Changemakers

Autora fala sobre ativismo ambiental e feminino, superação de burnout e ecologia profunda em livro de estreia

Imagem da capa do livro Changemakers, de Karina Miotto
Capa do livro ‘Changemakers – A Coragem de Transformar o Mundo, de Karina Miotto

Jornalista ambiental relata como o ativismo a levou ao burnout e, por fim, o entendimento de que o caminho para quem busca a transformação global passa invariavelmente pelo autocuidado.

O que saúde mental, trabalho com propósito, crise climática, espiritualidade, sincronicidades e culturas ancestrais podem ter a ver entre si?

No livro “CHANGEMAKERS”- o primeiro da jornalista ambiental e especialista em Ecologia Profunda Karina Miotto – todas essas temáticas, aparentemente diversas, se interconectam de tal modo que, mesmo sem se dar conta, o leitor se sente impelido a refletir sobre seu papel no mundo e a possibilidade de se tornar um agente de transformação.

Sim, o livro nos chama e nos mostra que todos podemos contribuir para soluções das crises socioambientais, cada um à sua própria maneira.


“Traz sentido à vida saber que podemos fazer a diferença, mas sem ilusões: perrengue é inevitável, burnout é opcional”

Karina Miotto


Um relato que nos convida à transformação

“Changemakers” é um poderoso relato pessoal que se inicia a partir de um chamado recebido por Karina para trabalhar na floresta amazônica, passa por um tortuoso caminho de esgotamento e deságua lindamente num mar de possibilidades que o autocuidado físico, mental e emocional podem proporcionar.

Como jornalista ambiental, Karina tem mais de 17 anos de experiência e, por cinco deles viveu na Amazônia, conviveu com o povo local, denunciou e produziu conteúdos sobre as agressões diárias cometidas contra as vidas da floresta, sem, no entanto, sentir que conseguia proteger a Amazônia efetivamente.

A impotência sentida diante do desmatamento e injustiças sociais, a paixão pela causa combinada com dedicação excessiva e os constantes abusos que denunciava, e que via acontecer de perto contra quem defende a floresta, a levaram a um burnout severo que a impediu completamente de continuar trabalhando no que acreditava e pela Amazônia naquele momento.

“Percebi que todas as reportagens que eu fazia e todo aquele ativismo que promovia informação simplesmente não eram suficientes para gerar como resultado o que eu mais queria, que era proteger a Amazônia.

E para mim, jornalista há tanto tempo, foi revelador descobrir que apenas informar não é suficiente para mudar a realidade.

A sensação de fracasso e o desgaste foram tamanhos que travei, não conseguia mais trabalhar e produzir”, conta Karina.

Cuidando de si para cuidar do planeta

É justamente neste ponto do relato que o livro ganha uma nova dimensão quando, para superar o burnout e dar continuidade à sua causa de vida e missão de alma, Karina entende que precisa, antes de qualquer coisa, cuidar de si mesma, reconhecer suas dores e buscar novas formas de atuação pautadas na empatia, na compaixão e na delicadeza – o oposto do embate.

Como parte de sua jornada de transformação, Karina conta aprendizados e interações reveladoras com ativistas, influenciadores, intelectuais e celebridades que foram fundamentais para que atravessasse o burnout e compreendesse formas mais amplas de provocar impacto positivo no mundo.

Para citar alguns nomes, fazem parte deste grupo de pessoas Antonio Donato Nobre, Gisele Bundchen, Satish Kumar, André Trigueiro, Amit Goswami, Luiz Calainho, Maitê Proença, Joanna Macy, Kaká Werá, Edmara Barbosa, Mateus Solano, Fernanda Cortez, André Carvalhal e Leandro Ramos.

Como parte de seus aprendizados para formas mais amorosas e inspiradoras de ação, Karina investigou diversos temas, do chamado Ativismo Delicado à Comunicação Não Violenta e, principalmente, Ecologia Profunda, uma filosofia ambiental que traz questionamentos e formas éticas de estar no mundo.

“Ao adotar a Ecologia Profunda como visão de mundo, mergulhamos em uma compreensão mais sistêmica, complexa e ampliada de nossa relação com nós mesmos, com os outros e com o planeta.

Essa abordagem não se limita a questões ambientais – ela nos desafia a reconhecer a interconexão de todas as formas de vida e a repensar nosso papel no grande esquema da existência”, explica.

Cidadã do mundo (de São Paulo para a Amazônia, Rio de Janeiro, Inglaterra, Austrália), em “Changemakers” Karina nos conta seus aprendizados e histórias pessoais, mas sobretudo nos convida a mergulhar num universo de subjetividades, sincronicidades, experiências com culturas ancestrais de vários lugares do planeta, intuições e conexões múltiplas.

“Precisei confiar no fluxo e na intuição que me levou à Amazônia, me fez sair da floresta e me guiou por novos caminhos de evolução e aprendizado.

Espero, a partir do relato de minha experiência pessoal e profissional, poder inspirar as pessoas a cuidarem de si tanto quanto querem cuidar do mundo”, afirma Karina.

Eventos de Lançamento

Karina vem ao Brasil passar uma temporada e lançar seu livro antes de seguir rumo a novos projetos, que agora apontam para Europa.

“Changemakers” será oficialmente lançado em eventos nas cidades de São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro, entre os meses de junho e julho.

Link para compra do livrohttps://bambualeditora.com.br/p/changemakers-a-coragem-de-transformar-o-mundo/

Vídeo para arrecadação de fundos para estudar mestrado na Inglaterra – história da autora até 2016, foco na carreira na Amazônia:

SOBRE A BAMBUAL EDITORA

A Bambual Editora publica livros que apoiam a transição pela qual o mundo está passando, com soluções, reflexões e ferramentas disruptivas e inovadoras.

Com inspiração nas principais características do bambu – profundo, forte, flexível – sua essência é sensibilizar o ser humano para fazer escolhas diferentes.

Fundada há sete anos pela publisher Isabel Valle, possui livros sobre novas economias, segurança alimentar, espiritualidade engajada, empoderamento feminino, culturas regenerativas, negócios ecológicos, ecologia profunda, povos originários, desenvolvimento de comunidades intencionais, entre outros temas.

Como ações afirmativas, já realizou mais de doze campanhas de financiamento coletivo e oferece 30% de seu catálogo para download grátis.

Realiza projetos em parceria com instituições e empresas.

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Curso com a participação do colunista Reinaldo Canto atualiza militantes da ecologia

Resíduos sólidos: Oportunidades e desafios

Programa Nacional de Resíduos Sólidos: saiba a melhor forma de se adaptar a esta recente realidade brasileira e de trabalhar com os novos nichos de negócios.
Carga Horária: 8 horas

Programação

Instituída pela Lei nº 12.305/2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao país no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. A legislação prevê, por exemplo, a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável.
Neste treinamento, serão levadas ao conhecimento dos participantes as ferramentas que abrirão oportunidades profissionais para novos nichos de negócios. Para fazer parte deste cenário, será preciso entender e ser capaz de se adaptar a essa nova realidade – independentemente de qual seja o setor de atuação: público, privado ou Terceiro Setor.

Conteúdo Programático

  • Panorama do consumo de matérias-primas 
    • Esgotamento dos recursos naturais
    • Análise da situação das reservas de matérias-primas
    • Consumo exagerado de insumos básicos
  • Desperdício e armazenamento de lixo 
    • Sociedade do consumo e do descartável
    • Materiais reutilizáveis e/ou recicláveis
    • O colapso do armazenamento de lixo nas grandes cidades
  • Conhecendo as origens de um produto 
    • Ciclo de vida e cadeia produtiva
    • Consequências atuais dos descartes irresponsáveis
    • Logística reversa e seus benefícios
    • Panorama geral da coleta seletiva
  • A Lei dos Resíduos Sólidos 
    • Histórico da aprovação da PNRS
    • Principais pontos e desafios (setores público e  privado e Terceiro Setor)
    • O que e quando deverá ser implementada
    • Responsabilidade compartilhada
    • As leis internacionais para a área de resíduos sólidos
  • Novos negócios / novas oportunidades
    • Empreendedorismo em alta
    • Planos de manejo
    • Projetos em parceria com o poder público
    • A industrialização dos resíduos
    • O futuro conectado aos projetos de desenvolvimento limpo

Público-alvo
  • Gestores, técnicos, estagiários e voluntários de organizações sociais, empreendimentos sociais, institutos, fundações e sindicatos, especialmente os ligados a meio ambiente.
  • Administradores, ambientalistas e profissionais das áreas comercial, marketing, comunicação, ambiental, sustentabilidade e responsabilidade social de empresas.
Palavras-chave
  • Planejamento, administração, engajamento, responsabilidade social, reciclagem, resíduos sólidos, sustentabilidade, plano de manejo, meio ambiente, educação ambiental, consumo consciente, recursos naturais.



Matéria de Reinaldo Canto: 'Pesquisa revela dano à imagem da Samarco'

Pesquisa anual mostra que, para os brasileiros, a mineradora é a empresa que mais causa danos ambientais no Brasil

por Reinaldo Canto

Fred Loureiro/ Secom ES/Fotos Públicas
Desastre de Mariana

A maior tragédia ambiental de nossa história tem na mineradora Samarco a principal responsável por reduzir ainda mais a credibilidade do setor privado

O desastre de Mariana, ocasionado pela mineradora Samarco, parece ter impactado o olhar dos brasileiros sobre a atuação do setor privado em relação à responsabilidade socioambiental. Essa é a impressão do relatório publicado anualmente pela Market Analysis, intitulado “Ranking de Sustentabilidade Empresarial – Melhores e piores empresas em responsabilidade socioambiental aos olhos dos brasileiros”.

A pesquisa realizou mais de 900 entrevistas em 11 das principais capitais brasileiras, entre elas, Rio, São Paulo e Brasília, entre janeiro e fevereiro deste ano, com pessoas com idades que variavam de 18 a 69 anos.

O que ficou bastante destacado no relatório deste ano foi uma visão mais negativa na atuação do setor privado em relação aos levantamentos em anos anteriores. Segundo a conclusão dos organizadores da pesquisa, a citação espontânea que identificava empresas com ações positivas e sustentáveis caiu pela metade.

Isso demonstra que desde o início dos levantamentos em 2000, os entrevistados confiavam mais na iniciativa privada para responder aos desafios da sustentabilidade.

Se a tendência de desconfiar das empresas já se consolidava, a maior tragédia ambiental de nossa história em Mariana tem na mineradora Samarco a principal responsável por reduzir ainda mais a credibilidade do setor privado.

Nesse caso, é interessante notar que a pesquisa constatou uma maciça rejeição a Samarco, mas poupou uma das suas principais acionistas, a empresa Vale (classificada em segundo lugar como uma das empresas mais responsáveis ambientalmente).

Trata-se de uma clara demonstração de que a maneira como a imprensa fez a cobertura da tragédia e até mesmo o modo como as pessoas absorviam as notícias pode ter contribuído para condenar uma (a Samarco) e a absolver ou pelo menos poupar a outra (a Vale).

Outro aspecto que pode entrar nessa conta é o trabalho histórico da marca Vale em divulgar suas iniciativas socioambientais, o que contribuiu para manter essa reputação de empresa “amiga da natureza”.

Para Fabián Echegaray, fundador e diretor-geral da Market Analysis, essa nova percepção da sociedade de mostrar maior desconfiança em relação ao setor empresarial baseia-se também em outros inúmeros fatos desabonadores que, ao longo dos anos chegaram ao conhecimento do público.

Entre eles, os escândalos envolvendo empresários e empresas; inúmeros casos de desrespeito aos direitos dos consumidores; situações de irresponsabilidades e crimes ambientais; infrações aos direitos legais de funcionários e trabalho escravo e mesmo as que fizeram referência a produtos alimentícios prejudiciais à saúde humana, entre outros.

“Essas visões se acumularam nos últimos anos erodiram a confiança nas empresas como agentes de mudança positiva”, afirma Fabián.

O diretor-geral da Market ainda ressalta que tem ocorrido uma mudança em outro sentido: “De fato o que notamos é um movimento para uma maior internalização ou autorresponsabilização individual por concretizar avanços sustentáveis, num plano mais cotidiano e palpável para as pessoas, e apostando menos na via do mercado”.

Esse “empoderamento” dos indivíduos quanto a sua responsabilidade socioambiental também não significa uma redução na cobrança ou expectativas por um comportamento mais responsável das empresas, “apenas que a visão benevolente do mundo empresarial como alavanca da sustentabilidade ficou prejudicada”, apontou Fabián.

Algo que ficou bem demonstrado pela evolução dessa pesquisa é a importância da mídia e de nós comunicadores, para exercermos com isenção, responsabilidade e profundidade nosso papel de fornecer à sociedade os elementos necessários para que ela possa se informar corretamente.

Dessa maneira, as pessoas serão capazes de refletir, emitir suas opiniões e dar a necessária e relevante contribuição para consolidar a nossa democracia e trilhar os caminhos de um mundo mais justo e sustentável.