelo Paiva Pereira: ‘Feliz Dia dos Pais’
Caro pai,
Sempre fui muito técnico na escrituração de textos… Não sei mais como me expressar de modo afetivo, mas assim mesmo tentarei. Esta carta é por mim escrita em sua homenagem, pela passagem do dia dos pais.
É impressionante como o tempo passa. Lembro-me de uma aula de Estudos Sociais, do Prof. João Luiz, quando estudava na 5ª série do primeiro grau, ocasião em que ele disse em aula: “O tempo voa! Passa mais rápido do que podemos perceber. Quando a gente percebe, muitos anos se passaram e eles não voltam mais.”.
Na ocasião acreditei ser exagero dele ao afirmar sobre a velocidade do tempo. Eu contava onze anos e não acreditava que tamanha rapidez separava o presente do futuro e, principalmente, afastava-nos do passado. Hoje sei muito bem o quanto passa o tempo e o quanto ganhamos ou perdemos em razão dele.
Muitos são os anos que nos mantém juntos; ainda que houvesse distâncias, não nos impediram de mantermos contato. Mesmo quando morei em São Paulo/SP a distância nunca foi óbice para a continuidade do nosso contato entre pai e filho. Ao contrário, permanecemos próximos um ao outro, sempre na medida do tempo (e na velocidade da rodovia Castello Branco…).
Ao longo dos anos descobri o quanto você foi e é fora de série. Alguém muito melhor do que imaginava. Demorei para descobri-lo porque durante muitos anos havia uma barreira entre nós – uma casamata dentro da qual você se escondia – e quando ela se rompeu vi você como não o via antes.
Em muitos foram e são seus defeitos, assim como suas virtudes. O mesmo digo em relação a mim, pois ninguém tem apenas virtudes ou apenas defeitos. Mas, como meu pai, você foi melhor do que imaginei. Apoiou-me em todas as minhas inciativas, inclusive as acadêmicas…
Prestei diversos vestibulares, fiz várias faculdades e delas colei grau em duas… Mesmo assim me apoiou integralmente… Fiz duas pós-graduações e insisti por muitos anos nos concursos públicos para os cargos de Promotor de Justiça, Juiz de Direito e Delegado de Polícia, e você também me apoiou…
Você teve a paciência de Jó durante todos esses anos, mesmo sabendo que o tempo é cruel com todos, que ele passa mais do que voando e que, em algum momento, os sonhos de futuro se tornam lembranças do passado…
Então, em razão de tudo o quanto vivemos, digo a você:
“Pai, muito obrigado por todos esses anos, ao longo dos quais você sempre esteve ao meu lado e me apoiou em tudo o quanto deixei de fazer, fiz e quis tornar realidade!!!! Mais do que um pai, você é um superpai!!!! FELIZ DIA DOS PAIS!!!!”
Seu filho,
Marcelo A. Paiva Pereira
O leitor participa: Luiz Sampaio homenageia todos os pais, com o poema 'Caminhos'
“Os olhos do meu filho me suplicam/ (grandes silêncios arregalados)/ alguma luz de apontar/ (claro paterno brilho)/ algum bom futuro por onde seguir.”
CAMINHOS
Os olhos do meu filho me suplicam
(grandes silêncios arregalados)
alguma luz de apontar
(claro paterno brilho)
algum bom futuro por onde seguir
Pobres bons olhos do meu claro filho!
o mais que eu posso é arregalar ao futuro
meus pobres olhos paternos (de filho)
buscando (meu pai seguia no escuro)
os brilhos dos bens que eu não vi.
O autor *
Sou as palavras que sou.
São de mim o que restará, além das memórias dos meus gestos a se dissiparem rápida ou lentamente em direção ao sempre.
Cresci entre leitores e livros. Aos nove anos ganhei um diário encadernado em azul, com a palavra “Pensamentos”. Ali copiei poemas e me dediquei a grafar os sentimentos que me afligiam. Nunca mais parei.
Estudei literatura, sonhando-me poeta.
A sobrevivência arremessou-me à deriva, a mares mais que distantes: ao espaço. Trabalhei uma vida implantando planetários e observatórios astronômicos públicos. Hoje me dedico especialmente aos planetários e à criação de centros de ciências para a educação não formal.
Sou perseverante. Cruzei desertos e anos escrevendo apesar do silêncio.
Do francês, traduzi “Esperando Godot” de Samuel Beckett. Do russo, poemas de Púshkin e Liérmontov, além de “Os Banhos – Drama em Seis Atos com Circo e Fogos de Artifício”, de Maiakóvski.
Sigo vivo e ativo na sonora companhia das minhas palavras.
Minha canoa do amor não se espatifou no cotidiano.