Desculpas

Evani Rocha: Poema ‘Desculpas’

Evani Rocha
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Imagem criada pela IA do Canvas
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Desculpe pelas horas ausentes vasculhando o meu ser…

As perguntas que não respondi,

Pois talvez não tinha a resposta nem mesmo para mim.

Desculpe as palavras mil vezes repetidas,

Pois eu precisava da certeza que me fazia entender.

Das vezes que gritei, e poderia, quem sabe, ter sussurrado.

Desculpo, as desculpas descabidas,

Tentando explicar o inexplicável.

Desculpe pelos dias ensimesmada, buscando por respostas.

As portas fechadas, quando batias, e eu não estava lá.

Pelas palavras soltas, sem sentido.

Desculpe a carência de atenção,

Quando estavas atento ao seu próprio interior!

A dor arrastada estrada afora,

Deixando um rastro de lamento.

Desculpe o tempo perdido plantando

Sementes que não germinaram.

As flores que não colhi, para decorar tua mesa.

Desculpe as lágrimas de saudade

Todas as vezes que partias,

E o aconchego necessário quando retornavas.

Desculpo as palavras sem jeito,

Distraído e a falta de sorriso. O tempo curto para tantos sonhos!

Desculpe as despedidas e os reencontros

Desavisados.

A displicência em perceber a solidão, desculpo.

Desculpe a vida cigana, que me tomas, pois sou meio gente e meio pássaro,

Quero sempre voar mais alto.

Desculpo as críticas, mas agradeço o quanto me ensinaste…

Desculpe se não soube entender-te, talvez da forma como és.

Desculpo os dias de ausência e o escasso diálogo.

Porém, o tempo já se encarregou de aparar as arestas.

Não há mais nada a ser desculpado…

Sentar na varanda e apreciar a grandeza de um pôr do sol

É o que nos resta.

Evani Rocha

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O papel da pessoa idosa no século XXI 

Francisco Evandro de Oliveira:

‘O papel da pessoa idosa no século XXI’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
"Na Grécia antiga e na sociedade europeia, bem como na africana, o patriarcado era dominante..."
Na Grécia antiga e na sociedade europeia, bem como na africana, o patriarcado era dominante…”
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Desde os tempos mais remotos, os quais a humanidade tem conhecimento, quer seja de Abraão até nosso dias atuais, que os seres humanos mais jovens sempre viveram sob a orientação patriarcal. 

E assim aconteceu com o povo Hebreu, depois chamado de povo de Israel, quando Abraão mudou de nome para Israel e depois da morte do rei Salomão houve a divisão do reino em reino do Norte e reino do Sul, respectivamente reino de Israel e reino de Judá.  

Contudo, na China antiga já o sistema patriarcal era bem mais forte, em consequência, bem mais enérgico. 

Na Grécia antiga e na sociedade europeia, bem como na africana, o patriarcado era dominante e os jovens eram orientados pelos anciões e todos viviam em função dele, assim também eram nas sociedades indígenas das Américas. 

No entanto, os séculos foram passando e as sociedades evoluindo e foi passo a passo se modificando a cadeia da orientação familiar e foi variando de país para país. 

Com a excessiva evolução da tecnologia, a qual, praticamente cresce a cada 24h e com a explosão da informática e o surgimento da internet, é mister que façamos uma reflexão para sabermos o papel dos idosos que está inserido nessa atual sociedade e como se daria a orientação aos seus filhos e aos jovens. 

Primeiramente devemos considerar e salientar que o crescimento explicitado acima fez surgir, sob minha óptica de enxergar os fatos históricos, que a decadência moral e ética da sociedade em todos os níveis, face a explosão do desejo apelativo sexual em tudo. 

Os nossos jovens, exceto os que estão inserido na linha da pobreza, tem tudo com relativa facilidade e, em consequência, tem o conhecimento a qualquer momento a seu dispor, portanto não mais, em tese, necessitam da orientação dos mais idosos, que passo a passo vão sendo renegados ao segundo plano, ou quiçá terceiro plano na vida familiar deles e somente os recorrem quando há uma urgência financeira ou problemática forte que extrapolem seu conhecimento de vida. 

Então é mister que a população idosa reflita o que fazer no seu dia a dia, porque muitos deles ao se sentirem desprezados começam a ficar com tendência depressiva, a qual culmina com hospitalização e falência.  

No entanto, para acompanhar essa evolução social do dia a dia de nossa era tecnológica, faz-se necessário que os idosos de um modo geral estejam atualizados com o que há de melhor, se possível, na tecnologia para que o diálogo pais e filhos e idosos x jovens esteja em sintonia com a realidade da sociedade atual. 

Nesse caso, existe uma grande probabilidade de não haver afastamento social e o diálogo se fará presente entre as gerações. 

Portanto, para que os nosso idosos estejam com relativa saúde mental para que possam orientar e interagir com os filhos jovens, se faz necessário que pratiquem, se possível, esportes, tenham uma vida saudável e sejam antenados com a realidade dos noticiários, para que possam saber o que está acontecendo no mundo e dialogar de igual para igual. 

                 
Francisco Evandro de Oliveira 

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Adriana Rocha: 'Diálogo ou monólogo?'

Adriana Rocha: ‘Diálogo ou monólogo?’

DIÁLOGO OU MONÓLOGO?

A convivência humana pacífica parece impossível quando observada sob a ótica das análises históricas de guerra, extermínios e segregação.                     Mas será que realmente o é?

Não sou ingênua e nem desinformada, mas também não “engulo” tudo o que me é oferecido, não recebo nenhuma notícia  ou informação como verdade absoluta e considero que todos os atos e fatos devem, obrigatoriamente, passar pelo crivo do contexto.

A importância de analisar informações recebidas está na base da construção de uma nova forma de convivência, pautada no questionamento e no diálogo.

Quando menciono diálogo estou considerando uma comunicação de via dupla, que pressupõe escuta ativa, ou seja, ouvir verdadeiramente, mas a partir do outro e não de mim. Falo e permito que o outro fale, não para rebater suas palavras e argumentos, não para vencê-lo, mas para entender seu ponto de vista, que parte de ponto distinto do meu, mas que é tão válido quanto aquele que tenho e apresento.

Todos têm suas próprias razões! Tal conclusão não inviabiliza a comunicação, mas exige uma nova forma de se posicionar e de se manifestar: a reciprocidade.

Diálogo é troca de ideias, de fazer circular significados e sentidos. Resulta da fusão das palavras gregas dia e logos (palavra, ou ideia).

É diferente de monólogo: longa fala ou discurso pronunciado por uma única pessoa. O nome é composto pelos radicais gregos monos (um) e logos.

A diferença é notória: no diálogo a comunicação busca o entendimento, o conhecimento da visão diferenciada e diferente do outro, no monólogo, somente a manifestação do “um” interessa.

Aprendemos, ao longo da vida, que é muito importante conversar, mas não nos ensinaram que a conversa é sinônimo de diálogo, de interessar-se, genuinamente, pela fala do outro e não tagarelar, de impor àquele nossa visão de mundo, de mostrar-lhe o quanto nossas escolhas, nossas vidas e nossas ideias são imprescindíveis (até porque não o são e mesmo que o fossem, quem pode garantir que as do outro também não o sejam?).

Interessante que quanto mais próximos estamos de alguém, menos dialogamos: reproduzimos nossas frases de efeito (que beleza!), não perdemos a chance de impor nossos conceitos sutilmente (ou de forma escancarada), e sequer questionamos a “zona de conforto” do falar repetitivo.

Importante esclarecer que não basta o silêncio enquanto o outro fala. Torna-se necessário abrir-se à sua linguagem, às suas colocações e olhar-lhe nos olhos (ainda que virtuais), para captar a essência de sua manifestação. Pode ser um pedido de desculpas, de perdão, de socorro ou um simples ‘olá!’, importa é permitir a via dupla do diálogo e não a mão única do monólogo. Cuidado com o andar na contramão!  Vamos Conversar!