Bioprofilia: Uma classe de professores que ama a vida!
José Ngola Carlos:
‘Bioprofilia: Uma classe de professores que ama a vida!’
A palavra ‘bioprofilia’ deriva da combinação de três (3) palavras que são:
‘Bio’ – que significa vida
‘Prof’ – que é referência ao professor ou à professora e
‘Filia’ – que quer dizer amor
Neste sentido, ‘bioprofilia’ é uma referência a condição mental, emocional e volitiva de todo agente educativo que vê no seu trabalho um contributo em favor da vida. Aqui, conforme queremos significar, vida quer dizer crescimento intelectual, desenvolvimento emocional e progresso sociocultural.
Da palavra ‘bioprofilia’ é possível extrair a palavra ‘bioprófilo’. ‘Bioprófilo’ é um nome que descreve todo professor ou professora que vê no seu serviço uma oportunidade para enriquecer a vida de seus alunos visando o avanço tecnológico, filosófico e ético em favor de toda humanidade.
‘Bioprofilia’ é fundamentalmente uma condição mental porque o exercício da função docente é feito em conformidade com o ideal didático-pedagógico do seu executor. O ideal didático-pedagógico de um agente educativo ‘bioprófilo’ se assenta sob as seguintes bases ou princípios educacionais:
O diálogo como principal método de ensino
A produção e a descoberta como seu objetivo geral
A aceitação da crítica como meio de reflexão e progressão
A honestidade, a humildade e a certeza (fé) de que seus alunos e alunas possuem um potencial avassalador para o alcance da genialidade como sua ética de trabalho e
O amor à vida, aos alunos e ao progresso da comunidade humana como sua verdadeira motivação enquanto professor ou professora.
Um agente educativo ‘bioprófilo’ não tem apreço:
Pela unilateralidade no processo de ensino e aprendizagem
Na mera reprodução de conhecimentos
Em sobrepor-se como o dono da verdade
Pela desonestidade, arrogância e falta de confiança no potencial de crescimento de seus alunos
Na improdutividade ou morte intelectual, emocional, cultural, tecnológica e socioeconómica de seus educandos-educadores
Portanto, haja coragem para se ser ‘bioprófilo’ e não ‘necroprófilo’!
Como citar este artigo:
Ngululia, K. (2024:2). Bioprofilia: Uma Classe de Professores que ama a vida! Brasil: Jornal Cultural ROL.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'O docente na educação absoluta da pessoa humana'
O docente na educação absoluta da pessoa humana
O valor educação/formação: é indissociável daquela qualidade de vida a que todo o cidadão tem o direito de aceder; e todo o responsável político tem o dever indeclinável de promover globalmente, sem discriminações, sem elitismos, sem influências, obviamente, a partir da educação, porque: «A qualidade de vida está directamente relacionada às condições em que essa vida se desenvolve: medicina, psicologia, teologia, filosofia, engenharia, agricultura indústrias, desenvolvem actualmente um esforço ingente para atender ao clamor geral por melhores condições de vida.» (FINKLER, 1994:8, in: PASCOAL, 2004:38).
Nenhum povo, nenhum país, nenhuma cultura, nenhuma civilização, poderão desenvolver-se e enobrecer-se, respetivamente, sem este outro notável paradigma, tantas vezes e por tantos responsáveis esquecido ou, no mínimo, desvalorizado ao longo dos tempos: Educação/Formação para a convivencialidade societária: no respeito, na tolerância, na solidariedade e cooperação entre pessoas, povos e nações, porque: «Educação é formação de todos, em todas as oportunidades e espaços do quotidiano, ao longo da vida. (…) a educação torna-se efectivamente permanente: educação para uma vida cultural e socialmente multi-ativa em qualquer fase do percurso da vida dos indivíduos.» (PINTO, 2004:151).
Podem-se construir, implementar e estabilizar: os paradigmas da objetividade, da quantificação, da reversibilidade, da previsibilidade, da universalização das leis científicas, enfim, com todas as características das denominadas Ciências Exatas, porém, o Mundo não terá paz enquanto os paradigmas das Ciências Sociais e Humanas, nomeadamente e entre outras: Filosofia, Religião, Direito, História, Sociologia, Economia, Antropologia, Política, Etnologia, Psicologia, Geografia Humana, e das transcendências (sem dogmas, nem fundamentalismos), não forem assertiva e publicamente reconhecidos e integrantes da humanidade.
Com polémicas, ou sem elas, goste-se ou não, afirme-se ou negue-se, o homem não terá, apenas, uma composição física, mensurável, determinada, concreta e objetiva, nem só sentidos, porque para além destas características e faculdades, respetivamente, outras imateriais existem: «Pensamentos e raciocínios são sentidos, porém mais sofisticados que os da visão, audição, olfacto, tacto, gosto, uma vez que são os atributos e determinantes maiores e essenciais da própria vida humana.» (COLETA, 2005:14).
E que professores são necessários, em termos da sua preparação, praxis, ética e deontologia profissionais, se lhes deve exigir? Pode-se parar por aqui, porque de contrário os problemas avolumam-se e agravam-se, ao ponto de ter que se rejeitar toda e qualquer abordagem. E se o mundo material, natural e/ou artificialmente construído pelo homem, já é complexo, pese embora a mentalidade positivista ter pretensões de os resolver, outro tanto, seguramente, não se verifica com o mundo sobrenatural.
Estes dois mundos existem: o material e o imaterial; o físico e o espiritual; o fenoménico e o numénico, o que se quantifica e o que se qualifica; o que se objetiva e o que se subjetiva. Aceitando, sem preconceitos, sem superioridades, estas duas realidades, focalize-se a reflexão no mundo dos ideais, dos valores, da superior condição humana, assente na trilogia: Dignidade – Dever – Divindade.
A dimensão educacional do homem implica, afinal: uma atitude facilitadora e recetiva para novas técnicas educativas; novas pedagogias/andragogias; novas didáticas; novas metodologias, enfim, novos objetivos. A predisposição e abertura ao ainda não científico, e ao não cognitivo, são um contributo importante para novas estratégias, novos compromissos.
Uma nova “pedagogia não cognitiva”, poderá constituir uma alternativa credível, para a construção de uma sociedade mais humanista, mais afetiva e, nesta fase da evolução do conhecimento técnico-científico, que continua impotente para resolver determinados problemas do foro mais íntimo, e dos valores mais ambicionados pelo homem, por que não dar uma oportunidade a outras leituras alternativas? Pode (e/ou deve) o professor enveredar por tais alternativas, conciliando-as com as já existentes?
Bibliografia.
COLETA, António Carlos Dela, (2005). Primeira Cartilha de Neurofisiologia Cerebral e Endócrina, Especialmente para Professores e Pais de Alunos de Escolas do Ensino Fundamental e Médio, Rio Claro, SP – Brasil: Graff Set, Gráfica e Editora
PASCOAL, Miriam, (2004). Qualidade de Vida e Educação, in: Revista de Educação PUC-Campinas, Campinas SP: PUC, Pontifícia Universidade Católica, N. 17, págs. 37-45
PINTO, Fernando Cabral, (2004). Cidadania Sistema Educativo e Cidade Educadora. Lisboa: Piaget.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal