Projeto social do Maranhão recebe livros da região de Sorocaba

A Biblioteca atende crianças e jovens da comunidade. Muitos desses frequentadores têm a Biblioteca como única referência de espaço cultural



A Biblioteca Comunitária Poeta Ângelo Natanael do povoado Bom Lugar na cidade de João Lisboa, no Maranhão, recebeu livros de escritores de Sorocaba e região. A Biblioteca atende crianças e jovens da comunidade. Muitos desses frequentadores têm a Biblioteca como única referência de espaço cultural.

No mês passado, o escritor Carlos Carvalho Cavalheiro divulgou o projeto na região de Sorocaba, o que estimulou autores a enviar seus trabalhos como doação. O responsável pelo projeto da Biblioteca Comunitária é o padre Ernane dos Santos Conceição.

“Os livros da biblioteca são maioritariamente ofertados por pessoas que se simpatizam com a causa, o que não tem sido suficiente”, lamentou o responsável. Por esse motivo, a campanha de arrecadação de livros continua.

Os escritores que quiserem doar exemplares de sua obra poderão enviá-las para o seguinte endereço: Destinatário Ernane dos Santos Conceição – Endereço: Rua João Lisboa, n. 60 – Bairro : Bom Lugar – Cidade: João Lisboa / MA – CEP : 65922-000.

A biblioteca, que existe há mais de 20 anos, conta com uma parceria com um Instituto Cutive, da Suíça, traduzida na prática como o facto de vários escritores suíços se deslocarem até aquela zona rural para ensinar literatura, vínculo que despertou o interesse do professor e escritor João Portinári, único filho de Cândido Portinári e um dos melhores artistas plásticos brasileiro que se destacou com o quadro Guerra e Paz, exposto na sede da Organização das Nações Unidas ONU, em Nova Iorque.




Cláudia Lundgren: 'E daí?'

Cláudia Lundgren

E daí?

Sinceramente? Hoje eu não abri o guarda-chuva. Não me importei com o frio das gotas que caiam sobre mim, como era de costume.
Não me preocupei se meu cabelo iria encolher,  essas coisas tão fúteis com as quais normalmente me importo.
Não sei quem passou ao meu lado, nada disso me interessou. Atordoei-me dentro do supermercado, o que eu estava fazendo ali? Ah! sim, me lembrei em seguida.
Sentei-me para me alimentar, porque já não havia em mim forças. Eu havia saído de casa apressadamente, sem proporcionar ao meu próprio corpo a provisão necessária. Da mesa da lanchonete as nuvens cinzas, densas, não me amedrontaram.
Alguém precisava de mim. Alguém esperava por mim, pelo meu cuidado naquela tarde. Por isso nenhum desses detalhes me deteve. Como passarinhos esperam da mãe, indefesos no ninho o seu sustento, e ali, tranquilos descansam plenamente, pois nela confiam, alguém me aguardava.
E o que significava o banho de chuva e o cabelo molhado naquele momento? Trovões, relâmpagos e a imensidão do negro e pesado céu? A multidão nas ruas, tantos estímulos a enfrentar. E enfrentei. Tudo se tornou pequeno.
Fui me doar a alguém, ainda que tão pouco.
O que fiz não importa; o que a mão direita oferta, a esquerda não deve saber.
Era um dia perfeito para ficar no conforto do meu lar, quem sabe assistindo a um filme ou dormindo. Um dia frio, chuvoso. Mas saí em missão, me senti a própria Mulher Maravilha; e a cumpri!
Como disse perfeitamente Caio Fernando Abreu, exatamente assim: “Um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui. Não por nobreza: cuidar dele faria com que eu me esquecesse de mim.”
Esqueci-me de mim e das minhas esquisitices. Deixei a sombrinha na bolsa; não fiquei embaixo da marquise aguardando a chuva passar. Meus óculos molharam. E daí?

 

Claudia Lundgren

tiaclaudia05@gmail.com

 

 

 

 

 

 




Arquivo Público recebe importante doação

Arquivo Público recebe importante doação

Na última terça-feira o Arquivo Público Municipal “Sérgio Buarque de Holanda” recebeu a doação de um exemplar do livro “Biografia de uma Escola – História do Ginásio Estadual ‘Monsenhor Seckler’ de Porto Feliz” do ano de 1957, escrito por Mário Pires.

            O exemplar foi adquirido do colecionador Gilberto Fernando Tenor, de Sorocaba. Ao saber da venda do livro o professor Carlos Carvalho Cavalheiro mobilizou pelas redes sociais uma campanha entre amigos para aquisição e doação para o Arquivo Público.

            Dessa forma, colaboraram para a cotização, além do professor Carlos, Daniel Piasentin, Guilherme Iversen, Ivan Vagner Marcon e Willians Boves.

            Apesar do Arquivo já possuir um exemplar do livro, o grupo achou por bem adquirir mais esse, de maneira a garantir a preservação da informação por mais tempo. “Um historiador de Sorocaba, Aluísio de Almeida, dizia sobre livros que quem tem um exemplar, não tem nenhum. Isso porque o livro pode se perder, pode ocorrer um acidente, o exemplar pode se estragar. Quando há mais exemplares, esses riscos diminuem. Foi com esse espírito que adquirimos e doamos o livro para o Arquivo Público”, disse Carlos Carvalho Cavalheiro.

            A obra foi recebida pela arquivista Janaína Souza Piva Mancio que agradeceu nas redes sociais a doação feita.

            Esta não é a primeira vez que um grupo de interessados se mobiliza para trazer para a cidade documentos e livros que lhe dizem respeito. No começo deste ano, o mesmo grupo, acrescido de mais outras pessoas, se mobilizou para adquirir um documento manuscrito original produzido pelo professor Pedro Fernandes em 1918. O manuscrito, que ainda se encontra em mãos do pesquisador Eugênio Motta Neto, deverá ser entregue em breve como doação para o Arquivo Público.